GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono José
da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 12/03/2006 - 2° Domingo
da Quaresma
. Evangelho de 05/03/2006 - 1° Domingo
da Quaresma
. Evangelho de 26/02/2006 - 8° Domingo
do Tempo Comum
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12/03/06 –
2° Domingo da Quaresma
(coloque o cursor sobre o texto
em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Para que vislumbremos um mundo brilhante, mais alegre e humano,
é preciso subir a montanha, percorrer o extenso e, muitas
vezes, doloroso caminho. Somos convidados a não nos deter
no que há de penoso na subida, mas contemplar o cume da montanha.
A glória só pode ser conquistada depois de longa caminhada
e com muita dedicação e amor.
Salmo 115/116
- "Andarei junto a Deus na terra dos vivos."
II – Leitura Romanos 8,31b-34
- "Para demonstrar o grande amor que tem por
nós, Deus enviou o próprio Filho, ainda que isso pudesse
resultar em sua morte."
“ESTE É O MEU FILHO AMADO!”
Tomado de uma alegria imensa e depois pelo medo e espanto, diante
do que seus olhos contemplavam, o apóstolo Pedro imagina
que está diante de uma apoteose que marca o término
da missão de Jesus, com a revelação do seu
messianismo.
A presença de Moisés e Elias, que
conversam com Jesus transfigurado diante deles com as vestes brancas
e resplandecentes, não deixa margem para dúvidas de
que ele é o esperado messias, fato confirmado pela voz que
sai do meio da nuvem “Este é o meu Filho amado, escutai-o”
Deus estava entre os homens na pessoa de Jesus
que havia implantado o seu Reino chegando a um final feliz para
todos. Para Pedro, tudo fora muito fácil, as pregações,
alguns milagres e agora no alto da montanha a revelação
gloriosa do Mestre. Tudo era festa para o apóstolo, assim
como para muitos cristãos a vida de fé só tem
sentido em vitórias e festas. Por isso ele quer aproveitar
bem o momento e indaga se Jesus não quer que ele construa
três tendas, uma Jesus, outra para Moisés e outra para
Elias, em uma alusão a Festa das Cabanas, que os israelitas
celebravam no final do ano, lembrando as obras prodigiosas que Deus
realizara a favor deles na travessia do deserto, ao libertá-los
da escravidão do Egito, conduzindo-os com braço forte
para a terra de Canaã.
Mas pouco depois se acabou o encanto e eles só
viram Jesus, que estava sozinho e ao descer com eles da montanha
recomendou-lhes que não falassem nada a ninguém sobre
o que tinham visto, até que ele ressuscitasse dos mortos.
Jesus fala de morte e ressurreição,
coisas que os discípulos não entendem. A ressurreição
de Cristo foi algo maravilhoso quando o seu corpo inerte foi arrancado
das trevas do túmulo pelo Poder de Deus, mas de concreto
ninguém viu nada contudo, ela se constitui no centro da nossa
fé.
A nossa morte e a das pessoas que amamos continua
sendo um mistério que pertence somente a Deus. Os discípulos
não compreendiam como é que o messias glorioso, triunfante
poderia sucumbir um dia no mistério da morte, antes de entrar
na glória de Deus. É que eles olhavam para a realização
do Reino de Deus na lógica humana e por isso não queriam
que Jesus caminhasse para um aparente fracasso em sua missão.
Já o patriarca Abraão, na primeira leitura dessa liturgia
não questiona a Deus quando este lhe pede que lhe sacrifique
seu único filho Isac, pedido que parecia um absurdo porque
Isac era exatamente o filho da Promessa, o rebento que Abraão
sonhou e desejou na sua impossibilidade humana. Subindo para o alto
do monte conduzindo o filho que tanto amava, e que irá sacrificar
a Deus, Abraão não é um homem frio e calculista,
mas ao contrário, é fiel e tem sempre esperança
que Deus irá agir. A experiência de Deus em nossa vida
só é possível quando fazemos a sua santa vontade,
por mais absurda que possa parecer.
Na verdade a transfiguração do Senhor,
além de manifestar o messianismo de Jesus, é também
uma visão antecipada da sua glorificação e
do destino glorioso de quem crer e for fiel ao Projeto de Deus trilhando
os mesmos caminhos que ele trilhou e sendo fiel e obediente como
ele o foi.
Marcados pelas dúvidas e incertezas os discípulos
descem da montanha e retomam a vida do dia a dia e somente mais
tarde, iluminados pela luz da ressurreição, é
que irão compreender o sentido da transfiguração
de Jesus.
O nosso viver também é marcado por
dúvidas e incertezas na caminhada onde nem todas as perguntas
sertão respondidas nesta vida. O que importa, é que
carreguemos com amor e paciência as pequenas cruzes do quotidiano,
trilhando em nosso calvário no seguimento de Jesus. Não
percamos mais tempo buscando atalhos que não levam a lugar
nenhum.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
05/03/06 –
1° Domingo da Quaresma
(coloque o cursor sobre o texto
em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Na Quaresma, o evangelho nos impele a experimentar uma conversão
profunda e radical. Iniciamos o "tempo no deserto" quando
somos fortalecidos pela palavra de Deus para superar as tentações
e nos dispormos a caminhar rumo à Páscoa, da qual
brota vida nova. Que a palavra divina seja sempre a nossa referência
fundamental a orientar a vida cristã nas horas de provações
e de dúvidas.
