GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono
José da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 25/12/2006 - NATAL - NASCIMENTO
DE JESUS
. Evangelho de 24/12/2006 - 4º Domingo
do Advento
. Evangelho de 17/12/2006 - 3º Domingo
do Advento
. Evangelho de 10/12/2006 - 2º Domingo
do Advento
ATENÇÃO:
Se na sua paróquia
não há distribuição de folhetos para
que os fiéis acompanham as leituras e orações
da missa, fale com o pároco e peça-lhe permissão
para utilizar o folheto que está disponível para download
no site da Diocese de São José dos Campos - SP, na
página http://www.diocese-sjc.org.br/novalianca.asp
Acostume-se
a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos
e versículos, acesse a página
"A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.
Aqui nesta página,
você pode ver as Leituras do Domingo e o Salmo,
colocando o cursor sobre os textos em azul.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!
25.12.2006
- FESTA DE NATAL
NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS
MISSA DO DIA
(coloque o cursor sobre os textos em azul
abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Caríssimos irmãos e irmãs!
A alegria natalina nos invade e, com ela, nos sentimos revigorados
por Deus e iluminados por sua Palavra. A novidade salvífica
e a presença divina no meio de nós devem transformar
nossa vida. Natal é tempo fecundo para darmos nosso sim definitivo
a Deus, que se doou e se doa por meio de seu Filho, Jesus Cristo.
Com fé e alegria, cantemos a Glória do Senhor!
SALMO RESPONSORIAL (Sl 97(98)):
- "Os confins do universo contemplaram a salvação
do nosso Deus!"
SEGUNDA LEITURA (Hb 1,1-6):
- "A vinda de Jesus Cristo é o ápice
de toda a revelação de Deus para a humanidade."
“NASCEU PARA VÓS
UM SALVADOR!”
O anúncio do evangelho de Cristo na celebração
de Natal, não quer destruir os símbolos natalinos
que a sociedade se utiliza nessa época, mas quer restituir
ao mundo o verdadeiro sentido do Natal.
O natal paganizado, que se prostra diante do deus- consumismo,
só oferece a felicidade aos que muito podem comprar, por
isso, para o comércio é um tempo de esperança,
que se realiza no dinheiro que entra no caixa da loja.
Para as pessoas de um modo geral, Natal é panetone com
champanhe, presente, amigo invisível, confraternizações,
gigantescas árvores de natal, fachadas residenciais e comerciais
iluminadas com mil luzes, perus e tender, regado com cerveja ou
um bom vinho, quem não pode passar por esse ritual de consumismo,
está fora da aldeia global.É bem verdade que por
conta do sentimentalismo, a emoção toma conta dos
encontros familiares, pensa-se nos que já partiram, e até
algumas reconciliações marcadas pelas lágrimas
acabam acontecendo.
Tempo de cartões e mensagens belíssimas, que falam
de paz, esperança, otimismo,alegria. Quanto ao Papai Noel,
inspirado em São Nicolau, um velhinho bondoso que ajudava
os mais pobres, cada vez mais se torna em cada natal, a personificação
do deus consumismo. É uma imagem meiga que inspira ternura,
que risca os céus estrelados dos filmes natalinos, com
o trenó puxado pelas Renas, veio do Pólo Sul onde
a lenda diz que está sua fantástica fábrica
de brinquedos, e sem dúvida alguma “roubou”
a cena do protagonista principal, que não é uma
lenda ou um conto de fadas, que nos trás, não um
saco cheio de presentes, mas sim o maior de todos os presentes:
a Salvação do Senhor nosso Deus!
A humanidade de hoje não compreende o sentido da palavra
Salvação, ela foi trocada pelo consumismo, o homem
quer ser feliz hoje, nessa vida, do seu jeito e não do
jeito de Deus, o homem tem os seus planos e não está
disposto a abrir mão deles, por causa do Plano de Deus.
Chama-nos a atenção nessa noite a forma inusitada
como Deus veio ao encontro do homem: uma criança, frágil,
pequena, desprotegida e carente. Maria e José não
são pessoas especiais, dotadas de poderes extraordinários,
são simples mortais como qualquer um de nós, é
verdade que Maria foi preservada do pecado, mas isso não
fazia dela uma mulher especial, diferente das demais mulheres
da Galiléia. Do mesmo modo que os pastores, primeiros a
receberem o anúncio no evangelho de São Lucas, não
são místicos ou visionários, pelo contrário,
eram pessoas muito mal vistas pela sociedade,por terem fama de
serem ladrões e mentirosos.
