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GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL

Colaboração do Diácono José da Cruz

Índice desta página:
. Evangelho de 16/03/2008 - Domingo de Ramos
. Evangelho de 09/03/2008 - 5º Domingo da Quaresma
. Evangelho de 02/03/2008 - 4º Domingo da Quaresma

ATENÇÃO:

Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página
"A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos,
colocando o cursor sobre os textos em azul.
A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!



16.03.2008
DOMINGO DE RAMOS

__ “Este é o profeta Jesus de Nazaré da Galiléia” __

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! A Campanha da Fraternidade apresenta um grande desafio para o cristão deste início de novo milênio: lutar em defesa do valor da vida, do direito à vida, desde o seio materno até o último suspiro. Numa sociedade onde a violência impera como dona da vida, é fácil entender o grau de insegurança a que chegamos. Cabe ao cristão hoje, mais do que nunca, lutar em defesa da vida, anunciar o valor da vida, rezar pela defesa da vida, dar testemunho do respeito à vida; enfim, servir à vida em cumprimento do primeiro dos mandamentos do Senhor. Que a Solene Procissão dos Ramos e a Paixão do Senhor nos estimule e convença a oferecermos nossos sentidos e dons para que o Senhor fale através de nossas vidas.

SALMO RESPONSORIAL Sl 20(21): - "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?"

SEGUNDA LEITURA (Fl 2,6-11): - "Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome!"

EVANGELHO (Mt 21,1-11): - "Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia!"


“Jesus é condenado à morte”

Na Semana Santa se faz a memória dos últimos dias do ministério de Jesus. Após cerca de três anos de ministério nas regiões gentílicas da Galiléia e territórios vizinhos, Jesus dirige-se a Jerusalém, para ali fazer seu anúncio libertador. A ocasião escolhida por Jesus é a da festa da Páscoa judaica, que congrega grande número de fiéis vindos de diversas regiões. Pelos conflitos já ocorridos na Galiléia, Jesus tem consciência de que agora, em Jerusalém, seu confronto com os dirigentes religiosos da Judéia, sediados no Templo, será fatal. Mas ele não abre mão de sua liberdade de levar o anúncio de seu projeto de vida ao grande número de peregrinos que aí vão para a festa. É a coerência e fidelidade ao projeto do Pai, que Paulo chama de "obediência" (segunda leitura).

Nestes últimos dias, sucedem-se a ceia da partilha, a traição de Judas, as omissões dos discípulos, a prisão, o julgamento sumário, as torturas, a crucifixão, a morte e a sepultura de Jesus. Da parte dos dirigentes religiosos, Jesus encontrou rejeição absoluta, pois consideravam-se ameaçados em seus privilégios pela prática de Jesus. Da parte dos discípulos, Jesus não encontrou plena compreensão. A ideologia do poder em que tinham sido formados não seria removida de imediato por Jesus. Só após a sua morte, com o dom do Espírito, é que irão percebendo o pleno sentido da eternidade e da divindade de Jesus.

Após a morte de Jesus, seu sofrimento foi interpretado nos moldes do "servo sofredor" descrito pelo profeta Isaías (primeira leitura). Criou-se uma tradição da Paixão, segundo a qual o sofrimento é aceito como parte do plano redentor de Deus. Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi dedicada à libertação dos sofredores e oprimidos. Em conseqüência, foi perseguido até à morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias, que até cooptam pessoas como Judas. A execução de Jesus o revela com clareza.


09.03.2008
5º DOMINGO DA QUARESMA

__ “PALAVRA DE DEUS ESPERANÇA DE VIDA” __

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Partindo da experiência do quanto é precária a vida, vemos na Sagrada Escritura a descoberta de um Deus vivo como fonte, plenitude e defesa de toda a vida. Em Ezequiel, vemos mais que uma restauração, é um nova criação, pois o Espírito que vem do alto anima um coração novo, todo dirigido a Deus e à sua aliança. A ressurreição de Lázaro simboliza o Batismo, pois diante da voz da Igreja, caem as amarras do pecado. E também é sinal de nova vida, pois é um anúncio da ressurreição. E assim, diante do cumprimento das promessas passadas, ao cristão resta viver segundo o Espírito uma existência nova, onde se morre para o pecado, mas se vive para Deus. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!

SALMO RESPONSORIAL Sl 130(129): - "No Senhor, toda graça e redenção!"

SEGUNDA LEITURA (Rm 8, 8-11): - "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo!"

EVANGELHO (Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45): - "Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela!"


“A morte e a ressurreição de Lázaro”

O evangelista João nos apresenta a ressurreição como sendo a vida comunicada por Jesus, em seu amor, a todo aquele que, crendo nele, faz a vontade do Pai. "Eu sou a ressurreição e a vida... todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais..."
A narrativa envolve Jesus, Lázaro, Maria e Marta. É a representação da comunidade unida a Jesus. Aquele que crê em Jesus e acolhe seu amor, não está morto mas é resgatado para a vida. As categorias escatológicas do morrer e ressuscitar (primeira leitura) deixam de ser uma realidade do último dia. Passam a ser uma realidade atual. Jesus é, na história, a ressurreição e a vida.
Este texto contém elementos da primitiva catequese batismal. Na teologia paulina (segunda leitura; cf. Rm 6), pelo ato de fé, no batismo, morremos com Cristo para viver como ressuscitados em Cristo. Na perspectiva do batismo de João, assumido por Jesus, pela conversão, na prática da justiça, da fraternidade e do amor, já vivemos como ressuscitados.
A vida comunicada por Jesus aos homens e mulheres que fazem a vontade do Pai é a participação na vida divina e eterna, vencendo a morte.

