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GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL

 

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Índice desta página:
Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Homilias e Comentário Exegético (Estudo Bíblico) extraído do site Presbíteros.com

. Evangelho de 30/10/2016 - 31º Domingo do Tempo Comum
. Evangelho de 23/10/2016 - 30º Domingo do Tempo Comum


Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados. Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página "A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos, colocando o cursor sobre os textos em azul. A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!

O PESO DE NOSSA CRUZ!
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30.10.2016
31º DOMINGO DO TEMPO COMUM — ANO C
( Verde, Glória, Creio – III Semana do Saltério )
__ "Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido." __

EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE

APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT

Clique aqui para ver ou baixar o PPS.

(antes de clicar - desligue o som desta página clicando no player acima do menu à direita)

Ambientação:

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Não há nada que sendo criado por Deus, não seja amado e querido por ele. Se isso acontece com todas as coisas, imagine com o ser humano. Deus ama incomensuravelmente o ser humano e quer que todos se salvem; que todos pertençam a ele e sejam, portanto, pessoas de Deus. Por essa razão, seu olhar de misericórdia e compaixão recai sobre os que se desviaram do caminho, os marginalizados, os pecadores, como veremos logo mais na Liturgia da Palavra, sobretudo no evangelho.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, ao Senhor misericordioso e compassivo, que nos criou em seu amor e que nos ama em seu Filho Jesus, elevemos nosso coração em ação de graças, neste dia a Ele dedicado. Foi Deus mesmo, amigo da vida, que nos chamou à vida e hoje nos dá a alegria de louvá-lo, adorá-lo e bendizê- lo. Reconheçamos com alegria as tantas vezes que Ele nos visitou para nos socorrer nos momentos difíceis e para nos oferecer um caminho de salvação. Concluindo este mês missionário, acolhamos do Senhor o chamado sempre constante de irmos anunciar a Boa nova do Evangelho, especialmente em nossa grande cidade.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Todos os homens participam da mesma impotência e são solidários no mesmo estado de ruptura com Deus; não podem salvar-se por sí mesmos, isto é, não podem entrar sozinhos na amizade de Deus. O primeiro ato de verdade que o homem deve fazer é reconhecer-se pecador, impotente para se salvar, e abri-se pois, à ação de Deus.

Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!


(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (Sb 11,22-12,2): - "A todos, porém, tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida."

SALMO RESPONSORIAL 144(145): - "Bendirei eternamente o vosso nome, para sempre, ó Senhor, o louvarei!"

SEGUNDA LEITURA (2Ts 1,11-2,2): - "Assim o nome de nosso Senhor Jesus Cristo será glorificado em vós, e vós nele, em virtude da graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo."

EVANGELHO (Lc 19,1-10): - "Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa."



Homilia do Diácono José da Cruz – XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM – (Ano C)

Como Zaqueu...

Há um verbo interessante nessa narrativa do evangelista São Lucas, carregado de sentido teológico: Zaqueu subiu em uma árvore, para poder ver Jesus. Como se tivéssemos em baixo de nós um grande espelho, esse ato na verdade é invertido, e quando, como Zaqueu, subimos, na verdade descemos.

Na História da Salvação, desde o antigo Testamento até o tempo da Plenitude em Jesus Cristo, as muitas “subidas” significam a “Ascese espiritual” onde, referências geográficas como montes e montanhas, e nomes de forte simbolismo como Sinai e Horeb, entre outros,  apontam para esse Ver, conhecer e experimentar a Deus, que se revela aos homens. Essa teologia rica em sinais Teofánicos, continua com maior intensidade no Novo Testamento, no Sermão da Montanha, Tabor, Getsêmani e por fim o Monte Gólgota ou Calvário.

Entre os Salmos, formas da devoção popular para expressar seus pedidos, desejos, angústias e alegrias, temos o Salmo das Subidas, que se refere a peregrinação do Povo Judeu ao templo, lugar do encontro e da experiência com o Deus da Aliança, e nos anos 60 lembro-me de um canto de entrada que lembrava essa ascese “Com a Igreja subiremos, no altar do Senhor....” .É preciso subir, elevar-se, quem quiser ver, ouvir e experimentar a Jesus, terá de subir, Como Pedro Thiago e João que  viram a transfiguração do Senhor no alto do Monte Tabor, mas esse SUBIR supõe um DESCER.

Zaqueu , antes de subir naquela árvore, teve de descer de si mesmo, do seu posto de chefe dos cobradores de impostos, do seu Status de pessoa importante, se sua posição social, por que e para que? Porque tinha ouvido falar de Jesus e queria conhecê-lo, mas havia duas coisas que o atrapalhavam nesse seu desejo, de um lado a multidão que se aglomerava em torno de Jesus e o ocultavam dos demais, e de outro,  uma deficiência física: era baixinho, mas o maior empecilho estava no fato de que era “alto” em poder, em riqueza e importância social, o que Zaqueu tinha de baixa estatura, tinha de grandeza na sociedade, era muito rico, nos lembra o Evangelista....Rico não precisa subir em árvores para ver uma celebridade, possivelmente estará junto com a celebridade no palco ou palanque montado. Rico não precisa espremer-se em meio a multidão, pois tem os melhores lugares reservado junto com a sua comitiva.

Mas o coração de Zaqueu andava inquieto há muito tempo, não foi coisa de momento pois esse pensamento vinha sendo gestado em seu coração, exatamente como Maria, que antes de acolher Jesus em seu ventre, já o tinha acolhido em seu coração.

E como o coração tem razões, que a própria razão desconhece, naquele momento Zaqueu esqueceu do seu cargo, da sua posição, da sua importância, do decoro que deve pautar as ações de alguém que ocupa um cargo importante e subiu na figueira para ver Jesus passar e assim, acabou sendo encontrado por Jesus. Quando desejamos vê-lo Ele já nos encontrou, o Deus Poderoso e Onipotente, não entra em nossa vida sem o nosso consentimento, não força, não exige, mas chama e propõe.

Por isso que a vida de Zaqueu mudou naquele dia, antes de acolhê-lo em sua casa já o tinha acolhido em seu coração e daí a Salvação aconteceu. “Hoje a Salvação entrou nessa casa, isso é, no coração e na vida de Zaqueu. Quem conhece e experimenta Jesus movido por um desejo profundo, não conseguirá mais ser o mesmo, a vida é transformada e renovada, a conversão de Zaqueu e o seu desejo sincero de devolver ao próximo o que havia fraudado, é apenas conseqüência da sua adesão a Jesus o Filho de Deus, adesão que vem do kerígma provocado pelo primeiro anúncio, e que só é possível quando, a exemplo do nosso Mestre e Senhor, também tenhamos a humildade de descer de nós mesmos, para poder com Ele subir, COMO ZAQUEU...

