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GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL

Colaboração do Diácono José da Cruz

Índice desta página:
. Evangelho de 06/04/2008 - 3º Domingo de Páscoa
. Evangelho de 30/03/2008 - 2º Domingo de Páscoa
. Evangelho de 23/03/2008 - Domingo de Páscoa

ATENÇÃO:

Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página
"A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos,
colocando o cursor sobre os textos em azul.
A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!



06.04.2008
3º DOMINGO DE PÁSCOA

__ “Os discípulos de Jesus” __

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Rezemos juntos: Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!

PRIMEIRA LEITURA (Atos dos Apóstolos 2,14.22-33): - "Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas!"

SALMO RESPONSORIAL (Salmos 15): - "Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto de vós felicidade sem limites!"

SEGUNDA LEITURA (1º Pedro 1,17-21): - "Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus!"

EVANGELHO (Lucas 24,13-35): - "Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?"


“Os discípulos de Jesus”

Nhá Maria era uma senhora bem pobre que gostava muito de vir em nossa casa para receber alguma ajuda. Naquele tempo, o pedinte não era um estranho que causava medo e insegurança como hoje, e nós a acolhíamos na mesa da refeição, porque jamais minha mãe permitia que ela ficasse na porta ou na calçada, um filho de Deus tem que sentar-se á mesa, nos dizia sempre.

Claro que os tempos eram outros e ninguém pensava em seqüestro ou assalto. Depois de ouvi-la atentamente, a conversa sempre terminava com a frase tão batida lá em casa, “Se for da vontade de Deus, tudo vai melhorar e dar certo”, que minha mãe dizia, enquanto preparava um cafezinho fresco que a Nhá Maria tomava antes de ir embora, toda agradecida.

Este evangelho mostra algo que hoje não se pratica muito em nossas relações: ouvir as pessoas, caminhar com elas, saber como está a vida,o que andam pensando ou sonhando, ou porque andam tristes. Passamos de carro, sempre apressados, e no máximo fazemos um aceno ou buzinamos para os conhecidos.

O caminhante que se junta aos dois peregrinos age diferente, percebe que estão tristes e desanimados, se junta a eles, quer saber o que aconteceu, qual a causa da tristeza, ouve com atenção e somente depois falou, não deixou suas inquietações sem uma resposta, não terminou a prosa com aquele jeito resignado “fazer o que, a vida é assim mesmo...” Como muitas vezes encerramos nossa conversa com alguém que está sofrendo ou desanimado.

É bem verdade que os censurou por serem tão lerdos na compreensão da escritura antiga, mas a conversa foi agradável, marcada pela ternura, pois não se pode anunciar o evangelho com gestos bruscos e cara feia, como se quisesse dar uma lição de moral em quem ouve, isso é perda de tempo! O texto não deixa dúvidas quanto a isso, seus corações ficaram abrasados, enquanto Jesus lhes falava, levando-os a descoberta de algo novo, o sofrimento faz parte da vida, mas não é a última palavra.

Considerando-se a intencionalidade do autor, o texto trata de uma celebração eucarística, com duas partes bem distintas: a Palavra e a Eucaristia. Vivemos um tempo histórico diferente do que viveram esses discípulos, porém a situação é quase a mesma, achamos difícil perceber a presença do Senhor em meio a um quadro muitas vezes tão desolador, e a história de Emaús, mais parece uma bela lembrança. Eis uma fé distorcida e fragilizada como a dos dois discípulos peregrinos! No coração do Cristão, Jesus Ressuscitado na maioria das vezes é alguém distante de nossa vida e de nossos problemas, parece que o Jesus da história é um e o Jesus da Salvação é outro,

Pois o evangelho desse domingo, belíssimo por sinal, nos mostra que na comunidade, em cada celebração a história se repete o Senhor nos questiona sobre o que estamos falando pelo caminho desta vida, em que acreditamos, quais são nossas aspirações, o que queremos ver realizado. A palavra que celebramos nos fala da vida de Jesus e de nossa vida também, ela nos encoraja porque penetra em nosso coração, não se restringindo a um mero ritual.

Uma caminhada, uma prosa saudável e edificante, fortalecedora e motivadora, não tem coisa melhor neste mundo, assim é que Jesus vem ao nosso encontro em cada domingo. A palavra de Jesus que caminha com eles, não é conversa fiada, lamentação e choramingos, porque as coisas não vão bem, em casa, na comunidade, no trabalho ou na política, Jesus é alguém diferente, que encontrou um sentido novo e sua palavra renovadora, fortalecedora é revigorante, porque nos faz dar a volta por cima, aos seus discípulos de ontem e de hoje, ele vem confirmar o seu projeto de salvação, anunciando que a morte e a força do mal, não têm nenhum poder sobre o Reino que ele instalou no meio dos homens.

