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Índice desta página:
Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Homilias e Comentário Exegético (Estudo Bíblico) extraído do site Presbíteros.com
. Evangelho de 20/06/2010 - XII Domingo do Tempo Comum
. Evangelho de 13/06/2010 - XI Domingo do Tempo Comum


Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados. Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página "A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos, colocando o cursor sobre os textos em azul. A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!

20.06.2010
XII DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

__ “A MORTE COMO CAMINHO PARA A VIDA” __

Ambientação: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Cristo tem uma identidade pessoal que salva e revela; e uma missão a cumprir. Para revelar sua identidade e cumprir sua missão, para salvar a verdade de sua vida, está ele disposto a tudo, até a perder a vida física. A decisão "incondicional" e absoluta de ser ele mesmo e cumprir a sua missão a "qualquer preço" é o ato supremo de fidelidade (obediência) a Deus. Entoemos cânticos ao Senhor!

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

PRIMEIRA LEITURA (Zacarias 12,10-11;13,1): - "Naquele dia jorrará uma fonte para a casa de Deus e para os habitantes de Jerusalém, que apagará os seus pecados e suas impurezas."

SALMO RESPONSORIAL (Sl 62/63): - "A minha alma tem sede de vós, como a terra sedenta, ó meu Deus! "

SEGUNDA LEITURA (Gálatas 3,26-29): - "Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo."

EVANGELHO (Lucas 9,18-24): - "Quem dizem que eu sou?"



- “QUE JESUS É O NOSSO?”
    Reflexão do Evangelho por Diácono José da Cruz

Parece estranho que naquela altura da caminhada, Jesus dirija a seus discípulos uma pergunta tão provocante “Quem sou eu para vocês?”.. Tem-se a impressão de que, até ele ficou meio receoso de ir direto ao assunto, e primeiro perguntou a eles, quem o povo dizia que era ele, e quando o coitado do Pedro deu aquela resposta no “capricho”, Jesus parece ter sido  “duro”dando um solene “cala boca”, exigindo que ele não contasse a ninguém, parece que queria guardar segredo sobre a sua pessoa e missão, Que problema havia, na resposta de Pedro?

Quando vamos à celebração da Palavra ou da santa Missa, quando recebemos algum sacramento, quando vivemos o nosso dia a dia, rezando em alguns momentos, trabalhando ou estudando, dirigindo no transito, conectados a internet, assistindo TV, em um estádio de futebol, em uma chácara ou na piscina, na praia ou no campo, nos desafios do trabalho pastoral ou no exercício de um ministério, será que a nossa conduta é coerente com aquilo que pensamos de Jesus?

Jesus não está preocupado com a sua imagem, ou  conceito ou o discurso que se faz dele, mas quer saber qual a importância dele em nossa vida, nas decisões do dia a dia, em certas atitudes que somos obrigados a tomar, na vida em família, na comunidade, no trabalho ou na escola, quando estamos alegres ou tristes, quando estamos atarefados e com mil preocupações á cabeça, ou quando estamos tranqüilos e em paz, quando estamos endividados ou quando pagamos todas as nossas contas, é aí que precisamos definir quem é ele em nossa vida, o que ele representa, ou a diferença que faz, crer ou não crer, viver a Fé ou ignorá-la, assumir ou não assumir o  Batismo, ser igreja ou não ser de nada... ir sempre, vestir a camisa, ou ir de vez em quando e manter um pé atrás, sempre desconfiados com essa Igreja de Cristo, conduzida por homens. Note-se que a indagação é feita ao grupo e que podemos interpretar assim: qual é o Jesus de nossas comunidades e paróquias? Pois é aí que somos Igreja.

O discurso que se faz sobre Jesus é sempre muito bonito, certos pregadores conseguem arrancar lágrimas dos seus ouvintes. Mas... e depois... .o que muda ou o que fica? Na verdade, nesse 12º Domingo do tempo comum, estamos diante de dois modelos distintos, o Jesus da Pós Modernidade, que é um Jesus bem light, liberal, bem açucarado, sem muitas exigências, um Jesus que “pega leve” e vai minimizando ou relativizando a Lei do Senhor e os valores do evangelho, o caráter doutrinário em questões polêmicas como: pena de morte, aborto, do adultério e todas essas coisas que nos incomodam. Um Jesus bem aprumado, olhos azuis, loiro, dois metros de altura, de um Jesus que pede uma conversão, que não precisa ser tão radical. Um Jesus que vira e mexe, faz algum milagre, chamando unicamente para si, a responsabilidade de fazer as mudanças acontecerem, se a coisa não anda e está emperrada, chama Jesus e está resolvido. Esse Jesus da Pós Modernidade faz um sucesso tremendo, lota templos, estoura a audiência, agrega multidões e acima de tudo, ajuda a encher os cofres dos espertalhões da Fé, que juram ser os emissários de Deus, podendo garantir ainda nesta vida, um cantinho no céu para os que forem fiéis seguidores desse “Jesus” idealizado pela Pós modernidade.

O Jesus que se apresenta diante dos discípulos e diante de todos nós, neste evangelho do 12º Domingo do Tempo Comum, não é um Jesus de muito sucesso. Principalmente por que fala em sofrimento, padecimento, rejeição e morte, uma catástrofe para a Pós Modernidade, quem vai querer seguir um Jesus assim? Nós mesmos, que somos cristãos de “carteirinha”, quantas vezes, diante de um sofrimento iminente, não rezamos, pedindo para que Deus afaste de nós tal dissabor... Não é mesmo? Sofrimento e pós modernidade, são palavras que não combinam.

E no final do evangelho, o que já era ruim, ficou ainda pior: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz de cada dia e siga-me, pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem sacrificar a sua vida, por causa de mim, irá salva-la”. Com um discurso assim, as Igrejas irão esvaziar-se, e Jesus vai ficar falando sozinho, porque renúncia e desapego, também não combinam de forma alguma, com a pós-modernidade, que nos ensina a sempre ganhar, nunca perder!

Será que não existe aí uma alternativa? Um modo mais brando de se viver a Fé e freqüentar a comunidade, sem que haja necessidade de encarar uma “cruz” no meio do caminho? Infelizmente nas palavras de Jesus não há atenuantes, ou aceitamos viver esses ensinamentos, ou então desistimos, tiramos o time de campo, enquanto ainda é tempo, mesmo porque, o Reino é uma proposta...  “Se alguém quiser...”

Ninguém precisa casar na igreja, batizar-se, fazer catequese, ser confirmado na Fé, confessar-se, receber a Eucaristia, receber o Sacramento da Ordem, ou a unção que nos fortalece na enfermidade, enfim, ninguém é obrigado a crer no Senhor Jesus e ser discípulo, e nem por isso Deus irá deixar de amar, aquele que assim agir. Trata-se de uma proposta, para quem quiser desinstalar o sistema em sua vida, contaminado pelo hacker do pecado, e reiniciar o processo, agora configurado com o homem novo Jesus Cristo, o primogênito de toda criatura. Uma proposta revolucionária para homens e mulheres ousados, dispostos a transformar o mundo com o seu testemunho, porque tem forças suficientes na graça de Deus, mastigando os “freios” da pós modernidade, libertando-se do cabresto e trilhando um caminho novo, fazendo uma história nova, exatamente nas pegadas de Jesus de Nazaré, Aquele que vai á frente das comunidades, mostrando a plenitude que aguarda todos os que vivem pela Fé, sem medo de Ser Feliz, passando pela “morte” que leva á Vida.

Deixo para as comunidades cristãs, essa pergunta que sempre me faço: Que Jesus é o nosso? Será que podemos anunciá-lo com toda firmeza e convicção, ou como Pedro, ouviremos dele  um solene “cala a boca?” ( 12º  Domingo do Tempo Comum – Lc  9, 18-24)

José da Cruz é diácono permanente da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim - e-mail:jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Costa- XII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Seleção ruinosa!

Há palavras da Sagrada Escritura que são muito agradáveis ao ouvido: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sal 22), “Vinde a mim, vós todos os que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28), “Tudo posso naquele que me conforta” (Fl 4,13), “Tu, que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente (…)” (Sal 90). Outras, ao contrário, são menos agradáveis: “Não podeis servir a Deus e à riqueza” (Mt 6,24), “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens” (Mc 8,33), “vai, vende tudo o que tens e dá-os aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mc 10,21). Poderíamos continuar fazendo uma lista, mas já é suficiente. Talvez, uma dessas palavras incômodas do Evangelho é a de hoje: renúncia. Jesus pede como exigência para segui-lo o renegar-se a si mesmo, tomar a cruz de cada dia, perder (doando) a vida pelo Reino (cfr. Lc 9,23-24).