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM – (Ano C)

Atravessando a cidade

Uma das expressões que o Evangelho de hoje utiliza parece-me de um grande valor significativo: Jesus estava “atravessando a cidade” de Jericó. Anos, decênios, séculos, milênios atrás, outro Jesus atravessou Jericó. Refiro-me a Josué. Sabe-se que a palavra Jesus é a transcrição grega da palavra Yeschowah, que significa “O Senhor (Javé) é o Salvador”. Os nomes de Jesus e de Josué são, portanto, o mesmo nome.

A narração da conquista de Jericó é grandiloquente. A arca do Senhor presidia aquela imponente procissão, sete sacerdotes tocavam as trombetas diante da arca e, diante dos sacerdotes, um exército em ordem de batalha. Durante seis dias, o Povo de Deus dava uma volta ao redor de Jericó; no sétimo dia, porém, sete voltas, toque de trombetas, gritos do povo e muralha ao chão. Jericó já estava derrotada! A Sagrada Escritura no diz que eles “tomaram a cidade e votaram-na ao interdito, passando a fio de espada tudo o que nela se encontrava, homens, mulheres, crianças, velhos e até mesmo os bois, as ovelhas e os jumentos” (Js 6,21). Barbaridade!

No Novo Testamento, o Novo Josué não tinha como objetivo destruir os muros de Jericó, o que Jesus queria era derrubar os muros do coração de Zaqueu que, por contraste, “era de baixa estatura” (Lc 19,3). Ademais, Zaqueu não pôs resistência ao chamado de Jesus. Zaqueu era uma dessas pessoas que podemos chamar “um homem de boa vontade”: ele queria ver a Jesus; rico como era, fez o esforço de subir a um sicômoro para ver a um profeta; quando Jesus o chamou, esse bom homem não só aceita com toda alegria que Jesus entre na sua casa, mas é tão generoso que ao descobrir o tesouro da amizade de Jesus, relativiza totalmente aquilo que ele tanto desejou e conquistou durante a sua vida, dinheiro. Jesus votou o coração de Zaqueu ao interdito, passando a fio de espada os vícios que nele se encontrava.

Deixemos que Jesus passe pelas nossas vidas. Ele não quer entrar na nossa cidade interior como entrou Josué em Jericó, mas à semelhança do que aconteceu com Zaqueu. Tanto é assim que se nós não deixarmos cair as muralhas do nosso coração, ele não entrará. Talvez em algum momento também nós, os cristãos, desejamos que Jesus atue à maneira antiga de pensar: forçando aos pobres mortais a dobrarem os joelhos diante dele, a reconhecerem que só há um Deus e que devem abandonar a sua vida de pecado; obrigando a que todos o sirvam; obrigando a que o mundo seja mais justo, mais solidário, mais fraterno; que ele não permita jamais um terremoto, um furacão ou uma enchente destruidora das melhores colheitas; que ele não deixe, por nada do mundo, que tenhamos enfermidades, guerras, matanças, fome, bombas atômicas, drogas etc. Gostaríamos que Deus fosse mais autoritário, mais forte, mais rigoroso, que resolvesse de uma vez por todas os graves problemas da humanidade. Até parece que gostaríamos que Deus suprimisse para sempre a nossa liberdade, a nossa capacidade de fazer o bem e fazer o mal, de que nos transformasse em meros robôs e que o mundo fosse uma espécie de jogo de videogame onde Deus, como é inteligente, sempre ganha a batalha. Mas… como seria triste! Nós, criaturas inteligentes e com uma capacidade enorme de amar, transformados em máquinas! Não! Deus não quis que fosse assim, não quis que fôssemos como pedras ou madeiras. Ele nos amou e o seu amor foi a causa da nossa existência. Deus nos fez à sua imagem e semelhança para que – inteligentes, criativos, com vontade e memória, cheios da sua graça – pudéssemos embelezar esse mundo e a vida dos nossos irmãos.

Permitamos, portanto, que Jesus passe ao seu estilo, com a sua mansidão, bondade e generosidade, contando conosco para que lhe ofereçamos um banquete e sejamos amáveis com os nossos semelhantes. Ele também quer escutar aquilo que queremos – voluntariamente e movidos por sua graça – dizer-lhe: “Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo” (Lc 19,8). A resposta de Jesus? É a mesma: “Hoje entrou a salvação nesta casa” (Lc 19,9). A partir desse momento, veremos de outra maneira a respiração da terra durante os seus imponentes vulcões; a confiança que Deus tem no ser humano ao fazê-lo livre; a grandeza da liberdade humana que pode dirigir-se tanto ao bem quanto ao mal. Ah, e não nos esqueçamos de que também é bom aceitar os limites da nossa inteligência humana à hora de tentar compreender os mistérios da natureza, da graça e da glória. Deus é sábio, entreguemo-nos a ele. Sem dúvida, quanto mais estivermos nas suas mãos, mais entenderemos quais são os seus planos para o mundo, para a humanidade e para a nossa própria vida. Somente quem está insertado na vida de Deus pode entender o que pode vir a ser a vida dos homens.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético – XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM – (Ano C)
(Pe. Ignácio, dos padres escolápios)

EPÍSTOLA (2Ts 1, 11-2,2)

INTRODUÇÃO: Escrita desde Corinto, provavelmente no ano 52 e a pouca distância da primeira, com a mentalidade de que a parousia estava próxima. Alguns agitadores mais exaltados afirmavam que o dia da parousia estava tão próximo que era inútil trabalhar. Apoiavam sua teoria em revelações, profecias e até em escritos de Paulo. O fundo da carta é, pois, escatológico; e sem esquecer o seu pensamento sobre a próxima data da parousia, certos sinais devem preceder e ainda não foram manifestos; e, portanto, não havia motivo para a sua iminência. Por outra parte, ninguém pode saber certamente a época da mesma que pode estar relativamente longe dos dias atuais. Nos versículos anteriores aos da epístola de hoje, Paulo louva o comportamento dos tessalonicenses pela paciência no meio das tribulações que a fé dos mesmos trouxe, afirmando que os que a essas aflições contribuíram terão o castigo proporcionado no dia do Senhor. É por isso que Paulo roga pelos fiéis de Tessalônica para que sua fidelidade seja confirmada e acompanhada por boas obras.