E depois de uma boa conversa, em uma mesa de refeição, Cleofas e seu amigo de caminhada sentem que não podem mais viver sem aquele homem, e o acolhem no coração, quando o conhecem ao partir o pão, onde o Senhor partilha com eles seus sonhos e projetos de vida, que ajudam a construir o reino novo.

Não tenhamos medo de percorrer o caminho de Emaús, onde levamos, é verdade, nossos desânimos e fracassos, e diante da palavra que nos aquece o coração, manifestemos o desejo de que o Senhor fique sempre conosco, “Fica conosco Senhor pois é tarde, e a noite vem chegando”. E no pão que se parte e reparte, nos fortalecemos, e voltamos com pressa á nossa comunidade, onde não há mais noite, mas na fé caminhamos com os irmãos e irmãs, diante da luz sempre reluzente que é o próprio Deus, presente em Cristo - Jesus!

José da Cruz - Diácono permanente da
Paróquia Nossa Senhora Consolata- Votorantim
jotacruz3051@gmail.com


30.03.2008
2º DOMINGO DE PÁSCOA

__ “Vimos o Senhor” __

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Rezemos juntos: Pai, abre todas as portas que me mantém fechado no medo e na insegurança, para que eu vá ao encontro do mundo a ser evangelizado. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!

SALMO RESPONSORIAL (Salmos 117): - "Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é a sua misericórdia!"

SEGUNDA LEITURA (1º Pedro 1,3-9): - "Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo!"

EVANGELHO (João 20,19-31): - "isse: Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!"


“Vimos o Senhor”

Uma boa pergunta, para entrar no clima desse evangelho, seria essa: será que sabemos declinar os nomes daquelas pessoas que faltaram na celebração do último domingo? Será que as conhecemos, sabemos onde moram e por que não vieram?

Nas grandes comunidades de nossas metrópoles isso é quase impossível, mas nas pequenas comunidades as pessoas se conhecem mais e tem uma convivência mais consistente, a ponto de podermos presenciar o testemunho, como o da Dona Maria, que em certo domingo, após a celebração, saiu as pressas para visitar uma das comadres “Ela não é de faltar, vou na casa dela para falar dessa maravilhosa celebração, saber o que aconteceu, e se precisa de alguma ajuda”

Naquele domingo, Dia do Senhor, Tomé faltou na celebração, o evangelista não informa o por que, as pessoas tem suas razões, seus motivos e não podem ser julgadas por não estarem presentes. A comunidade estava ainda muito tímida, se reunindo de portas fechadas, por medo dos Judeus, com muitas dúvidas e incertezas no coração sobre o seu futuro. Não muito diferente das pequenas comunidades de hoje, que ás vezes se preocupa muito com a quantidade de membros participantes, não se dando conta de que o que realmente importa, é a qualidade, isso talvez explique o surgimento de tantas comunidades alternativas, formadas por leigos que querem viver mais profundamente a comunhão de vida.

Observe-se porém, que qualidade não se refere à questão de uma vida moral, pois sob esse aspecto não há comunidade perfeita, mas uma qualidade nos padrões do evangelho, que se reflita em uma comunhão de vida, amizade, convivência, solidariedade, em uma estima e uma relação fraterna, que supera as paredes da igreja templo.

Com medo, inseguros, mas unidos na Fé e em perfeita comunhão, assim nos é apresentada a comunidade primitiva onde o Ressuscitado se manifesta, trazendo o Shalon da Paz e as marcas visíveis da paixão, prova irrefutável do amor pelos seus. Os discípulos se alegraram ao verem o Senhor, pois quando a comunhão se torna completa porque o Senhor está ali, o sopro do seu Espírito os recria. Essa presença misteriosa de Jesus em nossas comunidades, também hoje nos renova e fortalece, transformando nosso medo em coragem, a nossa dor e tristeza em alegria, o desânimo em entusiasmo, superamos as dificuldades, as nossas fraquezas, porque ele, o próprio Cristo vai à nossa frente, conduzindo a sua Igreja há três milênios da nossa História, onde nem mesmo os erros e pecados da própria Igreja conseguiram impedir que o Reino de Deus avançasse em sua peregrinação por este mundo, rumo a plenitude, “As portas do Inferno não prevalecerão contra ela”, palavra do próprio Jesus, explicitando que nenhuma manifestação do Mal, de dentro ou fora da Igreja, irá prevalecer sobre ela, impedindo-a de realizar a sua missão de anunciar o Reino, inaugurado por Jesus.

E naquele dia, segundo a narrativa de João, os discípulos saíram da celebração encantados, tocados pela palavra de Jesus e da sua presença grandiosa, vivificante e renovadora. Mas, e o irmão Tomé, o que houve com ele, por que não tinha comparecido? Eles notaram a sua ausência.

“Nossa, como as pessoas desanimam fácil...Aquele ali é turista, vem de vez em quando...Aquela outra só vem em missa de sétimo dia ou batizado...E aquele ali, que só vem na missa do Padre Fulano....Ah ele não veio porque amanheceu na “gandaia” e não tem fé, como nós...” Como é fácil julgar e condenar as pessoas que não vêm na celebração! As más línguas não perdoam...

