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Índice desta página:
Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Homilias e Comentário Exegético (Estudo Bíblico) extraído do site Presbíteros.com

. Evangelho de 10/04/2011 - 5º Domingo da Quaresma
. Evangelho de 03/04/2011 - 4º Domingo da Quaresma


Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados. Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página "A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos, colocando o cursor sobre os textos em azul. A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!

10.04.2011
5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A
__ "CRISTO, RESSURREIÇÃO PARA NOSSA VIDA" __

Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Partindo da experiência da precariedade da proópria vida, o homem religioso da Bíblia descobre o Deus vivo como fonte, plenitude e defsa de toda a vida, especialmente da dos seus. A benção "crescei e multiplicai-vos" concerne precisamente à transmissão da vida: aquela que outra págin apresenta como comunicação do próprio "sopro" vital de Deus. A narrativa da árvore da vida evoca a exigência indestrutível de uma vida que se prolonga além dos limites da experiência, de um bem destinado a durar para sempre. Assim a linguagem simbólica e poética atinge as profundezas do homem.

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (Ez 37,12-14): - "Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço - oráculo do Senhor"

SALMO RESPONSORIAL (129/130): - "No Senhor é que se encontra o perdão, copiosa redenção!"

SEGUNDA LEITURA (Rm 8,8-11): - "...os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus."

EVANGELHO (Jo 11,1-45): - "Lázaro, vem para fora!"

Naquele tempo, 1havia um doente, Lázaro, que era de Betânia, o povoado de Maria e de Marta, sua irmã. 2Maria era aquela que ungira o Senhor com perfume e enxugara os pés dele com seus cabelos. O irmão dela, Lázaro, é que estava doente. 3As irmãs mandaram então dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”. 4Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. 5Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. 6Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. 7Então, disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judéia”. 8Os discípulos disseram-lhe: “Mestre, ainda há pouco os judeus queriam apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?” 9Jesus respondeu: “O dia não tem doze horas? Se alguém caminha de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. 10Mas se alguém caminha de noite, tropeça, porque lhe falta a luz”. 11Depois acrescentou: “O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo”. 12Os discípulos disseram: “Senhor, se ele dorme, vai ficar bom”. 13Jesus falava da morte de Lázaro, mas os discípulos pensaram que falasse do sono mesmo. 14Então Jesus disse abertamente: “Lázaro está morto. 15Mas por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos para junto dele”. 16Então Tomé, cujo nome significa Gêmeo, disse aos companheiros: “Vamos nós também para morrermos com ele”. 17Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. 18Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém. 19Muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele to concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. 25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. 28Depois de ter dito isto, ela foi chamar a sua irmã, Maria, dizendo baixinho: “O mestre está aí e te chama”. 29Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus. 30Jesus estava ainda fora do povoado, no mesmo lugar onde Marta se tinha encontrado com ele. 31Os judeus que estavam em casa consolando-a, quando a viram levantar-se depressa e sair, foram atrás dela, pensando que fosse ao túmulo para ali chorar. 32Indo para o lugar onde estava Jesus, quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido”. 33Quando Jesus a viu chorar, e também os que estavam com ela, estremeceu interiormente, ficou profundamente comovido, 34e perguntou: “Onde o colocastes?”Responderam: “Vem ver, Senhor”. 35E Jesus chorou. 36Então os judeus disseram: “Vede como ele o amava!” 37Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?” 38De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. 39Disse Jesus: “Tirai a pedra!” Marta, a irmã do morto, interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”. 40Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” 41Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42Eu sei que empre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”. 43Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” 44O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!” 45Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.
- Palavra da Salvação!
- Glória a Vós, Senhor!



Homilia do Diácono José da Cruz – 5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

"Marta, Maria, Lázaro e Nós..."

De todos os milagres de Jesus, relatados no evangelho de São João, a Ressurreição de Lázaro é sem dúvida o mais espetacular, visto que ocorreu três dias após o sepultamento, quando o corpo do seu amigo já estava em estado de decomposição, pois cheirava mal. Jesus tinha outros amigos além de Lázaro, pessoas do seu relacionamento, com  certeza por ele muito queridas como por exemplo, o pai adotivo José, pessoas estas que morreram e ele nada fez...Por que cargas d’água não os ressuscitou também? Será que Lázaro era o mais amado de todos? Basta uma pergunta assim e já vamos percebendo que o evangelista João quer revelar algo muito maior do que a simples ressuscitação de um cadáver..João é especialista em montar verdadeiros dramas, como a história do cego de nascença, a Mulher Samaritana e agora, no último domingo da quaresma, a grande apoteose; Jesus também faz voltar á vida quem morreu, estamos no último capítulo da aula de catequese Joanina e por isso alguns detalhes são muito importantes. Jesus estava longe quando o estado de saúde do amigo agravou-se e mesmo sendo avisado, continuou a viagem e quando decidiu voltar já era tarde, Lázaro tinha morrido. Com seu poder, ele bem que poderia ter evitado que Lázaro morresse, mesmo á distância. E quando chegou na casa do falecido, o enterro já tinha ido. Imagine no cemitério, depois que já se fechou o caixão, chega um parente de longe que insiste em ver o finado. Nesse caso foi pior, Jesus mandou desenterrar Lázaro, mas que ousadia! Deve ter pensado muitos Judeus. Quem essa cara pensa que é?

É difícil de ler esse evangelho sem pensar nessas coisas, e se não fizer essas perguntas, o leitor corre o risco de se empolgar com a “embalagem” e menosprezar o “produto” Quem era Lázaro? Um amigo querido, que junto com as irmãs Marta e Maria sempre hospedava Jesus no final de um dia de pregações e ensinamentos. Uma comunidade que apesar de muito hospitaleira, era igual as nossas comunidades cristãs...

Tinha gente como Marta, lembram-se dela ? Aquela que era um “Pé de Boi” para trabalhar, e que se dava o direito de criticar a irmã, que não a ajudou nas tarefas em uma das ocasiões em que hospedaram Jesus. Aqui ela parece novamente estressada quando se levanta e vai ao encontro de Jesus para dar a bronca “Se o Senhor estivesse aqui, meu irmão não teria morrido...” Em outras palavras, “o Senhor é mui amigo heim! Não veio ver meu irmão e só me chega agora, quando ele já foi enterrado! O evangelho em nada muda o comportamento das duas irmãs diante de Jesus, Maria ficou em casa sentada, parece que  Marta era a mais agitada. Ela vê algo especial em Jesus, talvez um Profeta Poderoso, pois para abrandar as palavra concluiu “Eu sei que o que pedires a Deus lhe será concedido”. Marta fala o que pensava um Judeu, tudo o que Deus poderia dar a uma pessoa Justa, era nessa vida, o conceito de Ressurreição era ainda bem rudimentar e não se tinha uma esperança escatológica.

Então Jesus fala da ressurreição em uma perspectiva totalmente nova “Teu irmão vai ressuscitar...”. Marta se detém ao conceito antigo, segundo o qual a ressurreição acontecerá no último dia, quando bons e maus serão julgados diante de Deus.

Vamos levando esta vida e fazendo nossas ações boas ou más, no final haverá o acerto de contas com Deus, ações boas serão premiadas, e as más receberão a justa punição. Marta é alguém que na comunidade faz e acontece, está sempre á frente tomando iniciativas, Jesus não veio para iniciar o evento da Salvação, mostrando o caminho que nos leva a ela, ele é a própria Salvação, ele não veio para nos ajudar a percorrer bem este caminho e assim ressuscitar entre os justos e alcançar o céu, Ele é o Céu, a comunhão plena com Deus, Ele é a Ressurreição! Mas não era assim que a Marta o via...As vezes na comunidade temos excessiva preocupação em FAZER, como se isso é que nos desse a identidade de Cristãos.

Maria, a contrário, vê  em Jesus a possibilidade de Vida, mas diferente de Marta, sua Fé vislumbra algo novo que Jesus não vai fazer, mas que já é. A frase é a mesma de Marta, mas quanta diferença... .Longe de lamentar a ausência de Jesus, ela se prostra diante dele, reconhecendo interiormente que só ele é a Verdadeira Vida.

Podemos ver nesse evangelho um  forte apelo para que, fazendo a experiência profunda de Jesus, como a Samaritana, passando a enxergar o mundo, as pessoas e os acontecimentos, como aquele cego, á luz de Cristo e de seu evangelho, somos enfim  chamados a viver já nesta vida terrena, as alegrias da Vida Eterna que só Jesus oferece. Comunidade que não ouvir este chamado e não percorrer esse caminho, acaba perecendo e perdendo toda esperança. Marta e os judeus que murmuram, pela atitude tardia de Jesus, que não impediu a morte de Lázaro, são as pessoas que na vida de Fé ainda não conseguem vislumbrar em Jesus algo novo, que transcende o simples existir.  Certamente não foram eles que removeram a pedra do túmulo, porque pó m orto estava ali há quatro dias e  cheirava mal.

Fazemos parte de uma sociedade que gosta de enterrar mortos-vivos, mesmo á nossa volta, há muitas pessoas com as quais cortamos relacionamento, colocando a pesada pedra do preconceito e da indiferença, imitamos o sistema, que decide quem permanece vivo e quem deve morrer.

Comunidade verdadeiramente cristã é aquela que remove toda e qualquer pedra, mais ainda, é aquela onde os mortos vivos encontram um novo sentido para a vida, e livres das amarras podem agora caminhar. Se não for assim, continuaremos a enterrar nossos mortos vivos, por trás da bela fachada do Cristianismo.

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – 5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

Protesto! A quantidade também é importante!

Não gosto de visões estreitas e pessimistas dentro do cristianismo. Talvez se poderia dizer que esse sacerdote tem uma visão triunfalista. Então, que se diga! Não me importa. O fato é que você e eu nascemos para dominar, para conquistar, para dar sentido a esse mundo. É urgente que cumpramos essa nossa missão. Já chega de ficar num anonimato morticínio. Um cristão que não tenha fome apostólica de “comer o mundo”, ou seja, um filho de Deus que não deseje evangelizar, “já cheira mal, pois há quatro dias que ele está aí…” (Jo 11,39), na tumba; está num estado cadavérico.

Já estamos no quinto domingo da quaresma e temos que sentir a urgência daquilo que o Papa lembrava para esse domingo, que “Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança” (Papa Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2011).