ORAÇÃO DE PAULO: Pelo qual, também rogamos sempre por vós para que o nosso Deus vos faça dignos da vocação e complete todo desejo de bondade e obra de fé, em poder (11). In quo étiam orámus semper pro vobis, ut dignétur vos vocatióne sua Deus noster et ímpleat omnem voluntátem bonitátis et opus fídei in virtúte.

ROGAMOS SEMPRE: Não é uma afirmação dogmática, mas uma praxis que é também lugar teológico em que a fé se afirma e confirma. Temos aqui a intercessão dos santos, como oração que sobe como incenso agradável aos olhos de Deus (Ap 5, 8) e que Paulo sempre usa para com os seus convertidos, como em Rm 1, 9-10 ou Ef 1, 16, e de modo especial também para os de Tessalônica na primeira carta: Orando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto, e supramos o que falta à vossa fé (3, 10). A praxis é reconhecida como locus theologicus em que se encontra a manifestação de Deus e dentro dessa prática nada melhor que a oração, em cujo cume está precisamente essa união de inteligência e amor em que Deus se manifesta às almas a Ele elevadas em contemplação. A oração pelos irmãos na fé de Cristo é, portanto uma prática recomendável que a igreja usa, especialmente após a consagração na oração eucarística de modo especial. VOCAÇÃO [klësis<2821>=vocatio] A entrada no Reino e a Glória consequente é o chamado [vocação] de Deus segundo 1Ts 2, 12 vocação de todo cristão que espera as riquezas da glória como herança entre os santos ou consagrados de Deus (Ef 1, 18). Essa vocação é um chamado de Deus que escolhe os mais humildes e pobres, segundo a carne e a sabedoria humana (1Cor 1, 26). Vocação universal (1Tm 2, 4) diferente da que Paulo teve, esta uma outra vocação particular: ser ministro do evangelho entre os gentios como refere At 13, 2. No mundo atual se esquece a vocação universal e se dá mais importância a vocação ministerial ou pessoal de determinados membros da Igreja como presbíteros e religiosos. Mas também o matrimônio exige, segundo Paulo, uma vocação particular (1 Cor 7, 17 e 20). Em todos os casos, a oração é necessária para conservar o dom de Deus, assim como a boa conduta, segundo 2 Pd 1, 10.

EM PODER [en dynamei <1411>=in virtute] Em primeiro lugar devemos falar da obra de fé como oposta a obra da Lei; ou, como Paulo diz, a lei da fé (Rm 3, 27) e não a lei das obras (Rm 3, 27). Tudo que leva à justiça da fé, é contrária à justiça da circuncisão (Rm 4, 11). Unicamente em 1 Ts 1,3 fala também Paulo da obra de vossa fé, que neste versículo está qualificada do distintivo de em poder. Segundo Paulo, este poder que nos evangelhos é traduzido por obra milagrosa; é o poder de Deus para salvação (Rm 1, 16), que também recebe o apelativo de poder do Espírito Santo (Rm 15, 13), que obra grandiosos sinais e prodígios (Rm 15, 19). A essa sobrenaturalidade refere-se Paulo quando diz que sua pregação era uma demonstração do espírito e poder (1 Cor 2, 4) e que o Reino de Deus não é na palavra, mas em poder [en dynamei]. Bastam estes exemplos para deduzir que essa fé é a que se manifesta ou obra milagres. Sem oração, é impossível – Paulo afirma- que a fé obre boas obras e que o poder sobrenatural de Deus se manifeste. Esta sobrenaturalidade da obra da fé é assegurada no versículo seguinte, como veremos mais adiante.

A GLORIFICAÇÃO DE CRISTO: De modo que seja glorificado o nome de nosso Senhor Jesus entre vós, e vós nele, segundo a mercê do nosso Deus e (do) Senhor Jesus Cristo (12). ut clarificétur nomen Dómini nostri Iesu Christi in vobis, et vos in illo secúndum grátiam Dei nostri et Dómini Iesu Christi. GLORIFICADO [endoxasthë<1740>=clarificetur] o verbo endoxazomai significa glorificar, honrar, exaltar e, como passivo, em subjuntivo, a melhor tradução é seja exaltado ou glorificado. NOME [onoma<3686>=nomen] está no lugar de pessoa, palavra que foi tomada muito mais tarde como equivalente a sujeito [hypóstasis]. Pessoa [Persona] era a máscara que os autores do teatro ou mimo latino portavam para cobrir o rosto e assim representar os diversos personagens da comédia com um mesmo comediante atuando. SENHOR [kyrios<2962>=dominus] a palavra Kyrios é a tradução dos Setenta do nome Jahveh só (Gn 1,1), ou Jahveh Elohim como vemos em Gn 2, 4, em que o grego traduz Jahveh<03068> Elohim<0430> como Theos e o latim como Dominus Deus. Creio que Jahveh Elohim deveria ser traduzido por o que é ou Vivente dos deuses. Assim o rabi Metzker traduz Jahveh por O ETERNO sendo Jahveh Elohim o ETERNO DEUS. A Bíblia Valera opta por reter o nome hebraico e traduz Jehová Dios (1Sm 25, 29) pela primeira vez. Já em Gn 3, 9 Jahveh Elohim é traduzido pelos Setenta como Kyrios ‘o Theos e daí Dominus Deus da Vulgata. Kyrios é, pois, o Senhor, sendo este o nome do Deus de Israel. Com esse título só [o Senhor] é também nomeado Jesus após a ressurreição, com o qual se situa no mesmo plano de Jahveh ou, se queremos, no plano da divindade. Frequentemente encontramos o Senhor Jesus, como aqui.

