GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono
José da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 12/10/2008 - 28º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 05/10/2008 - 27º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 28/09/2008 - 26º Domingo
do Tempo Comum
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BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!
12.10.2008
VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Este foi o início dos sinais de Jesus!”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Em 1773, nas águas do Rio Paraíba, foi encontrada
por pescadores, uma imagem de N. Sra. da Conceição.
Maria é figura eminente do Evangelho. É apresentada
como aquela que ouviu de maneira exemplar a palavra de Deus, como
a serva do Senhor que diz “sim” à sua palavra,
como a cheia de graça que de si mesma nada é, mas
que é tudo por bondade de Deus. Assim, ela é o modelo
original das pessoas que se abrem a Deus e se deixam enriquecer
por ele: eis o modelo original da comunidade que acredita. O significado
e a importância da devoção mariana estão
em sua capacidade de estabelecer a relação com Deus.
A piedade mariana só é existencial e pastoralmente
válida se estiver orientada para Jesus Cristo. Na entrega
generosa do nosso dízimo, vai nosso coração
agradecido ao Deus único e verdadeiro que não se cansa
de derramar em abundância seus dons sobre nós. Jubilosamente,
entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 45(44):
- "Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
que o Rei se encante com vossa beleza!"
SEGUNDA LEITURA (Ap 12, 1.5.13a15-16a):
- "Apareceu no céu um grande sinal:
uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e
sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas."
EVANGELHO (Jo 2, 1-11):
- "Fazei o que ele vos disser!"
- "APARECIDA E O VINHO NOVO!"
Pertencemos a uma sociedade sacudida pela violência,
diante da qual nos sentimos impotentes, onde predomina o sentimento
de insegurança e medo, a chacina de jovens e adolescentes
vai ganhando proporções alarmantes e assustadoras,
há por outro lado uma falta de perspectiva por parte dos
jovens, os escândalos de ordem moral, em instituições
consideradas inabaláveis, são denunciados a cada dia
pela grande mídia, e por esses dias, a “quebra financeira”
de uma economia sólida como os Estados Unidos, trouxe sérias
preocupações a economia mundial, por causa da globalização,
gerando angústia e desconforto em todos nós.
Na família, há centenas de casamentos
de curta duração, uniões ilegítimas
aumentam, desmantelam e desmoronam valores sagrados na ética
e na moral cristã, se de um lado a humanidade avança
em velocidade espantosa no mundo científico, tecnológico,
nas comunicações e informática, por outro,
as pessoas vão sendo acometidas de inúmeras enfermidades
orgânicas e psicossomáticas, as coisas boas e os acontecimentos
alegres duram pouco, e não conseguem nos livrar do peso das
forças do mal, que vão nos levando para o caos em
meio a desordem estabelecida.
Nem o fenômeno religioso consegue reverter
esse quadro, os templos suntuosos cada vez mais lotados, tomados
por uma multidão de coração vazio, que busca
muitas vezes na espiritualidade algo que ela não pode dar:
a solução de tantos problemas originados pelo pecado,
como o egoísmo, a luxúria, a proliferação
de falsas divindades que prometem vida, felicidade e liberdade,
e que arrebanham a cada dia novos adeptos, arrastados impiedosamente
para a desgraça e a morte, entre eles a Droga e a Prostituição,
uns dizem que já chegamos ao fundo do poço, outros
mais pessimistas, acham que o pior ainda não aconteceu. O
fato é que certa tristeza tem invadido o coração
do homem deste terceiro milênio.
Em uma sociedade assim, inquieta, insegura e temerosa,
traumatizada por tanta dor e sofrimento, marcada pela injustiça
e desigualdade, a V Conferência Geral do Episcopado
Latino Americano e do Caribe, realizada de 13 a 31 de maio
de 2007 em Aparecida, resgata o nosso papel de Discípulos
e Missionários de Jesus Cristo, fazendo um forte apelo para
que proclamemos aos homens a Verdade de Deus, revelada em Jesus
Cristo, porém, o que leva alguém a ser cristão
não é uma decisão ética ou uma grande
idéia, , mas sim um encontro com um acontecimento, com uma
pessoa: Jesus Cristo, que dá um novo horizonte à vida,
e com isso uma orientação decisiva de se viver bem,
vivendo em Deus. Foi essa a experiência dos primeiros discípulos,
que os evangelhos nos apresentam, um encontro de fé com a
pessoa de Jesus.