Concretamente, nesses últimos dias: a quantas pessoas vamos fazer a proposta de que tenham uma vida cristã comprometida? A quantos dos nossos amigos convidaremos a fazer uma boa confissão? A quantos companheiros de profissão insistiremos para que participem conosco de algum meio de formação cristã? Por quantos familiares estamos fazendo penitência para que durante essas celebrações quaresmais e de semana santa tenham um encontro com Deus? Eu quero números. Não podemos conformar-nos com aquele ditado que reza assim: “o importante é a qualidade, não a quantidade”. Eu protesto! A quantidade também é importante! A Igreja Católica não é uma espécie de oligarquia, de gente selecionada porque seria o melhor da society, de gente chique e inteligente que forma um gueto de iluminados. Não! Na Casa de Deus cabem todos.

O cristão que não sente os interesses de Deus como sendo os seus próprios interesses ainda não saiu da casca do ovo do egoísmo. Deus quer salvar a todos. Jesus morreu por todos. O nosso Salvador não se contenta em ficar com noventa e nove ovelhas, ele quer as cem dentro do rebanho. Quem somos nós para diminuir a vontade salvífica e universal de Deus? Seria uma pretensão boba, sem sentido e destinada ao fracasso. Deus quer a todos! A todos!

Como é importante examinar-nos para que deixemos pra trás o nosso sepulcro, o nosso fedor pessoal, a nossa visão míope! Como? Começando com uma boa confissão? Poderia ser. Também é importante ter um pequeno plano de vida espiritual no qual esteja presente momentos de oração pessoal, de devoção a Nossa Senhora e de tempo para a leitura daqueles bons livros que nos vão dando formação. Sem dúvida, a Missa, pelo menos dominical, e a santa comunhão, ocuparão o centro da nossa vida. Um cristão forte no seu interior, vivo pela graça de Deus, sempre sentirá o desejo de compartir com os demais a alegria que vive e que sente. Somente quem tem vida interior experimenta de verdade o que é ser apóstolo, evangelizador no século XXI.

Fora os fedores! Ao contrário, levemos sempre em todo o nosso ser o “perfume de Cristo” (2 Cor 2,15), esse perfume da graça que atrai e que satisfaz, que nos transporta à eternidade fazendo-nos permanecer com uma dedicação intensa às nossas ocupações habituais. A graça de Deus vai trabalhar justamente dentro daquelas realidades na quais nós nos encontramos imersos. Não nos tirará do mundo, mas nos pedirá espalhar o cheiro de Cristo nesse mundo, assim o mundo será mais agradável. O viver social, a cultura, a política, a economia também devem cheirar bem; e essa é uma tarefa encarregada especialmente aos cristãos que estão nesses ambientes.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético – V Domingo da Quaresma – Ano A

(Pe. Ignácio, dos padres escolápios)

EPÍSTOLA (Rm 8, 8-11)

OS APETITES CARNAIS: Pois os que estão na carne não podem agradar a Deus (8). Qui autem in carne sunt Deo placere non possunt. NA CARNE [en sarki <4561>=in carne], A palavra SARX tem o significado de carne, a parte branda que cobre os ossos e é comestível. Também significa o corpo humano natural, que podemos dizer de animal natural, especialmente em Paulo, inclinado pelos apetites ao mal nos descendentes de Adão, e em Cristo como sujeito de sofrimento. Como homens, filhos do Pai comum em Adão, a carne é a raiz do pecado e seguir os instintos da mesma é o mesmo que ir contra a vontade de Deus, segundo o que afirma o próprio Paulo: Porque eu sei que na minha carne não habita bem algum…porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço (Rm 7, 18-19). Sendo Deus o único BOM (Lc 18, 19) nada de mal há nele e vemos como, pelo contrário, a carne leva Paulo a realizar o mal, como princípio ativo que submete a vontade, esta inclinada ao bem. AGRADAR [aresai<700>=placere] é o infinitivo de aoristo do verbo areskö com o significado de agradar, trabalhar para agradar, acomodar as opiniões próprias aos desejos e interesses de outros, ou seja, se submeter. O sentido da frase é que a carne [o homem que se deixa levar pelos apetites do corpo] está em contradição com os planos divinos.

O ESPÍRITO PELO CONTRÁRIO: Vós, porém, não estais em carne, mas em Espírito, se, na verdade, o Espírito de Deus habita em vós. Pois se alguém não tem o Espírto de Jesus, esse tal não é dEle (9). Vos autem in carne non estis sed in Spiritu si tamen Spiritus Dei habitat in vobis si quis autem Spiritum Christi non habet hic non est eius. Agora Paulo se dirige aos cristãos aos quais por meio da graça de Deus já não devem viver se arrastando pelos desejos carnais, mas dirigidos pelo ESPÍRITO [pneumati <4151>=spirito]. Para Paulo, existem no homem três partes bem diferenciadas: espírito [pneuma], alma [psychë] e corpo [söma]. As duas últimas dirigem o homem natural que Paulo chama [psykikos] (1Cor 2, 14), que não aceita as coisas do Espírito [pneuma] de Deus porque lhe são loucura e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente (idem). Sabendo isto, podemos afirmar que, ao ser o Espírito oposto ao homem carnal [que está ou vive na carne], o espírito deste versículo é o Espírito Santo que habita e dirige o homem espiritual [pneumatikos], de modo que julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor que o possa instruir ? Nós, porém, temos a mente de Cristo (1Cor 2, 16). Podemos ver nesta citação de 1 Coríntios a explicação do atual versículo: Se realmente temos o Espírito de Cristo, podemos julgar com verdade todos os acontecimentos e não poderemos ser condenados, pois a mente do Senhor [Jesus] é verdadeira como Mestre. Seguindo seus ensinamentos e sua conduta, jamais estaremos fora dos planos divinos. Disto deduzimos que ao ensinar e ao dirigir as pessoas a nossa resposta deve estar conforme ao que o Senhor ensina no evangelho. Uma citação do mesmo basta para dirimir uma dúvida e ordenar uma conduta. Porém Paulo introduz uma sutil suspeita: será que todos os cristãos têm o Espírito de Jesus? Se sua conduta contradiz a lei do amor [esta é a lei e os profetas (Mt 7, 12)] de modo especial, podemos afirmar que não. Porém, pelos seus frutos conheceremos os falsos profetas (Mt 7, 16). Por isso, a norma de vida não é outra que a determinada pelo Pai: Este é o meu Filho, o amado [agapetos] a ele ouvi (Lc 9, 35).

LABOR DO ESPÍRITO: Se, portanto Cristo (está) em vós, o corpo portanto (está) morto pelo pecado; mas o Espírito (é) vida pela justiça (10). Si autem Christus in vobis est corpus quidem mortuum est propter peccatum spiritus vero vita propter iustificationem. Consequências da habitação do Espírito de Cristo [que hoje chamamos de Espírito Santo] em nós cristãos, é a morte do corpo [soma], no sentido de que este não tem o domínio do bem; pois o pecado o matou para todo bem. Mas é o Espírito quem dá a vida porque por meio dele foi recebida a justificação. Como interpretar estas duas afirmações? 1) o corpo está destinado à morte por causa do pecado, este sendo o original especificamente: Se comeres da árvore morrerás (Gn 2, 17). 2) O Espírito da nova criatura, esse que nos foi dado no batismo, e no qual estamos como imersos [baptithentoi], porque fomos reformados pela justificação nele recebida, esse Espírito é o mesmo de Cristo, pelo qual somos também filhos e herdeiros como diz Paulo em Rm 8, 17. E é nisto que consiste precisamente a justificação. Lançados do paraíso para não sermos como deuses e não podermos viver eternamente (Gn 3,22), agora somos admitidos nele, como filhos de Deus para viver sua eterna vida. É o novo paraíso que Jesus promete ao bom malfeitor (Lc 23, 24).

O ESPÍRITO, CAUSA DA RESSURREIÇÃO: Se pois o Espírito de quem ergueu Jesus dentre os mortos habita em vós, quem ergueu o Cristo dentre os mortos reviverá também vossos corpos mortais por meio do Espírito habitante em vós (11). Quod si Spiritus eius qui suscitavit Iesum a mortuis habitat in vobis qui suscitavit Iesum Christum a mortuis vivificabit et mortalia corpora vestra propter inhabitantem Spiritum eius in vobis. Vemos neste versículo que esse Espírito não é um impulso ou faculdade humana, mesmo que superior, mas um ser com poder sobre a morte e, portanto, divino, que foi definido como a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Ou seja, o próprio Deus (At 2, 24)  e de quem Paulo também diz: Deus ressuscitou o Senhor [Jesus] e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder (1Cor 6, 14). Não há dúvida, pois, de que o Espírito do qual fala Paulo é o poder do próprio Deus, pois a isso chamamos Espírito. É o Espírito Santo que foi prometido por Jesus como advogado consolador (Jo 15, 26), Espírito da Verdade que procede do Pai (Jo 15, 26) e que por isso nos torna filhos com o direito de o chamar de Abbá (Rm 8,15) que é o mesmo Espírito do seu Filho Jesus (Gl 4, 6). Esse Espírito que ressuscitou Jesus se habita em nós também será causa de nossa ressurreição. Podemos assim falar, como os antigos padres da Igreja, da divinização dos batizados que em Paulo se traduz por justificação. A vida de Deus que agora vivemos pela fé, será nossa vida como eterna [vida própria da divindade] sem espelhos nem enigmas (1Cor 13, 12).

EVANGELHO (Jo 11,1,45)

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

INTRODUÇÃO: Hoje temos a leitura de um milagre que é sinal: a ressurreição de Lázaro é um sinal da vida que o Espírito, por intermédio de Jesus, realiza no momento da morte.  O batismo é antecipação e garantia dessa ressurreição, significando ao mesmo tempo a morte ao pecado, que introduziu a morte biológica no mundo, segundo S. Paulo. Jesus faz jus a sua proclamação de ser a Ressurreição e a Vida; e, portanto, reclama para si a divindade, mas, ao mesmo tempo, descobre a sua humanidade pela comoção perante a morte de um amigo. O choro pela morte está temperado pela esperança de que ela não será a solução definitiva. Crês nisso? Pergunta Jesus a todo aquele que a ele se aproxima pedindo a vida. O evangelho apresenta a figura de Jesus como sendo a causa da ressurreição e da vida. Seguindo seu método de narrar a vida de Jesus através dos sinais [semeia], o quarto evangelista toma ocasião de um fato extraordinário, como é uma ressurreição, para indicar um atributo, também extra-humano, em Jesus. Ele não só ressuscita os mortos, mas é a ressurreição dos mortos, dos definitivamente mortos como são os que já ultrapassaram o quarto dia de seu falecimento (vers 39). Neste evangelho seremos testemunhas do porquê Jesus toma para si o título de Ressurreição e Vida (vers 25).