Essa tendência de selecionar o que mais gostamos na Bíblia, deixando de lado o que nos incomoda, poderia aplicar-se à doutrina da Igreja, expressão fiel do Evangelho. Pode-se até aceitar que Deus é uno e trino, que Jesus Cristo é Salvador, que Maria é Mãe de Deus e sempre Virgem; mas a dificuldade se mostra quando se fala da doutrina da Igreja sobre o respeito à vida desde a sua concepção natural até o seu término natural, da doutrina católica sobre a castidade, ou ainda, da obrigatoriedade de participar da Missa todos os domingos e dias santos. Como é importante aceitar toda a doutrina cristã e influenciar na sociedade, desde o cargo profissional que se ocupa, para que haja um ambiente mais humano e cristão nesse mundo!

Fazer uma seleção dentro da Sagrada Escritura e da Doutrina da Igreja não está bem! Seguir a Cristo é uma decisão com muitas conseqüências e que conforma toda a existência. Nós não podemos criar o nosso próprio código doutrinal e ético e depois apresentá-lo como se fosse doutrina de Cristo e de sua Igreja. Não! Ou se aceita ou não se aceita!

Outra coisa bem diferente é dispor-se a caminhar com Cristo aceitando tudo o que ele pede, mas, ao mesmo tempo, encontrar dificuldades à hora de realizar essa doutrina na própria vida. Ter dificuldades, e até mesmo pecar, é a pura realidade, dura realidade, do ser humano nesta terra. No entanto, se depois de um pecado seja ele qual for, nos arrependemos de coração, procuramos fazer uma boa confissão e um bom propósito de lutar para ser santos, para agradar o nosso bom Deus, fiquemos tranqüilos. Isso não é hipocrisia, é simplesmente o conhecimento de si mesmo unido à confiança no amor e no perdão de Deus. O que não pode acontecer é que por não conseguirmos fazer as coisas bem, digamos que o bem está mal e que o mal está bem.

Há um ditado que diz que quem não vive como pensa, acaba pensando como vive. Que Deus nos livre dessa ruptura nas nossas vidas. É preciso ser coerentes! A partir do momento que decidimos seguir a Cristo, aceitemos tudo o que ele nos propõe. Digamos-lhe que é difícil e que cairemos se ele não nos ajudar. Jesus nos entenderá. Não podemos seguir a Cristo mantendo as nossas próprias idéias, quando essas são errôneas. Além do mais, Jesus Cristo não é uma idéia, é uma Pessoa.

Isso pode ser duro para escutar e para pregar no mundo atual, mas é preciso acreditar que as pessoas desejam a verdade, o bem e a autêntica beleza. Jesus Cristo não muda a sua doutrina! Quando Jesus falou da Eucaristia, os seus ouvintes acharam que era uma doutrina muito dura e inadmissível. Qual foi a resposta de Jesus? Não retirou nenhuma só letra daquilo que tinha dito (cfr. Jo 6,60-67). A Igreja não pode falsificar o Evangelho porque nós somos fracos e nem sempre conseguimos vivê-lo, é o Evangelho quem tem que fortalecer-nos e modificar-nos.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético - XII DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C

(Pe Ignácio, dos padres escolápios)

Epístola (Gl 3,26-29)

INTRODUÇÃO: Ser filho de Abraão era a carta de entrada nas promessas e, portanto, na felicidade de Deus como salvos e prediletos de Jahveh (Mt 3, 9). Mas essa filiação era de carne e sangue (Jo 1, 13) da qual estavam logicamente excluídos os outros povos. Mas Paulo recebe uma revelação do mistério dos novos tempos (Rm 11, 25), por meio do qual Deus quis renovar todas as coisas em Cristo; e, através do Espírito, criar um novo povo que no novo Adão tem sua origem e filiação, por meio da ressurreição dos mortos nEle iniciada (1 Cor 15, 22).

A FÉ: Porque todos sois filhos de Deus por meio da fé em Cristo Jesus (26). Omnes enim filii Dei estis per fidem in Christo Iesu. Paulo fala só da fé; mas, na realidade, Jesus, em Marcos, também acrescenta o batismo: Quem crer e for batizado será salvo; porém, quem não crer, será condenado (Mc 16, 16). Jesus na sua conversa com Nicodemos dirá: Em verdade, em verdade te digo que se  alguém não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus (Lc 3, 3). E explicará como pode ser esse nascimento: da água e do Espírito (Jo 3, 5). Explicava um sacerdote a uma pergunta de como era possível nascer de novo, dizendo: o primeiro nascimento é da carne e sangue, pelo qual somos filhos de um homem e uma mulher. Porém nascemos como filhos de Deus no batismo: na água, como peixes, somos imersos no Espírito de Deus que se comunica; e assim nascemos como filhos de Deus, num nascimento espiritual que também comunica seus dons ao nosso corpo por meio do qual somos destinados à ressurreição do mesmo e a uma vida eterna, que compartiremos com a vida divina, já iniciada em nós pelo batismo. Do ponto de vista divino, a nova vida é pura graça, sem mérito nosso, mas de Cristo. Do ponto de vista de cada homem, tem como base a fé, a crença em Jesus como Filho de Deus, que vai acompanhada de uma sincera metanoia ou conversão quando adulto: Jesus iniciou sua pregação dizendo: O reino de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no evangelho (Mc 1.15). Portanto, Paulo está certo quando afirma que por fé nos tornamos filhos de Deus.

REVESTIDOS DE CRISTO: Porque quando fostes batizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo (27). Quicumque enim in Christo baptizati estis Christum induistis. Assim como o Verbo se revestiu da humanidade, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homem, reconhecido em figura humana (Fp 2, 7-8), no batismo o homem se reveste de Cristo, como repete Paulo em Rm 13, 14, do novo homem, criado segundo Deus em justiça [dikaoisynë] e santidade [osiotës] (Ef 4, 24). Dikaiosyne é a falta de pecado e osiotës é a sagração que torna uma coisa divina, por apropriação da mesma para o culto de Deus. Mas esse revestimento tem, além da ação divina purificadora e santificadora, uma sinergia humana, que Paulo declara em Rm 13, 12 : revesti-vos da armadura da luz, que em 1 Ts 5, 8 explica: a couraça da fé e do amor, e o capacete da esperança. São as três virtudes essenciais que recebem o nome de teologais.

IGUALDADE CRISTÃ: Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há varão nem fêmea: pois todos vós sois um em Cristo Jesus (28). Non est Iudaeus neque Graecus non est servus neque liber non est masculus neque femina omnes enim vos unum estis in Christo Iesu. Se somente a fé é a que é a herdeira das promessas, toda distinção de um outro nascimento ou de uma classe social é inútil. Judeu ou grego, tanto faz. Escravo ou livre, é igual; varão ou mulher, não faz diferença. Todos podem ser filhos de Deus e herdeiros das promessas, porque a todos a fé unifica em Cristo. Como membros desse Cristo total, ou de seu pleroma [de seu ser completo ou pleno], nele enxertados, temos o direito a sua herança fundamental: glorificação do espírito e ressurreição do corpo para uma vida plena com Deus (Ef 1, 18).

A PROMESSA: Pois se vós [sois] de Cristo, ora, sois esperma de Abraão e segundo promessa, herdeiros (29). Si autem vos Christi ergo Abrahae semen estis secundum promissionem heredes. Paulo é um judeu convertido, que não renega de sua condição de filho de Abraão e que acredita firmemente na palavra de Deus como garantia total. Se Jahveh fez uma promessa ela cumprir-se-á em sua totalidade. Paulo o demonstra por meio de um silogismo correto: Abraão foi considerado pai por causa de sua fé e não por causa do sêmen material. Logo os filhos de Abraão o são também porque são dignos dele pela fé que o justificou e que agora os justifica a eles. A fé que antigamente era devida à palavra de Jahveh, agora tem sua razão de ser em Cristo Jesus, como dirá este em Jo 8. 56: Abraão alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. A herança não é qualquer uma, mas é a herança de Deus que Paulo chama de herança dos consagrados na luz [essência divina] (Cl 1, 12). Desta herança temos dois componentes claros: só os agioi [os que a Deus pertencem] a obterão e serão na luz [en tö föti] que é a descrição da essência divina, como vemos em Lc 16, 8 onde chama esses escolhidos filhos da luz. Em Jo 1, 4 vemos como a vida se confunde com a luz que é Cristo (Jo 8, 12). E assim conformes à imagem do seu Filho, para que este seja o primogênito entre muitos irmãos. Se a fé nos une, como membros, ao corpo de Cristo, a tribulação e a cruz, nos fazem co-herdeiros, se com ele sofremos para sermos com ele glorificados (Rm 8, 17). De modo que viver e morrer para Paulo é fazê-lo em Cristo (Gl 2, 20 e Fp 1, 21).

Evangelho (Lc 9, 18-24)

A CONFISSÃO DE PEDRO. PREDIÇÃO DA PAIXÃO

LUGARES PARALELOS: Mt 16, 13-20 e Mc 8, 27-29. Este último é, sem dúvida, a base do relato de Lucas um pouco mais elaborado que Marcos. Também podemos tomar como base da liderança petrina o trecho de Jo 21, 13-18, mas vamos explicar o que Lucas quer nos transmitir com suas palavras.