A encarnação de Jesus não se dá fora
de um contexto humano, ele não cai do céu de pára-quedas,
mas se insere no momento histórico que o seu povo vive,
sob a dominação romana, quando César Augusto
publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra,
quando Quirino era governador da Síria. José e Maria
são apenas mais um casal, dos muitos que tiveram de se
deslocar para sua cidade de origem para fazerem o censo. Deus
não quis parar o fluxo da história para entrar na
humanidade...
A vinda do Messias tão esperado não era apenas
um fato religioso, mas também histórico, social
e político, o que os poderosos não esperavam é
que o nascimento do Messias fosse fugir totalmente do controle
dos sumo sacerdotes, que detinham o poder religioso da época.
E por isso o rejeitaram com veemência “Veio para o
que era seu, mas os seus não o acolheram” . Jesus
Cristo, uma criança pobre e frágil, filho do Zé
e da Maria, estava muito longe do poderoso Messias que viria com
poder e glória. Nessa natal a voz do anjo ecoa no tempo
e no espaço “Não tenhais medo, hoje nasceu
para vós um Salvador !” . Alguém que mudou
a nossa sorte no prenúncio do profeta Isaias “Alegrai-vos
e exultai ao mesmo tempo oh ruínas de Jerusalém,
o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém”
. Das ruínas da grandiosa cidade, e de um resto desprezível,
Deus suscita algo novo, assentando as bases de um Reino que será
eterno. Eis aí algo fantástico! Deus reconstrói
os sonhos desfeitos, os planos que não deram certo. Isso
é a Salvação !
Ah se nessa noite os homens todos parassem e ouvissem essa mensagem,
trazida na boca de um anjo...Seria um recomeço, a recriação
do mundo. Felizes os simples e humildes, que nessa noite se extasiam
celebrando o Deus criança, são poucos o sabemos,
porém estão em toda a parte. Para estes, Jesus não
é uma imagem de uma criancinha, que se coloca em uma caixa
de papelão e se guarda em cima do guarda roupa até
o próximo ano,mas é o Filho de Deus, o Verbo Encarnado,
de quem recebemos graça por graça, como afirma João
no seu evangelho.
Que nesta noite possamos todos nos renovar, permitindo que de
nossas ruínas interiores, a graça de Deus reconstrua
tudo aquilo que o pecado destruiu. “Brilha hoje uma luz
sobre nós, pois nasceu para nós o Senhor”.
Diácono José
da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
24.12.2006
- 4º DOMINGO DO ADVENTO
FELIZES OS QUE CRÊEM
(coloque o cursor sobre os textos em azul
abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Caríssimos irmãos e irmãs!
Antegozando as alegrias do Natal, hoje contemplamos um encontro
simples, humano, fraterno, de duas mulheres grávidas. Em
Maria e Isabel, a humanidade vive a expectativa de um novo parto
da salvação de Deus. Simbolizando o Antigo e o Novo
Testamento, Isabel e Maria nos convidam a abrir o nosso coração
para acolhermos o infinito Dom de Deus: seu Filho Jesus. Com fé
e alegria, cantemos a Glória do Senhor!
SALMO RESPONSORIAL (Sl 79 (80)):
- "Iluminai a vossa face sobre nós,
convertei-nos para que sejamos salvos!"
SEGUNDA LEITURA (Hb 10,5-10):
- "Jesus é a oferta que agrada ao Pai
e santifica as pessoas. Seu Corpo entregue é salvação,
perdão e esperança que se concretizam na comunidade
dos que fazem a vontade do Pai."
“BEM AVENTURADA
ÉS TU QUE CRESTES!”
No quarto domingo do advento, já na véspera de natal,
o santo evangelho nos apresenta duas figuras de mulher que devem
ser uma prefiguração das nossas comunidades. Em
Maria vemos a pressa de se doar, de sair de si mesma e de caminhar
ao encontro daqueles quer têm necessidades.
O que impulsiona Maria é o espírito santo em sua
plenitude, é esse espírito santo que impulsiona
nossas comunidades a servirem os irmãos e irmãs.
Em Isabel o Espírito Santo a ajuda a perceber em Maria
o mistério de Deus acontecendo, mas em uma visão
de conjunto de um lado vemos como o agir de Deus é diferente
do homem, o messias que estava por nascer e que iria mudar a sorte
de toda humanidade, buscou acolhimento não nos poderosos,
nas lideranças religiosas, nos suntuosos palácios
ou no templo sagrado, mas sim na casa dos humildes e pequenos
como Isabel e Maria.