Os discípulos não mandaram recado, não fizeram cobrança e nem ficaram “espinafrando” Tomé, mas fizeram coisa bem melhor, indo até a casa dele, como fez a Dona Maria, de quem lhes falei, para anunciar a maravilhosa experiência que tiveram com Jesus no encontro dominical: “Vimos o Senhor!” E então aconteceu o imprevisível. Tomé não acreditou que o Senhor apareceu a eles. Que ducha de água fria, quando em nosso anúncio nos deparamos com alguém que não acredita! Achamos que é uma perda de tempo anunciar o evangelho em certos ambientes, achamos que é gastar boa vela com mau defunto. Não sabemos o desfecho da conversa, nem como terminou a visita à Tome, mas certamente os irmãos o incentivaram a comparecer, foram compreensivos, pois se o tivessem ofendido, taxando-o de desaforado pela falta de fé, certamente Tomé seria mais um a mudar de religião.

Assim, o evangelho mostra a história de uma comunidade que resgatou alguém fragilizado na fé, integrando-o à vida de comunhão, onde não só ele viu e tocou no Senhor, como testemunhou publicamente a sua Fé, quando se prostrou exclamando contrito “Meu Senhor e meu DEUS!”.

Jesus é o único e verdadeiro Sacramento do Pai, na comunidade o ouvimos e tocamos nessa graça sacramental, e o nosso coração se enche de uma incontida alegria.Somos discípulos, mas também missionários do Pai, e os “Tomés” de nossas comunidades esperam por nós...

José da Cruz - Diácono permanente da
Paróquia Nossa Senhora Consolata- Votorantim
jotacruz3051@gmail.com


23.03.2008
DOMINGO DA PÁSCOA DO SENHOR

__ Realmente, o Senhor ressuscitou. __

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Hoje ressoa na Igreja o anúncio pascal: Cristo ressuscitou; ele vive para além da morte; é o Senhor dos vivos e dos mortos. Na “noite mais clara que o dia” a Palavra de Deus, que criou os céus e a terra e formou o homem à sua imagem e semelhança, chama a uma vida imortal o homem novo, Jesus de Nazaré, filho de Deus. Hoje entendemos a expressão: “homem novo”. Eis o homem verdadeiro, assim como Deus o concebeu desde toda a eternidade,é o homem fiel à vocação de homem. Aqui está nossa missão: sermos testemunhas da ressurreição perante o mundo. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!

SALMO RESPONSORIAL Sl 118(117): - "Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!"

SEGUNDA LEITURA (Cl 3, 1-4): - "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus!"

EVANGELHO (Jo 20,1-9): - "Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram!"


“Ressuscitou!”

A vida de Jesus foi uma doação de amor total aos que lhe estavam próximos e às multidões com as quais se comunicava. Os discípulos que com ele conviveram, desde o batismo de João até a crucifixão, tiveram uma experiência mais profunda deste amor. O próprio Jesus afirmou sua comunhão de amor e vida eterna com o Pai e revelou aos discípulos o caminho para esta comunhão. Após a crucifixão, com o amadurecimento da experiência que tiveram com Jesus, estes discípulos o reencontram "de pé" (anistêmi ou egeirô, colocar-se de pé; traduzido por ressuscitar), enviando-os em missão.

Entre as primeiras comunidades de discípulos circulavam duas tradições. Segundo uma delas, após a crucifixão, tendo Jesus sido sepultado no penúltimo dia da semana, seu túmulo foi encontrado vazio pelas mulheres que para aí se dirigiram ao amanhecer do segundo dia que se seguiu. Era sinal de que ele tinha se "levantado" ou ressuscitado. Conforme a outra tradição, após sua morte e sepultura, Jesus apareceu a alguns de seus discípulos.

O texto de hoje, do evangelho de João, apresenta a narrativa do encontro do túmulo vazio. Para o discípulo mais amado por Jesus, a ausência do corpo de Jesus não impediu que ele compreendesse que Jesus continuava presente entre eles. Pela experiência do amor vivido, ele creu. Pedro e os demais ainda não tinham compreendido o sentido da vida de Jesus. Seriam necessárias aparições em que Jesus "se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas designadas de antemão por Deus" (primeira leitura). Acreditar na ressurreição é crer no dom da vida eterna por graça de Deus. Este dom nos é concedido a partir da encarnação do Filho de Deus, na pessoa histórica de Jesus de Nazaré. Jesus, humano e divino, na sua vida terrena já vive a dimensão de eternidade, e nós, como ressuscitados, vivemos com ele (segunda leitura). Não é no sepulcro ou no passado que se procura Jesus. É hoje, com a sensibilidade que nos faz perceber a sua presença entre os pobres e excluídos.




QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!    Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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