E SUCEDEU QUE: E sucedeu que ao orar ele sozinho, os discípulos estavam com ele e perguntou-lhes: Quem dizem as turbas que sou ? (18). Et factum est cum solus esset orans erant cum illo et discipuli et interrogavit illos dicens quem me dicunt esse turbae. É uma maneira típica de Lucas que a emprega em várias ocasiões para iniciar um novo período. Ele encontrava-se orando à sós. A frase determina os acontecimentos, como a revelação de Pedro de que era o Messias e a de Jesus de que esse Messias não era um vencedor, mas um derrotado, como na continuação declara a seus discípulos. Lucas, com isso, evita o local e circunstâncias como Cesareia de Filipe distante 40 km de Betsaida (dois dias de caminho desta última), que não era conhecida pelos seus leitores, e a proximidade do templo de Augusto, de mármore branco edificado sobre uma rocha que dominava a cidade e a fértil planície da qual era capital a antiga Pâneas, porque perto da cidade existia  uma gruta dedicada desde antigamente ao deus Pan ou Panion. Herodes, o Grande, havia construído o templo e Filipe a cidade do seu nome como capital de sua tetrarquia. A PERGUNTA: Era uma pergunta diretamente conectada com a oração de Jesus. Era o momento em que ele tinha decidido subir a Jerusalém ( Mt 16, 21) e em que os discípulos esperavam a restauração do Reino de modo político-militar. Jesus pergunta sobre a opinião do povo.

RESPOSTAS: Tendo, pois, respondido, disseram: João o Batista. Outros, porém Elias; mas outros que um dos profetas antigos despertou (19). At illi responderunt et dixerunt Iohannem Baptistam alii autem Heliam alii quia propheta unus de prioribus surrexit. As respostas dos discípulos sobre as opiniões do povo coincidem com o pensar de Jesus como um profeta. Na realidade, a reposta da multidão era a mesma que Lucas traz em 9, 7-8: João Batista, Elias ou um antigo profeta, todos redivivos. Também João (6, 14-21) nos oferece a mesma opinião, pois o povo exclama: Este é verdadeiramente o profeta que deve vir ao mundo. Por que unicamente profeta e este redivivo? Tentaremos responder, seguindo os diversos comentaristas. A) O Batista: A pregação de Jesus e seus discípulos era a mesma: Arrependei-vos, o reino de Deus está próximo (Mt 3,2), e oferecia o batismo que também Jesus e seus discípulos praticavam (Jo 3, 22-23; 26). Além disto, fisicamente Jesus parecia-se com João por serem ambos parentes próximos (Lc 1, 36). Da morte de João por Herodes poucos sabiam por ser uma espécie de segredo de Estado, e ter sido realizada, segundo Flávio Josefo, em Maqueronte, território da Pereia na Transjordânia do lado leste do mar Morto. É por isso que foi o próprio Herodes quem afirma ser Jesus o Batista redivivo. B) ELIAS: O povo afirmava que um novo profeta viria antes do Messias; e como a tradição afirmava que esse profeta seria Elias, pois este não tinha morrido, mas fora arrebatado ao céu no meio da tempestade em um carro de fogo, acreditava-se que ele viesse; pois a Escritura dizia: Confortará muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E de João, o Batista,  afirmará Lucas que  caminhará na sua frente com o espírito e o poder de Elias a reconduzir o coração dos pais aos filhos e os rebeldes à prudência dos justos [corretos] para preparar ao Senhor um povo bem disposto (Lc 1, 16). Pela mesma razão, os enviados oficiais de Jerusalém perguntam a João se ele era Elias, o que ele nega; ou o profeta, ao qual ele responde: Não (Jo 1, 21). Segundo a tradição, Elias escreveu uma carta, depois de ser arrebatado (2 Cr 21, 12), dirigida ao rei Jorão de Judá por sua conduta idolátrica, já que tinha como esposa uma filha do ímpio rei Acab de Israel. Supunha-se, pois, que Elias voltaria antes do dia do Senhor, o dia da vingança e do castigo dos ímpios, dia da ira que está por vir (Jo 3, 7). Em Malaquias 3, 1 lemos: Eu vos envio meu mensageiro. Ele aplainará o caminho diante de mim ( ver Mc 1, 2 e Mt 11, 14). Por isso, numa data posterior ao livro [após o ano 450 aC], identifica a este mensageiro ou anjo, com Elias (seria no acrescentado capítulo 4, verso 5, que não está no canônico de Malaquias). Na sua complicada alegoria animalística da História o livro apócrifo de Henoc (século II aC), descreve a aparição de Elias, antes do juízo e da aparição do grande cordeiro apocalíptico. Isto é importante visto que João, O Batista, fala do Cordeiro de Deus (Jo 1, 29). Em Eclo 48,10 temos outra referência do século II aC : Tu que fostes designado nas censuras para os tempos a vir , para aplacar a cólera antes que ela se desencadeie, reconduzir o coração do pai para o filho (Lc 1,17). C) O PROFETA: Vistos os milagres que Jesus operava, os contemporâneos de Jesus pensavam que se não fosse Elias, que em vida realizou muitos e notáveis, devia ser um profeta redivivo [aneste=despertado], pois a profecia tinha acabado e não era necessária nos tempos messiânicos. Mateus e Marcos falam também de um dos profetas, sem o qualificativo de despertado ou revivido, sem chamá-lo de antigo. Os judeus distinguiam entre antigos profetas Josué, Juízes, Samuel, Reis e os últimos profetas, a começar por Isaías e terminar por Malaquias. A que profeta se referem os discípulos como porta-voz da vox populi? Talvez Samuel que já nos tempos de Saul se mostrou redivivo em 1 Sm 28, 12 diante da médium de Endor?. Ou talvez Moisés, pois a ele comparam a atuação de Jesus, como vemos em João 5, 45-46 e 6,31-32. Na realidade os enviados oficiais perguntam se João não era o Profeta (como conhecida personagem, esperada nos tempos messiânicos) de Dt 18, 15-18.  Javé disse a Moisés:  um profeta como tu suscitarei do meio de teus irmãos. Por isso em 1 Mc 4, 46 aguardavam a vinda de um profeta que se pronunciasse a respeito. Dos essênios de Qumrã sabemos que esperavam um profeta em passagens referentes ao triunfo escatológico sobre seus inimigos. Em At 3, 22 este profeta semelhante a Moisés que deveria ser escutado em tudo era o próprio Jesus, coisa que o povo admitiu após a multiplicação dos pães (6, 14) e na festa dos Tabernáculos em Jerusalém (7, 40). Como uma nota antes de prosseguir, devemos fazer um pequeno comentário a estes dois versículos de João: indicam uma posição de ideias muito anteriores à data da redação final do evangelho. Dá para refletir um pouco sobre posturas preconcebidas de uma datação tardia do mesmo. Outro dos profetas que se esperavam na época era Jeremias, somente citado por Marcos porque como vemos em 2 Mc 2, 4-7 temos Jeremias escondendo a arca e o altar dos perfumes na montanha de Moisés para afirmar: este lugar ficará desconhecido até que Deus tenha consumado a reunião de seu povo e lhe haja manifestado a sua misericórdia. Como vemos a resposta dos apóstolos era um reflexo da voz comum do povo.

E VÓS: então lhes disse; quem me dizeis que sou? Respondendo Pedro disse: O Cristo de (o) Deus (20). Dixit autem illis vos autem quem me esse dicitis respondens Simon Petrus dixit Christum Dei. Agora a pergunta é dirigida aos apóstolos. Que ideia eles têm dele, o mestre que durante longo tempo foi seu guia, com quem eles conviviam? Em qual dessas categorias estava delineado seu Jesus? PEDRO: Ele toma a palavra como porta-voz do colégio apostólico para responder: O Cristo o de Deus. A frase em Lucas tem origem em Lc 2, 26 quando o velho Simeão é levado pelo Espírito a ver o Cristo (do) Senhor [=Javé]. A frase pode ser melhor traduzida em inglês: The Lord´Christ, pois em grego não tem artigo a palavra Senhor. É uma tradução literal dos Targuns que falavam do Messias como o Messiah [ungido] de Javé., pois em Isaías 4, 2 traduz: Naquele tempo o Messiah de Javé será para gozo e glória. E em Is 28, 5 o Targum diz: Nesse tempo o Messiah do Senhor, de todos os hóspedes será uma coroa de júbilo e um diadema de louvor para o resto do povo. Podemos comparar estes dois comentários com Lc 2, 32 em que Simeão fala do menino Jesus como sendo a glória de teu povo Israel. O CRISTO DO DEUS: A palavra  Christós significa ungido, derivada do verbo Chrio ungir ou untar. Na realidade é uma tradução literal do Messiah aramaico ou Massiah hebraico. Originariamente parece que era uma referência ao Há Kohen Há Massiah [o sacerdote, o ungido] ou sumo sacerdote  em cuja cabeça tinha sido derramado óleo, quando consagrado como mestre espiritual da comunidade. Daí que o Messias era alguém investido por Deus de uma responsabilidade especial. Nos tempos de Jesus existia a ideia de que um descendente da casa de Davi seria o Messias que redimiria a humanidade, tradição que provinha desde os tempos de Isaías ( cap 7). Essa tradição encarava o Messias não como um ser divino, mas apenas como um homem, um grande chefe, reformador social, que iniciaria uma era de paz perfeita. Atualmente a teologia liberal judaica encara o Messias em sentido comunitário, como a própria  humanidade que, numa fase de sua futura evolução, chegará à idade messiânica  em que uma ordem de paz social, justiça e liberdade será estabelecida. Para esta nova era, a missão do povo judaico, atuando em seu conjunto como Messias, é de vital importância, assumindo o papel da maior influência na educação moral da humanidade, promovendo desta forma a consecução dessa nova ordem social que pode assim ser chamada de Idade Messiânica. Mas pelo que contemplamos na História atual,  nada mais oposto a essa visão; porque o atual Israel é a fonte da violência que desestabiliza todo o Oriente Meio. Em tempos de Jesus, esperava-se, porém, um personagem, um rei, descendente da casa de Davi, para instaurar essa era messiânica.