Ambas inauguram um tempo novo em que para fazer grandes mudanças
e construir um mundo melhor a partir do reino de Deus, já
não será mais preciso esperar a decisão dos
grandes, dos que mandam,, as mudanças verdadeiras que ocorreram
na humanidade sempre foram aquelas que nasceram das aspirações,dos
sonhos e da luta do povo.
O Messianismo de Jesus está dentro desse contexto, Maria
se sentiu pequena diante do mistério de Deus que estava
para envolve-la mas o senhor a engrandeceu e a capacitou para
a missão que estava lhe reservada.
Da mesma forma nossas comunidades, grandes ou pequenas, nas grandes
metrópoles ou nas periferias e zonas rurais, devem sempre
ter presente que estão envolvidas no mistério de
Deus que as chama e as capacita para serem portadoras do Cristo
para o mundo, do mesmo modo como fez com Maria.
Nesse sentido precisamos sair e ter pressa para levar ao mundo
este anúncio, romper com a religião do formalismo
religioso, deixar de ser a Igreja fechada em si mesma para doar-se
aos irmãos e irmãs que ainda não ouviram
o anúncio. Como Maria certamente iremos ficar admirados
quando percebermos o modo como Deus age, sempre diferente da nossa
lógica, ás vezes até de um jeito que não
entendemos.
Maria sentiu toda essa alegria incontida em sua alma ao sentir-se
totalmente de Deus, aponto de dizer “O Poderoso fez em mim
maravilhas, santo é o seu nome, a minha alma engrandece
o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Não é o ritualismo religioso que agrada a Deus
mas sim a nossa disposição para uma entrega total,
fazendo assim a vontade de Deus, é o próprio Cristo
que nos dirá na carta de Paulo aos hebreus; Eis que venho
para fazer a vossa vontade. Quando o amor chega a esse ponto,
o sacrifício ritualista torna-se secundário diante
do verdadeiro e autêntico sacrifício agradável
a deus: dar a vida pelos irmãos e irmãs!
Diácono José
da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
17.12.06
- 3º DOMINGO DO ADVENTO
DIA DA COLETA PARA A EVANGELIZAÇÃO
ALEGRAI-VOS SEMPRE NO SENHOR
(coloque o cursor sobre os textos em azul
abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Caríssimos irmãos e irmãs!
O Natal, que estamos prestes a celebrar, marca a presença
definitiva do Deus que se fez pobre, que se alia aos pobres para
construir com eles a nova sociedade e a nova história. A
Palavra desta Celebração é um pequeno “PROGRAMA
DE VIDA” para a comunidade cristã: VIVER
A PARTILHA, A JUSTIÇA E O PODER-SERVIÇO.
O nascimento do Deus pobre desmascara a sociedade que se regula
pela ganância, injustiça e abuso de poder. Com fé
e alegria, cantemos a Glória do Senhor!
SALMO RESPONSORIAL (Is 12,2-3):
- "Exultai cantando alegres, habitantes de
Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de
Israel!"
SEGUNDA LEITURA (Fl 4,4-7):
- "Nossa oração, feita de agradecimento
e súplica, é momento de discernimento e de compromisso
com Jesus e seu projeto, o que nos traz paz e alegria."
“ELE ESTÁ
NO MEIO DE NÓS!”
O terceiro Domingo do advento é marcado pela alegria “O
senhor Teu Deus está no meio de ti!” - anuncia o
profeta Sofonias ao povo de Israel, eis aí de onde vem
esta alegria contagiante, muito presente no coração
e na vida dos cristãos, uma alegria que manifestamos na
liturgia quando respondemos com entusiasmo a saudação
do celebrante em vários momentos da celebração
“Ele está no meio de nós!”.
Deus não considera nossos fracassos, infidelidades e pecado,
e vem para ficar conosco e permanecer em nosso meio, pois, atraído
pelo próprio Deus, o coração humano palpita
de ansiedade como afirma o salmista – quando terei a alegria
de ver vossa face Senhor?, ou como manifestava os discípulos
de Emaús – fica conosco Senhor. O homem nasceu para
ficar com Deus e viver em comunhão com Ele; das realizações
desta vida, nenhuma é comparável á felicidade
suprema de estar perto de Deus.
Ocorre que, desfigurado pelo pecado, o homem já não
tinha mais essa possibilidade de se reaproximar de Deus, mas Ele
que é todo amor e misericórdia, tomou a iniciativa
e veio até nós. Para entender melhor isso, podemos
imaginar aquele filho rebelde que um dia brigou com o pai porque
não queria obedecê-lo e partiu.
Um dia sentiu saudades da casa paterna e do amor do pai, mas
agora não tinha mais coragem e nem ânimo para percorrer
o caminho de volta, e um belo dia pensou estar sonhando quando
o Pai veio procurá-lo. Eis então o motivo da nossa
alegria: Deus veio ao nosso encontro em seu Filho Jesus Cristo.