Salmo 24/35
- "Verdade e amor são os caminhos do
Senhor!"
II – Leitura I Pedro 3, 18-22
- "O batismo, sinal de salvação,
torna-nos pessoas aptas a um novo relacionamento com Deus."
“O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO”
O
mesmo espírito que impeliu Jesus para o deserto, onde permaneceu
40 dias sendo tentado pelo diabo, convivendo com os animais selvagens
e sendo alimentado pelos anjos, também nos impele, a partir
do nosso Batismo a vivermos nesse mundo.
O número 40 e a palavra deserto são
elementos carregados de simbolismo na Escritura Sagrada e significa
tempo de provação e de preparação, um
lugar onde a nossa fé é constantemente colocada em
cheque.
Assim aconteceu com o Povo de Deus guiado por Moisés
na travessia do deserto, assim aconteceu com o próprio Filho
de Deus na narrativa dos evangelhos sinópticos Mateus, Marcos
e Lucas, e também com todos os grandes vocacionados da história
da Salvação e nesse sentido, a experiência do
deserto faz parte da vida de todo batizado porque o Espírito
que nos unge não nos arrebata para o céu, mas sim
nos impulsiona para o meio do mundo e longe de nos preservar do
mal, somos empurrados contra ele em um combate que já foi
vencido por Jesus, mas que devemos ir confirmando no dia a dia.
A quaresma é o tempo de treinamento e desafio
para o cristão, que está inserido em um mundo onde
palavras como mortificação, abstinência, sacrifício,
penitência e renúncia, soam estranhas porque são
desconhecidas e ignoradas em uma sociedade que parece ter descartado
há muito a Palavra de Deus como fonte de vida e felicidade,
quando criou valores e conceitos próprios para se viver bem,
onde o sistema coloca como referência para ser feliz a liberalidade,
a busca do prazer atendendo aos instintos e tudo o mais que a modernidade
nos oferece como: comer os melhores pratos que agradem ao paladar,
morar no melhor bairro e se possível na melhor casa, ter
o carro mais moderno e confortável, ser informatizado e ter
acesso a tudo com um simples toque de dedo na chamada Inclusão
Digital.
Em um mundo assim, as práticas quaresmais
parecem retrógradas e absurdas para o homem moderno.
Deus em seu amor infinito tem um projeto para
o homem e como toda proposta, o Reino inaugurado por Jesus também
requer uma resposta que é a conversão.
A realidade do Reino de Deus transcende o humano
e só é perceptível na fé. Converter-se
é estar no mundo sem ser do mundo, transformando as realidades
humanas a partir dos valores que o Reino nos propõe. Por
isso a vida cristã será sempre uma luta, pois a cada
dia somos desafiados a viver na fé fazendo o Reino acontecer.
O nosso testemunho e o nosso modo de viver têm de convencer
o mundo a acreditar e a aceitar o Projeto de Deus, pois Jesus Cristo,
no meio do deserto, superou as tentações e resgatou
o Paraíso que Deus havia planejado para o homem, essa imagem
está presente na convivência com os animais selvagens
e nos anjos que o serviam.
O diabo ainda usa a velha tática: fazer
o homem pensar que é igual ou até mais do que Deus,
e a velha tentação do paraíso, com roupagem
nova, vai fazendo suas vítimas em uma sociedade repleta de
ídolos e deuses que são referência e modelo
de pessoas bem sucedidas, que alcançaram a glória,
fama e o sucesso. Quem não gostaria de virar ídolo
da noite para o dia sendo visto na telinha da TV, e sair por aí
protegido por seguranças, dando autógrafos a uma legião
de fãs? Quem é que nunca sonhou com a riqueza fácil,
dos grandes prêmios lotéricos, ou de participar de
um desses programas das tardes de domingo, que transformam miseráveis
e infelizes, em milionários sorridentes, que choram emocionados,
porque em um estalar de dedos a sua vida mudou para melhor? Que
jovem já não sonhou em participar de algum realyt
show ou do Big Brother, para virar celebridade em um piscar de olhos?
O Tentador usa de todas essas coisas para seduzir
e enganar, e acaba muitas vezes convencendo-nos de que o ter e o
poder são o único e verdadeiro caminho para a felicidade.
Hoje é o primeiro domingo da quaresma, esse
tempo de deserto e confrontação, de nos auto-afirmarmos
como cristãos autênticos, de uma fé vivenciada
e encarnada na história, comprometidos com a verdade e a
justiça. Tempo de dizermos com todas as letras, de que lado
nós estamos.
E se fizemos a opção fundamental
por Jesus e o seu Reino, o mundo não conseguirá nos
vencer. É com esse espírito que devemos iniciar a
nossa caminhada quaresmal, dedicando-nos a oração,
esmola, jejum e penitência, como forma de confirmar a nossa
incondicional adesão a Cristo.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
26/02/06 –
8° Domingo do Tempo Comum
(coloque o cursor sobre o texto
em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
A alegria e o otimismo devem caracterizar a nossa vida, uma vez
que ela é um contínuo reencontro com o amor do Pai.