A RESPOSTA EM MARCOS E MATEUS: A resposta de Lucas tem um precedente em Marcos: Tu és o Cristo (8, 29). Lucas acrescenta do Deus. O artigo determinado distingue o único, o verdadeiro Deus, ou o vivente,  como veremos em Mateus,  para distinguí-lo dos outros deuses, que não eram nem verdadeiros, nem tinham vida. A resposta em Mateus é: Tu és o Cristo, o Filho do Deus, o vivente, sendo que o vivente refere-se a Deus. A reposta original parece ser a de Marcos. Mas Mateus introduz matizes importantes que explicam o significado de Cristo em termos cristãos. Filho de Deus era o grito dos endemoninhados (Mc 3, 12).Era um título messiânico correspondente ao de rei. Assim o reconheciam os inimigos ao vê-lo na cruz (Mt 27, 40).Foi o reconhecimento dado pelo centurião após a morte de Jesus (Mc 15, 39). A mesma ideia encerra o título dado por Pedro em Jo 6, 69 Santo de Deus. A palavra Santo (ágios) significa consagrado. O santo atual seria o dikaios em grego que é traduzido por justo, aquele que cumpre perfeitamente os preceitos e observâncias da lei (Lc  1, 6). Importante é que Pedro introduz uma nova realidade na opinião do povo. De um profeta, ele passa a ver em Jesus o Messias esperado. Claro que Pedro pensa num Messias político-militar, vencedor dos inimigos de Israel e libertador de um povo que se achava no momento submetido, como Zacarias canta no seu Magnificat, porque a seu povo visitou e libertou e fez surgir um poderoso salvador na casa de Davi…de conceder-nos que libertos do inimigo a Ele sirvamos sem temor em santidade e justiça. Temos pois, uma resposta clara de Pedro que Jesus aceita no sentido literal: Ele é o Messias, seja o título dado em forma de Ungido (Cristo), de Filho de Deus, ou de Consagrado de Deus.

O SILÊNCIO: Porém ele, tendo-os advertidos, ordenou que não dissessem isso (21). at ille increpans illos praecepit ne cui dicerent hoc. A atitude de Jesus perante a resposta de Pedro é uma ordem cominatória e severa de guardar silêncio. São os três sinóticos que confirmam esta proibição. O silêncio era necessário para não tomar como missão política o que era uma missão transcendental de ordem religiosa. De libertação do pecado e restituição da paz com Deus, em que o triunfo estava vinculado com a maior derrota, e a vitória da vida na morte do triunfador. Por isso Jesus explica claramente a sua missão como Messias, em seguida.

O ANÚNCIO: Dizendo que é preciso que o Filho do Homem padeça muito, seja reprovado pelos anciãos e chefes sacerdotais e escribas e seja morto e ressurja no terceiro dia (22). Dicens quia oportet Filium hominis multa pati et reprobari a senioribus et principibus sacerdotum et scribis et occidi et tertia die resurgere. Pela primeira vez, das três vezes, Jesus fala do futuro que lhe espera em Jerusalém. É um anúncio que prepara os discípulos – embora de modo inútil – para acontecimentos futuros desagradáveis, se bem que terminem numa morte aparente e numa ressurreição triunfal. Desde então Ele será o Ressuscitado e não o Crucificado. Os detalhes deste anúncio são importantes e merecem nossa consideração. É NECESSÁRIO: O verbo Dei denota uma necessidade moral que depende em grande parte de um mandato divino. Os três sinóticos usam a mesma palavra em grego e são traduzidos ao latim pela mesma palavra, oportet. Jesus fala de uma obrigação moral que para ele era uma necessidade para cumprir os planos divinos e assim também ser exaltado como Senhor e Cristo (At 2, 36). FILHO DO HOMEM: A frase Filho do Homem significa eu, ou melhor, a gente, e por apropriação de Dn 7, 13-14 o futuro rei, cujo reino será eterno. A esta visão apela Jesus perante o Sinédrio em Mc 14, 53. Na realidade com essa frase Jesus indica a sua natureza humana dentro da  pessoa do Verbo, ou seja, o homem Jesus de Nazaré, tal e como o viam seus contemporâneos. No lugar paralelo, Mateus fala ele e Marcos, a quem segue Lucas mantém a mesma palavra Filho do Homem. O SINÉDRIO: A reunião de Presbíteros, Chefes sacerdotais [sumos sacerdotes no latim de Mc] e Gramáticos [escribas no latim de Mc e Lc], não deixa lugar a dúvidas. É o grande Sinédrio de Jerusalém. É nas mãos deles que Jesus padecerá muito, será rejeitado e será morto. Mas ao terceiro dia ressuscitará. Só temos uma citação no AT em Sl 118, 22: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, palavras que Jesus cita em Mateus 21, 42.

A CRUZ: Pois dizia a todos se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a cruz de cada dia e me siga (23). Dicebat autem ad omnes si quis vult post me venire abneget se ipsum et tollat crucem suam cotidie et sequatur me. A palavra está precedida da negação a si mesmo. A cruz está ligada não unicamente ao Cristo como fundamento de sua vitória, mas a todo discípulo que deve carregá-la diariamente e não no fim da vida. Qual é o significado destas palavras? A Negação era dizer não;  e esse verbo arneisthai é usado para uma negação cristã que se assemelha ao desprezo e oposição experimentados por Jesus no seu ministério. A palavra implica a negação de toda classe de valores ou opções pessoais, não tanto de condutas pecaminosas ou viciosas. É semelhante à conduta de Jesus que se esvaziou a si mesmo e assumiu a condição de escravo…humilhou-se e foi obediente (Fl 2, 7-8), indicando uma escravidão voluntária aos planos divinos, que pressupõe uma renúncia total aos valores considerados na época, fundamentais para uma vida qualitativamente digna e feliz, como a formavam a comida, a bebida, o sexo, ou a riqueza, o apreço, o poder, a estima. Como afirma Paulo não podemos ter como máxima o comamos e bebamos, pois amanhã morreremos (1Cor,15, 32). É bom ler a passagem do apóstolo em que descreve a vida de um verdadeiro mensageiro de Cristo em 2 Cor 6, 4-10. Concorda com a visão de Jesus de quem é verdadeiro discípulo. Tomar a cruz cada dia. Estas palavras só aparecem em Lucas e neste lugar, sendo que alguns manuscritos omitem o cada dia. A palavra grega staurós significa poste e crucificar teria o sentido inicial de empalar. Porém na época de Jesus a cruz significava pendurar no madeiro [stipes] vertical, ao qual cruzava-se o patibulum [o patíbulo ou madeiro horizontal] que era carregado pelo réu no decurso de uma procissão em que o principal processado precedia o resto dos condenados. A este cortejo se refere Jesus quando diz siga-me. A cruz é, pois, o modelo fundamental em que a vida do discípulo deve pautar-se como guia e modelo de conduta.

PERDER A VIDA: Pois quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas quem perder sua vida por minha causa, esse a salvará (24). Qui enim voluerit animam suam salvam facere perdet illam nam qui perdiderit animam suam propter me salvam faciet illam O psiché Grego que a Vulgata traduz por anima [alma] na realidade significa o alento de vida e a vida mesma. Salvar  ou perder a psiché seria morrer ou viver. Daí que as traduções modernas traduzem por vida. O que Jesus apresentava como ideal era praticamente uma morte virtual e por isso o Mestre termina dizendo que, à semelhança dEle mesmo, a vida, aparentemente perdida, será definitivamente recuperada pelos discípulos do Senhor.

