GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração
Especial do Diácono José da Cruz - Homilias Dominicais
Índice desta página:
. Evangelho de 26/04/2009 - 3ºDomingo de Páscoa
. Evangelho de 19/04/2009 - 2ºDomingo de Páscoa
. Evangelho de 12/04/2009 - Domingo de Páscoa
ATENÇÃO:
Acostume-se
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Se você não sabe interpretar os livros, capítulos
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BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!
26.04.2009
3º Domingo da Páscoa - Ano B - Branco
__ “Testemunhas da Ressurreição”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Somos chamados a viver a alegre notícia da Ressurreição
de Jesus. Esse é o fato mais importante de toda a história
da humanidade, e por isso foi preparado por Deus desde muito tempo.
As leituras de hoje nos dizem que tudo que aconteceu com Jesus já
tinha sido anunciado por Moisés, pelos profetas e pelos salmos.
Acreditando nesta verdade, vivamos cada momento de nossa vida de
acordo com ela. Uma ótima celebração para todos!
SALMO RESPONSORIAL Sl 04(03):
- "Sobre nós fazei brilhar o esplendor
de vossa face!"
SEGUNDA LEITURA (1Jo 2, 1-5a):
- "Guardar a Palavra do Senhor é viver
a verdade. E viver a verdade é colocar em prática
projetos que promovam a vida em plenitude."
EVANGELHO (Lc 24, 35-48):
- "Cumprindo a justiça, Jesus vive a
plenitude da Palavra. Hoje, ressuscitado, aparece a todos nós
corporalmente. Tudo que aconteceu com Ele tinha sido anunciado nas
escrituras."
- "VÓS SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS!"
Certa vez um amigo solicitou minha
ajuda para atuar como testemunha a seu favor em um processo trabalhista,
antes tive de passar pelo advogado, que sendo um ótimo profissional
quis saber em detalhes tudo o que eu iria dizer diante do juiz,
caso fosse necessário. Um bom testemunho é feito com
firmeza, convicção e clareza de idéia, pois
naquele momento a palavra é dele, e o advogado, promotor,
juiz, júri, e as partes envolvidas, apenas o ouvem, uma palavra
errada ou mal colocada, poderá por a perder todo o processo.
O papel de uma testemunha é
convencer quem não presenciou o fato, de que o ocorrido é
verdadeiro e não há nenhuma outra interpretação,
por isso, se Jesus fosse como um advogado altamente profissional
e rigoroso, nem os discípulos e muito menos nós, seríamos
constituídos suas testemunhas. No evangelho desse terceiro
domingo de páscoa, para início de conversa o confundiram
com um fantasma, e olhe que já era praticamente a terceira
aparição do Senhor, à comunidade. Os dois que
iam para Emaús o confundiram com um forasteiro, na comunidade,
as duas primeiras reuniões foram com as portas fechadas,
por medo dos judeus, e ele já tinha aparecido uma vez, no
evangelho de hoje, mesmo ouvindo o depoimento dos discípulos
de Emaús, e vendo Jesus aparecer diante deles, ficaram assustados
e cheios de medo, Jesus falou com eles, mostrou as mãos e
os pés, deixou-se tocar, ainda assim não acreditaram,
a ponto do próprio Senhor lhes censurar porque estavam preocupados
e tinham dúvidas no coração. Em uma audiência
diante de um tribunal, essas testemunhas seriam no mínimo
desastrosas, dá até para imaginar o diálogo
“Vocês viram Jesus ou não?”. “Não
sabemos Meritíssimo, se realmente era ele, parecia um fantasma,
a gente o viu e o tocou, ele até comeu um peixe assado, pode
ser que seja ele mesmo”. Que “belo testemunho”,
não afirma e nem confirma...
No final do evangelho Lucas afirma
que Jesus abriu a inteligência dos discípulos, para
entenderem as escrituras. O pensamento humano tem uma tampa, um
limite aonde chega a lógica humana depois de investigar e
estudar muito alguma questão, mas dali para frente, há
um mistério que só pode ser compreendido por aquele
que crê, ou seja, ler as escrituras apenas com a nossa inteligência,
fechada no horizonte humano, não vamos entender coisa alguma,
mas se lermos na perspectiva de Jesus de Nazaré, sua vida,
sua história, sua morte e ressurreição, iremos
compreender o sentido da vida, porque nele encontramos o nosso verdadeiro
DNA, a nossa origem e o nosso fim, em Cristo mergulhamos ao encontro
daquele que é a Vida em toda sua plenitude, pois nele fomos
recriados, mudou-se a referência, herdamos sim, o pecado original
de Adão e Eva, mas agora já sabemos a verdade, não
há possibilidade da serpente nos enganar, conhecemos aquele
que é mais Poderoso e Sábio do que a serpente, conhecemos
aquele que esmagou o mal com a sua morte e ressurreição,
não há duas alternativas, só uma e apenas uma,
para quem desejar a Salvação : Jesus Cristo , o Filho
de Deus.!
