23/07/06 – 16º Domingo do Tempo Comum
“Á SÓS COM O SENHOR...”
O
evangelho desse Domingo traz em seu versículo inicial uma
informação que parece corriqueira, de que os apóstolos
se reuniram com Jesus e contaram tudo o que tinham feito e ensinado.
A princípio parece uma reunião de prestação
de contas, mas na verdade eles estavam entusiasmados com o trabalho
missionário e queriam contar a Jesus sobre as maravilhas
que em seu nome haviam realizado.
Todos nós Batizados também sentimos esse entusiasmo
quando evangelizamos com esse renovado ardor missionário,
mas para que esse ardor nunca se apague é necessário
que sempre nos voltemos ao Senhor, como fizeram os apóstolos,
pois a missão é árdua e o trabalho intenso
nunca dá trégua e por isso o evangelho conclui que
o cristão evangelizador nunca poderá “dar
um tempo” porque as pessoas têm necessidades imediatas
que não podem esperar.
Dizia-me uma agente da pastoral da Saúde que após
certa tarde de muito trabalho na visita aos enfermos, chegou em
sua casa disposta a tomar um bom banho e descansar e eis que no
momento em que adentra pelo portão chegou uma pessoa pedindo
ajuda para dar atendimento a um enfermo e lá foi ela para
o seu trabalho pastoral que se estendeu até de madrugada.
Onde encontrou essa mulher forças para aquela tarefa extra?
Esse evangelho nos responde com clareza: é necessário
nos voltarmos sempre para o Senhor para ouvi-lo e sentir o coração
arder, como os discípulos de Emaús, pois caso contrário
corre-se o risco de ser uma Igreja extremamente atarefada, onde
as pessoas vem e vão em uma correria desenfreada, mas deixam
de fazer como Maria de Betânia, que diferente de sua irmã
Marta, preferiu primeiro sentar-se aos pés do seu Senhor
para ouvir suas palavras e entrar com ele em comunhão,
sentindo todo o amor de Deus e o avivamento que o Espírito
concede.
Jesus convidou seus apóstolos a se retirarem para um lugar
afastado para descansarem um pouco e o mesmo ele faz com cada
Cristão Batizado, que tem pela frente a missão de
evangelizar em meio a uma sociedade às vezes tão
hostil aos ensinamentos do evangelho. Em todo Domingo, Dia do
Senhor – Jesus nos convida para esse encontro na comunidade,
onde refazemos nossas forças com o Pão da palavra
e da eucaristia pois sem isso, a nossa evangelização
torna-se propaganda enganosa.
As nossas celebrações dominicais devem, e tem que
ser um encontro agradável a sós com o Senhor nosso
Deus presente na Ceia Eucarística, onde falamos com ele
dando louvor e Glória por tantas maravilhas, e ao mesmo
tempo o ouvimos atentamente na proclamação da sua
Santa palavra. Essa deveria ser a única reunião
de toda a assembléia no Dia do Senhor, mas infelizmente,
por necessidades pastorais fazemos outros encontros nesse dia
e assim não deixamos que a nossa alma e o nosso coração
se deleitem mergulhando no mistério de Deus que celebramos
na Eucaristia.
Temos muito trabalho pela frente, não resta dúvida,
haverá sempre uma multidão procurando pelo Senhor
em nossas comunidades, é uma grande massa de desanimados
e famintos que já perdeu toda esperança e buscam
a Jesus que é o caminho, a verdade e a vida, o único
capaz de saciar a sua fome de amor e de justiça.
É muito importante que enquanto Cristãos estejamos
bem alimentados, em sintonia com o Projeto de Vida de Jesus, para
podermos olhar para a multidão com a mesma compaixão
que Jesus sentiu, pois hoje como ontem, somente o evangelho de
Cristo consegue comunicar a alegria da Salvação,
resgatando no coração do homem toda a esperança
perdida.
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e eu
vos aliviarei”.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
16/07/06 – 15º Domingo do Tempo Comum
(coloque o cursor sobre o texto em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Encontramo-nos reunidos, como família, para celebrar a Páscoa
de Jesus. A exemplo dos primeiros apóstolos, somos enviados
para pregar a conversão e combater todas as formas de males.
Trata-se de missão nem sempre fácil de realizar e
que com freqüência pode trazer incompreensão.
Que esta celebração renove nossa alegria e nos fortaleça
no anúncio do reino.
Salmo - 84/85:
- "Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,
e a vossa salvação nos concedei!"
II leitura (Ef 1,3-14):
- "Paulo apresenta os motivos pelos quais eleva
um hino de louvor e por que nós fomos escolhidos por Deus."
“ENVIADOS DOIS A DOIS”
Como
católicos ficamos muitas vezes preocupados com o surgimento
de outras igrejas cristãs, que a cada dia arrebanham maior
número de fiéis em suas fileiras. Como se não
bastasse isso há uma estatística digna de crédito
indicando que há um grande número de católicos
afastados da Igreja esperando pelo evangelho de Cristo. Diante
desse quadro, creio que antes de qualquer perturbação
ou indignação, é necessário manter-se
sereno na fé, mas também é preciso nos questionar
com toda humildade: por que isso está acontecendo? Aonde
é que estamos falhando em nossa missão?