PISTAS:

1) São duas as questões que a meditação deste evangelho suscitam:

1ª) Jesus também pergunta a cada um de nós sobre o que Ele representa em nossa vida. Temos dado uma resposta afirmativa que concorda com a de Pedro: Ele é o Cristo Senhor, como dirá Pedro em sua primeira mensagem aos judeus.

2ª) Jesus indica clara e terminantemente qual é a verdadeira disposição de quem quer ser seu discípulo. As duas perguntas requerem uma resposta valente e decidida. O cardeal Dario Castrillón, prefeito da Congregação do Clero escreve que o que se necessita para alcançar a felicidade não é uma vida cômoda , mas um coração enamorado como o de Cristo. E o amor é entrega, quanto mais absoluta, maior amor temos pela pessoa amada.


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13.06.2010
XI DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

__ “O AMOR GRATUITO DE DEUS VENCE O PECADO” __

Ambientação: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! A celebração da Santíssima Eucaristia é a expressão do imenso amor de Deus por nós e do seu perdão. A liturgia deste domingo, mostra-nos que o pecado é um enorme e pesado fardo que separa o homem de Deus, o oprime e lhe tira a alegria e o sentido da vida. Mas, nos revela também, que Deus ama tanto o homem que está sempre disposto a perdoar. De fato, Deus detesta o pecado, mas ama apaixonadamente o pecador, e investe tudo para libertá-lo dessa terrível opressão. Tudo o que Ele nos pede é que arrependidos, nos deixemos amar e confiemos no seu amor. E celebrar a Eucaristia é reconhecer e acolher seu amor misericordioso. Um dos temas fundamentais do evangelho de Lucas é a manifestação que Jesus faz de si mesmo, como aquele que salva os pecadores. Neste sentido, ele já se proclama Deus, porque os judeus têm consciência de que só Deus pode perdoar os pecados. Entoemos cânticos ao Senhor!

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

PRIMEIRA LEITURA (2 Samuel 12,7-10.13): - "Por que desprezaste o Senhor, fazendo o que é mau aos seus olhos?"

SALMO RESPONSORIAL (Sl 31/32): - "Eu confessei, afinal, meu pecado e perdoastes, Senhor, minha falta."

SEGUNDA LEITURA (Gálatas 2,16.19-21): - "Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim."

EVANGELHO (Lucas 7,36-50): - "Seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor."



- “A CONSCIÊNCIA DO PECADO”
    Reflexão do Evangelho por Diácono José da Cruz

Na sociedade globalizante e consumista da qual fazemos parte, onde vale tudo para ser feliz, seduzido pelas facilidades da vida moderna, na medida em que o homem avança em ritmo acelerado na tecnologia e na ciência, experimenta uma evolução rápida e espantosa. Porém, por outro lado todo esse sucesso da comunidade científica aumenta no ser humano a prepotência e a auto suficiência, assumindo o lugar de Deus, quando se apresenta como senhor de sua vida e de seus atos, conhecedor do bem e do mal, e arrogando-se o direito de decidir sua própria vida.

Temos visto recentemente em uma emissora de TV uma campanha publicitária onde determinada corrente ideológica defende abertamente o aborto e uma mulher elegante e liberada convence o telespectador de que o aborto está entre as demais conquistas da mulher moderna, que por isso têm todo direito de decidir o que fazer com seu corpo, sem dar satisfação a ninguém, muito menos a Deus, cuja lei é considerada retrógrada.

E assim, nessa sociedade mais do que nunca antroprocêntica, o homem arrogante vai dando o seu grito de independência, decretando a morte de Deus e o fim do pecado, como se Deus atrapalhasse os planos de ser feliz, da humanidade.

Mas e os discípulos de Jesus, membros de tantas igrejas cristãs, como se posicionam diante dessa sociedade que “liberou geral” em uma verdadeira maratona do “vale tudo” na busca do prazer, sucesso e felicidade?

A voz profética de Natã na primeira leitura, despertou no rei Davi a consciência do seu delito, do seu procedimento totalmente contrário à palavra de Deus, pois colocou Urias na frente de batalha para que este morresse e assim ele pudesse possuir a sua esposa. Essa atitude penitente permitiu ao rei experimentar a alegria do amor de Deus.

Precisamos admitir que estamos enfermos, para sermos curados pela misericórdia divina. O salmo 51 é um dos mais belos da sagrada escritura, com seu caráter profundamente penitencial mostra-nos o rei Davi humilde e penitente, que reconhece o seu pecado “Pequei contra o Senhor”.

Mas o pior enfermo é aquele que não admite a sua enfermidade, procurando esconde-la com práticas religiosas e uma aparência piedosa diante dos irmãos. O Fariseu Simão, que convidara Jesus para jantar em sua casa, não é má pessoa ao contrário, sua conduta é irrepreensível já que cumpre todos os deveres para com Deus e o próximo e como bom teólogo, conhece a Palavra de Deus, suas promessas e suas leis dadas a Moisés.

Já a mulher tem má fama, é conhecida como pecadora sendo moralmente desqualificada, e por sua conduta está excluída da comunidade porque é considerada impura, mas há algo em sua vida que a difere do fariseu piedoso: conheceu Jesus e descobriu-se amada e querida por ele, apesar dos seus inúmeros pecados e a experiência desse amor a leva a reconhecer-se pecadora, sentindo no coração não um remorso doloroso, mas sim uma incontida alegria que procurou manifestar na casa do fariseu, lavando e ungindo os pés daquele que a fez descobrir o verdadeiro amor.

O fariseu mantinha com Deus uma relação sem dúvida piedosa, mas como se sentia justificado pelas suas obras, dava-se o direito de julgar os que estavam em pecado, excluindo-os de sua companhia, e sentindo-se merecedor do amor de Deus e sua salvação.

Note-se que Jesus não condena a conduta e o modo de viver do fariseu, e nem tão pouco aprova a vida pecaminosa da mulher, apenas realça o modo como ambos se relacionam com Deus. Certamente essa experiência com o Mestre Jesus mudou para sempre a vida daquela mulher mostrando-nos que a iniciativa é sempre de Deus e que somente quando descobrimos o seu amor em nossa vida, é que percebemos o quanto somos pecadores por não correspondermos a esse amor.

Simão admirava Jesus, mas não via nele nada de especial, porque a lei, tradição, o rito e suas boas obras não o deixavam sentir o quanto Deus o amava, manifestando este amor em Jesus. A religião do perfeicionismo e do moralismo é sempre muito triste porque nela, o homem mantém com Deus não uma relação de filho, amado e querido, mas apenas de um empregado, que cumpre seu dever junto ao patrão, merecendo deste o justo salário.

A verdadeira autêntica e única religião têm como base um amor que não se prende a qualquer lei moral ou norma de conduta, mas sim ao encanto e fascínio de Cristo Jesus, cujo olhar, gesto e palavras tem o poder de tocar nosso coração, fazendo-nos renascer e recuperar nossa dignidade de filhos de Deus, despertando-nos esse desejo incontido de estar a seus pés, como essa mulher, naquela noite imemorável na casa de Simão. Que o formalismo religioso não mate em nós a alegria desse amor grandioso!

José da Cruz é diácono permanente da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim - e-mail:jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Costa- XI Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Contrição e conversão

Puxa vida! Como essa mulher chorava! “As suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume” (Lc 7,38). Isso sim que é arrependimento. Jesus disse que os “seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor” (Lc 7,47). A esse tipo de arrependimento a Igreja chama contrição porque está movido pelo amor, diferente da atrição, arrependimento movido pelo temor. A contrição limpa totalmente a alma, purifica-a e faz com que fluam os propósitos de uma vida nova.

A história da Igreja está cheia de famosos pecadores que se converteram ao Senhor, um dos mais conhecidos pelas suas próprias Confissões – livro clássico que vale a pena ser lido – é Santo Agostinho. Foi esse santo quem deixou escrita aquela frase tão conhecida e citada: “fizeste-nos, Senhor, para ti e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em ti”. É verdade, o coração humano não poderá encontrar repouso senão no Senhor. Bento XVI, ao chegar a Portugal, no começo da sua visita, sentenciou: “a relação com Deus é constitutiva do ser humano: foi criado e ordenado para Deus, procura a verdade na sua estrutura cognitiva, tende ao bem na esfera volitiva, é atraído pela beleza na dimensão estética. A consciência é cristã na medida em que se abre à plenitude da vida e da sabedoria, que temos em Jesus Cristo”.

Geralmente, os convertidos mostram ser pessoas fervorosas. Às vezes são pessoas que conheceram os abismos do pecado e do demônio, que desceram até aos abismos da morte espiritual e, por tanto, ao serem libertadas do diabo e do pecado, sabem valorizar a graça de Deus que lhes alcançou: ser cristão, ser católico; poder confessar-se com freqüência; participar do Sacrifício de Cristo Salvador em cada Santa Missa; conversar com Deus na oração; viver uma vida limpa, honesta, livre das cadeias do mal e do pecado.