Adão e Eva não sabiam
o que iria lhes acontecer, não tinham ainda uma referência.
Nós temos! Jesus é alguém da Trindade que se
fez homem, que se faz ouvir, que se deixa tocar, que senta conosco
em uma mesa e faz uma refeição, coloca todas as cartas
na mesa, abre o jogo, nada esconde como o tentador e enganador.
Joga as claras, ele é a luz do mundo, o único caminho
e a única verdade, ele só não pode decidir
por nós, por isso o seu reino e o seu projeto de vida nos
são apresentados como uma proposta, cabe a nós usarmos
o livre arbítrio para aceita-lo ou recusá-lo.
É esse Jesus Cristo Alfa
e ômega, princípio e fim, Senhor absoluto da História
e Salvador do Homem, que nos congrega como igreja, que nos lava
de nossas culpas e nos redime dos nossos pecados, que faz de nossas
comunidades um pedacinho do céu prometido, mais ainda, conhecendo
nossas fraquezas e limites, sabendo que temos muitas dúvidas
no coração, nos alimenta com a eucaristia, fala em
sua santa palavra, abrindo a nossa inteligência com o seu
espírito que vem do alto.
Embora não sejamos confiáveis
para serem suas testemunhas, ele mesmo nos qualifica, nossas palavras
nunca caem no vazio, pois é ele próprio que fala,
e tocados pela graça da eucaristia, conseguimos superar os
limites na nossa relação com o próximo, e se
quisermos, o nosso amor será sem limites como o de Jesus,
basta aceitar e querer, isso se chama santidade de vida, que permite
o entrelaçamento em nós, do humano e divino, aquele
que é santo, aceita participar da nossa vida, mesmo com os
seus limites e fragilidades.
Uma vez encarnado em Maria de Nazaré,
Jesus se encarna de novo em cada homem, e em cada mulher, que esteja
disposto a acolhê-lo, para fazê-lo nascer nos corações
de outros homens e mulheres, que ainda não o conhecem, é
aí que acontece o testemunho, onde o amor é imprescindível!
“Nisso reconhecerão que sois meus discípulos,
se vos amardes uns aos outros”. Qualquer outro testemunho
ou revelação, que não trouxer a exigência
do amor a Deus e ao próximo, é falso e não
será digno sequer de atenção.
José da Cruz é
diácono permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
19.04.2009
2º Domingo da Páscoa - Domingo da Divina Misericórdia
- Ano B - Branco
__ “REUNIDOS PELA FÉ” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
A paz é o primeiro desejo do Ressuscitado. Assumindo compromissos
na comunidade, somos convidados e enviados pelo mesmo Cristo a ser
solidários no amor. Semelhante à comunidade dos primeiros
discípulos e discípulas do mestre, devemos colocar
o que somos e temos em comum e ser solidários com os que
mais necessitam, não somente de um pedaço de pão,
mas sobretudo de alegria, de paz e tranqüilidade. Cada vez
que a comunidade se reúne em nome de Jesus, ela está
dando testemunho e acreditando no Cristo ressuscitado e presente
no meio da humanidade. Crendo, alimentando-nos do pão vivo,
o Cristo Senhor, construamos comunidades de amor. Uma ótima
celebração para todos!
SALMO RESPONSORIAL Sl 118(117):
- "Este é o dia que o Senhor fez para
nós, alegremo-nos e nele exultemos!"
SEGUNDA LEITURA (1Jo 5, 1-6):
- "Acreditar em Cristo e lutar por uma comunidade
que vivencie o amor caridade, eis o nosso compromisso."
EVANGELHO (Jo 20, 19-31):
- "Eis que o Cristo Ressuscitado vence toda
e qualquer barreira. Também nós somos convidados na
força da Palavra a vencer as dificuldades encontradas na
comunidade."
- "ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS!"
Provavelmente, um dos maiores equívocos,
que alguns cristãos cometem no dias de hoje, é o de
ausentar-se das celebrações dominicais por verem nelas
a repetição monótona de um rito que já
sabem de cor e salteado. Uma partida de futebol também nunca
sai da mesmice, em todo jogo nada muda, mas vá dizer a um
torcedor, que o futebol é monótono e cansativo., imediatamente
ele irá afirmar que cada partida é uma história
e uma emoção diferente, indescritível.