Neste dia de Nossa Senhora Aparecida –
Padroeira do Brasil, o evangelho das Bodas de Canã
é um convite a irmos ao encontro do único e verdadeiro
amor de nossas vidas, Maria aparece como a intercessora e mediadora,
aquela que sabendo olhar a necessidade dos irmãos, vai dizer
ao Filho que está faltando algo essencial para uma festa.
A devoção popular é citada
pelo documento de Aparecida, como um dos muitos elementos que propiciam
esse encontro pessoal com Jesus Cristo e nesse sentido, considerando-se
toda a história de Aparecida, desde o século XVIII,
podemos afirmar sem medo, que Maria nunca deixou faltar no coração
dos cristãos da América Latina, esse vinho novo da
graça de Deus.
O Deus dos cristãos continua obstinado em
seu amor pelos homens. Com a mediação de Maria, Jesus
oferece em nossos conturbados tempos, o Vinho novo, de incomparável
sabor, que não caiu do céu, mas surgiu a partir da
água da purificação, Jesus transforma a antiga
forma de se relacionar com Deus, no Judaísmo, em uma relação
nova, onde basta ao homem crer e abrir o seu coração
para esta graça que une para sempre Deus e o homem, solidificando
a comunhão um dia rompida, e pela qual Jesus pagou com a
vida ao morrer na cruz., descendo com o homem ao fundo do poço
para de lá resgatá-lo e libertá-lo, vitorioso
e ressuscitado, arrancando-o da vida sem graça, dominada
pela morte do pecado, e devolvendo-o ao paraíso, na condição
de Filhos e Filhas de Deus.
Esse processo de ressurreição é
dinâmico e acontece todo dia, hora e momento, o Cordeiro Santo,
Perfeito e Imaculado, se casa com a sua Igreja, tornando-a sem ruga
e sem mancha, de modo que nem os pecados da Igreja conseguem abalar
esta íntima comunhão.
Esse casamento de Deus com o homem, na encarnação
de Jesus, deverá ter um final feliz, porém, como povo
da Nova Aliança, não teremos uma segunda chance, quem
recusar esse amor e buscar os amores ilusórios e efêmeros,
nos amantes e deuses da Modernidade, sentirá um dia na pele
e no coração, a dor de ter perdido para sempre o autêntico
e verdadeiro amor de sua vida.
Somos essa Igreja, a noiva do Senhor, por quem
ele dá a vida, a espera da Lua de Mel, da Vida Eterna, para
a qual ele nos conduzirá. Por hora, só é preciso
uma coisa: FAZER TUDO O QUE ELE NOS DISSER, como
nos pede Maria, Mãe de Jesus, a primeira a experimentar a
delícia desse amor Divino.
Essa noiva das Bodas de Caná tem um rosto
e um nome, é você, sou eu, são todos os que
buscam a Deus em Jesus Cristo, é também o rosto de
cada homem, desfigurado pela tristeza do pecado, a espera desse
vinho da eterna alegria...
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
05.10.2008
VIGÉSIMO SÉTIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “O Reino de Deus vos será tirado!”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
O Senhor nosso Deus abandona a vinha que não produz frutos,
ela é confiada a outros “vinhateiros que lhe darão
os frutos a seu tempo”. Desse modo é indicada a tarefa
da Igreja depois da morte de Jesus. A Igreja é o novo povo
que tem a missão de frutificar. Por isso, tomou o lugar de
Israel – único povo de Deus no passado – porque
“a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra
angular”. Esta pedra é Jesus, que, rejeitado e crucificado,
agora ressuscitou, e se torna o fundamento estável sobre
o qual deverá apoiar-se toda construção futura.
Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 80(79):
- "A vinha do Senhor é a casa de Israel!"
SEGUNDA LEITURA (Fl 4, 6-9):
- "Não vos inquieteis com coisa alguma!"
EVANGELHO (Mt 21,33-43):
- "O Reino de Deus vos será tirado e
será entregue a um povo que produzirá frutos!"
- "OS FRUTOS DA VINHA!"
Recorro a lembranças da minha adolescência
ao iniciar esta reflexão, tínhamos no fundo do quintal
um belo caramanchão de maracujá que meu pai zelava
com carinho, lembro que as flores muito bonitas e perfumosas, pareciam
os cravos com que Jesus foi crucificado. Na época dos frutos
nos deliciávamos com o suco que era uma gostosura e isso
sem contar com a sombra fresca em dia de muito calor, onde tínhamos
um velho banco de madeira sendo o local preferido para um descanso
ou uma leitura.
Lendo esse evangelho e lembrando-se do meu pai,
nas manhãs de verão, cavocando, podando, fazendo limpeza
nas folhas do maracujeiro, reflito que é isso que Deus espera
de cada um a quem, através do seu Filho, confiou a missão
de cuidar do seu reino no meio dos homens. A liderança religiosa
daquele tempo se esquivava dessa missão, e ainda aproveitava-se
dela, para levar vantagem, isso é como se tivéssemos
no quintal um maracujeiro, que nos desse flores, folhas, sombra
e frutos, sem que lhe déssemos qualquer atenção.
Benefício sem dar nada em troca chama-se exploração.
É um pouco isso que acontece nos chamados
crimes ambientais, onde o homem explora a natureza, tira dela todo
lucro possível, e nada faz para restaurar a perda, daquilo
que consumiu. Jesus confiou à igreja a missão de anunciar,
e ser expressão do Reino de Deus, ele a arrendou, para que
todos os batizados tomassem conta dela, cuidassem com carinho e
produzisse os frutos que o mundo precisa.
A comunidade é essa vinha, como igreja ela
é sinal e expressão do reino de Deus, a parábola
fala que os vinhateiros homicidas, não só negaram
dar os frutos aos enviados pelo proprietário, como também
foram violentos para com eles, e quando acolheram acolherem o Filho,
o fizeram com a intenção de matá-lo para se
apossar da sua herança. “Em nossas comunidades cristãs,
não espancamos ninguém, e muito menos matamos quem
quer que seja” devem estar pensando os leitores, míngüem
na comunidade quer apossar-se de algo que pertence a outro. Será
que não?
Mas dá para se pensar que, matar alguém,
nem sempre significa por um fim a sua vida biológica, podemos
matar de muitas formas, desprezo, indiferença, preconceito,
divisões, intrigas, calúnias, falta de paciência,
compreensão, moralismo exagerado com os que erram. Deus confiou-nos
a Igreja para que, como aquele maracujeiro do fundo do meu quintal,
ela produza frutos doces, dê sombra, acolhendo e abrigando
as pessoas, exale o perfume do amor verdadeiro, da retidão
e da justiça, para que a comunidade seja um Oasis no meio
desse imenso deserto quente e íngreme, que às vezes
é a vida das pessoas, por conta de tantos fatores sociais,
econômicos e familiares.
Nesse sentido, olhando por esse ângulo, a
palavra de Deus nos questiona se em nossas comunidades as pessoas
saem saciadas e felizes. Será que, pertencer a comunidade
ou ir a nossas celebrações, é para as pessoas
motivo de alegria e prazer? E trazendo a reflexão em nível
pessoal, será que nós próprios somos uma videira
viçosa, onde as pessoas encontram abrigo e refúgio?
Nossos frutos são saborosos, as pessoas comentam sobre a
doçura deles, ou trazem um azedume que gera maledicência
e até reclamação?