Jesus é o esposo da comunidade cristã, pois esta é
o sacramento da aliança entre Deus e a humanidade. Demos
graças ao Senhor, que nos tornou parceiros da nova aliança.
Salmo 102/103
- "O Senhor é bondoso e compassivo."
II – Leitura II Coríntios 3,
1b-6
- "A comunidade deve ser a carta viva egravada
no coração da sociedade."
“O NOIVO ESTÁ ENTRE NÓS”
Ninguém
vai a uma festa com a “cara de enterro”, mas todos os
que vão, são levados pelo prazer e alegria de terem
sido convidados. Em uma festa há os elementos culturais que
manifestam alegria e comemoração: música, dança,
comer e beber, que está na tradição de todos
os povos.
O evangelho desse domingo não quer promover
um debate sobre o jejum, os que quiserem dar esse enfoque terão
aí um prato cheio. O evangelista não está preocupado
se é importante comer ou fazer jejum, mas o que ele dá
ênfase é a presença de Jesus no meio dos homens.
Os discípulos não jejuavam simplesmente porque o filho
de Deus estava com eles e não havia necessidade de nenhuma
prática religiosa ou observância da lei, para poder
sentí-lo.
Jesus não recrimina o jejum, mas pelo contrário,
o coloca dentro do seu sentido mais autêntico, porque jejuar
não é quase desmaiar de fome como pensam alguns mais
radicais, mas sim mostrar que a nossa necessidade maior é
Deus e a sua graça, e que podemos até dominar a nossa
vontade de se alimentar, mas jamais podemos nos privar de Deus e
da sua graça. Se não for dentro dessa linha, o jejum
será apenas mais um método revolucionário para
se perder alguns quilinhos.
A Santa Igreja determina o jejum na Quarta Feira
de Cinzas e na Sexta Feira da Paixão, mas cada cristão
poderá praticá-lo sempre que quiser, desde que o faça
dentro dos princípios de espiritualidade, acompanhado de
oração e obras de caridade a favor dos que passam
por sofrimento, necessidades e privações sendo este
na verdade o jejum que agrada a Deus.
Jesus estava com os homens, saciando a sua fome,
abrindo os olhos aos cegos, purificando os leprosos, abrindo a boca
e os ouvidos aos surdo-mudos, fazendo andar os coxos e sendo solidário
aos pecadores. Essa era a grande novidade!
Os discípulos de Jesus não eram melhores
que os de João ou dos fariseus, mas eles já tinham
feito a grande descoberta de um Deus diferente, que era todo amor,
mansidão e misericórdia para o homem, e assim eles
se abriram a Salvação que Jesus trouxera para toda
a humanidade. Já os fariseus, fechados no rigorismo da lei
e em suas tradições religiosas, não conseguiam
ver e aceitar em Jesus essa Salvação porque ele era
diferente do Messias que os Profetas anunciaram.
Vem daí o ensinamento final do evangelho,
de que não se deve colocar remendo novo em roupa velha porque
o rasgo ficará ainda maior, e que também não
se coloca vinho novo em barril velho, pois a madeira não
resistirá.
Há comunidades cristãs que não
se abrem para o novo, sufocam as novas lideranças e se fecham
em uma linha tradicionalista e excessivamente conservadora. Os fariseus
imaginavam que obteriam a Salvação observando o jejum
e todas as demais determinações da lei, hoje também
temos cristãos que pensam dessa forma, se apegam de maneira
excessiva a trabalhos e funções que julgam importante
e não percebem que o objetivo de tudo isso é servir
ao Cristo presente no irmão. Não exercem o cristianismo
com prazer e alegria, mas como uma obrigação. Esses
não dão um testemunho autêntico do Evangelho
porque ainda não descobriram a alegria da Salvação.
A Sagrada Escritura usa muito a aliança
dos esposos e a união indissolúvel entre o homem e
a mulher, como uma alegoria da aliança que Deus fez com o
homem, como vemos na primeira leitura onde o Profeta Oséias
explora bem esse tema que nos apresenta um Deus enamorado e ciumento:
“Naquele dia, tu me chamarás –Meu marido e não
mais Baal”. O homem criado á imagem e semelhança
de Deus é comparado pelo profeta a mulher infiel que despreza
o marido apaixonado e se entrega ao amante.
Jesus é o esposo sempre fiel, que nos ama
apaixonadamente e quer, portanto ficar em comunhão constante
com o homem, não só nesta vida, mas na outra.
É esta a razão da alegria do discípulo,
a gratuidade desse amor que será sempre novidade entre os
homens. Resta saber se a nossa alegria é contagiante e autêntica,
ou se ainda estamos iludidos, correndo atrás de tantos “amantes”
presentes neste mundo, que nos iludem e nos fazem sucumbir na tristeza
do pecado.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
PÁGINA DESTINADA
A PUBLICAÇÃO DE SERMÕES PROFERIDOS EM MISSAS
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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