O mesmo se diga de uma peça
de teatro que se vê mais de uma vez, ou de um bom livro, eu
mesmo perdi a conta de quantas vezes li “Éramos Seis...”,
em cada leitura há algo de novo nos personagens ou no enredo,
nunca é a mesma coisa. Então por que alguns cristãos
acham a celebração tão chata e repetitiva?
Naqueles primeiros tempos do cristianismo,
a pessoa de Jesus, seus ensinamentos e sua história ainda
estava muito viva no coração dos seus seguidores,
os apóstolos. Eles falavam com entusiasmo de Jesus, não
como um herói nacional, a ser reverenciado, mas como alguém
presente, que caminha com a comunidade, tomada pelo seu Espírito
que a anima e lhe faz sentir esta vida nova que ele deu a todos.
Muita gente não entendia,
admiravam Jesus, falavam muito dele, mas como alguém que
foi um exemplo, um idealista, um líder nato, um grande profeta,
um mestre sem igual em Israel, há até mesmo uma corrente
de teólogos que reduzem a ressurreição a uma
lembrança muito forte de Jesus, no coração
das pessoas que o conheceram e que o amaram profundamente, perpetuando
sua memória entre eles, nos encontros da comunidade. A verdade
é que, a vida em comunidade só é possível
quando a gente faz uma experiência pessoal com Jesus Cristo,
quando o seu anúncio toca no fundo do coração
e começamos a senti-lo a cada instante de nossa vida, quando
o seu evangelho nos encanta e supera qualquer ideologia de felicidade
que este mundo possa nos oferecer, quando descobrimos que ele nos
conhece profundamente, e tem por nós um amor imenso, grandioso,
que não hesita em dar-nos a própria vida. Quando percebemos
que a salvação por ele oferecida, não é
algo misterioso, que só iremos ter após a nossa morte,
mas que nessa vida a sentimos nas profundezas do nosso ser, quando
conseguimos harmonizar todas as nossas virtudes e carismas, com
o projeto que o Filho de Deus inaugurou em nosso meio.
Então o nosso coração
quer estar junto de outros irmãos e irmãs, que fizeram
essa mesma descoberta, para comemorar e celebrar essa presença
misteriosa do Senhor em nossa vida, que se torna mais forte na vida
de igreja. Para Tomé não faltou este testemunho dos
seus irmãos apóstolos “Vimos o Senhor!”,
não se trata apenas de um VER com os olhos, mas de um sentir
com o coração, capaz de perceber nas marcas da paixão
a evidência mais forte de um amor sem medida pelos seus.
A comunidade recebe o dom da Paz,
nascida da vitória definitiva sobre as forças do mal,
o discípulo que recebeu a Paz do Senhor, não pode
nunca colocar em dúvida, em sua vida e na vida do mundo,
o triunfo do Bem supremo sobre o mal, viver nessa paz, longe de
permanecer de braços cruzados, é antes ir a luta,
pelo reino em que se crê, na certeza de que ele um dia se
tornará visível em toda sua plenitude. Comunidade,
portanto, é lugar de se receber o sopro de vida e renovação
em cada momento celebrativo, é lugar onde a gente se reveste
desse Espírito Santo, lugar onde somos recriados, restaurados,
tornando-nos novas criaturas em Cristo.
Para se fazer essa experiência
profunda, não é necessário uma celebração
especial, deste ou daquele grupo, nem tão pouco um padrão
“X” ou “Y” de espiritualidade, nem precisa
identificar-se como conservador ou progressista, adeptos desta ou
daquela eclesiologia, nem é preciso buscar revelações
espetaculares, e ser agraciado com grandioso milagre, também
não precisa tornar-se um místico, nem um alienado
das realidades que nos cercam, é preciso apenas ser testemunha
do amor, vivido e celebrado não de maneira egoísta,
mas com os irmãos e irmãs da comunidade, em torno
da Eucaristia, amor que nos alimenta.
Diante do testemunho recebido, Tomé
limita-se no VER de enxergar, com os olhos da carne, para ele, naquele
momento, e também para muitos nos dias de hoje, a celebração
tem que ser um “arraso”, um show inesquecível,
onde os ministros, como grandes estrelas, conseguem nos fazer VER
Jesus, tem que valer o ingresso e o esforço de estar lá,
é a celebração como espetáculo, mexendo
com razão de ser, e com o emocional.