Jesus e a morte da humanidade

A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal do quarto evangelho. A função dos sinais é levar as pessoas a tomar partido: a favor de Jesus e da vida ou contra ele e a favor da morte. De fato, Marta crê que Jesus é a Ressurreição e a Vida (vv. 25-27), ao passo que as autoridades político-religiosas dos judeus declaram a morte de Jesus (v. 45ss). A ressurreição de Lázaro é também o ponto alto da catequese batismal das primeiras comunidades cristãs. Esse episódio pretende conduzir as pessoas à profissão de fé em Jesus-Vida.

O episódio é o sétimo sinal, o mais importante, e situa-se no contexto da festa da Dedicação, na qual eram lidos textos do AT que falavam da ação de Javé-Pastor. Nesse sentido, o defunto Lázaro é a ovelha que ouve a voz do Pastor e sai para fora, para a vida. A ressurreição de Lázaro é apenas um sinal que aponta para uma realidade maior e mais profunda: a vitória de Jesus sobre a morte e sua glorificação. Este é o sentido do v. 4: “Esta doença não é para a morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”.

Lázaro, Marta e Maria são a própria humanidade envolta em situações de morte. A doença dele é a doença do mundo; suas amarras (v. 44) são as amarras de todas as pessoas impossibilitadas de andar e viver (perda da liberdade que gera opressão política). E para todos eles Jesus dá a mesma ordem: “Desamarrem-no e deixem que ele ande”. Marta e Maria recordam o sofrimento, esperança e fé dos sofredores de ontem e de hoje. E Betânia é toda comunidade com suas esperanças e temores de que a morte tenha a última palavra sobre nossas vidas.

a. Amor gera confiança… (vv. 1-16)

Entre Jesus, Lázaro, Marta e Maria, isto é, entre Jesus e a comunidade cristã, e entre os membros da comunidade, vigoram relações de amor e fraternidade. Maria era aquela que ungiu o Senhor com perfume e que tinha enxugado os pés dele com seus cabelos (v. 2). Ungir com perfume é gesto de amor. Além disso, o texto sublinha que Lázaro é amigo de Jesus (v. 3) e vice-versa. Amor gera confiança e solidariedade em situações difíceis. (Notar como nesses versículos iniciais se insiste nas palavras amor, amizade, irmão/irmã.)

A doença que provocou a morte de Lázaro não é sinal de que Jesus não ame a humanidade. Para ele, a doença que conduz à morte é de outro tipo: trata-se do pecado, da adesão a um arranjo social injusto (cf. 5,14: “Não peque de novo, para que não lhe aconteça alguma coisa pior”). Jesus não livra somente da morte física. Ao contrário, dá-lhe novo sentido. Assim, os que crêem não têm motivos para temer a morte.

A relação de amor culmina na Hora de Jesus. Nesse sentido, a ressurreição de Lázaro é apenas um sinal que aponta para a realidade profunda do evangelho, isto é, para a revelação de que a morte-ressurreição de Jesus é a prova maior do amor que Deus tem pelos seus. É por isso que Jesus tem coragem de voltar à Judéia, fato ao qual os discípulos se opõem, com medo de que ele seja morto. Jesus vai à Judéia a fim de ressuscitar seu amigo. Isso acarretará a morte de Jesus, a expressão máxima de sua solidariedade com os sofrimentos humanos. Mas o Pai o ressuscitará, e sua ressurreição é a prova definitiva de que a vida vence a morte.

À coragem de Jesus opõe-se o medo dos discípulos (v. 8), que relutam em aceitar o projeto de Deus. Na pessoa de Tomé, decidem ir ao encontro da morte (v. 16), pois não entendem que, para o Mestre, a morte é apenas sono (vv. 11-12).

Jesus é a luz. Se alguém caminha de dia, não tropeça. Mas quem caminha de noite tropeça, porque não há luz nele (v. 9). Essa afirmação de Jesus recorda toda sua atividade libertadora iniciada em Caná da Galiléia (cap. 2), onde realizou o primeiro de seus sinais. O dia de Jesus inicia-se em Caná e termina com a ressurreição de Lázaro. Depois disso começa a “noite”, isto é, o tempo dos tropeços: os discípulos caem, as autoridades matam Jesus… O dia recomeça definitivamente na manhã da ressurreição… Jesus se alegra por causa disso, pois o contraste entre morte e alegria já prenuncia a vitória do Ressuscitado.

b. …que gera fé em Jesus, Ressurreição e Vida… (vv. 17-27)

Jesus chegou a Betânia quatro dias após a morte do amigo. Para o povo da Bíblia, o quarto dia após a morte significa a perda total de esperança. O diálogo de Jesus com Marta manifesta a precariedade da esperança, pois ela crê apenas que seu irmão vai ressuscitar no último dia, de acordo com a crença daquele tempo. Contudo, Marta é mais forte que a irmã, pois esta fica sentada em casa (v. 20), ao passo que a outra sai de casa (do ambiente de desespero) e toma a iniciativa de dialogar com Jesus.