A FAMÍLIA DE LÁZARO: Havia, pois, um certo enfermo, Lázaro, de Betânia, da vila de Maria e Marta suas irmãs (1). Erat autem quidam languens Lazarus a Bethania de castello Mariae et Marthae sororis eius. Era, assim, Maria a que tinha ungido o Senhor com unguento e enxugado os pés dEle com os seus cabelos, cujo irmão estava doente (2). Maria autem erat quae unxit Dominum unguento et extersit pedes eius capillis suis cuius frater Lazarus infirmabatur. LÁZARO é a forma grega de Eleazar que significa Deus ajudou. Como não aparece mulher alguma, ou era jovem [menor de 14 anos até os 18 em que um judeu contraia matrimônio], ou solteiro. A primeira hipótese é a mais provável, porque as irmãs tinham o controle da casa. Nisso coincidiria com os outros dois mortos ressuscitados por Jesus: o filho da viúva de Naim (Lc 7, 12) e a filha de Jairo (Lc 8, 41). No jantar, em casa de Simão, o leproso (Mt 26, 6), ou de Marta (Lc 10, 38), oferecido após a ressurreição, Lázaro era um convidado (Jo 12, 2). Podemos deduzir daí que Marta era a esposa de Simão, e que Lázaro ainda era um adolescente? É provável. AS DUAS BETÂNIAS: O nosso evangelista é um mestre da metáfora e por isso é bom sabermos o significado dos nomes implicados na perícope de hoje. Vemos como Lázaro significa Deus ajudou. Betânia significa casa das tâmaras, ou dateis, frutos da tamareira, palmeira de origem africana. Também derivam o significado como casa da dor ou do rogo. Maria é senhora e Marta senhora da casa. Pelo que respeita a Betânia é interessante recordar que, na ocasião, Jesus estava retirado na Betânia do Jordão, pois existiam duas aldeias com o nome de Betânia: Uma, na margem oriental do rio Jordão onde batizava João, que Orígenes deu o nome de Betabara; mas parece que o nome de Betânia era o verdadeiro. Segundo as últimas investigações estava perto de Escitópolis e dentro do território da Decápolis (ver mapa em presbíteros.com.br - exegese 230). Foi nessa Betânia/Betabara onde estava Jesus fugindo dos judeus ou talvez estava mais perto, junto a Jericó porém do outro lado do Jordão?(Jo 10, 40). Pouco antes os judeus tinham a intenção de matar Jesus como blasfemo (Jo 10, 31 e 33). A razão, pois, de ir para outro lado do Jordão [talvez Betânia, ou Betabara], era porque estava numa região fora do domínio do Governador da Judeia. Era como se fugisse para uma outra nação. Caso existisse uma Betânia perto de Jericó, ela estaria sob o domínio de Antipas, na região da Pereia e também fora do âmbito do governador da Judeia. A segunda Betânia está situada na ladeira sudeste do monte das Oliveiras a 2,8 Km de Jerusalém. É aqui onde estava situada a casa de Simão, o leproso (Jo 12, 1-10). Nela estava a residência dos três irmãos, Lázaro, Marta e Maria e foi onde aconteceu a ressurreição que relata o evangelho de hoje. Foi desta Betânia que Jesus enviou os dois discípulos para preparar sua entrada num jumento em Jerusalém (Mc 11 , 1-0) e perto dela, teve lugar a ascensão do Senhor (Lc 24, 50). Lucas dirá de Betânia que era uma aldeia onde Marta  recebeu Jesus na sua casa (10, 38-39). É em Betânia também onde, seis dias antes da última Páscoa, lhe ofereceram um banquete onde Maria, a irmã de Lázaro, ungiu os pés de Jesus com nardo, enxugando-os com seus cabelos (Jo 12, 3) e que foi em Betânia, perto de Jerusalém, onde ressuscitou Lázaro. Era uma clara opção para demonstrar aos judeus sua missão. O ESQUEMA: Podemos distinguir um pequeno esquema dentro do relato de hoje, dividido em quatro partes: Jesus recebe a notícia da doença de Lázaro. Jesus volta a Betânia de Jerusalém. Conversa com as duas irmãs e a ressurreição de Lázaro. Vejamos a primeira parte.

PRIMEIRA PARTE: JESUS RECEBE A NOTÍCIA
A PETIÇÃO:
Enviaram, portanto as irmãs a Ele dizendo: Senhor, olha, aquele que amas está doente (3). Miserunt ergo sorores ad eum dicentes Domine ecce quem amas infirmatur. É uma bela SÚPLICA. Como razão do interesse pela correspondência, elas colocam o amor particular de Jesus por Lázaro. Não se diz que seja o discípulo amado, ou melhor, o discípulo a quem Jesus amava [mathetés on agapa] como nas quatro ocasiões do evangelho: Jo 13, 23; 19, 26; 21, 7 e 21, 20. Aqui João usa o verbo fileo que significa um laço de união entre amigos. Vamos, pois, distingui-lo do agapao que significa preferência, seleção. Agapao é o verbo que usa o evangelista para o amor de Deus ao homem e o amor do homem para com seus inimigos. Unicamente no final do evangelho de João, parece que na última das perguntas de Jesus, este emprega fileo no lugar de agapao. Porém, as respostas de Pedro são todas com o verbo fileo, amar como amigo.  Agapao é acolher com amor, sem ódio, mas como um ser querido e amado de modo especial. A notícia chega a Jesus por intermédio de alguma pessoa: Lázaro, teu amigo, está gravemente doente (3). O pedido era urgente. Devia visitá-lo antes de deixá-lo morrer. O evangelista explica a predileção de Jesus por Marta, sua irmã e Lázaro no versículo 5. Era a casa de Simão o leproso, segundo Mt 26, 6 e Mc 14, 3 que João disse que Marta o servia e que Lázaro estava à mesa com Jesus (Jo 12,1-2). Significa isto que Marta era esposa de Simão e que talvez este foi um dos curados por Jesus? Cremos que há razões suficientes para afirmar como fato o que temos reproduzido como dúvida. O interesse de tudo isto é que podemos deduzir que Maria não era a Madalena e nem a mais amada, como para ser a discípula preferida dos evangelhos apócrifos de Tomé e Filipe e que, segundo uma tradição muito posterior, foi com seu irmão Lázaro a Marselha inaugurando com seu filho [e de Jesus] a dinastia dos Merovíngios. Do relato de hoje, Marta tem maior protagonismo do que sua irmã Maria.

A RESPOSTA: Porém, tendo ouvido, Jesus disse: esta doença não é para morte, mas para glória de (o) Deus, para que seja glorificado o Filho de(o) Deus por causa dela (4). Já que amava Jesus a Marta e a sua irmã Maria e a Lázaro (5). Audiens autem Iesus dixit eis infirmitas haec non est ad mortem sed pro gloria Dei ut glorificetur Filius Dei per eam. Diligebat autem Iesus Martham et sororem eius Mariam et Lazarum. Jesus parece não se inquietar porque para ele a doença não era para a morte [pros grego com genitivo] ou que terminasse tendo como fim principal a morte. Também no caso da filha de Jairo, Jesus parece não se incomodar com a morte a qual chama de sono: A criança não morreu; está dormindo (Mc 5, 39). Pelo contrário, Jesus vê na doença de Lázaro um outro fim: pela conveniência da glória do Deus (de Israel) a fim de que seja glorificado o filho do Deus (verdadeiro) por causa dela [da doença] (4). Esta parece ser a melhor tradução do versículo e favorece a interpretação posterior de Jesus quando declara que Lázaro estava morto (14). E o evangelista explica num parêntese a razão do porquê Jesus amava Lázaro. Era porque estava unido com laços de amizade com Marta e consequentemente com Maria e Lázaro, os irmãos dela. Era um amor devido ao agradecimento, pois em casa de Marta se hospedava nas idas a Jerusalém. A frase indica que era Marta a predileta de Jesus, pois era na sua casa onde se hospedava (Lc 10, 38).

O ATRASO: Como,  pois, escutou que está doente, então certamente permaneceu no lugar onde estava dois dias (6). Então, após isto, diz aos discípulos: Vamos de novo para a Judeia (7). Ut ergo audivit quia infirmabatur tunc quidem mansit in eodem loco duobus diebus. Deinde post haec dicit discipulis suis eamus in Iudaeam iterum. Com a declaração anterior de que era só uma doença sem perigo de morte, Jesus prolongou sua estadia por mais de dois dias à beira do Jordão. Após esses dois dias, Jesus propõe a seus discípulos a subida a Jerusalém. Certamente o evangelista falava como uma testemunha do tempo e dos fatos: da ribeira do Jordão era uma subida de mais de 600 m até a montanha da Judeia onde estava a cidade santa.

A OBJEÇÃO: Dizem-lhe os discípulos: Rabi, nesta hora te buscavam para apedrejar os judeus e outra vez vais lá? (8). Dicunt ei discipuli rabbi nunc quaerebant te Iudaei lapidare et iterum vadis illuc. A resposta dos discípulos declara o porquê de sua retirada à margem esquerda do rio. De fato, era por causa de uma discussão com os de Jerusalém [os judeus] na festa da Dedicação, quanto à pergunta de se ele era o Cristo [o Messias]. Ouvindo a resposta eu e o Pai somos um (10, 30), os judeus apanharam de novo pedras para o apedrejar (Jo 10, 31). Porque anteriormente, ao ouvir que antes que Abraão existisse, EU SOU (Jo 8, 58) também apanharam pedras para atirar nele (Jo 8, 59). Tudo isto demonstra a razão pela qual os discípulos aconselham Jesus a não voltar. Como nota particular, parece que podemos afirmar que todo o relato está unido aos anteriores e não é uma redação de umas tradições que deveriam ser ligadas por um Kai ou outra conjunção, mas pela memória de uma testemunha original em que os tempos e as circunstâncias geográficas permanecem ainda nitidamente recordados. Segundo os discípulos, era uma contradição sair de Jerusalém por temor de uma morte duas vezes intentada e voltar de novo lá. Que poderia Jesus encontrar fora de um novo atentado contra sua vida?

UMA COMPARAÇÃO: Respondeu Jesus: Não são doze horas do dia? Se alguém anda de dia não tropeça, porque a luz deste mundo vê (9). Mas se alguém andar na noite, tropeça, já que a luz não está nele (10). Respondit Iesus nonne duodecim horae sunt diei si quis ambulaverit in die non offendit quia lucem huius mundi videt. Si autem ambulaverit nocte offendit quia lux non est in eo. Não é também o primeiro provérbio que Jesus traz à tona sobre o tempo e as horas propícias para o trabalho, pois em Jo 9, 4-5 temos uma correspondência próxima. As horas do dia [distinguindo-o da noite] eram horas de trabalho e horas em que se podia andar sem dar um tombo, já que [a gente] vê a luz deste mundo. Mas se alguém anda na noite, tropeça porque a luz não existe nele (10). É uma alegoria para dizer que ainda não tinha vindo a hora da noite em que ele seria entregue ao poder das trevas (Lc 22, 53), de modo a demonstrar sua fraqueza humana e não a fortaleza de sua divindade. Mas ele determina e conhece perfeitamente o tempo de sua prisão e morte. Ainda não chegou.