A PAROUSIA: Pedimos, pois, a vós irmãos,pela parousia do nosso Senhor Jesus Cristo e de nossa reunião com Ele (2, 1). Para que vós não sejais abalados de vosso entendimento, nem turbados, nem por espírito, nem por palavra, nem por carta como proveniente de nós, como que se estivesse perto o dia do Senhor (2). Rogámus autem vos, fratres, per advéntum Dómini nostri Iesu Christi et nostrae congregatiónis in ipsum. ut non cito moveámini a vestro sensu neque terreámini neque per spíritum neque per sermónem neque per epístolam tanquam per nos missam, quasi instet dies Dómini. PAROUSIA [3952] que a Vulgata traduz por adventum. Parousia é presença, chegada, vinda e advento, ou presença final de Cristo para julgar vivos e mortos, como recitamos no Credo. Neste capítulo, Paulo precavê os tessalonicenses contra a postura de que, como era iminente a vinda de Cristo, não deviam se preocupar de  trabalhar. Paulo declara que antes devia existir uma grande apostasia e a revelação do Anticristo, o homem do pecado, que enganará a muitos declarando-se ser deus (2 Ts 2,3-4). Do qual ele, Paulo, já falou anteriormente (idem 5). Do qual o império romano era impedimento (v.6) e só aparecerá quando o impedimento cessar (v. 7-8). Antes teremos a apostasia, termo que indica abandono, e que neste caso é de sentido religioso. Apostasia da fé, aludida por Jesus Cristo no seu discurso escatológico com esfriamento da caridade e sedução até dos escolhidos se isso fosse possível (Mt 24, 11-12,24 e Lc 18, 8). No Apocalipse também se fala da besta que lutará contra os escolhidos (13, 7-8). Esta apostasia está unida ao homem de pecado. O problema é quando. Paulo confirma a predição de Jesus que implica a pregação do evangelho a todos os povos do mundo (Mt 24, 14) e ao mesmo tempo a aparição do homem de pecado. ANTICRISTO [antichristos<500>=antichristus] não é nome usado por Paulo, mas por João (1Jo 2, 18). A linguagem paulina está inspirada especialmente em Daniel 11, 36, falando de Antíoco, em Isaías do rei da Babilônia (14, 13) e Ezequiel do rei de Tiro (28,2). Não é fácil saber a distinção entre a imagem e a realidade. A expressão sentar-se no templo de Deus (v. 4) pode não ser tomada ao pé da letra, como quem toma os direitos de Deus. Própria de Paulo é a relação entre o Anticristo e Satanás, sendo aquele instrumento deste, como faz o Apocalipse entre a besta e o dragão. Se esse Anticristo é um indivíduo ou uma colectividade, como conjunto das forças do mal, é coisa discutida. É mais provável seja esta última a realidade, pois Paulo diz que já está operando, mas não se manifesta por um obstáculo (2 Ts 2,7). Como Jesus fala de vários falsos profetas e não de um único opositor (Mt 24, 11-24) devemos também entender que a coletividade é mais conforme com a realidade interpretativa. O obstáculo ou impedimento pode ser TO ou ‘O em grego indicando coisa ou pessoa. O grego opta por TO e indica coisa. Tudo que poderemos pensar sobre que coisa seja o impedimento é pura conjetura e nada podemos afirmar com verdadeiro fundamento. Que fosse o império romano é como modelo de autoridade e não como realidade verdadeira e Paulo falaria da autoridade como representada no império para se opor ao mal. Outra suposição é que o impedimento é constituído pelos pregadores evangélicos. Esta teoria tem sua confirmação em Ap 11, 3-10 donde os pregadores evangélicos serão vencidos e mortos pela besta, uma vez terminado seu testemunho. Finalmente, a terceira teoria é que é o anjo Miguel e suas hostes; pois na literatura apocalíptica é este anjo o defensor de Israel, cuja descendência é o povo cristão e que na antiga liturgia era invocado como defensor da Igreja no fim da Missa. A vitória contra Miguel significaria a vitória contra a Igreja. Conclusão: Fala Paulo do fim dos tempos, ou do fim do tempo antigo e triunfo de Cristo como introdutor da nova era cristã? Pois essa vitória seria próxima com a destruição do templo no ano setenta. Pois nunca uma profecia foi dada para um período maior do que uma geração, como disse Jesus (Mt 24, 34). Na realidade, o artigo único TOU precede dois aspectos do final do tempo: a parousia e a reunião com Ele (V.1). São simultâneos ou são eventos diferentes em tempos não concomitantes? Creio que, neste último caso, deveríamos pensar em distâncias de séculos e num final do tempo diferente do fim dos tempos. O versículo 2 continua o dito no versículo primeiro. ABALADOS [saleuthënai<4531>=moveamini] do verbo saleuö com o significado de agitar, sacudir e finalmente, abalar especialmente pelos ventos e o mar. No caso seria melhor traduzir por removidos do que anteriormente pensavam e agora turbados ou perturbados pelas novas teorias, para estarem num estado de agitação mental. Os motivos de semelhante agitação seriam: uma profecia, uma palavra inspirada que poderia ter origem na tradição apostólica, pois no tempo da carta não existiam ainda os escritos evangélicos; e finalmente, uma carta paulina. Esta última refere-se provavelmente a uma carta forjada ou falsificada, coisa frequente naqueles tempos, como vemos em 2 Ts 3, 17-18, carta que Paulo toma a  advertência de assinar de punho e letra. Pois sempre este tema da escatologia tem sido causa de numerosos enganos, como vemos em particular a história dos adventistas desde outubro de 1844, dia assinado por William Miller como dia final. Hoje não faltam profecias sobre a iminência do advento de Cristo, inclusive no mundo católico, que separam sua manifestação do fim dos tempos. Coisa que a própria Escritura parece indicar. Assim, diferentes condições ambientais aparecem entre a grande tribulação em Mt 24, 21, e uma vida de prazer em 24, 38. E até diferentes maneiras da própria manifestação do Senhor para a terra: a voz de ordem dada pelo Senhor, o shofar do anjo e a ressurreição dos mortos (1 Ts 3, 16) e a descrição do cavalo branco do Apocalipse no capítulo 19 que mata os seguidores da besta. Podemos dizer que toda profecia demora em se cumprir por um espaço de muitos anos (Fátima e a 2ª guerra mundial: 22 anos), mas o profeta vê  as coisas tão iminentes que para ele tudo é imediato e é esta a impressão que deixa nos ouvintes ou leitores. Uma coisa é certa: o tempo e a hora serão sempre desconhecidos e o foram até para o próprio Jesus (Mt 24, 36) o que nos dá liberdade para interpretar as passagens escatológicas de modo amplo e não restrito às palavras literais. PERTO: Paulo também não sabe quando, e até parece que não considera o dia como próximo. Faltariam anos ou séculos talvez. DIA DO SENHOR é a intervenção solene de Deus na História que pode se abreviar com naquele dia. Pode ser uma intervenção de ira e  castigo e será o dia do juízo como em Is 2, 11 e Mt 10, 15. Mas também de triunfo e libertação para os bons como em Is 11, 10-11 e Jo 6, 39. No NT, por uma parte é o momento da vinda gloriosa de Jesus no final dos tempos, ou do tempo, como 1 Cor 1, 8, em que Senhor Deus é substituído por Senhor Jesus. Segundo Lucas, essa vinda de Jesus é o triunfo dos seus fiéis (Lc 21, 28) ou como dirá João o Batista recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo (Mt 3, 12). Muitos espertos dizem que dia é um tempo e pode ser mais ou menos longo, ou seja, um período em que o reinado de Cristo será indiscutível, como preparação para seu regresso. Como vemos não existe um determinado evento nem dia para a intervenção solene de Cristo na História, que possamos determinar com certeza.