Portanto, o cristão deve sempre irradiar esta alegria
na vivência de sua fé, não tanto na prática
religiosa, mas no quotidiano da vida na relação
com Deus e com os irmãos.
Quando ouvimos e acolhemos este anúncio da boa Nova do
Evangelho, e nasce em nós o desejo sincero de moldar à
nossa vida às verdades proclamadas pelo santo Evangelho,
é normal que nos questionemos; “o que devemos fazer?”.
Ás vezes o homem do nosso tempo prefere fechar o coração
aos apelos do evangelho, diante do qual se mantém indiferente.
João Batista, o precursor de Jesus, líder religioso
às avessas, que rompeu com as estruturas da religião
oficial indo fazer a sua pregação no deserto, não
tinha a intenção de formar uma nova seita, embora
muitos dos seus ouvintes assim o entenderam.
O que na verdade ele faz é dar uma resposta concreta aos
que o questionavam, pois a verdadeira religião nunca nos
leva ao comodismo, mas sim a um questionamento: ”O que devemos
fazer?”.
A resposta de João é uma só, cada pessoa,
na sua profissão, na sua classe social, na sua comunidade,
enfim onde estiver, se quiser corresponder ao reino de Deus, só
deverá fazer uma coisa: Estabelecer relações
novas com o próximo tendo como único critério
a justiça, pois, sem isso, qualquer prática religiosa
torna-se vazia e sem nenhum sentido. E podemos aumentar essa relação
de categorias de pessoas que procuram por João ansiosos
por corresponderem ao chamado à santidade - e nós
políticos, e nós legisladores, e nós governantes,
e nós sindicalistas, e nós comerciantes e empresários,
e nós trabalhadores ou aposentados, e nós jovens,
pais e mães, filhos, e a lista é interminável,
certamente não vamos nos esquecer da nossa - O que devemos
fazer?
Acreditamos que podemos mudar a nossa vida diante do evangelho
ou achamos que o mal não tem cura?
João afirma categoricamente que virá alguém
muito mais forte que ele, que irá fazer uma limpeza em
nosso coração, vai conservar o que é bom,
mas a palha, isso é, o mal será queimado no fogo
que não se apaga. Então, se buscarmos de coração
sincero o Reino de Deus, e abrirmos o nosso coração
ao Senhor, a sua graça e salvação realizará
em nós aquilo que parece impossível, nos purificará
em seu amor e nos fará santos e santas de Deus. E deste
modo, com o coração purificado devemos sempre irradiar
esse amor e essa alegria como exorta São Paulo –
alegrai-vos sempre no Senhor e que a vossa bondade seja conhecida
de todos os homens! Afinal, filho de peixe peixinho é.
Diácono José
da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
10.12.2006
- 2º DOMINGO DO ADVENTO
A SALVAÇÃO É OFERTA DE DEUS PARA TODOS
(coloque o cursor sobre os textos em azul
abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Caríssimos irmãos e irmãs!
Celebrar a Eucaristia é reviver a presença de Deus
que é Pai libertador, que salva em Cristo Jesus. A comunidade
cristã que celebra o memorial da morte e ressurreição
de Cristo é convidada ao discernimento: só o amor
dinâmico que conduz à prática da soli-dariedade
e da justiça é capaz de atualizar a vinda de Jesus.
Com fé e alegria, cantemos a Glória do Senhor!
SALMO RESPONSORIAL (Sl 125
(126):
- "Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos
de alegria!"
SEGUNDA LEITURA (Fl 1,4-6.8-11):
- "Esta leitura mostra uma comunidade unida
no amor que faz crescer em nós a boa obra iniciada por Deus.
Que gestos de solidariedade poderão marcar nossa preparação
para o Natal?"
“TODOS VERÃO
A SALVAÇÃO”
A afirmativa que conclui esse evangelho de São Lucas nesse
segundo domingo do advento é exatamente o tema dessa liturgia:
“E todas as pessoas verão a salvação
de Deus”. Em nossa limitada visão sempre pensamos
que apenas aquelas pessoas religiosas, os cristãos praticantes,
os que aderiram a alguma igreja é que verão a salvação
trazida por Jesus.
Apenas os que freqüentam, os que rezam, os que vão
aos templos louvar e meditar a santa palavra, os que ofertam dízimo,
os que se comprometem com a igreja, somente esses é que
fazem parte da elite casta que verá a salvação
de Deus. Levamos isso tão a sério que para nós,
ser convertido é ter uma postura religiosa e participar
da comunidade.