LÁZARO DORME: Estas coisas disse e depois disso diz-lhes: Lázaro, o nosso amigo, há caído no sono; porém vou para despertá-lo (11). Disseram-lhe os seus discípulos: Senhor, se está dormindo, se salvará (12). He said these things. And after this, He said to them, Our friend Lazarus has fallen asleep, but I am going that I may awaken him. Dixerunt ergo discipuli eius Domine si dormit salvus erit. Assim ele afirma  que Lázaro, o nosso querido, está dormindo; mas vou para despertá-lo (11). Havia entre os judeus a crença de que toda doença se curava com o sono reparador como era para a atividade e o trabalho. Talvez Jesus, como no caso da filha do Jairo, chame de sono a uma morte que não seria definitiva, porque o morto viveria de novo após breve tempo como dormido. No AT temos as palavras de Isaías 26, 19: Despertai e cantai, vos que habitais o pó, falando da morte como de um sono. Não entenderam os discípulos e por isso responderam: Senhor se está dormido, salvar-se-á (12). Evidentemente Jesus falava da morte e os discípulos entenderam do sono.

A DECISÃO: Porém, Jesus tinha falado da morte dele [Lázaro]; mas eles pensaram que [Jesus] fala (sic) do descanso do sono (13). Então, finalmente, lhes disse Jesus abertamente: Lázaro faleceu (14). E me regozijo por vós, para que creiais, porque não estávamos lá. Mas vamos junto dele (15). Disse, então, Tomé o apelidado Dídimo, aos seus condiscípulos: Vamos também nós, para que morramos com ele (16). Dixerat autem Iesus de morte eius illi autem putaverunt quia de dormitione somni diceret. Tunc ergo dixit eis Iesus manifeste Lazarus mortuus est. Et gaudeo propter vos ut credatis quoniam non eram ibi sed eamus ad eum. Dixit ergo Thomas qui dicitur Didymus ad condiscipulos eamus et nos ut moriamur cum eo. Então Jesus disse abertamente: Lázaro morreu (14). E é por vocês que me alegro para que creiais porque não estávamos lá. Mas vamos a ele (15). A maioria das traduções usa o singular [não estava] e inclusive a vulgata [non eram]. Porém o grego usa o plural não estávamos. Uma cura, das muitas atribuídas a Jesus, não teria o efeito de uma ressurreição após 4 dias morto, ou seja definitivamente morto, porque a crença comum era que, após o terceiro dia, não havia possibilidade de reviver. Daí que a ressurreição seria um ato como o de Javé de soprar o alento sobre Adão para torná-lo espírito vivo (Gn 2, 7). E isso só podia ser aceito com um ato de fé em Jesus como sendo este o senhor da vida, ou seja, como Ele diria ser o dono da vida e da ressurreição. O convite de Jesus constituía um desafio para entrar na boca do lobo. Foi então que Tomé, cuja tradução grega é Dídimo, ou seja, gêmeo disse: Vamos também nós para morrermos com ele! Esta última consideração do evangelista indica uma testemunha ocular, pois além do testemunho declara quem foi o autor do mesmo.

SEGUNDA PARTE: JUNTO À TUMBA DE LÁZARO

ENCONTRO COM MARTA: Tendo chegado, portanto, Jesus o encontrou quatro dias já que estava na tumba (17). Pois estava Betânia cerca de Jerusalém, como quase quinze estádios (18). Venit itaque Iesus et invenit eum quattuor dies iam in monumento habentem. Erat autem Bethania iuxta Hierosolyma quasi stadiis quindecim. Quando chegaram a Betânia encontraram Lázaro que estava sepultado fazia 4 dias. Os judeus sepultavam seus mortos no mesmo dia. Fazia, pois, quatro dias que ele estava morto. Se quando Jesus falou da  dormição de Lázaro, era o momento da morte do mesmo, os quatro dias podem ser um o da notícia de Jesus da morte do amigo e nos outros três dias os necessários, desde o dia da morte até se apresentar em Betânia de Jerusalém, caso fosse Betabara [a Betânia do outro lado do Jordão] o lugar em que Jesus estava retirado.  Betânia estava a 15 estádios de Jerusalém. O estádio era uma medida grega, que correspondia à distância original do espaço atlético de Olímpia, onde se celebravam os jogos da Hélide [Grécia] e que tinha 600 pés gregos de comprimento, entre 180 e 185 m, estando, pois, Betânia a 1700 ou 1800 m de distância de Jerusalém.

A CENA: E muitos dentre os judeus tinham comparecido para cerca de Marta e Maria para consolá-las a respeito de seu irmão (19). Marta, pois, como ouviu que Jesus está chegando, saiu ao encontro dele; todavia Maria estava sentada em casa (20). Multi autem ex Iudaeis venerant ad Martham et Mariam ut consolarentur eas de fratre suo. Martha ergo ut audivit quia Iesus venit occurrit illi Maria autem domi sedebat. Muitos dentre os judeus tinham vindo perto de Marta e Maria para consolá-las por causa de seu irmão. (19). A frase indica que elas pertenciam a uma família bem acomodada. O fato mesmo de Maria quebrar um frasco de nardo no valor de 300 denários confirma a posição, mais que remediada, da família. Tenhamos em conta que 150 denários [trinta moedas de prata, ou seja, 30 siclos, preço fixado por lei para a vida de um escravo em Êx 21,32] foi o que Judas recebeu pela sua traição. Por outra parte, tanto as bodas como os funerais duravam uma semana. O costume era esperar o enterro e, após o mesmo, perto da tumba, os parentes formavam fileiras por onde passavam os conhecidos para os pêsames. A crença afirmava que os mortos não abandonavam a casa na primeira semana e era então que os parentes eram visitados em casa, pois segundo o Talmud, na primeira semana a pessoa em luto não podia sair da porta de sua casa; na segunda sai, mas não pode sentar-se; na terceira não pode falar e na quarta pode se comportar como qualquer um. E era no terceiro dia em que as visitas eram as mais numerosas. Maimônides [Moshé bem Maimom] (1135-1204) cordovês, que teve que sair da Espanha pela perseguição da dinastia dos Almóades,  grande comentador da Mishná, médico do sultão Saladino e filósofo, declara como confortar uma pessoa enlutada:  Os familiares do morto recebem no lugar do túmulo as pessoas amigas e os seus pêsames que consistiam nestas palavras: ¨Que o céu te conforte¨. Após isso, os familiares permaneciam dentro da casa por sete dias, e os amigos vinham para consolá-los, visitando-os. A pessoa de luto sentava-se num lugar preferente dentro da casa e os amigos sentavam-se no chão ao seu redor, em silêncio (Jó 2, 13). O silêncio era absoluto até que o afetado se manifestasse (Jó 3, 1). E quando o enlutado assentava com a cabeça, os amigos partiam deixando-o a sós. Marta, pois, quando ouviu que Jesus vem (sic) foi procurá-lo. Maria, porém, estava sentada na casa (20). Talvez isso indicasse que Marta fosse a mais velha das irmãs, responsável pela recepção de hóspedes, e tira toda dúvida de que Maria fosse a Madalena casada com Jesus em Caná como afirma o romance de Dan Brown.