NOTA: As passagens do AT que tratam do Dia do Senhor, com frequência transmitem um sentido de iminência, cercania e expectação: Uivai, pois está perto o dia do Senhor (Is 13. 6), Isto porque sobre o Dia do Senhor fala-se tanto do que está cerca como do que está longe de se cumprir a profecia. Vezes há em que o dia do Senhor é usado para falar de julgamentos históricos já efetuados, como esse de Is 13, 6-22 ou Ez 30, 2, 19 e outros, em que se trata de juízos do final dos tempos como Joel 2, 30-32. O NT fala dele como o dia da ira, dia do Deus todo-poderoso (Ap 16, 14) e se refere a um futuro quando a ira de Deus se abaterá sobre o Israel incrédulo e o mundo sem fé, que virá de repente, como um ladrão na noite (Mt 24, 43 e 1 Ts 5,2) e devemos estar preparados. Além de ser um tempo de julgamento, será um tempo de salvação porque Deus livrará o remanente de Israel, ao cumprir a promessa de que Israel será salvo (Rm 11, 26). Nesse dia, será o final da história, quando com maravilhoso poder, Deus castigará o mal e cumprirá todas as suas promessas.

EVANGELHO (Lc 19, 1-10)
A CONVERSÃO DE ZAQUEU

JERICÓ: E entrado, caminhava por Jericó (1). Et ingressus perambulabat Hiericho. Seu nome pode ser traduzido por lugar de fragrância. Era a cidade das palmeiras na depressão do mar Morto  a vinte e cinco quilômetros no nordeste de Jerusalém. Jericó está a quase 240 m abaixo do nível do mar num clima tropical onde crescem os balsameiros, (Ct 1, 14), o estoraque, os sicômoros (2). As rosas de Jericó eram consideradas extraordinariamente belas (Eclo 24, 14). A primeira vez que aparece seu nome na Bíblia é no  livro dos Números 22,1. Logo aparece em relação ao acampamento dos israelitas em Setim e no livro de Josué que fala de Jericó, fortemente custodiada, mas que foi conquistada através dumas procissões que demoraram sete dias. No último, a procissão deu sete voltas e ao grito dos israelitas os muros da cidade desabaram. (Js 6, 1-25). A data aproximada era o ano 1403 aC. Jericó achava-se nos limites de Benjamim e Efraim. Eglon, rei de Moab, fez dela sua residência na época em que oprimiu os israelitas (Jz 3, 13). Era a cidade reedificada por Hiel (1 Rs 16, 34) onde moravam os discípulos dos profetas para a qual se dirigiu Elias antes de sua ascensão. Eliseu saneou as águas por meio de um punhado de sal, tal como podemos ler no 2 Rs 2, 4-5 e 14-22. Hoje estas águas são chamadas de Ain es-Sulãn. Em Jericó os caldeus se apoderaram de Sedecias (2 Rs 2, 4) e, depois do desterro, alguns dos seus habitantes ajudaram a construir os muros de Jerusalém(Ne 3, 2). Nos tempos dos Macabeus, Báquides, general sírio, levantou os muros de Jericó (1 Mc 9,50). No início do reinado de Herodes, o grande, os romanos saquearam Jericó. Quando Herodes chegou à Palestina teve que lutar na planície de Jericó contra 6 mil inimigos partidários de Antígono; nesta batalha o próprio Herodes foi ferido. Mas logo após o início de seu reinado, Herodes a embeleceu, construindo um palácio e sobre a colina detrás da cidade levantou uma cidadela que chamou Cipro, em honra de sua mãe; também construiu um hipódromo e um anfiteatro, canalizou a água e criou jardins. Cinco dias após a morte de Herodes, um antigo escravo de nome Simão saqueou e incendiou as propriedades. Foi Arquelau, o filho mais velho, que reconstruiu a obra do pai e refez os jardins. Esta será a Jericó que Jesus visitou antes de entrar em Jerusalém na sua última subida. No NT será Mateus que fala de Jericó como a cidade que Jesus atravessou na sua ida a Jerusalém para na saída encontrar os dois cegos a quem curou (Mt 20, 29-34) que Marcos, na entrada, (10, 46-52)e Lucas, na saída, (18, 35-46) reduzem a um só. Jericó estava no caminho do norte em rota para Jerusalém. Era a segunda cidade da Judéia. Jericó era uma cidade, em grande parte, residência de sacerdotes, pois dos 24 grupos de sacerdotes e levitas,  os rabinos falavam de 12 deles estacionados em Jericó. Daí que no exemplo da parábola do samaritano seja um sacerdote e um levita os que aparecem em primeiro lugar (Lc 10, 31-32) Foi destruída pelos romanos em 230 dC. A cidade de Jericó moderna está a 1,5 km ao sudeste da fonte da qual temos antes falado. Encontrou-se nas ruínas da antiga Jericó abundancia de grãos queimados, indicando uma conquista rápida de uma cidade não submetida pela fome, mas após breve assédio. Em 1950 as escavações descobriram muros caídos de dentro para fora; seus fundamentos não tinham sido minados; mas parece que foi um forte terremoto. Também existia evidência de um forte incêndio. Os muros teriam 9 m de altura e a cidade estava tão superpovoada  que havia casas por cima do espaço entre as duas paredes, interna e externa do muro, separadas por 5 m, (Js 2,15). A parede externa ruiu para fora e a segunda parede, com as casas, afundou no espaço vazio. Isso está em conformidade com o que diz a Escritura sobre a conquista da cidade. Estava a pouca distância de Guilgal onde os israelitas fizeram seu primeiro acampamento, celebraram a páscoa e pela primeira vez deixaram de receber o maná. Era a cidade onde Samuel julgava  e onde Saul foi coroado e Davi foi recebido pelo povo após a rebelião de Absalão.