A Fé no Senhor ressuscitado
que caminha com a sua igreja, não precisa de sinais ou provas,
Cristo Jesus não precisa provar mais nada, nós é
que precisamos provar a nossa fé, aceitando viver e celebrar
em uma comunidade, onde nada ocorre de excepcional, mas onde cada
encontro é diferente, porque fazemos essa experiência
do Cristo vivo, que caminha conosco, podemos vê-lo e tocá-lo
nos sacramentos, podemos ouvi-lo, e de fato o ouvimos na santa palavra,
podemos percebê-lo na vida dos irmãos, razão
pela qual não cansamos de repetir com a alma em júbilo,
a cada saudação de quem preside “Ele está
no meio de nós!”.
Se tivermos convicção
desta afirmativa, o nosso testemunho serão tão vivo
e autêntico como o dos apóstolos, e o nosso coração
baterá mais forte quando chegar o DOMINGO, dia do Senhor.
José da Cruz é
diácono permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
12.04.2009
Domingo de Páscoa - Ano B - São Marcos - Cor Branca
__ “Feliz Páscoa - Festa da Ressurreição”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
É Páscoa, festa da ressurreição. Homens
e mulheres, adolescentes e jovens, idosos e crianças: todos
celebram a Feliz Ressurreição. Na festa da Páscoa,
todos os anos renovamos o nosso Batismo, que é o Sacramento
do compromisso com Cristo na comunidade, compromisso de viver a
vida servindo aos irmãos e irmãs com amor e dedicação.
Na festa da Páscoa celebramos a vitória da vida sobre
a morte, a morte não tem força perante a força
de Deus. Passo a passo, vencendo os obstáculos, renovando
a esperança, vamos edificando uma sociedade nova comprometida
com as causas e valores do Evangelho. Feliz Páscoa! Alegria
para você e toda sua família. Que a alegria do Cristo
Ressuscitado nos contagie neste tempo. Uma ótima celebração
para todos!
SALMO RESPONSORIAL Sl 118(117):
- "Este é o dia que o Senhor fez para
nós, alegremo-nos e nele exultemos!"
SEGUNDA LEITURA (Cl 3, 1-4):
- "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos
por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo."
EVANGELHO (Jo 20, 1-9):
- "Tiraram o Senhor do túmulo, e não
sabemos onde o colocaram."
- "O SENTIDO VERDADEIRO DA PÁSCOA"
A palavra Páscoa tem sua
origem no hebraico “Pascha” que significa passagem,
e no Judaísmo está contextualizada no fato histórico
ocorrido em 1250 A.C que foi a libertação do povo
hebreu da escravidão do Egito. A narrativa encontra-se no
livro do Êxodo, que pertence ao Pentatêutico, conjunto
dos cinco primeiros livros da Sagrada Escritura, cuja autoria é
atribuída a Moisés. O ritual da páscoa judaica
segue as determinações dadas pelo próprio Deus
ao Sacerdote Aarão conforme Êxodo 12, 1-8.11-14 e o
fato histórico, com esse caráter religioso, tornou-se
para o Povo um memorial da noite em que Deus os libertou da escravidão
do Egito, através de Moisés, derrotando o império
do Faraó.Anteriormente a páscoa era uma Festa dos
Pastores, que comemoravam a passagem do inverno para a primavera
quando por ocasião do degelo, e surgindo a primeira vegetação
à luz do sol, os animais deixavam suas tocas, sendo essa
a origem do Coelhinho da Páscoa e do ovo, que ao ter a sua
casca quebrada deixa romper a vida que há dentro dele.
A libertação do Povo
da escravidão do Egito é o acontecimento mais importante
na tradição religiosa de Israel que o tornou um memorial
celebrado no ritual judaico, preceito estabelecido pelo próprio
Deus, muito rico em sua simbologia.Trata-se de uma refeição
feita em pé, com os rins cingidos, sandálias nos pés
e o cajado na mão, como quem está de partida “comereis
as pressas, pois é Páscoa do Senhor”. O sangue
do Cordeiro imolado irá marcar o batente das portas dos que
iriam ser salvos do anjo exterminador, e as ervas amargas lembram
a escravidão e o sofrimento que o povo passou.
Jesus de Nazaré, filho de
Maria e de José, tendo passado pelo rito iniciático
do Judaísmo, freqüentava o templo e a sinagoga, como
qualquer judeu fervoroso. Não era sua intenção
fundar uma nova religião, mas sim resgatar a essência
na relação dos homens para com Deus, que o judaísmo
havia perdido por causa do rigorismo do seu preceito e dos seus
ritos purificatórios. O fenômeno do messianismo era
muito comum naquele tempo, como hoje quando surgem a cada dia novos
pregadores em cada esquina, mas somente Jesus é o verdadeiro
e único messias, aquele que fora anunciado pelos profetas,
o Ungido de Deus, descendente da estirpe de Davi, o grande Rei porém,
na medida em que Jesus vai manifestando quem ele é, e o seu
modo de viver, convivendo com os pecadores impuros, curando em dia
de Sábado e fazendo um ensinamento novo que estabelecia novas
relações com Deus e com o próximo.