TERCEIRA PARTE: DIÁLOGOS

O DIÁLOGO COM MARTA: Disse então Marta a Jesus: Senhor, se tivesses estado aqui meu irmão não teria morrido (21). Porém, também agora, sei que quantas coisas pedirdes a(o) Deus te dará (o) Deus (22). Diz-lhe Jesus: Ressurgirá teu irmão (23). Diz-lhe Marta: sei que ressurgirá na ressurreição,  no último dia (24). Disse-lhe Jesus: Eu sou a Ressurreição e a Vida.  Quem crê em mim, mesmo se morrer, viverá (25). E todo o que vive e crê em mim, de modo algum morrerá para sempre. Crês isso? (26). Diz-lhe: Sim, Senhor, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de(o) Deus que vem ao cosmos(27). E tendo dito estas coisas, foi embora e chamou Maria sua irmã, em particular, dizendo: O mestre está aqui e te chama (28). Dixit ergo Martha ad Iesum Domine si fuisses hic frater meus non fuisset mortuus sed et nunc scio quia quaecumque poposceris a Deo dabit tibi Deus. Dicit illi Iesus resurget frater tuus. Dicit ei Martha scio quia resurget in resurrectione in novissima die.  Dixit ei Iesus ego sum resurrectio et vita qui credit in me et si mortuus fuerit vivet  et omnis qui vivit et credit in me non morietur in aeternum credis hoc . Ait illi utique Domine ego credidi quia tu es Christus Filius Dei qui in mundum venisti.  et cum haec dixisset abiit et vocavit Mariam sororem suam silentio dicens magister adest et vocat te. A petição de Marta é uma oração de fé no poder de Jesus. MARTA: Senhor, se tivesses estado aqui meu irmão não teria morrido (21). Mas também agora sei que tudo quanto pedirdes a Deus, Deus to concederá (22) Além de uma recriminação, Marta reconhece o poder de Jesus sem limites. JESUS: Teu irmão ressuscitará (23). MARTA: tenho acreditado [de sempre] que ele ressuscitará na ressurreição no último dia. Temos traduzido o eu sei [presente] por tenho acreditado [oida] em perfeito como está no grego original. Em parêntesis agrego o desde sempre para facilitar a compreensão do texto. Com isso ela expressa sua fé,  apropriando-se da crença dos fariseus, contrária a dos saduceus, que não acreditavam na ressurreição dos mortos. Seria no último dia, ou seja, no fim do mundo. O verbo usado está na voz média que pode ser traduzida pelo reflexivo ou simplesmente pela voz ativa usual. Existia entre os judeus uma frase na qual eles resumiam o ambiente da ressurreição: era o dia da consolação. Por isso a versão Síria traduz: ¨na consolação do último dia¨. JESUS: Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que morra viverá (25) e todo o vivente e crente em mim, que não morra para sempre. Crês isto? (26). A palavra empregada para Ressurreição é anástasis que em grego clássico significa elevação, derivada de ana [=acima] e stasis [=estar de pé]. O verbo derivado anistemi significa fazer levantar, despertar e consequentemente ressuscitar. De Jesus usarão os evangelistas o verbo egeiro [= despertar, levantar, levantar-se]. A palavra anástasis é usada para o termo bíblico de ressurreição como vemos em Mt 22, 23 em que os saduceus não acreditam na ressurreição [anastasis]. A crença na ressurreição está claramente definida em Atos 24, 15: tendo esperança [dirá Paulo diante do governador romano] em Deus como estes também a têm de que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos. E o próprio Jesus em João 5, 28: vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz [de Jesus] e sairão. A ressurreição geral aparece tardiamente no AT, desde a visão de Ezequiel dos ossos que se revestem de carne (37, 1-14) e Isaías 26, 19, onde se afirma que destruirá a morte para sempre. Finalmente em Daniel 12, 2, texto citado por Paulo em que então muitos ressuscitarão do sono da morte; uns para a vida eterna e outros para a eterna ignomínia. No segundo livro dos Macabeus aparece a ressurreição arraigada nas crenças populares. A mãe dos sete mártires exorta os filhos a sofrerem o martírio dizendo: O Criador que deu origem a todas as coisas vos retribuirá, na sua misericórdia, o espírito e a vida (2 Mc 7,23). A resposta de Jesus é do ponto de vista Teológico de um conteúdo extraordinário: Eu sou a Ressurreição (e a vida acrescentam outros manuscritos entre eles a Vulgata com a frase et vita) para explicar, imediatamente depois, essa afirmação tão contundente: Porque quem crê em mim, mesmo se estiver morto viverá (25) e todo [aquele que for] vivo que crê em mim, que jamais morra nunca mais. Crês isto? (26). Com estas palavras, Jesus declara seu poder absoluto sobre a morte, de modo que na fé, ou dito de outra maneira, na entrega a ele confiante estará o futuro da humanidade. A afirmação é total de modo a não admitir substituto nesse ministério de ser a vida dos seus seguidores. No caso, Jesus está pedindo uma fé inquebrantável para poder realizar a ressurreição de Lázaro. Ele pode ser o dador da vida porque o Pai lhe deu o poder de ter a vida em si mesmo (Jo 5, 26). Como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, assim também o Filho aos que quer dá a vida (Jo 5, 21). MARTA: Ela afirma que desde faz muito tempo, desde que conheceu Jesus, sempre tinha acreditado que ele, Jesus, era o Cristo, o Filho do Deus [verdadeiro] que deveria vir ao mundo. Marta sabia da ressurreição da filha de Jairo e do filho da viúva da Naim e por isso, perante a pergunta de Jesus, sua resposta é natural e absoluta. Ela está convencida de que Jesus pode ressuscitar os mortos e de que é o representante do Deus de Israel, como ungido, que todos esperavam, porque os judeus atribuíam a Deus o poder de dar a vida e ressuscitar. No AT Elias tinha ressuscitado o filho da viúva de Sarepta (1Rs 17, 21) e Eliseu o filho da Sunamita (2 Rs 4, 14) e foi no toque de seus ossos que um morto ressuscitou (2 Rs 13, 21). Esperava Marta uma ressurreição semelhante, ou acreditava ela que Jesus era definitivamente a causa da ressurreição de todos os homens? O título de Filho de Deus, unido ao simples título de Messias como uma aposição, era, neste caso particular, o título que os cristãos dariam a Jesus após sua ressurreição. Não existe inconveniente em pensar que o evangelista, neste último inciso, queira tomar as palavras de Marta em sentido pós-pascal.

DIÁLOGO COM MARIA: Ela (Maria) como ouviu, se levanta imediatamente e vem junto dEle (29). Ainda, pois, não tinha entrado Jesus na vila, mas estava no lugar onde o encontrou Marta (30). Porém, os judeus que estavam com ela na casa e a consolavam, vendo a Maria que rapidamente se levantou e saiu a seguiram dizendo que vai à tumba para chorar ali (31). Illa ut audivit surgit cito et venit ad eum. Nondum enim venerat Iesus in castellum sed erat adhuc in illo loco ubi occurrerat ei Martha.  Iudaei igitur qui erant cum ea in domo et consolabantur eam cum vidissent Mariam quia cito surrexit et exiit secuti sunt eam dicentes quia vadit ad monumentum ut ploret ibi. Terminada essa conversa com Jesus, Marta chama Maria em segredo dizendo que o Mestre está aqui e te chama (28). Não sabemos se Jesus realmente pediu a presença de Maria. Na conversa anterior esta última está totalmente ausente. Mas nem todos os detalhes são referidos em forma taquigráfica. Imediatamente, Maria se levantou [já temos explicado como era o costume de ficar sentados no luto] e veio a Jesus. O evangelista diz que Jesus ainda não entrara na aldeia, mas estava fora, onde, por lei, estavam os sepulcros. Os judeus [de Jerusalém], vendo a pressa de  Maria, a acompanharam, pensando que ia ao sepulcro para manifestar sua dor por meio das lágrimas. Era ainda o tempo da consolação, como temos descrito nas tradições judaicas e como é refletido no evangelho de hoje.

JUNTO AO SEPULCRO: Assim, Maria, quando chegou onde estava Jesus, tendo-o visto, caiu aos pés dEle dizendo-lhe: Senhor, se tivesses estado aqui, não teria morrido meu irmão (32). Jesus, então, como a viu chorando e os judeus que vieram com ela plangentes, abalou-se na alma e turbou-se interiormente (33). E disse: Onde o puseste? Dizem-lhe: Senhor, vem e vê (34). Jesus chorou em prantos (35). Maria ergo cum venisset ubi erat Iesus videns eum cecidit ad pedes eius et dixit ei Domine si fuisses hic non esset mortuus frater meus  Iesus ergo ut vidit eam plorantem et Iudaeos qui venerant cum ea plorantes fremuit spiritu et turbavit se ipsum  et dixit ubi posuistis eum dicunt ei Domine veni et vide et lacrimatus est Iesus. Ao encontrar Jesus, Maria se prostrou aos seus pés,  reclamando sua ausência, exatamente como Marta tinha dito. As curas de Jesus eram tão frequentes, que Maria e Marta tinham a ideia de que bastava sua presença para que qualquer doença fosse curada. Jesus vendo-a chorar e vendo a dor de seus acompanhantes, gemeu e se comoveu profundamente [infremens do latim]. Perguntado onde estava enterrado, ao lhe dizerem vem e vê, chorou. Embora a vulgata traduza por lacrimatus est, derramar lágrimas aparentemente em silêncio, o grego usa nesse caso o verbo alalazö; porém o usado agora é dakruö, que significa chorar em voz alta, como se fazia no Oriente, ou seja,  acompanhado de gemidos, como um plangente a mais.

COMENTÁRIOS: Disseram então os judeus: vede como o amava (36). Porém, alguns dentre eles, disseram: Não podia este que abriu os olhos do cego, ter atuado para que também este não fenecesse? (37). Dixerunt ergo Iudaei ecce quomodo amabat eum. Quidam autem dixerunt ex ipsis non poterat hic qui aperuit oculos caeci facere ut et hic non moreretur. Então os judeus exclamaram: Vede quanto o amava! Um comentarista afirma: As lágrimas de Cristo santificam todas as lágrimas que nascem do amor e da dor. Elas são precisamente as que se derramam por causa da morte de um ser querido. Porém, no evangelho, outros comentários eram mais críticos; Por que não impediu a morte? Pois ninguém pensava na ocasião que o tremendo milagre de reviver um morto de quatro dias podia ser feito. Tanto nos casos dos profetas do AT como nos casos das ressurreições de Jesus, a morte era recente e até os três dias os judeus acreditavam que o espírito não se separava das vizinhanças do corpo. O evangelista, ou relata os fatos como sucederam [isto implica sua presença real nos mesmos e que ele é um mero relator do sucedido],  ou é um tremendo artista inventando detalhes que eram difíceis de supor após um fato imaginário e midráshico como alguns supõem. Logicamente a primeira das suposições é a única verdadeiramente fundamentada.

A TUMBA: Jesus, então, de novo, estremecido em seu interior, chega ao monumento, pois era uma cova e uma pedra estava depositada sobre ela (38). Iesus ergo rursum fremens in semet ipso venit ad monumentum erat autem spelunca et lapis superpositus erat ei. Jesus ainda estava gemendo e turbado; e se aproximou assim do túmulo [monumento diz o evangelista] que, neste caso, era uma cova ou gruta fechada por uma pedra acima da mesma. A Vulgata, como acostuma fazer, traduz literalmente por pedra superposta.  Entre as formas de sepulcros, uma delas era um buraco na terra vertical de modo que o morto ficava como num poço de pé. Seria esta a sepultura de Lázaro, ou como imaginamos geralmente uma réplica da sepultura caríssima que José tinha escavado para si e que durante um tempo foi a tumba do Senhor? Outros admitem que era escavada no chão e até o fundo descia-se por uma escada desde a abertura feita no chão e fechada por uma pedra. O buraco verticalmente cavado no chão como um poço, é o que melhor se adapta ao grego com a pedra superposta.