ZAQUEU: E eis um homem de nome chamado Zaqueu, e o qual era chefe dos publicanos e ele era rico (2). Et ecce vir nomine Zaccheus et hic erat princeps publicanorum et ipse dives. O nome significa puro. Era chefe dos publicanos. Até César, parece que os publicanos pertenciam à classe dos optimates ou senadores. Eram ricos que depois da segunda  guerra púnica [contra Cartago], após a batalha de Canas quando o erário estava exausto, adiantaram grandes somas de dinheiro ao Estado, com a condição de serem pagos no fim da guerra. Mais tarde e até o fim da república e nos primeiros anos do Império, eram da classe dos equestres, de modo que équites e publicani eram palavras equivalentes .Ubi publicanus est, ibi aut jus publicum vanum, aut libertas sociis nulla. Onde está o publicano ou o direito público é vão ou a liberdade dos sócios é nula – dirá Tito Lívio. Porém eles não recolhiam os impostos nas províncias, como era a Palestina. Esta parte era feita por uma classe inferior de pessoas, que podiam ser escravos e até provincianos. Este grupo era chamado de família publicanorum [família de publicanos] e nela eram incluídas todas as pessoas que recolhiam o vectigal [taxas]. Entre as quais encontramos decumae [dos campos cultivados que pertenciam ao Estado], portoria [alfândega], scriptura [compra e venda, especialmente de gado] e as receitas das minas e salinas. Sendo Jericó uma cidade limite entre os domínios romanos e os de Herodes Antipas, e ponto de encontro de caravanas nabateas [árabes da época], é lógico que o pedágio ou alfândega era a principal receita de taxas da mesma. O título de archiereos significa que ele era o chefe do qual dependiam os publicani locais. Segundo Lucas, ele era rico. Mas também era de baixa estatura e procurava saber [ver] que tipo de pessoa era Jesus. Mas a multidão o impedia por causa de sua pequena estatura. Daí que subisse a um sicômoro que estava no caminho.

SICÔMORO: E procurava ver (o) Jesus quem era e não podia por causa da turba, pois era de estatura pequena (3). E correndo adiante subiu sobre um sicômoro para vê-lo, porque por ali estava a passar (4). Et quaerebat videre Iesum quis esset et non poterat prae turba quia statura pusillus erat. Et praecurrens ascendit in arborem sycomorum ut videret illum quia inde erat transiturus. O sicômoro era uma figueira especial, própria da região. Os sicômoros aparecem em 1Rs 10, 27, repetidos em 2 Cr 9, 27, como árvores comuns na planície. Segundo a Mishná uma árvore deve estar distanciada da cidade vinte e cinco cúbitos[8m] e se é um sicômoro cinquenta [13 m]. Por isso o relato de Lucas fornece elementos para indicar que o sicômoro estava fora da cidade, e provavelmente na saída da mesma. Caso estivesse dentro da cidade era mais fácil subir ao terraço de uma casa. O sicômoro era uma árvore de tronco forte cujos galhos saem muito próximos do chão de modo a formar uma espécie de banqueta a menos de um metro de altura sendo fácil subir a essa plataforma de onde brotam os ramos e dali, como de um tamborete, poder melhor olhar a multidão. Os frutos do sicômoro são como figos, de cor rosa quando maduros. Enxertos dos galhos são usados para reprodução. Amós era um pastor e também cuidava dos sicômoros, ocupando o mais humilde dos ofícios de seu tempo, já que era um cultivo dos mais esforçados. Parece que, como os egípcios, os hebreus pungiam ou furavam os frutos para impedir que as vespas pudessem aninhar neles; e o faziam com pregos ou garfos fazendo incisões nos figos. A ideia era que assim, saindo o látex, ajudavam o fruto a amadurecer. Na realidade, ao furar o fruto, ele emite etileno que ajuda a amadurecer o fruto. Modernamente o etileno é induzido através de fito- hormonas.  Estavam plantados ao longo dos caminhos para produzir sombra. Sua madeira era preferida pelos egípcios especialmente para os caixões de seus mortos. Nos tempos atuais, é comum ver sicômoros perto das casas por sua sombra com frangos comendo seus frutos que não foram recolhidos pelo dono. Seus frutos são um pouco inferiores em gosto aos figos, embora muito aromáticos. Hoje podem ser vistos ao longo das estradas e das avenidas em Tel Aviv e outras cidades da Palestina. O fruto do sicômoro varia de um máximo de 50 cm em diâmetro até muito menores. Ele aparece em cachos no tronco principal e nos galhos. Sua cortiça e seu látex são usados como remédio contra a tinha e outras doenças da pele. O nome provém do grego e significa figo-amora.

HOJE DEVO HOSPEDAR-ME EM TUA CASA: E como chegasse ao lugar, tendo olhado para cima (o)Jesus o viu e lhe disse: Zaqueu, apressado desce; pois hoje em tua casa é precisso hospedar-me (5). E se dado a pressa, descendeu e o recebeu exultante (6). Et cum venisset ad locum suspiciens Iesus vidit illum et dixit ad eum Zacchee festinans descende quia hodie in domo tua oportet me manere. Et festinans descendit et excepit illum gaudens. O verbo usado é dei [obrigação moral, devido às leis, ou melhor, ao mandato divino que está na providência das coisas]. A estadia de Jesus em casa de Zaqueu é para ficar um dia inteiro, não unicamente para um banquete ou jantar noturno. O mais admirável do caso é que é o próprio Jesus quem se auto convida. A razão desse convite é que Deus o quer. Logo, o resultado dará a razão a Jesus: o caso constitui um claro exemplo da visita do Salvador que poderá exclamar: Hoje a salvação foi feita nesta casa. Por isso Zaqueu desceu depressa e hospedou Jesus em sua casa com alegria.