Não podemos evitar que as demais igrejas cresçam
no número de fiéis, mesmo porque isso não
está sob nosso controle e nem é o maior problema.
A causa apontada é outra, como igreja de Cristo estamos
nos omitindo da nossa missão primária e essencial
que é o de fazermos o primeiro anúncio de Jesus
para os que estão fora, levando a eles uma palavra que
encante e apaixone provocando um ardor no coração
por causa do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus, nosso
Senhor e Salvador, cuja paixão morte e ressurreição
nos resgatou e nos inseriu na comunhão de uma vida totalmente
nova. Está nos faltando esse entusiasmo e esse vigor missionário
para que o nosso anúncio provoque nas pessoas uma profunda
experiência com Cristo que irá transformar para sempre
suas vidas.
O santo evangelho desse domingo nos convida a rever nosso método
de evangelização para refletirmos se está
de acordo com as instruções que Jesus dá
aos seus discípulos quando lhes envia.
Vivemos um tempo em que a Santa Igreja de Cristo deve buscar
uma profunda conversão a partir dessa verdade, que resgate
a missão primeira de evangelizar, assumindo com coragem
e ousadia o seu papel de Igreja missionária, saindo de
si mesma, deixando de ser uma Igreja meramente sacramentalista
que às vezes mais parece um posto de atendimento religioso,
é preciso não só FAZER, mas antes de tudo
SER.
É preciso urgente que a Igreja saia de si mesma e vá
ao encontro dos que ainda não conhecem o Evangelho de Cristo.
Ser enviado é ir para fora, saciar a fome dos que ainda
não conhecem essa Verdade que é Jesus Cristo e vegetam
tristes e abatidos em meio a uma sociedade onde o relativismo
corrompe os corações tirando-lhes o sentido da própria
existência. Basta de evangelizar os de dentro, vamos partir
atrás das ovelhas que se desgarraram e que estão
à espera do grandioso amor de Deus que as resgate. mas
é preciso tomar muito cuidado com o método...
Como deve ser a bagagem do evangelizador? “Levem só
o necessário” dirá o Senhor. A coisa mais
desastrosa que poderá ocorrer é quando um anunciador
da Boa Nova confia mais nas coisas que têm do que no conteúdo
daquilo que anuncia.
Ao longo da jornada acabará tendo mais segurança
com as coisas que têm do que com o anúncio a ser
feito e possivelmente esse testemunho negativo do modo de viver,
acumulando coisas materiais cause a descrença e a desilusão
em seus ouvintes.
Os discípulos enviados pelo Mestre já tinham feito
a “metanóia” (transformação da
mente e do coração) por causa do encontro pessoal
e decisivo que tiveram com Cristo e agora, renovados e com esse
entusiasmo contagiante já podem levar esse “tesouro’
aos demais homens porque experimentaram e já têm
o que oferecer.
São enviados dois a dois com poder sobre os espíritos
impuros, dado pelo próprio Jesus e isso significa que a
palavra é poderosa e ninguém resistirá ao
seu anúncio e à sua força transformadora,
vão em dois porque o trabalho missionário requer
a comunhão, um deverá animar e incentivar o outro
quando vierem as dificuldades.
A última orientação parece até ser
estranha, o discípulo anunciador deverá permanecer
na casa de quem o acolheu até o final da missão
naquele lugar, quem acolheu por primeiro o anúncio quer
crescer na Fé e espera pelo testemunho de vida do evangelizador
que só será possível na convivência
fraterna.
Mas Jesus irá dizer também que se faltar da parte
do ouvinte essa disposição interior em acolher o
evangelho, deve-se bater a poeira do sapato ao sair daquela casa
e isso, ao contrário de ser um radicalismo, é o
respeito pela liberdade da pessoa, pois o anúncio deverá
ser sempre uma proposta e não uma imposição.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
09/07/06 –
14º Domingo do Tempo Comum
(coloque o cursor sobre o texto
em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
A liturgia da palavra deste dia nos mostra que a incredulidade tem
dificultado o caminho do povo de Deus ao longo dos séculos.
Nós, assembléia reunida, somos convidados a fortalecer
nossa fé em Deus, que se fez carne na pessoa de Jesus. A
páscoa do Senhor se manifesta nas lutas das pessoas e grupos
que desejam vida melhor.
Salmo - 122/123:
- "Os nossos olhos estão fitos no Senhor:
tende piedade, ó Senhor, tende piedade!"
II leitura (2Cor 12,7-10):
- "Paulo gloria-se de sua fraqueza para que
a força de Deus possa atuar nele."