A contrição que os conversos manifestam me ajuda a pensar na sinceridade do meu amor para com Deus. Eu acho que nós católicos “de sempre” deveríamos aprender algo do fervor dos conversos. Sem dúvida, quando a vida de fé vai madurando se vê mais e melhor; não obstante, nunca podemos afastar-nos do nosso primeiro amor, dessa visão das coisas que nos foi concedida e que mudou o rumo da nossa vida. Não nos esqueçamos daquelas palavras do Espírito Santo: “trabalhai na vossa salvação com temor e tremor” (Fl 2,12).

Aquela mulher percebeu algo do amor de Deus para com ela, viu também que tinha ofendido a esse Deus tão bom e amável e, diante dessa evidência, não pode fazer outra coisa que derramar abundantes lágrimas. O ato de contrição nos leva a perceber que “Deus é amor” (1 Jo 4,8.16) e que nós ofendemos a alguém que só quer o nosso bem e a nossa felicidade; em segundo lugar, que não podemos fazer nada a não ser pedir perdão, chorar e implorar misericórdia no sacramento da confissão.

Peçamos a Deus que nos livre da atitude do fariseu que, além de ter sido pouco educado– não ofereceu água a Jesus para lavar os pés, não lhe deu o ósculo, não ungiu a cabeça de Cristo –, começou a julgar aquela pobre mulher. Infelizmente, às vezes, em lugar de alegrarmo-nos por um irmão que se converte, começamos a julgá-lo; essa atitude não é cristã. Precisamos ser mais acolhedores e alegrar-nos mais com os outros, celebrar festivamente o fato de que uma pessoa se aproxima do Senhor. Ele é o nosso Deus e quer sempre o nosso bem.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético - XI DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C

(Pe Ignácio, dos padres escolápios)

Epístola (Gl 2, 16, 19-21)

INTRODUÇÃO: A epístola aos gálatas é uma apologia de seu evangelho [de Paulo], esse que colocava a salvação ou a justificação só em Cristo, como fonte; e na fé de cada cristão, como receptor da mesma. A Lei [nomos ouTorah] era inútil e até inconveniente, diante desta fórmula única de salvação em Cristo. Neste trecho, Paulo argumenta, servindo-se do valor que tem a cruz de Cristo, onde a redenção [lytron] teve sua origem; portanto essa cruz não pode ser esvaziada de seu valor e significado. Uma outra ideia é que a fé nos transforma em novos Cristos, pois viver essa fé é estar crucificado com Ele, de modo que Paulo afirma que já a sua vida e a vida de Cristo se confundem.

A JUSTIFICAÇÃO: Sendo conhecido que não se justifica um homem por meio de obras de Lei, senão através da fé de [em] Jesus Cristo, também nós, em Cristo Jesus temos acreditado, para sermos justificados pela fé de Cristo e não por meio de obras de Lei, porque não se justifica toda carne por meio de obras de Lei (16). Scientes autem quod non iustificatur homo ex operibus legis nisi per fidem Iesu Christi et nos in Christo Iesu credidimus ut iustificemur ex fide Christi et non ex operibus legis propter quod ex operibus legis non iustificabitur omnis caro. JUSTIFICA [dikaioutai <1344>=justificatur] Só Deus justifica, isto é, aplica ao homem sua santidade de vida, tornando-o livre de pecado  (Rm 3, 30) [parte negativa] e colocando nele a sua santidade [parte positiva] que geralmente é chamada de graça santificante, verdadeira justificação que nos reintegra a graça de Deus (Deus derramado em nossos corações [Rm 5, 5]), para que tenhamos uma nova vida  (Rm 6, 4) com a qual se realiza a adoção,  transformando o homem em irmão de Cristo, conferindo-lhe a participação real na vida do Filho único, revelada mediante a ressurreição (CIC 654). Tudo é real, tanto o perdão (Rm 5,1) como a graça (Rm 5,5) e por isso somos lavados, consagrados e justificados (1Cor 6,11). Paulo termina, afirmando que nenhuma carne [homem] é justificada pelas obras da Lei, ou seja, a que constituia a Antiga Aliança, que hoje é totalmente anulada (Rm 4, 14). OBRAS DA LEI: O NOMOS [Lei] em Paulo é o conjunto de normas que constituiam a Antiga Aliança [a Torah], fundada sobre a circuncisão e as numerosas tradições dos antigos, especialmente as referentes à impureza e ao sábado, que Jesus criticou em repetidas ocasiões, pois o sábado estava feito para o homem e não este para o sábado (Mt 12, 8); ou as leis de impureza eram sobre coisas externas que em nada podiam manchar o interior do homem como eram os alimentos proibidos (Mt 23, 25 ss). Máxime, se essas obras eram feitas para caiar o exterior como se fazia com os sepulcros (Mt 23, 27). PELA FÉ EM CRISTO: Sendo a justificação obra gratuita de Deus, ou a aceitamos pela fé ou unicamente podemos nos opor a ela, não admitindo a mesma, porque não acreditamos na sua bondade e a desprezamos ou a rejeitamos propositadamente, como fez aquela geração que Jesus tratava de adúltera, no sentido de servir à mammona [deus-riqueza], desprezando o verdadeiro Deus. Jesus dirá que quem crer e for batizado será salvo [ou justificado] (Mc 16, 16).

A MORTE NA LEI: Pois eu, por meio da Lei, morri na Lei para viver para Deus (19). Ego enim per legem legi mortuus sum ut Deo vivam Christo confixus sum cruci. Que significa esta frase de Paulo? Por meio da Lei morri na Lei, ou melhor, estou morto? Segundo o que ele conta em Romanos 2, 17ss, todos os judeus transgrediram a Lei [a Torah] e portanto, segundo a doutrina [verdadeiro significado de Torah] dessa Lei, estariam mortos sob o império do pecado (Rm3, 9) de modo que se pode aplicar a Escritura: Não há justo nem mesmo um só (Rm 3, 10). Mas Deus, que se compadece do pecador e veio para o salvar [viver, dar vida (Jo 10, 10)], justificou Paulo, porque ele estava morto, de modo que se tornasse verdadeira a frase que ele se atreve a afirmar: Onde abundou o pecado superabundou a misericórdia (Rm 5, 20). Tudo porque Deus é rico em misericórdia (Ef 2, 4).E de sua vida, da de Paulo, podemos tirar uma conclusão universal:O resultado final da Lei é a morte; por isso, unicamente a fé nos faz viver em Cristo pela graça de Deus. É tão atrevida esta sua aproximação ao papel da Lei que Paulo teve que explicar como a Lei não era causa formal [em si mesma] do pecado; mas é este, como sendo um ser vivo, por meio da concupiscência, quem causa a morte, como independente e oposto à Lei (Rm 7, 7ss).

A CRUZ: Pois com Cristo estou crucificado vivo; não eu, porém vive em mim Cristo, o qual, pois, agora vivo em carne, em fé vivo na do Filho de (o) Deus que me amou e deu a si mesmo por mim (20), Vivo autem iam non ego vivit vero in me Christus quod autem nunc vivo in carne in fide vivo Filii Dei qui dilexit me et tradidit se ipsum pro me. CONCRUCIFICADO: a cruz de todo cristão é estar atado ao pecado. Sabemos  que nosso homem velho tem sido crucificado com ele [Cristo] para que o corpo do pecado seja destruído, a fim de que não sejamos escravos do pecado (Rm 6, 6). E se este pressuposto é universal e normal em todo cristão que recebe no batismo o Espírito, em Paulo se deu de modo peculiar: eu não quero presumir a não ser da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.  (Gl 6, 14). Como vemos a crucifixão de Paulo é para o pecado e o mundo, todos os dois submetidos a seu príncipe, Satanás, o verdadeiro inimigo de Cristo, cujo domínio especialmente se estende ao mundo e seus adoradores (Mt 4, 9). AGORA VIVO EM CARNE: Paulo na sua analogia do corpo de Cristo encontra na carne dos fiéis [carne e ossos, dirá] o corpo de Cristo vivente na terra em cada um dos seus verdadeiros fiéis, entre os quais ele mesmo se encontra. Por isso, sendo a Igreja e cada um dos seus membros apresentados como virgem pura a um só esposo que é Cristo (2 Cor 11, 2), e a Ele unidos individualmente (1 Cor 6, 17), podemos concluir que, segundo Gênesis, são dois numa só carne, como afirma Paulo da união com a meretriz (1 Cor 6, 16). Confirma-o Paulo quando fala da comunhão do pão e do vinho, como comunhão com o corpo e sangue de Cristo (1 Cor 10, 16). Mas para evitar uma interpretação totalmente materialista, Paulo afirmará que é dentro de uma interpretação espiritual, porém realista que deve ser interpretada esta união tão especial, não só com o espírito, mas também com o corpo de Cristo, formando um espírito comum com ele (1 Cor 6, 17), o que já Jesus disse no seu discurso de Cafarnaum: O espírito é que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida (Jo 6, 63). Como se dissesse: um corpo vive pelo espírito não pela carne. E o que comunico com estas palavras é que meu espírito tornar-se-á vosso espírito. Embora carne e sangue aparentemente sejam diferentes do espírito, eu comunico a vida nova nessa vossa carne e sangue que do contrário estaria morta. Por isso, Jesus pode afirmar que se deve comer e beber seu corpo e seu sangue. Embora muitos membros [ou corpos diferentes] todos formamos um só corpo cuja cabeça é Cristo (Cl 1, 18). Mas é maravilhoso que possamos inteiramente não só como almas ou espíritos, mas também em nossas vidas corporais repetir com os antigos padres da Igreja: Christianus alter Chirstus ( Cristão é outro Cristo). E SE ENTREGOU POR MIM: O amor é o que mais une as pessoas e o amor é melhor manifestado, quando alguém se imola pelo amado. Isso foi o que Jesus fez e por isso essa entrega é o maior penhor de nossa vida e salvação.