Matar o Filho do Dono da vinha, é não
anunciá-lo, não testemunhá-lo, esquecer seus
ensinamentos e colocar em nossa vida outros valores e tendências
ditadas pelo egoísmo. Na sexta feira santa da paixão,
uma grande multidão sempre lota as igrejas e acompanha o
Cristo morto, a gente se pergunta por que, e nesse evangelho encontramos
a resposta, as vezes somos também meio homicidas e anunciamos
um Cristo morto, em nome da modernidade, da ciência, da tecnologia,
um Cristo morto pelo relativismo, em lugar de ser simples arrendatários
muitas vezes nos achamos donos da vinha que é a igreja, é
como se o cristianismo fosse apenas uma filosofia de vida, um pensamento
e uma ideologia muito bonita, mas que logo é sufocada pelas
ideologias que o mundo nos propõe.
O proprietário enviou servos para buscarem
os frutos que lhe pertencem, enviou seu próprio Filho que
veio para ser acolhido e nos ensinar como produzir os frutos. Estamos
em um aprendizado constante com a sua palavra e a eucaristia, temos
aulas práticas e o manual de como cuidar da Vinha, que é
a Palavra de Deus. Esforcemo-nos para corresponder, e não
deixemos que as pragas do pecado destruam ou torne inexpressiva
a Vinha do Senhor, pois disso, nós todos, enquanto povo de
Deus, iremos um dia prestar contas ao proprietário, que nos
confiou sua vinha, seu reino, plantado por Jesus no meio dos homens.
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
28.09.2008
VIGÉSIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Quando o ímpio se arrepende da maldade
que praticou, conserva a própria vida!” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Percebemos que a conversão não existe apenas para
os outros. Isto é, não são apenas as pessoas
que fizeram ou fazem algo que todos sabem que necessitam de perdão.
O arrependimento deve fazer parte da vida de todos. Se não
enxergarmos assim, corremos o risco de ouvirmos um dia o peso das
palavras do Senhor: “Os cobradores de impostos e as prostitutas
vão entrar antes de vós no Reino do céu.”
(Mt 21, 31b). Que a Palavra de Deus, no seu conjunto de livros,
a que chamamos de Bíblia, de Sagrada Escritura, seja a fonte
de inspiração, o livro de nossas mãos a moldar
nossos pensamentos, palavras e ações. Jubilosamente,
entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 25(24):
- "Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura
e compaixão!"
SEGUNDA LEITURA (Fl 2, 1-11):
- "Com humildade, cada um julgue que o outro
é mais importante, e não cuide somente do que é
seu, mas também do que é do outro!"
EVANGELHO (Mt 21,28-32):
- "Em verdade vos digo que os cobradores de
impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus!"
- "OS DOIS FILHOS!"
Há uma música muito bonita chamada
Filho Adotivo, onde o filho adotado atende e assiste o pai, na hora
de suas necessidades, fazendo aquilo que competia aos filhos legítimos
que não o fizeram, ou seja, sempre é de se esperar,
que o adotado nem sempre corresponda ao amor do pai, agindo com
sentimento de gratidão. Mateus escreve para as comunidades
de origem judaica e sempre que aparece em seu evangelho dois personagens
diferentes, aquele que posa de “bom moço”, mas
que no fundo é enganado, são pessoas que pertencem
ao judaísmo, a reflexão segue nessa linha, se Mateus
escrevesse a história do Filho adotivo, certamente ele seria
alguém de fora da comunidade e não o contrário.
O desejo de Deus é que todos os homens se
salvem. O seu projeto de vida nunca exclui ninguém, mas é
necessário que através de uma fé encarnada
na vida e na história, o homem lhe dê uma resposta
autêntica, pois em um primeiro momento, essa relação
com Deus foi marcada por uma ruptura, porque o homem optou em dizer
não, quando pecou, ao querer ser conhecedor do Bem e do Mal,
quando manifestou a vontade de fazer a sua própria história,
sem se importar com o que Deus pensava a respeito.
Israel é a nação escolhida,
a raça eleita, a quem Deus convida a caminhar junto com ele,
quando chama Abraão, o Pai da Fé, confirma o chamado
e a aliança em Isac e Jacó, manifesta a força
libertadora do seu amor através de Moisés, o amado
toma as dores da amada, humilhada, agredida, oprimida pelo Egito,
e depois, com o passar do tempo, manda recados de amor através
dos profetas, para que o povo não perdesse o rumo e a direção.