Entretanto, o evangelho afirma com todas as letras que “todas
as pessoas verão a salvação de Deus”.
É bem verdade que há muita gente “afundada”
no mal, será que Deus não conhece as pessoas? Talvez
achamos impossível que aquele nosso vizinho ou parente
se salve... E isso é mesmo verdade, há pessoas que
nessa vida fizeram consciente ou inconscientemente uma opção
pelo mal.
Quem vive em função do mal perde de início
a sua liberdade e passa a viver na tristeza e no luto em uma total
desolação, como a Jerusalém abatida pela
dor dos filhos exilados, ninguém poderia mudar a sorte
de Jerusalém e do seu povo, restava a dor, a lamentação
e nada mais.
As pessoas que julgamos perdidas e irrecuperáveis, aquele
parente, aquele vizinho, divorciado, o adúltero, o drogado,
a prostituída, o corrupto, os desonestos e todas as demais
categorias as quais julgamos que nunca chegarão perto de
Deus, estão nessa situação, estagnadas no
mal e sem nenhuma perspectiva futurista. A humanidade antes de
Jesus estava assim, a parece que hoje o quadro não é
muito diferente.
Pois bem, é nessa cidade arrasada pela dor e o luto, é
nessa pessoa amargurada e abatida pelo mal e o desânimo,
que o Senhor Nosso Deus irá manifestar a sua glória
e esplendor, porque no seu grandioso amor jamais ele ficará
indiferente diante do homem dominado pelo mal, com o coração
cheio de abismos e barreiras do egoísmo que se erguem como
instransponíveis montanhas. “Não consigo perdoar,
não consigo amar, não consigo ser misericordioso,
não consigo me livrar dessa mágoa e ressentimento...”
essas expressões confirmam bem o que é o coração
humano dominado pelo mal.
Então a primeira leitura nos traz essa palavra libertadora
e consoladora, em Jesus Salvador, nosso Deus virá como
uma gigantesca máquina de terraplenagem, aplainará
os abismos e removerá as montanhas do nosso coração,
tirará de nós a dor e o luto de uma esperança
morta e em nós irá manifestar o seu esplendor e
glória, a iniciativa é dele que irá transformar
o íntimo do homem oferecendo-lhe a salvação.
Os ódios e os ressentimentos que muitas vezes carregamos
a vida inteira, e que não conseguimos tirar do coração,
não são obstáculos para Deus, com a sua graça,
poder e força, tornará reto o coração
dos maus que praticam a iniqüidade.
A obra da salvação não é uma história
da carochinha, ou uma lenda que alguém inventou, pois,
Jesus de Nazaré, portador dessa salvação,
é um homem histórico, inserido em um contexto sócio-político
e econômico, razão porque, nas primeiras linhas deste
evangelho, Lucas focaliza a missão de João Batista
o Precursor, em contexto histórico e geográfico
bem definido: “No Décimo quinto ano do Império
de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era
governador da Judéia... a palavra de Deus foi dirigida
a João, o filho de Zacarias, no deserto”
A conclusão do evangelho desemboca na temática
inicial: não há no coração do homem
nenhum abismo ou obstáculo que o impeça de conhecer
Deus nessa vida e a conversão, nesse caso, é apenas
a resposta que damos a esse Deus fantástico que em Cristo
Jesus nos alcança a todos, até mesmo aquelas pessoas
que julgávamos impossível ter sua experiência
com Deus. Com o seu poder e a sua graça Ele nos atrai a
uma vida de comunhão com Ele, independente de nossas obras
ou decisões.
Então a figura de João Batista evoca-nos a missão
que recebemos no batismo, de sermos os anunciadores dessa verdade,
os porta vozes da esperança e salvação para
quem se sente perdido nessa vida. Mas para que o nosso anúncio
tenha credibilidade é necessário que o nosso modo
de viver seja diferente do modo proposto pelo mundo. Nosso deserto
é a comunidade onde devemos sempre crescer no amor e na
comunhão fraterna e tendo cada vez mais conhecimento desta
verdade proclamada, sabermos discernir o que é melhor,
dando os frutos da justiça que vem de Jesus e que o mundo
tanto precisa, como exorta o apóstolo Paulo na segunda
leitura.
A Igreja é portanto o Sacramento vivo da Salvação,
é nela e por ela que Deus irá manifestar a Salvação
a todos os homens e se hoje o mundo ainda não conhece essa
verdade, a culpa é unicamente de nós cristãos
batizados que podemos até anunciar, mas ainda não
vivemos essa salvação em nossa vida.
Diácono José
da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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