Tudo isso foi gerando um descontentamento
nas lideranças religiosas que de repente começaram
a vê-lo como uma séria ameaça a estrutura religiosa
existente, e a expulsão dos vendedores e cambistas do templo
foi a gota dágua que faltava para à sua condenação,
sendo dois os motivos que o levaram à morte: o primeiro de
caráter religioso, pois ele se dizia Filho de Deus e isso
constituía-se uma blasfêmia diante do judaísmo,
o segundo de caráter político, Jesus veio para ser
Rei dos Judeus, representando uma ameaça ao augusto Cezar
Soberano do império Romano.
O Povo esperava um Messias Libertador
político para restaurar a realeza em Israel, que se encontrava
sob a dominação dos romanos. É essa a moldura
histórica dos fatos que marcaram a vida de Jesus, nos seus
três anos de vida pública, desde que deixara a casa
de seus pais em Nazaré e dera início as suas pregações
tendo formado o Grupo dos discípulos.Logo após sua
morte e ressurreição, nas primeiras comunidades apostólicas
(dirigidas pelos apóstolos) se perguntava por que Jesus havia
morrido? Nas reuniões que ocorriam aos domingos, porque Jesus
havia ressuscitado na madrugada de um Domingo, os apóstolos
faziam a Fração do Pão, recordando tudo o que
Jesus fez e ensinou, concentrando suas pregações na
morte e ressurreição. E assim começou-se a
se fazer as primeiras anotações sobre Jesus e mais
tarde, entre os anos 60 e 70, surgiram os evangelhos que revelavam,
não só porque Jesus havia morrido, mas também
como e onde havia nascido e de como vivera a sua vida fazendo o
bem, anunciando um reino novo sempre na fidelidade e obediência
ao Pai e no amor aos seus irmãos.
A Ressurreição de
Jesus é um fato apenas compreensível e aceitável
à luz da Fé, que é um dom de Deus concedido
aos homens, pois o momento da ressurreição não
foi presenciado por ninguém e o que as mulheres viram, segundo
o relato dos evangelhos sinópticos, foram os “sinais”
da ressurreição: túmulo vazio, os panos dobrados
e colocados de lado, e ainda um personagem que dialoga com Madalena,
confundido por ela com um jardineiro, que anuncia que Jesus de Nazaré
não estava mais entre os mortos porque havia ressuscitado.As
mulheres tornaram-se desta forma as primeiras anunciadoras da ressurreição
aos apóstolos. Outra evidência foram as aparições
de Jesus Ressuscitado aos seus discípulos, reunidos em comunidade
conforme relato do livro do Ato dos Apóstolos. Não
se tratam de aparições sensacionalistas para causar
impacto e evidenciar a vitória de Jesus sobre os que conspiraram
a sua morte, mas sim de um Deus vivo e solidário com os que
nele crêem, para encorajar a comunidade dos apóstolos,
que tiveram a princípio muita dificuldade para vencer o medo
e descrença, que abateu-se sobre eles com a morte de Jesus.
A Ressurreição de
Cristo está no centro da Fé cristã, que é,
segundo o pensamento Paulino, a garantia de nossa ressurreição,
que não pode e nem deve ser compreendida como uma simples
volta a esta vida porque se trata de uma realidade sobrenatural
entendida e aceita pela Fé, e não de um fato científico.
O Cristo Ressurrecto apresenta um corpo glorioso! É este
o destino feliz dos que crêem e vivem essa esperança
que brota da Fé, pois a Vida venceu a morte!
Celebrar a Páscoa é celebrar esta
Vida Nova de toda a humanidade, que irrompeu da escuridão
do túmulo com o homem Jesus de Nazaré. É a
passagem do pecado para a graça de Deus, das trevas para
a luz, da Morte para a Vida , porque o espírito Paráclito
que Cristo deu à sua igreja no dia de Pentecostes, tudo renova
e permite que, caminhando na Fé, já desfrutemos, ainda
que de maneira imperfeita, dessa comunhão íntima com
Deus, no Cristo glorioso que nos acompanha nessa jornada terrestre,
e que nos acolherá um dia na plenitude da Vida Eterna.
Uma feliz Páscoa a
todos!
José da Cruz é
diácono permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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