Deus nunca escondeu o seu projeto, ao contrário,
foi se revelando aos homens que abriram a ele o coração
e a vida, havia um trabalho a ser feito, algo a ser plantado, um
reino novo com novos horizontes de uma vida nova, é como
na relação de um casal de esposos, o amor deve ser
vivenciado em gestos concretos, Israel é na verdade esse
segundo Filho, que aceitou com entusiasmo ser o seu povo, o escolhido,
o amado, o predileto, “Eu serei o seu Deus, e Vós sereis
o meu povo” – Mas logo esse sistema religioso, centrado
na aliança, e que exigia fidelidade diante de um Deus que
ama e que caminha junto, se tornou um mero formalismo, perdendo
toda graça e o encanto.
Hoje há muitas igrejas cristãs onde
se diz SIM, na base do entusiasmo, da euforia, de uma conversão
milagrosa, ocorrida da noite para o dia, por conta de algum prodígio,
o SIM se torna fórmula mágica, quando no modo de se
viver a religião, nada se perde, mas tudo se ganha. O que
importa é participar do rito, sentir-se protegido por Deus,
na religião do SIM da euforia, sem raiz, sem maturidade,
o homem pode determinar e Deus cumpre, na religião do SIM
formal, sem exigência e compromisso com a ética, moral,
a liberdade, o respeito à vida e a busca da justiça,
o que vale é o SEJA FEITO Á NOSSA VONTADE, é
o homem poder tirar vantagem dessa “pseuda” relação
com Deus, por trás de uma instituição religiosa.
Israel, o Povo da Promessa e da Aliança,
enveredou por este caminho, da religião dos detalhes, das
formalidades, dos ritos purificatórios, dos preceitos, e
quando se faz o rito pelo rito, o coração vai perdendo
a esperança, a crença, sem compromisso com o chão
da história, vai se tornando monótona, vazia, sem
sentido. Deus é nosso, a salvação é
nossa, a Vida Eterna é nossa, e o Espírito Santo vai
e vem, conforme nossas ordens.
Não seria esse o modo de pensar do fenômeno
religioso da modernidade? Eis o grande perigo para nossa vida de
fé na comunidade: Dizer um SIM a Deus, ao seu projeto de
Vida, mas ter o coração distante, frio, algo como
que um casamento apenas no papel, ou o casamento da aparência,
onde marido e mulher dormem em quartos ou camas separadas, porque
não se suportam. Essa religião é coisa do Homem!
Já o primeiro Filho, aquele que disse NÃO,
acabou mudando de idéia e foi trabalhar na Vinha do Pai,
porque descobriu que a relação com ele, não
se fundamenta no formalismo, no contratual ou na obrigatoriedade,
no meramente ritual, mas sim no amor, que quer celebrar a vida,
onde o rito de gestos e palavras, nada mais é do que a expressão
dessa gratidão, que irrompe do fundo da alma humana, e sobe
a Deus em oferta agradável. Este Filho descobriu todo um
projeto de vida, onde a vocação para o amor, faz dele
alguém especial, que tem nos mandamentos do Senhor, não
preceitos moralistas marcados pelo rigorismo e pela ameaça
de um castigo, mas sim uma sinalização segura, a conduzir
o homem no rumo certo, dos braços de Deus, que o espera com
alegria, como o Pai esperou pelo Filho Pródigo em sua casa.
Nesse sentido, nós cristãos atuantes e membros da
Igreja, precisamos tomar cuidado, pois todos aqueles que rotulamos
como Filhos perdidos e ovelhas desgarradas, poderão nos preceder
no coração de Deus, se continuarmos pensando que o
mundo se divide entre bons e maus, entre santos e pecadores, entre
justos e injustos, e que nós, estamos sempre do lado dos
bons, só porque um dia dissemos SIM...
“A FÉ SEM OBRAS É MORTA
!”
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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