NÃO ESVAZIAR A CRUZ: Não rejeito a graça de(o) Deus. Pois se por meio da lei há justiça, então vanamente Cristo morreu (21). Non abicio gratiam Dei si enim per legem iustitia ergo Christus gratis mortuus est. Paulo conclui seu argumento ou diatribe, como se dizia em grego clássico entre os filósofos cínicos e estóicos, dizendo que não pode rejeitar a graça de Deus. Entre a escolha pela Lei ou pela graça misericordiosa de Deus, Paulo não tem mais remédio que optar por esta última. E como colofão de sua doutrina acrescenta: caso escolhamos a justiça como vinda da Lei, a morte de Cristo seria inútil, para nada serviria. Mas, pelo contrário, a morte de Cristo é causa da vida [do espírito] e da ressurreição [do corpo].

Evangelho (Lc 7, 36-8,3)

1a PARTE: A PECADORA

O BANQUETE: Após um convite [convidava-lhe], Jesus entrou na casa de um fariseu de nome Simão (43) e se recostou na mesa para comer. Simão (forma abreviada de Simeão=famoso) era nome comum entre os judeus na época. Foi o nome de Pedro, o nome do leproso em cuja casa hospedou-se Jesus em Betânia, a vila próxima de Jerusalém. Nome do pai de Judas Iscariotes, que foi o traidor. Era o nome de Simão, o irmão [parente] do Senhor; Simão o Cirineu; Simão o Zelote, um dos discípulos; Simão o curtidor de Jope, dos Atos 9. Era um banquete em toda regra; pois o verbo grego anaklino indica que os convivas estavam deitados ou reclinados ao modo grego e não sentados como seria o costume judaico. Provavelmente seria no entardecer da sexta feira, ou seja, no início do sábado, tempo em que os fariseus acostumavam ter suas comidas em grupo, formado por 12 a 20 pessoas. Eram banquetes religioso-sociais em que só pessoas do grupo entravam a formar parte, com a exceção de convivas especiais, como no caso de Jesus a quem consideravam profeta (39) e a quem Simão chama de Mestre (40). Nessas refeições, em que se alternavam como hospedeiros os membros dos componentes do grupo, esmeravam-se as donas da casa em oferecer o melhor de sua culinária. Este era o caso que estudamos. Como era costume entre os romanos, os comensais estavam recostados sobre divãs a pouca altura do chão, descalços, com os pés fora do divã. Estes banquetes, pelo menos entre os romanos, começavam ao entardecer e continuavam durante a noite até altas horas da madrugada. Sabemos como a comida era regada com vinhos e acompanhada com danças e diversões como no banquete oferecido por Herodes Agripa no dia de seu aniversário natalício (Mc 6, 21). Evidentemente que este não era o caso de Simeão. Era um banquete mais familiar, entre seus colegas de collegium ou associação como sabemos que existiam em Roma e Alexandria. Tampouco era o banquete celebrado em honra dos mortos, costume greco-romano, nos cemitérios, que foi recebido pela primitiva Igreja e que deu lugar aos banquetes eucarísticos nas catacumbas onde se situaram as criptas que serviam para realizar a Eucaristia sobre o altar do mártir comemorado.

A PECADORA: Qual era o significado desta palavra nos tempos de Jesus? A maioria dos comentaristas pensam que essa mulher, conhecida na cidade, era uma mulher pública, das quais se dizem ter vida fácil (?), que se oferecem por dinheiro a todos os que possam pagar seus atrativos. Porém existe uma outra versão da palavra pecador que encontramos unida à de publicanos e cujo significado é de gentil ou pagão, como em Lucas 15,1: Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores [amartoloi] para ouvir. É verdade que Mateus une no mesmo contexto publicanos e meretrizes em Mt 21, 31-32. Publicanos e meretrizes [pornai] vos precedem no reino de Deus (31) e não acreditastes nele (o Batista) ao passo que publicanos e meretrizes creram (32). Em Mt 9, 10 lemos: estando ele em  casa à mesa, muitos publicanos e pecadores [amartoloi]  vieram e tomaram lugares com Jesus. Em Mc 2, 15-16 lemos que em casa de Levi muitos publicanos e pecadores [amartoloi] porque estes eram em grande número e o seguiam, estavam junto com ele (15). Por isso os escribas e fariseus perguntavam a seus discípulos por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores [amartoloi] (16). É interessante que no lugar paralelo Lucas (5, 29-32), primeiramente, o evangelista fala de publicanos e outros(29) para depois os fariseus e seus escribas afirmar que eram pecadores (30). No mesmo Lucas a palavra pecador tem um sentido de gentil em 24, 7 quando Jesus afirma que será entregue nas mãos de homens pecadores [anthropön amartolön] Finalmente temos a passagem de Paulo em Gl 2, 15 : Nós judeus por natureza e não pecadores [amartoloi] dentre os gentios. Tudo isso indica que a palavra amartolos pode ter um sentido não necessariamente ético, mas étnico. Por isso podemos pensar que a mulher que era amartolos poderia ser não uma meretriz, mas uma mulher pagã ou talvez uma mulher judia casada com um pagão. Nestes dois últimos casos, admitidos pela semântica e por alguns comentaristas como afirmava já Gill em seus comentários, temos uma nova visão do evangelho de Lucas que confirma sua predileção, assim como a de Paulo, para ser chamado o evangelho dos gentios. Por outra parte, a repulsa do fariseu seria mais forte, caso fosse uma pagã a mulher que tocou e ungiu os pés de Jesus.

A MULHER: Podemos dizer quem não era e nada sabemos sobre quem era. A tradição grega a distingue perfeitamente das outras duas mulheres com as quais os latinos a confundem: Maria de Magdala e Maria de Betânia, irmã de Lázaro. Maria de Magdala, da qual Lucas fala em várias ocasiões, era uma mulher solteira, ou viúva, pois o seu patronímico (nome do pai ou do marido) é substituído por  um toponímico (nome da cidade de origem), Magdala, ou um apelido (mulher do pelo enrolado). Magdala significa torre e provavelmente o nome seria Magdal-El, torre de Deus. Outros preferem Migdal Nunaya, torre dos peixes, porque coincidiria com a Tariqueia de Flávio Josefo, já que Tariqueia significa pesca salgada. Sem dúvida era a cidade mais importante à beira do lago. Tinha na época 4 mil habitantes, dedicados em grande parte à salgação de peixes com uma frota de 230 barcos. Distava de Tiberíades, na época a capital da Galiléia, 6 Km ao norte da mesma, situada na planície de Genesaré entre Cafarnaum e Tiberíades, no caminho de Damasco. Maria de Magdala ou Maria Madalena é citada várias vezes nos evangelhos. O próprio Lucas afirma que Jesus tinha tirado dela sete demônios (8,2). O número 7 não deve ser tomado em termos matemáticos, mas simbólicos e seria o mesmo que dizer que havia expulsado muitos demônios. Esta última palavra deve ser explicada já que na cultura da época, endemoninhado significava uma série de doenças mentais ou desconhecidas. Um louco, um surdo-mudo, eram endemoninhados. Por isso atribuiam a Jesus um demônio  por suas afirmações mirabolantes de dizer que antes de Abraão ele já existia (Jo 7, 20). Nada mais sabemos sobre a antiga profissão ou vida de Maria de Magdala. Sabemos, porém, que após sua cura, ela era uma das mulheres que acompanhavam Jesus e com suas posses e bens o serviam. Mas é difícil pensar que uma ex-meretriz (teria 50 anos) pudesse se misturar com as outras mulheres que seguiam Jesus, como Joana, mulher de Cuza, o procurador de Herodes, ou Susana, também pertencente à alta sociedade da época. Sabemos que Maria Madalena estava ao pé da cruz (Lc 23, 49), assiste a sua sepultura (23, 55) e é a primeira a ver o Cristo ressuscitado (Jo 20, 11).  A outra mulher seria Maria de Betânia, irmã de Lázaro e Marta. Desta mulher sabemos que na casa de Simão o leproso (Mc 14, 3), durante o banquete, derramou um frasco de nardo sobre a cabeça de Jesus. Mas segundo João,  foram os pés que ela ungiu e enxugou com os seus cabelos (Jo 12, 3). Era costume oferecer água aos hóspedes para lavar os pés e ungir com perfume  sua cabeça. É possível que ambos os gestos de unção fossem feitos por Maria de Betânia, destacando João, pelo insólito, unicamente o perfume dos pés, mais próprio da sepultura. Desta Maria, fala Lucas como sendo a que estava aos pés de Jesus escutando suas palavras (final do capítulo 10).