“REJEITADO EM SUA TERRA”
Desclassificada,
a nossa Seleção voltou para casa amargando a derrota
para a equipe da França e o técnico admitiu, em
conversa com a imprensa, que teve dificuldade para escalar o time
por causa dos “medalhões”. A participação
em uma copa do mundo é um investimento que envolve milhões
de reais e o time tem que ter como jogadores craques de renome
e de fama internacional, os melhores, os mais famosos.
O Messias que o povo de Israel esperava era assim, alguém
muito poderoso, um rei que iria surgir da estirpe de Davi, igual
ou mais poderoso que ele, alguém que viria para aniquilar
os poderosos que praticavam a injustiça e que iria por
para correr os pagãos de Jerusalém, purificando
a cidade santa. O Messias vinha com poder para realizar coisas
prodigiosas como a cura de enfermos, ressurreição
dos mortos, multiplicação dos pães, a exemplo
dos grandes Profetas que povo conhecia de nome. E seria também
alguém de linhagem nobre com um poderoso exército
sob seu comando.
Por isso os conterrâneos de Jesus da pequena Nazaré
ficaram escandalizados em um primeiro momento, diante da sabedoria
manifestada na sinagoga naquela noite de sábado. Somente
os Rabinos e Mestres escolados na lei e nos profetas eram possuidores
de tal conhecimento. Não era esse o caso de Jesus, filho
de José e Maria, um simples carpinteiro que não
tinha nenhuma formação religiosa a não ser
a catequese básica, transmitida pelos pais e pelos Rabinos
e que ao longo de trinta anos nada de excepcional realizara a
não ser exercer a profissão em Nazaré.
Dentro da nossa realidade brasileira, percebe-se que os opositores
do Presidente da República tentam fazer o povo entender,
que as coisas erradas que estão acontecendo e os desacertos
do governo se devem ao despreparo do presidente e ao seu baixo
nível cultural e escolaridade. Pretende-se assim fortalecer
o conceito antigo, de que o nosso governante tem de ser alguém
de nível superior, um Doutor ou Engenheiro, alguém
que tenha diplomas e títulos das melhores Universidades
do País.
Naturalmente esse perfil já exclui as lideranças
das camadas mais pobres, que não têm escola nem formação
superior e deixa o comando para os “entendidos” da
elite brasileira, geralmente dominados pelo poder econômico
dos grandes conglomerados. Os tempos são outros, mas a
concepção messiânica dos poderosos continua
a mesma!
Voltando a copa do mundo, naquela partida em que o Brasil enfrentou
o Japão, alguns “medalhões” ficaram
fora e os novos que atuaram, não tão ainda famosos
como os demais, fizeram bonito e apresentaram o verdadeiro futebol
brasileiro que todos conhecemos e há quem diga que se o
Técnico escalasse essa “rapaziada” diante da
França, o resultado poderia muito bem ser outro. Mas já
pensaram, a Seleção conquistar vitórias e
o título de hexa-campeão, sem os Medalhões?
A sabedoria de Jesus e os prodígios realizados na região
haviam desconcertado os seus conterrâneos. Ele tinha o perfil
do Messias, até realizara coisas extraordinárias
como os profetas falaram, mas o problema estava na sua origem:
pobre e simples demais! Tanto é que quando começaram
a falar de Jesus e de sua fama, alguém teria comentado
ironicamente “De Nazaré poderá vir algo que
valha a pena?”
Eles se perguntavam como é que um simples carpinteiro
poderia ser aquele que iria trazer a salvação para
todo Israel... Impossível! Grandes projetos e empreendimentos
requer a liderança de grandes homens.
E foi assim que o povo simples de Nazaré tal qual a nossa
gente deixou-se manipular pelos “Formadores de opinião”
daquele tempo e acabaram rejeitando Jesus porque ele não
tinha nada de especial. Em nossas comunidades às vezes
queremos também implantar o Reino de Deus tendo-se como
critério os meios humanos: dinheiro, poder econômico,
prestígio político, mobilização de
grandes massas e poder de persuasão, para que os poderes
temporais se dobrem diante da Igreja. Há comunidades onde
somente pessoas influentes e de certo prestígio, ditam
as normas. Infelizmente isso acontece...
Diante desse evangelho precisamos olhar para Nazaré e
pedir perdão porque às vezes não aceitamos
que a força do Reino de Deus passe pelos pequenos, os pobres,
os marginalizados e oprimidos, pessoas que não são
importantes dentro do contexto social, econômico e político.
Com Jesus foi assim e com a sua Igreja não poderá
ser diferente. É muito urgente e necessário que
a Igreja tome partido sim, não das siglas partidárias,
mas dos grandes projetos e mutirões populares, apoiando-o
em suas lutas.
É com estes que ela deve se alinhar e caminhar sempre
junto, pois quanto mais quisermos imitar na Igreja o modelo do
mundo, quanto mais estaremos longe do autêntico cristianismo
porque, tal como os seus conterrâneos, estaremos rejeitando
a Jesus e sua proposta de um Mundo Novo.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
PÁGINA DESTINADA
A PUBLICAÇÃO DE SERMÕES PROFERIDOS EM MISSAS
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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