A ORDEM: Diz Jesus: Levantai a pedra. Diz-lhe a irmã do morto, Marta: Senhor, já fede, pois é de quatro dias (39). Diz-lhe Jesus: não te disse que se acreditasses verás a glória de (o) Deus?(40). Ait Iesus tollite lapidem dicit ei Martha soror eius qui mortuus fuerat Domine iam fetet quadriduanus enim est. Dicit ei Iesus nonne dixi tibi quoniam si credideris videbis gloriam Dei. Jesus dá uma ordem inaudita: Levantai a pedra. O verbo airö <240> na realidade tem o significado de levantar, erguer especialmente uma pedra do chão, que o latim com tollere respeita e traduz de forma absolutamente correta. Não assim as bíblias vernáculas com retirar (BJ) ou tirar(RA). As inglesas lift (Literal) ou take away (JK). Temos que ficar com levantai, uma vez que sabemos como grande parte dos sepulcros eram poços cavados no chão. Como um pequeno comentário sobre o latim da Vulgata: Como pode afirmar Lorenzo Vala (+1457) que a Vulgata de Jerônimo (?) não era completamente fiel ao texto grego dos evangelhos? Em primeiro lugar, Jerônimo (+410) não é o autor do latim dos evangelhos. Ele retocou só alguns trechos dos evangelhos da Vetus Latina onde o texto latino alterava o sentido do texto grego, sem que revistasse o texto latino dos demais livros do N T que em definitivo se atribui a Cassiodoro (450). Não confundir este Flávio Magno Aurélio Cassiodoro com Casiodoro de Reina, de 1569, tradutor da Bíblia ao espanhol, chamada do Oso e que foi adotada pelos protestantes após as correções de Valera, como Bíblia de Casiodoro-Valera. Dizem ser a primeira tradução, mas já antes, durante o reinado de Afonso X o Sábio (1252-1284), a Bíblia podia ser lida em romance, ou seja, em castelhano (era a Prealfonsina, completa e traduzida do latim). Para se ter uma ideia, na Espanha se proibiu a Bíblia em romance em 1492, uma tradução do texto hebraico do AT canônico, feita por judeus espanhois, que afetava aos judeus de modo especial. Também existe a famosa Bíblia da Casa de Alba anterior a 1433. E em segundo lugar, em várias ocasiões, como a de agora, temos visto que o texto latino é mais correto e conforme com o original grego que os textos modernos das versões vernáculas. Mas prossigamos. E então Marta recomenda: Deve cheirar mal porque já está morto há quatro dias. Por este inciso, sabemos que também Marta voltou para o lado de Jesus. E pelo seu papel principal como intermediária, que ela era a irmã maior da família. Quatro dias [o quatriduanus latino] era o tempo no qual a corrupção tinha feito seu labor e o odor era inevitável. Era também o tempo do espírito se ausentar definitivamente do corpo. Os judeus tinham a ideia de que o espírito voltava ao corpo após a morte; mas quando via seu rosto desfigurado [após quatro dias] não o reconhecia e fugia dele para sempre, como diz Jó 14, 22 : e sua alma sobre ele [o corpo] sentirá pena. Jesus lhe recrimina dizendo: Não te disse que se creres verás a glória de Deus? Na realidade a frase foi dirigida aos discípulos em Jo 11, 4. A Marta, Jesus só disse  que seu irmão ressuscitaria em Jo 11. 23. Sem dúvida,  o evangelista une esta última afirmação, claramente dirigida a Marta, com o seu pensamento [ele era um dos discípulos que tinha ouvido Jesus expor o fato como glória de Deus], que, em essência, refletia a valia do milagre extraordinário, acontecido em Betânia.

QUARTA PARTE: A RESSURREIÇÃO

ORAÇÃO: Levantaram, pois, a lousa onde estava o morto depositado. Jesus então elevou os olhos ao alto e disse: Pai, te dou graças que me escutas (41). Pois eu sempre soube que me escutas; porém pela multidão que está ao redor disse, para que creiam que tu me enviaste (42). Tulerunt ergo lapidem Iesus autem elevatis sursum oculis dixit Pater gratias ago tibi quoniam audisti me. ego autem sciebam quia semper me audis sed propter populum qui circumstat dixi ut credant quia tu me misisti. Somente, no Pai Nosso, Jesus se dirige a Deus como Pai publicamente. Na oração do horto será o Abbá (Mc 14, 36) o objeto de sua súplica, mas é esta uma oração particular que revela como era a mesma, na boca de Jesus. Aqui, como seu Pai e não nosso Pai (Jo 20, 17). A oração de Jesus nesta circunstância foi um ato de apologia de seu ministério para que o milagre não tivesse uma outra conotação diferente da que pretendia. Elias, para demonstrar que Javé era o único Deus de Israel, orou dizendo: Escuta-me, Senhor para que este povo saiba que tu és o Deus verdadeiro (1 Rs 18, 37). Aqui é para demonstrar que Jesus era verdadeiramente o Filho único de Deus. O milagre não era total e principalmente um ato de amizade para com Lázaro e suas irmãs, mas uma demonstração de quem Ele era, como Filho e como único, de um Pai que todos consideravam seu Deus. Os olhos ao céu, indicavam a quem ele se dirigia e a invocação de ação-de-graças era uma cópia das orações de ação-de-graças dos judeus, que sempre as iniciavam com essa frase para captar a benevolência do Ser Supremo. Não havia, pois, dúvida de que Deus e não outro poder sobrenatural atuava por meio dele e de que ele era o enviado, caso a ressurreição se efetuasse. Jesus o dirá claramente: para que saibam que tu me escutas  e que tu me enviaste. Além disso, os judeus só acreditavam que o único poder de ressuscitar um morto era o poder divino. Nenhum demônio, nenhum deus poderia ressuscitar um morto de 4 dias, pois unicamente Javé era quem podia dar o alento de vida que já tinha escapado de um corpo que estava no primeiro dia de sua corrupção.

O MILAGRE: E tendo dito estas coisas, com grande voz, gritou: Lázaro, aqui, fora! (43). E saiu o falecido, atados os pés e as mãos com faixas e o seu rosto com um sudário atado ao redor. Diz-lhes Jesus: Desatai-o e deixai marchar (44). Haec cum dixisset voce magna clamavit Lazare veni foras. et statim prodiit qui fuerat mortuus ligatus pedes et manus institis et facies illius sudario erat ligata dicit Iesus eis solvite eum et sinite abire. E assim com voz de mando, como quem é dono da situação e sabe será obedecido pela morte sujeita a seus pés, lançou o desafio: Lázaro, aqui, para fora! É a tradução direta do grego, embora o latim use o verbo veni no lugar do advérbio grego deuro que significa aqui.  E saiu aquele que esteve morto, tendo os pés e mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num sudário. Comparando as vendas de Lázaro com as de Jesus no túmulo vemos como a descrição do mesmo evangelista das duas mortalhas tem alguma diferença não essencial. Em 20,6-7 João fala de dois tipos de vendas: othonia [<3680>=panos de linho] e soudarion [<4676>=lenço]. Os outros evangelhos só falam do lençol sindön[4616>=lençol]. O sudário  está em ambos os casos. Pelo que respeita ao lençol, João fala unicamente de panos de linho, como se fossem vendas nas quais fora envolto o corpo de Jesus. Além do milagre do retorno à vida, está o milagre de poder sair do sepulcro, máxime se ele era um poço vertical  como temos descrito.  Disse-lhes Jesus: Desatai-o e deixai que ele vá (44). Para Lázaro mover-se tal e como estava atado, exigia uma força sobrenatural; consequentemente o milagre era duplo: retornar à vida e poder-se movimentar tão amarrado e sujeito como estava. Agora que estava fora do sepulcro, era questão dele se movimentar livremente.

CONCLUSÃO: Portanto, muitos dos judeus [jerosolimitanos] que tinham vindo detrás de Maria e visto as coisas que Jesus fez, creram nEle (45). Multi ergo ex Iudaeis qui venerant ad Mariam et viderant quae fecit crediderunt in eum. Os judeus que acompanharam Maria quando esta foi ter com Jesus após ser avisada por Marta, foram testemunhas do fato da ressurreição e consequentemente creram nele. Logicamente a crença é a fé verdadeira: Jesus era o enviado de Javé, o Messias, Filho do Deus verdadeiro e Senhor da vida. Só faltava a ressurreição de Jesus para acreditar na sua divindade. Poucos dias mais tarde teria lugar o banquete em casa de Simão, o leproso (ver Lc 10, 38 comparado com Mc 14, 3), com o qual Marta estava provavelmente casada, pois servia à mesa no mesmo (Jo 12, 2).

PISTAS:

1) A tardança de Jesus em estar presente durante a doença de Lázaro parecia uma falta de amor, porém no fim, Jesus cumpriu perfeitamente: salvou a vida de Lázaro e ao mesmo tempo fez uma ação que resultou em glória de Deus. Nós queremos muitas vezes dirigir nossas vidas e até a história humana a nosso modo de ver. Deus, o Pai, pelo contrário faz sair o sol para bons e maus.

2)Jesus sabia muito bem o que devia fazer. Por isso dirigiu a conversa com Marta de modo a mostrar a relação do milagre com a sua pessoa e sua missão. Foi uma lição magistral para que as conclusões fossem tiradas de modo correto: realmente ele era Filho de Deus, e como tal, Senhor da vida e da morte.

3) A humanidade de Jesus: Se no evangelho aparece em primeiro plano a divindade pela grandeza do milagre, também podemos ver sua humanidade. As lágrimas, a dor profunda com a qual se soma ao sentimento de perda dos seus amigos mostram um Jesus profundamente humano, que não nega amizades nem sentimentos legítimos, como são lágrimas pela morte de um ser querido. Compreendemos que Deus é amor e quem não entende o amor e a compaixão não pode ter um conhecimento verdadeiro de Deus. O evangelho de hoje é um compêndio de Teologia: Ecce Deus, por seu poder sobre vida e morte. Ecce homo, por sua compaixão que é também a compaixão de um Deus que quer ser Pai.

4) Crer em Jesus é o início da vida da qual só uma atitude de rebeldia ou pecado pode nos separar. Não é preciso esperar outra condição se a fé é verdadeira e a entrega é total. Ele salvará todos os que o Pai lhe entregou de modo que seu pastoreio será o de guardar aqueles que o Pai lhe confiou.

5) O evangelho sugere uma forma de petição muito recomendável: aquele que amas está doente. Serve para todo momento e circunstância. Quem não se encontra doente e débil diante de um mundo hostil e pelas forças enfraquecidas pela tentação? Que fórmula magnífica encontramos nesta simples oração que é um gemido de ajuda! Muito especialmente deve ser a oração dos anciãos e dos pobres e necessitados.

6) Há muitos doentes que estão praticamente sós. A visita aos mesmos deveria ser uma das pastorais mais urgentes dos párocos e das atuações dos leigos em nossas paróquias. Só com entrega e sacrifício daremos o carinho necessário para que se encontrem amados do Pai e servidos pelos irmãos.


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03.04.2011
4º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A
__ "CRISTO, LUZ PARA NOSSAS TREVAS" __

Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Como a água, também a luz, com seu oposto, a escuridão - é um dos símbolos fundamentais da existência humana e da reflexão religiosa. No relato do Gênesis, Deus, pela criação da luz e sua separação das trevas, põe ordem e distinção no caos primitivo, e o torna um cosmos cognoscível e depois habitável. Na plenitude dos tempos, a Palavra de Deus veio habitar no meio de nós. Vida e luz de todo ser vivo, ela ilumina com nova luz aquele que crê na Palavra feita homem, na mensagem tornada pessoa viva, concreta e histórica, no Filho de Deus invisível que dá a conhecer o Pai. Esses são os grandes temas desenvolvidos por oão desde o prólogo do seu evangelho, e ilustrados através de uma série de "sinais", diante dos quais só há uma alternativa: responder sim ou não, sem atenuantes.

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (1Sm 16, 1b.6-7.10-13a): - "Levanta-te, unge-o: é este!"

SALMO RESPONSORIAL (22/23): - "O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma."