A UNÇÃO: Propriamente o evangelho fala de quatro ações feitas pela mulher pecadora: regar [molhar, como a chuva faz] os pés com as lágrimas; secar com os cabelos [os pelos de sua cabeça]; beijar [besuquear diríamos em espanhol] continuamente os pés de Jesus e ungir com mirra ( pés ou cabeça?). Vamos por partes descrever com mais detalhes estas quatro fases de um aparentemente esquisito comportamento. Entre colchetes temos colocado as traduções mais literais do texto grego que, sem dúvida, dá uma maior expressividade. Os costumes da época eram lavar com água morna os pés dos convivas, após estes ficarem descalços, como vemos na ação de  Jesus na última ceia (Jo 13, 3), a exemplo de Abraão (Gn 18, 4), ação que terminava com enxugá-los com uma toalha (Jo 12.3). Também os hóspedes lavavam suas mãos, como rito de purificação antes da comida (Mt 15, 2). A unção com perfumes era feita na cabeça do comensal. No Salmo 23, 5 lemos: Preparas uma mesa, unges minha cabeça com unguento e minha taça transborda. Se unicamente atendemos ao grego não podemos afirmar que sejam os pés os ungidos; pode ser que a unção seja na cabeça com o qual concordaria com Mc 14, 3. e Mt 26, 6. Porém, no versículo 48 se afirma que eram os pés, os ungidos. João diz sobre o mesmo sucesso que Maria de Betânia ungiu os pés de Jesus (12, 3). Talvez seja esta uma ação inusitada e por isso Jesus podia afirmar que era uma preparação para o dia de sua sepultura (12, 7). O unguento era uma preparação medicamentosa de uso externo, feita na base de ceras e resinas. No caso, a resina empregada é a mirra, produto de uma árvore que cresce nas regiões montanhosas da Arábia e Abissínia, cuja madeira produz uma goma-resina muito aromática de cor amarelenta ou pardo-vermelha, que se obtém como oxidação da resina que corre dentro da cortiça. Essa mistura de goma e resina é parcialmente solúvel em água e pode ser usada como pomada ao misturá-la com óleo, talvez do mesmo modo que hoje obtemos os perfumes, misturando-os com 60 % de álcool. O alabastro é um mineral de gesso de forma compacta que se apresenta como um material branco e translúcido, usado no lugar do vidro nas janelas das catedrais da idade média por ser translúcido e de fácil polimento. No tempo de Jesus era usado como material para a confecção de frascos de garganta estreita onde o unguento era armazenado. Bastava quebrar o longo pescoço para derramar seu conteúdo. Isso foi feito por Maria de Betânia, segundo Mc 14, 3.

A SUPOSIÇÃO DO FARISEU: Simão não pensa no ato de bondade da mulher, mas na reputação da mesma, certamente não boa, e na falta de tato de Jesus que não se deu conta de quem era a mulher. Caso fosse uma pagã ou judia casada com um pagão, o caso se complicava, porque implicava uma impureza legal. Os fariseus diziam que se alguém tocava as roupas do povo comum ficava poluído ou impuro. Por outra parte, acreditava-se que um profeta devia conhecer as pessoas e sua moralidade, especialmente se ele era o Messias, porque este não julgará segundo o que veem os seus olhos, não se pronunciará segundo o que ouvem seus ouvidos. (Is 11,3). Por isso a resposta de Jesus na parábola indiretamente responde a esta questão: sim ele conhecia quem era a mulher, e diretamente é uma lição de moralidade contrária ao que os fariseus pensavam sobre pureza e culpa, sobre pecado e retidão de conduta.

A PARÁBOLA: Os dois devedores foram perdoados de suas dívidas na totalidade. Um devia 500 denários e o outro dez vezes menos: 50. O denário era o salário de um dia de um trabalhador ( Mt 30, 2). Jesus pergunta a Simão: qual dos dois estará mais agradecido? Na realidade o verbo grego é amará mais, mas sabemos que as línguas semitas não têm a palavra agradecer que é substituída por abençoar ou amar. O fariseu responde corretamente: Suponho que será aquele a quem mais perdoou. E Jesus replicou: julgaste corretamente.

APLICAÇÃO: E tomando a parábola pelo inverso, Jesus conclui de modo absoluto: Os dois devedores eram a mulher a quem mais se perdoou e tu a quem menos foi remitido.Por isso as duas condutas são tão diferentes: Tu devias ter me lavado os pés (Gn 18, 4), dado o beijo [de reconhecimento como profeta que pensavas que eu fosse] (Êx 4, 27);  como hóspede, nem me ungiste a cabeça com óleo como é costume (Sl 23, 5) e nada disto fizeste. Ela, pelo contrário, fez tudo isso em forma excelente. Por isso podemos deduzir que foi ela a quem muito se perdoou pois muito agradeceu . E Jesus termina com uma sentença que poderia ser um provérbio da época: A quem muito agradece [ama] é porque muito foi perdoado; mas a quem pouco se perdoa, pouco agradece[ama].

CONCLUSÃO: Então disse à mulher: Perdoados são os teus pecados. E os outros comensais começaram a murmurar: Quem é este que até perdoa pecados? Das palavras do Senhor deduzimos que o importante não é o pecado, mas o perdão, que será tanto mais completo quanto maior seja o amor demonstrado. Tanto Simão como a mulher eram pecadores. Simão, porém, demonstrou pouco amor porque aparentemente pecou pouco. Já  a mulher demonstrou muito maior amor, porque o seu perdão foi muito maior. Que pouco atinge o pecado humano o Senhor e como é importante o amor que tanto o obriga, independentemente de quem seja o sujeito que ama! Deus, em sua riqueza infinita e sua bondade sem limites, pode perdoar de igual modo, tanto grandes pecados em número e classe, como pequenas e insignificantes falhas cometidas pelo homem. O que Ele procura é o agradecimento e o amor resultante desse perdão.

2a PARTE : AS MULHERES QUE O SERVIAM

AS MULHERES: Os que acompanhavam Jesus na sua missão de proclamar e anunciar o Reino de Deus eram de duas classes: os doze e algumas mulheres. Estas foram curadas de espíritos malignos e de doenças – dirá Lucas. E nomeia em primeiro lugar Maria, a chamada Madalena, da qual sairam sete demônios, como temos anteriormente descrito. Dela dirá S. Jerônimo que era viúva porque não tinha patronímico. Outra era Joana [favor de Deus],  mulher de Cuza, administrador [epitropos] de Herodes Agripa. Era um pequeno governador de uma região, um camareiro, ou um administrador dos bens domésticos? Parece que esta última hipótese é a mais correta. Seria de certa idade ou talvez viúva porque não era permitida a separação entre esposos  por tempo prolongado. Susana [açucena] é a outra mulher nomeada; dela nada sabemos fora deste versículo (8,3). Com suas posses ajudavam o Senhor e seu colégio apostólico.

PISTAS:

1) Jesus aceita um convite de quem, ao que parece, era seu inimigo; pois como diz o mesmo Lucas em 14, 1 os fariseus nessa ocasião o espiavam. Como diz Paulo, somos dados em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens (1Cor 4,9). A eficácia da evangelização depende em parte de nossa conduta.

2) A conduta da mulher está valorizada por seu arrependimento e o trato com que cuida de Jesus. Todos nós temos de nos arrepender e todos nós temos um Senhor a quem servir e amar. E esta última devoção é a que dá sentido as nossas vidas.

3) Sempre existe uma razão para amar e perdoar, nunca há motivos para o desprezo e a rejeição. Dizem de Isabel I a Católica, rainha de Castela, que admitiu os dois filhos do Cardeal Mendonza, filhos da infidelidade do grande político ao seu voto de castidade e quis acolhê-los como seus familiares, que foi criticada. Ela se defendeu  dizendo: não posso deixar que se percam.

4) A Igreja, que somos todos nós, deve se preocupar e muito a se arrepender ao ver como o Senhor disse e em realidade foi consequente com suas palavras que veio salvar o que estava perdido. Parece que nós, pelo contrário, estamos para santificar o que já está encaminhado.


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QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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