Jesus convida Marta a crescer na fé. Para ela, teria sido necessária a presença física de Jesus para evitar a morte do irmão (v. 21), e ela interpreta as palavras do Mestre em termos de ressurreição no final dos tempos (v. 24).

O texto apresenta duas formas contrastantes de se solidarizar diante da morte. Em primeiro lugar, a solidariedade dos amigos e vizinhos (v. 19), que vão à casa das irmãs para dar pêsames e fazer lamentações em altos brados, símbolo do desespero. Em segundo lugar, a solidariedade de Jesus. Ele não entra nesse ambiente dominado pelo desespero.

Fica fora e chama para fora, porque traz do Pai a forma perfeita de solidariedade: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que esteja morto, vai viver! E todo aquele que vive e crê em mim não ficará morto para sempre” (vv. 25-26). Marta é convidada à fé madura, passando da presença física à adesão à pessoa de Jesus. Esse processo, contudo, é gradual e lento (cf. v. 40).

c. …que faz passar da morte à vida (vv. 28-44)

Marta deu provas de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo (v. 27), e testemunha isso à irmã sem esperança. Os que são dominados pelo desespero crêem que Maria estivesse indo ao túmulo para chorar (v. 31), mas ela foi para o lugar onde estava Jesus (v. 32a). Maria ainda pensa à semelhança de sua irmã, antes que esta declarasse sua fé em Jesus Ressurreição e Vida (v. 32b). Maria chora, e seu choro é acompanhado pelos judeus que com ela estavam (note-se que não se fala do choro de Marta!). Jesus também se comove (vv. 33.38), mas seu choro não é marcado pelo desespero. É um choro de solidariedade com os sofrimentos humanos. A casa do luto e desespero ficou vazia. O que virá?

Jesus manda tirar a pedra do túmulo, apesar de Marta lhe recordar que não há mais esperança (v. 39). Ela e todos os que aderem a Jesus são chamados a ler os sinais em profundidade: “Eu digo isso por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste” (v. 42; cf. v. 45 e leia 20,31).

Lázaro, ao apelo de Jesus, sai do túmulo de braços e pernas amarrados (v. 44a). São as amarras que impedem as pessoas de ser livres e viver. Jesus ordena que os presentes o desamarrem e o deixem ir (v. 44b). Para onde terá ido? Só descobriremos o rumo que ele tomou se lermos o fato na profundidade da fé.


02.03.2008
4º DOMINGO DA QUARESMA

__ “Dá-me de beber” __

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! A água, a luz e também a escuridão são símbolos fundamentais da vida humana e da reflexão religiosa. A criação da luz no Gênesis separa as trevas da luz, oferecendo assim um mundo habitável. Na plenitude dos tempos, a Palavra veio habitar no meio de nós. É o Filho do Deus invisível que se torna humano e nos dá a conhecer o Pai e com este nos envia o Espírito Santo, nossa luz que não se apaga. A luz do Batismo afasta o mal e nos faz participantes da ressurreição. Muito mais que descermos à fonte de Siloé, no batismo ressurgimos com o Senhor. A partir daí temos nosso compromisso de viver iluminados, isto é nos comportarmos como filhos da luz. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!

SALMO RESPONSORIAL Sl 23(22): - "O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma!"

SEGUNDA LEITURA (Ef 5, 8-14): - "Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá!"

EVANGELHO (Jo 9,1.6-9.13-17.34-38): - "Jesus disse: Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, afim de que os que não vêem, vejam, e os que vêem se tornem cegos!"


ATENÇÃO: VÍDEO CEDIDO GRACIOSAMENTE PELA REDE CANÇÃO NOVA

“A cegueira espiritual”

Uma das principais características do evangelho de João são seus longos diálogos carregados de simbolismo, que se desenvolvem a partir de cenas expressivas que suscitam interrogações.

O núcleo do diálogo de hoje é a acolhida à revelação de Jesus, enfatizada pelo contraste entre o "ver" e o "cego". Os fariseus continuam cegos e expulsam da sinagoga aquele que vê. Há aqui uma alusão do evangelista ao fato de os judeu-cristãos terem sido expulsos das sinagogas a cerca do ano 80.

Aqueles que na Lei de Israel acham que vêem tudo, na realidade, como cegos, não vêem a novidade da luz de Jesus. A luz é a bondade, a justiça e a verdade, que, brilhando, denunciam as obras das trevas (segunda leitura).

A primeira leitura exalta a figura de Davi, na sua escolha para a realeza, com destaque à sua "aparência formosa". Contudo, no anúncio de Jesus, encontra-se a rejeição ao centralismo de poder político e religioso e à opressão que tem raízes na tradição da realeza davídica.




QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!    Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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