SEGUNDA LEITURA (Ef 5, 8-14): - "Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá"

EVANGELHO (Jo 9,1-41): - "Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como dizeis: Nós vemos, o vosso pecado permanece."



Homilia do Diácono José da Cruz – 4º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

"A LUZ QUE É CRISTO"

Eis um evangelho longo e denso, riquíssimo em significado, no mesmo estilo da Mulher Samaritana, que não se tratou apenas de um acontecimento rotineiro á beira de um poço, o desse domingo vai nessa linha, inserido no rito de admissão dos catecúmenos, antigamente, os catecúmenos que iam ser admitidos como novos cristãos, passavam ao longo da quaresma por toda uma catequese e uma prova do seu testemunho de vida dentro e fora da comunidade, poderíamos dizer que o catecismo não ficava só na teoria, mas era exigida uma prática, uma postura de quem era realmente cristão e essa experiência de um encontro com Jesus era radicalmente transformadora: a Mulher Samaritana tornou-se outra, o cego curado por Jesus também se torna outra pessoa e a mudança de vida foi tão séria, que na comunidade não o reconheceram.

A narrativa apresenta a linguagem preferida do evangelista João: o antagonismo entre Luz e Trevas. Trevas, que  lembra sempre o caos, conforme relato do Gênesis, “No princípio as trevas cobriam a face do abismo...”, mas o Deus Criador transforma o Caos em Cosmos estabelecendo uma ordem harmoniosa na natureza, por isso as trevas tem essa conotação com as forças do mal a ponto do  Diabo ser chamado de “Príncipe das Trevas”em um dos sinóticos. Em Jesus Cristo Deus oferece aos homens a Luz Verdadeira, que sempre brilhou desde o princípio e que jamais será tragada pelas trevas, Deus nunca ofereceu as trevas, mas esta é uma possibilidade na vida do homem, que tem o livre arbítrio. Deus coloca somente a Luz, os que a rejeitarem é porque fizeram á sua opção pelas trevas.

Note-se que a iniciativa da cura é de Jesus, ele viu um homem cego de nascença, os descendentes de Adão nasceram em pecado, mas agora, o Verbo Encarnado, a Luz do Mundo, vai remodelar o homem, configurando-o á imagem e semelhança do Pai, o mesmo barro de argila, do qual foi feito o primeiro homem, será agora utilizado para recriar toda humanidade, o rosto de Jesus, é a primeira imagem que esse cego irá contemplar, em Jesus ele se encontra e encontra o próprio Deus, em Jesus a Luz do mundo, o homem não precisará mais esconder-se dos olhos de Deus. É a Humanidade recriada, vivendo uma nova aurora radiante, é o caos da existência humana, que em Jesus se torna Cosmos.

O cego que recupera a vista é também a experiência cristã de Judeus convertidos ao cristianismo, e que têm, a partir do conhecimento de Jesus, uma nova postura diante da vida e das pessoas, muda-se o parâmetro, agora não é mais o cumprimento da lei que traz a salvação, mas Crer em Jesus de Nazaré, tornar-se seu seguidor. Mas não há espaço para esse totalmente Novo, no meio das Velhas Tradições, as trevas insistem em ser maior que a luz e tentam dominá-la, não há lugar na comunidade judaica, para quem pensar diferente do que diz a Lei e os Profetas, já não há mais lugar, os estreitos horizontes de uma religião fechada em si mesmo, tornam-se estreitos demais para quem conheceu Jesus, vinho novo da graça de Deus requer barril novo, inverte-se o quadro, quem pensava enxergar torna-se cego, e quem era cego começa a Ver. Pertencemos todos a uma sociedade onde somos levados a enxergar com os olhos da ciência, da pura razão, A Fé é antes de tudo um conhecimento de outras realidades que estão inseridas na vida do homem precisamente a partir do mistério da encarnação, Deus se revela e se manifesta na História Humana, em acontecimentos reais de todos os dias da nossa vida, a Vida de Fé está intimamente ligada ao existir de cada homem.

Mas o homem arrogante e prepotente olha com desconfiança para a Fé, que constrói algo de novo ainda nesta vida, a partir de uma esperança escatológica.

A Palavra Fé soa como algo embolorado e ultrapassado, quase incompatível com a Vida da Pós Modernidade. Sem essa experiência, o homem caminhara a esmo, e jamais encontrará um rumo e um sentido para sua vida, andará sempre às apalpadelas, tateando aqui e ali, tentando encontrar algo que faça sentido e o que o leve a realizar-se como pessoa humana. É a cegueira espiritual, mil vezes pior e mais terrível que a deficiência visual, Jesus é a Luz, Nele sabemos quem somos e para onde estamos caminhando.

Em nossos tempos, marcados por tantos pontos escuros, e luzes tênues, que não conseguem iluminar o caminho de ninguém, as nossas comunidades precisam resgatar cada Batizado como um Iluminado, como eram chamados os neo batizados nos primeiros séculos do cristianismo. É preciso que o nosso testemunho seja idêntico ao do cego curado, a cada celebração Eucarística, em comunhão com os irmãos e irmãs da comunidade, possamos reafirmar a nossa Fé, prostrando-se diante daquele que é a Luz, e dizendo, com  todas as fibras do nosso coração :”Eu Creio Senhor”. (4º Domingo da Quaresma)

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – 4º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

Fé mais profunda

As passagens do Evangelho que a Igreja oferece para esse ciclo litúrgico são uma verdadeira catequese. No primeiro domingo, escutamos o Evangelho das tentações e pensamos nas provas, lutas e dificuldades da vida. No segundo, o da Transfiguração, no qual fomos iluminados com a contemplação, na fé, do rosto do Senhor e meditamos na nossa filiação divina. No terceiro, aparecia a Samaritana pedindo a água que sacia sem saciar, o Espírito Santo. Hoje, quarto domingo, o cego que começa a ver por iniciativa de Jesus; no entanto, depois a iniciativa seria do cego, pois ele procuraria Jesus e o adoraria. Finalmente, no domingo que vem, escutaremos a narração da ressurreição de Lázaro e nos recordaremos tanto da nossa ressurreição espiritual no Batismo e na Confissão sacramental quanto da ressurreição da carne que experimentaremos na consumação dos últimos tempos nos quais vivemos.

O Papa Bento XVI dizia que “o domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz»” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2011).

Deus conceda que a nossa fé seja mais profunda. Nós, como aquele que fora cego, começamos a ver somente pela iniciativa e pelo poder de Jesus; também foi pela ação misteriosa da graça que nós continuamos a buscar a Cristo e a adorá-lo. Há uma antiga oração da Igreja que pede a Deus que as nossas ações sejam precedidas, ajudadas e terminadas com o auxilio divino mostrando, dessa maneira, a nossa dependência total do Senhor. Seria terrível se algum dia nos invadisse uma espécie de autossuficiência espiritual. Seria o momento no qual Jesus nos diria, como outrora aos fariseus, que a nossa pretensão é o que nos cega (cfr. Jo 9,41).

Não nos consideremos grande coisa só porque participamos de uma determinada pastoral ou de determinado grupo; nem pensemos que seremos salvos porque somos desse ou daquele movimento; tampouco nos apoiemos numas obras que sabemos que são boas, mas que frequentemente estarão manchadas pelo egoísmo e pelo orgulho. A caminhada junto ao Senhor, as contínuas quedas no caminho rumo à santidade, a aparente repetição das lutas interiores que nós não sabemos explicar, deveriam levar-nos a uma profunda humildade, a confiar sempre mais na iniciativa de Jesus, a combater os nossos próprios defeitos em total dependência da ação divina e a adorar a Deus com todo o nosso ser.

Livre-nos Deus de toda pretensão. Ao contrário, devemos reconhecer constantemente que Jesus é o nosso único Salvador. É esse reconhecimento que nos faz fortes e audaciosos, não por nossa própria virtude, mas confiando em Jesus. Aprofundar na fé nos fará ver, cada vez mais, a importância de sermos pequenos diante de Deus. Essa pequenez é totalmente compatível com a visão de águia, ampla e audaciosa, que nós devemos ter. Uma criança, deixada às suas próprias forças, cairá; verá pouco porque é de baixa estatura, ou seja, terá uma visão demasiado limitada da realidade. No caso de que essa criança seja levantada pelos braços poderosos do seu Pai do céu, terá outra visão das coisas. Nos braços de Deus e, portanto, das alturas, veremos diferente. Surgirá um panorama antes insuspeitável, um horizonte jamais contemplado e uns campos jamais ceifados. A profundidade da fé que nos leva à humildade, a cavar profundamente no nosso nada, nos leva também à magnanimidade, ao desejo de realizar grandes ações, ao desejo de “comer o mundo” por Deus, a ser apóstolo, a evangelizar, a trazer muitas pessoas à casa de Deus. Tudo isso é resultado de ir aprofundando cada vez mais na fé. Isso é graça, mas também é responsabilidade pessoal: rezar, fazer penitência, confessar-se, ler assiduamente o Evangelho, pedir a Nossa Senhora e a São José que nos ensinem a conviver com Jesus, lutar por extirpar defeitos e pecados. Esses são os meios que o Senhor coloca à nossa disposição para que alcancemos o fim.

Não podemos ficar lamentando-nos: “sou um pobre pecador”, “não posso nada”, “pobre de mim”. Não podemos paralisar-nos! Enquanto isso os inimigos de Deus e de sua Igreja trabalhariam para dominar. Não! Sabedores das nossas fraquezas, confiaremos na graça de Deus; conscientes da nossa pobreza, nos enriqueceremos com os tesouros imperecíveis do nosso Pai do céu. O cristão deve ser uma pessoa de fé cada vez mais profunda, humilde, simples; deve ser pequeno diante de Deus. Mas um filho de Deus deve ser também alguém que anda com a cabeça erguida, consciente da sua nobre condição e do seu dever de “comer o mundo”. Um maior crescimento na fé implica uma visão mais ampla das coisas e uma audácia antes não experimentada. Deus conta conosco!

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Doutrina e Apologética

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Transcrevo abaixo mais um texto de Doutrina da Santa Igreja, extraído do mesmo site, bastante interessante para Grupos de Estudo Bíblico ou das Doutrinas da Igreja.

Vejam também a página Roteiro Homilético para um maior entendimento da liturgia deste domingo. ATENÇÃO: A página do Roteiro Homilético fica no site apenas durante esta semana; não guardamos arquivo dela, portanto, se desejarem guardá-la devem salvar a página ou imprimí-la.

Desejo a todos uma Santa e Feliz Semana, na Graça de Deus Pai.

Dermeval Neves
Webmaster - NPDBRASIL

O que é a Igreja Brasileira, ou Igreja Católica Brasileira?

A Igreja Católica Apostólica Brasileira ou “Igrejas Católicas Apostólicas Brasileiras” (ICAB), têm lançado confusão no público, pois pretendem guardar a aparência de Igreja Católica e facilitam a praxe religiosa dos seus seguidores. – Daí a conveniência de uma análise precisa do fenômeno.

1. Origem da ICAB

A “Igreja Católica Apostólica Brasileira” (ICAB) tem como fundador D. Carlos Duarte Costa. Este nasceu aos 21 de julho de 1888 no Rio de Janeiro e recebeu a ordenação sacerdotal a 1º de abril de 1911. Aos 4 de julho de 1924 foi nomeado bispo de Botucatu (SP). Pouco feliz foi o governo do novo prelado, que se viu envolvido em questões de mística desorientada (devoções pouco condizentes com a reta fé); também enfrentou problemas de administração financeira e de embates políticos. Em conseqüência foi afastado de sua diocese e nomeado bispo titular de Maura (na Mauritânia, África Ocidental); fixou então residência no Rio de Janeiro. Em breve, porém, D. Carlos viu-se a braços com novas lutas: em 1942 o Brasil entrou em guerra contra o nazi-fascismo; nessa ocasião o bispo apelou publicamente para o Presidente da República a fim de que interviesse na Igreja e expulsasse bispos e sacerdotes “fascistas, nazistas e falangistas”; acusou a Ação Católica de espionagem em favor do totalitarismo da direita; prefaciou elogiosamente o livro “O Poder Soviético” de Hewlet Johnson e atacou por escrito as Forças Armadas do Brasil. Em conseqüência, foi preso como comunista e enviado a uma cidade de Minas Gerais, onde permaneceu na qualidade de hóspede.

Diante dos rumores que se propagavam em torno da pessoa de D. Carlos, as autoridades eclesiásticas procuraram apaziguá-lo. Como isto não desse resultado, D. Carlos em 1944 foi suspenso de ordens, isto é, perdeu a autorização para exercer as funções do sagrado ministério. Esta medida de nada serviu; por isto D. Carlos foi excomungado aos 6 de julho de 1945; neste mesmo dia resolveu fundar a sua Igreja, dita “Igreja Católica Apostólica Brasileira”. Em vista desta atitude, o Santo Ofício declarou D. Carlos excomungado vitandus (= a ser evitado) aos 3 de julho de 1946.

Um dos primeiros atos públicos da ICAB foi a fundação do “Partido Socialista Cristão”, sob a orientação de D. Carlos. Este chegou a apresentar um candidato à presidência da República, o qual, porém, se desentendeu em breve, ficando fracassado o novo Partido.

D. Carlos promoveu direta ou indiretamente a ordenação de numerosos “bispos” e “presbíteros”, cuja formação doutrinária e cultural era precária. O infeliz prelado veio a falecer aos 26 de março de 1961; terminou a vida de maneira desvairada, obcecado por paixões, que se exprimiam em injúrias através do seu jornal “LUTA”. Todavia um Concílio Nacional da ICAB, aos 6 de julho de 1970, chegou a atribuir-lhe o título de “Santo”: “São Carlos Duarte”!

2. Doutrina e atuação da ICAB

Em matéria de doutrina, a ICAB procura reproduzir a da Igreja Católica, excluindo (como se compreende) o primado de Pedro… A sua mensagem teológica é muito diluída, visão que os seus orientadores pouco estudam. Vários destes são homens que tentaram chegar ao sacerdócio na Igreja Católica, mas, por um motivo ou outro, não o conseguiram; então passaram-se para a ICAB, onde o estudo e o acesso às ordens sagradas lhes foram extremamente facilitados. Infelizmente nota-se nos membros da hierarquia e nos fiéis da ICAB certo oportunismo, ou seja, a procura de atender a interesses pessoais: ordenação “sacerdotal” ou “episcopal”, lucros financeiros mediante celebração do culto, “casamento” facilitado em favor de pessoas já casadas, “batizados” sem preparação dos pais e padrinhos… Dir-se-ia que a ICAB procura adeptos a todo e qualquer preço; lê-se, por exemplo, na Lista Telefônica de assinantes classificados do Rio de Janeiro:

“ICAB, Igreja Católica Apostólica Brasileira, Paróquia São Jorge: casamento com ou sem efeito civil de pessoas solteiras, desquitadas e divorciadas. Crismas. Consagrações. Também em residências ou Clubes Realengo, Piraquara”.

Dado que a ICAB se adapta às diversas oportunidades de crescer, há atualmente muitos ramos da mesma independentes uns dos outros, o que sugere a denominação “Igrejas Católicas Apostólicas Brasileiras” em vez de “Igreja Brasileira”.

O que dá certo êxito a essa corrente religiosa, são os dois seguintes fatores:

1) A reprodução dos ritos e a conservação dos símbolos (inclusive da linguagem) da Igreja Católica. Muitas pessoas não conseguem distinguir entre a Igreja Católica e a Igreja Brasileira. Parece haver a intenção de guardar em tudo as aparências da Igreja Católica entre os responsáveis das Igrejas Brasileiras.

2) O procedimento facilitário e oportunista dos mentores da ICAB. Esta não apresenta normas definidas de Direito Eclesiástico, de modo que os seus ministros são capazes de “legitimar” religiosamente qualquer situação ilegal daqueles que os procuram. Este comportamento facilitário é, naturalmente, fonte de dinheiro, pois a ICAB sabe prevalecer-se da generosidade dos fiéis. A exploração se torna ainda mais fácil em virtude da ignorãncia religiosa de muitos cidadãos brasileiros.

A falta de estrutura doutrinária e disciplinar das Igrejas Brasileiras lhes tira a coesão desejável e faz que não tenham quase significado no cenário público do Brasil; apesar disto, conseguem penetrar dentro da população desprevenida da nossa Pátria, favorecendo o ecleticismo e solapando a vitalidade religiosa de muitos católicos.

A propósito pergunta-se:

3. Qual a validade dos ritos da ICAB?

Respondemos em três etapas:

3.1. A eficácia dos Sacramentos

a) Um sacramento é um rito mediante o qual Cristo comunica as graças da Redenção ex opere operato, ou seja, desde que o ministro respectivo aplique a matéria (água, pão, vinho, óleo) e a forma devida (as palavras que indicam o efeito da matéria).

b) Os sacramentos não são eficazes ou não conferem a graça em virtude da santidade do homem (sacerdote, bispo) que os administra mas sim por ação do próprio Cristo, que se serve do homem como instrumento de sua obra redentora. Todavia, para a validade do sacramento, requer-se que:

- O ministro tenha sido validamente ordenado padre ou bispo;

- Tenha, ao administrar o sacramento, a intenção de fazer o que Cristo queria que fosse feito, ou a intenção de se identificar com as intenções de Cristo, Sumo Sacerdote.

3.2. Que diz a ICAB?

Os adeptos da ICAB afirmam que

- Seus ministros foram validamente ordenados padres e bispos, pois receberam a sucessão apostólica das mãos de D. Carlos Duarte Costa, que foi verdadeiro bispo da Igreja Católica, sagrado por D. Sebastião Leme. Embora Dom Carlos se tenha separado da Igreja Católica, conservou o caráter episcopal perenemente impresso em sua alma

- D. Carlos e os bispos que ele ordenou sempre fizeram questão de transmitir as ordens sacras segundo o ritual exato adotado pela Igreja Católica (usando mesmo o latim em algumas ocasiões);

- As missas, os batizados e outros ritos ocorrentes nas cerimônias de culto da ICAB obedecem estritamente à essência do Ritual sempre vigente na Igreja Católica.

Por conseguinte, concluem os ministros da ICAB, a Igreja Brasileira possui autênticos bispos e presbíteros, e ministra validamente os sacramentos.

3.3. E que diz a Igreja Católica?

a) Embora os ministros da Igreja Brasileira apliquem exatamente a matéria e a forma de cada sacramento, falta-lhes algo de essencial para que seus sacramentos sejam válidos, isto é, a intenção de fazer o que Cristo quis fosse feito. Na verdade, os ministros da ICAB, mediante os seus ritos, intencionam criar e desenvolver uma “Igreja” separada da única Igreja fundada por Cristo; tal “Igreja” nova já não professa as verdades do Credo Apostólico, mas se entrega ao ecleticismo religioso: protestantes, espíritas, maçons e comunistas podem ser igualmente membros da ICAB. Sim; a revista “A Patena”, revista da “diocese da Baixada Fluminense” da ICAB, em seu nº 3 de 1971, 4ª capa, diz que a Igreja Brasileira “religiosamente é católica, porque aceita em seu grêmio cristãos de qualquer mentalidade, sem repelir os que sejam ou se digam protestantes, espíritas, maçons, católicos-romanos etc.”. Isto significa que a Igreja Brasileira vem a ser uma sociedade filantrópica, humanitária, mas já não tem a mensagem religiosa definida que o Cristo confiou ao mundo e que o Símbolo de fé apostólico professa.

Donde se vê que a ação dos ministros da ICAB carece daquela intenção que é essencial para a validade dos sacramentos: a intenção de fazer o que Cristo faz mediante os sacramentos.

b) Já que a ICAB se ramificou, dando origem a múltiplas “Igrejas”, Ordens e Irmandades independentes, já não se pode saber até que ponto nas denominações “católico-brasileiras” se conserva a fidelidade aos ritos sacramentais; com o tempo as arbitrariedades e os desvios facilmente se introduzem nas pequenas comunidades. Em conseqüência, a Igreja Católica não reconhece as ordenações conferidas pela ICAB, muito menos reconhece a autenticidade das Missas e dos sacramentos celebrados pela ICAB.

4. Observações Finais

A Igreja fundada por Cristo (cf. Mt 16,16-19) é Católica (aberta a todos os homens), Apostólica (baseada sobre a ação missionária dos doze Apóstolos) e Romana, isto é, governada visivelmente por Pedro e seus sucessores, que têm sede em Roma (como poderiam ter em Jerusalém, Antioquia, Alexandria… se a Providência Divina tivesse encaminhado Pedro e os acontecimentos iniciais da história da Igreja em rumo diverso do que realmente ocorreu).

O título de “Romana” portanto não significa que a Igreja de Cristo esteja presa aos interesses políticos da cidade de Roma ou da nação italiana; nem implica subordinação dos fiéis católicos do Brasil a uma potência estrangeira, mas apenas indica que essa Santa Igreja tem seu chefe visível, instituido por Cristo, na cidade de Roma.

Os fatos atrás apontados evidenciam a urgência de sólida catequese para o povo de Deus no Brasil.

D. Estevão Bettencourt.


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QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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