A MURMURAÇÃO: E como vissem, todos murmuravam dizendo que junto a um homem pecador entrou para se hospedar (7). Et cum viderent omnes murmurabant dicentes quod ad hominem peccatorem devertisset et cum viderent omnes murmurabant dicentes quod ad hominem peccatorem devertisset. Todos os que viram o espetáculo murmuravam dizendo: É em casa de um homem pecador que se hospeda. Chamo a atenção que diz homem pecador e não simplesmente pecador, exatamente como Pedro a si mesmo se declara quando da pesca milagrosa (Lc 5, 8). Porque pecador, como nome, é um substituto em Lucas de gentio ou pagão (Lc 6, 23). Disto deduzimos que Zaqueu era um judeu, mas considerado como mau homem por suas relações com os pagãos. Esta maledicência recorda a realizada pelos escribas e fariseus porque Jesus recebia e comia  com pecadores (Lc 15, 2).  O mesmo repúdio de Mateus em 9, 10 em que os publicanos formavam parte do grupo repudiado.

A RESTITUIÇÃO: Porém, posto de pé, Zaqueu disse ao Senhor: Eis a metade dos meus bens, senhor, dou aos pobres e se de alguém tenho defraudado alguma coisa, restituo o quádruplo (8). Stans autem Zaccheus dixit ad Dominum ecce dimidium bonorum meorum Domine do pauperibus et si quid aliquem defraudavi reddo quadruplum.  Zaqueu de pé, como expressão semítica que precede a uma atuação específica, como de um ato solene ou ritual. Aqui se trata de uma promessa séria, uma espécie de voto de Zaqueu. Era uma réplica da confissão que se realizava na tarde do último dia festivo com esta fórmula: tenho afastado as coisas santas de minha casa [=o segundo dízimo e os frutos das árvores do quarto ano]. As entreguei ao levita [dízimo do levita] também fiz outra entrega ao estrangeiro, ao órfão e à viúva [dízimo dos pobres]. Mas aqui Zaqueu daria a metade de seus bens aos pobres. A esmola, ou melhor, o segundo dízimo devia ser gasto em Jerusalém; mas o terceiro e sexto ano de cada sete, esse dízimo devia ser entregue aos pobres segundo os textos bíblicos de Dt 14, 22-26; 28 e Dt 26, 12. É provável que Zaqueu tivesse esquecido este segundo dízimo e agora estava pronto a ressarcir sua falta. A segunda classe de restituição era o roubo mais ou menos encoberto através de exações frequentes entre a classe à qual ele pertencia como vemos em Lucas 3, 12-13. No caso de roubo, a lei de Êx 21,37 mandava que se o animal roubado fosse boi, ou ovelha o ladrão devia restituir cinco bois por um e quatro ovelhas por uma. Mais adiante o próprio Êxodo reforma esta lei pedindo o dobro se o animal for encontrado vivo. Caso o roubo fosse de uma oferenda devida a Javé ao restituí-la acrescentará de 1/5 do valor inicial (Lv 5, 15 e Nm 5,7). Pagar o duplo era comum para ladrões que roubavam tanto coisas inanimadas como animais, (Mishná Bava Kama) exceto se estes últimos fossem bois ou ovelhas, em cujo caso devia ser pago quatro vezes mais. Devido –diziam os rabinos- à dificuldade de saber a quem pagar, o arrependimento de pastores [considerados ciganos e ladrões na época] e de publicanos era muito difícil. Vemos como o AT entra no NT, o que indica duas coisas: a veracidade do relato e a autenticidade de Jesus como verdadeiro judeu que observava a Torah.

RESPOSTA DE JESUS: Disse-lhe então (o) Jesus: Hoje se realizou a salvação nesta casa, pois também este é filho de Abraão(9). A salvação implica uma acolhida por parte de Deus a alguém que esteve fora e que agora volta à casa do Pai. Por isso Jesus afirma que Zaqueu deve ser contado entre os verdadeiros filhos de Abraão para quem a promessa divina foi dada em pessoa e para seus verdadeiros descendentes. Afirmar que Zaqueu é filho de Abraão é dizer que a promessa pertence a Zaqueu, promessa que em Jesus se realiza com a entrada no Reino e não na entrada numa terra de leite e mel (Êx 3, 8) mas num estado de completa amizade e união com a vontade divina através do Senhorio de Jesus, o Cristo.

O FILHO DO HOMEM: Já que o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido (10). Venit enim Filius hominis quaerere et salvum facere quod perierat. Neste caso significa eu, minha pessoa enquanto homem, que é visto e ouvido e que representa o plano divino de salvação. Por isso o que estava realmente perdido, em Cristo, encontra a salvação.

PISTAS:

1) Quem busca encontra e quem bate encontrará a porta aberta (Mt 7, 7). Daí que esta narração seja um claro exemplo de como se cumpre a palavra de Jesus. Jesus não conhecia Zaqueu; mas a intimidade dos homens era por ele conhecida (Mt 12, 25) devido a sua íntima e pessoal união com a divindade. E nesse momento, o Espírito Divino, que jamais O abandonaria desde seu nascimento (Lc 1, 35), deu-lhe a entender que alguém, com intenções honestas, o estava esperando. Portanto, Jesus atende essas intenções como pedido de ajuda e, entre a grande turba que o constrangia,  aponta Zaqueu como seu preferido, como notou a mulher hemorroisa (Mc 5, 30).

2) Muitas vezes pensamos; Ditoso Zaqueu que pode receber em sua casa Jesus, o Senhor,  como hóspede. Mas esquecemos que essa oportunidade é também nossa, ao receber a Eucaristia. Nessa comunhão tão íntima, Jesus não só entra em nossa casa, mas quer fazer parte de nosso corpo e de nossa alma. Ele entra em nossa vida definitivamente, compartilhando-a. Que temos a oferecer quando o recebemos?

3) A visita de Jesus transformou a vida de Zaqueu. Sem abandonar seu ofício como fez Levi (2, 14), Zaqueu olhou para o próximo por cima de seus interesses particulares. Ele compartilha seus bens dando a metade aos mais necessitados. Ele compensa seu anterior egoísmo escolhendo a mais fervorosa das compensações previstas na lei. Temos pensado, algumas vezes, que a nossa salvação depende também de uma mudança generosa em nossa vida, tipo Zaqueu?

4) De palavra e com alguns pequenos atos realmente admitimos a presença de Jesus como senhor em nossas vidas. Mas será que essas pequenas ações como a reza,  a assistência à missa e essa palavra de anuência ao seu Senhorio, serão suficientes para que Jesus possa afirmar, como no caso de Zaqueu, a salvação se realizou nesta casa? Não é verdade que nos falta vontade de seguimento e generosidade para com os necessitados?


EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA

- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.

- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.

Interpretação errada do evangelho:

- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).

Consequências:

- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.


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23.10.2016
30º DOMINGO DO TEMPO COMUM — ANO C
( Verde, Glória, Creio – II Semana do Saltério )
__ "A misericórdia de Deus é que justifica o homem pecador" __

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES E DA OBRA PONTIFÍCIA DA INFÂNCIA MISSIONÁRIA

EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE

APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT

Clique aqui para ver ou baixar o PPS.

(antes de clicar - desligue o som desta página clicando no player acima do menu à direita)

Ambientação:

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O farisaísmo é uma atitude religiosa que nos impede de ver-nos tal como somos, deturpando, deste modo, nossa relação com Deus e os irmãos. Infelizmente, este tipo de piedade farisaica não é coisa do passado, porque não morreu e nem morrerá nunca, pois seu fundamento é a perene soberba humana. Por isso, quase ninguém está isento de sua contaminação. Todos nós possuímos parcelas pessoais de farisaísmo, às vezes até reconhecendo que somos pecadores, mas sem acreditar nisso. Uma falsa humildade é a forma mais refinada de orgulho. Celebramos hoje o “Dia das Missões” e da “Obra Pontifícia da Infância Missionária”; celebração que nos chama a atenção para a importância missionária da Igreja e em cada um de nós, discípulos e discípulas de Jesus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, reunidos para celebrar o Dia do Senhor, memorial de sua morte e ressurreição, elevamos nossos corações para o alto para oferecer a Deus Pai este sacrifício de louvor por nós e por toda humanidade. Hoje, dia mundial das missões, nos associamos a todos aqueles e aquelas que, levando a sério o mandato do Senhor de anunciar o Evangelho a toda criatura, tornaram-se testemunhas vivas de uma Igreja missionária, em saída, ao encontro de quem precisa encontrar-se com o Senhor e receber dEle sua mensagem de salvação. Na alegria deste nosso encontro, louvemos ao Senhor.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Todos os homens participam da mesma impotência e são solidários no mesmo estado de ruptura com Deus; não podem salvar-se por sí mesmos, isto é, não podem entrar sozinhos na amizade de Deus. O primeiro ato de verdade que o homem deve fazer é reconhecer-se pecador, impotente para se salvar, e abri-se pois, à ação de Deus.

Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!


(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (Eclo 35,15b-17.20-22a): - "A prece do humilde atravessa as nuvens!"

SALMO RESPONSORIAL 33(34): - "O Pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos."

SEGUNDA LEITURA (2Tm4,6-8.16-18): - "Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia."

EVANGELHO (Lc 18,9-14): - "Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado."



Homilia do Diácono José da Cruz — 30º Domingo do Tempo Comum — ANO C

Fariseu Sangue Bom...

A palavra Fariseu quer dizer separado e eu sempre afirmo que, se ele pudesse avançar pela linha do tempo e visitar nossas comunidades, todos iriam gostar pois o Fariseu é um Sangue Bom”, um tipo de cristão que anda ali, no caminho do Justo e é muito difícil pegá-lo em alguma contradição. Trazendo para os nossos tempos poderíamos dizer, é Católico de carteirinha, se puder, vai na missa todos os dias e comunga. Faz longas orações no Santíssimo, reza o terço ou o rosário com frequência, é pessoa íntegra, de reputação e moral inabalável, extremamente simpático com todos e na Pastoral ou Movimento é um Trator para trabalhar. Frequenta Sacramentos com frequência, é batizado, crismado, confessa-se toda semana e enfim...é o tal que, prá ir para o céu, só falta mesmo morrer....Tê-lo em nossa comunidade seria uma honra e ficaríamos envaidecidos pois ele seria uma referência muito positiva de Cristão!

Mas qual é o problema do nosso “amigo”, será que o evangelista São Lucas tinha problema com algum Fariseu e ao escrever o seu evangelho aproveita para lhe dar umas “cutucadas”? Claro que não! Reparem bem na oração que ele faz e já vamos descobrir qual é o problema. Quero prevenir o leitor que o tal de Publicano não passaria no teste de “Bom Cristão”, era um tipão assim de Católico de “Meia Tijela” desses que ás vezes gostamos de dar umas indiretas nos cursos de Noivos ou na Pastoral de Batismo. Pode ser que seja até um desses recasados que não podem receber a Eucaristia e na Missa, não falta quem o olhe de lado...com uma certa desconfiança. Na minha comunidade proibiram um coitado de Segunda União, até de ofertar o Dízimo, porque não era casado na Igreja. Bom, para não esticar muito a prosa, ninguém iria querer um Publicano na comunidade...Pois esse tal tinha todos esses defeitos que comprometiam sua moral e sua relação com a Santa Igreja, mas o danado sabia fazer uma oração coisa mais linda, daquelas que derretem  o coração de Deus lá no céu, porque é extremamente sincera.

O Fariseu, em pé, para não perder a “pose”, arrotava suas vantagens e virtudes diante de Deus, principalmente porque não era como os  “outros”, ladrões, injustos e adúlteros. E ao olhar com o canto dos olhos, viu o Publicano lá no último banco, ajoelhado, cabeça baixa, e não resistiu “Olha Senhor, principalmente esse tipo que está aí atrás e não se enxerga, tendo a ousadia de vir nas celebrações...”.

O Publicano talvez até tivesse o Fariseu como modelo e referência, talvez quisesse ser como ele, Justo e Temente a Deus, fiel á Lei Divina, prestigiado na comunidade pelo seu ótimo exemplo, mas sabia que não conseguiria mudar sua vida, via-se como um Caso perdido, como diziam a seu respeito. Restava-lhe o último banco onde se ajoelhou, tinha vergonha de levantar a cabeça ou rezar alto, atrapalhando a prece piedosa do Fariseu, lá dentro do seu coração cochichava “Tem piedade de mim Senhor, que sou pecador!”. Reparem bem, que nesta curta oração, ele não disse que queria se converter, só clamou por piedade, sentindo-se impotente diante dos seus pecados. Pronto!  É Essa a mais linda oração que Deus escuta na mesma hora pois o seu amor e a sua misericórdia iria alcançar aquele homem e sua Graça Santificante e operante, iria mudar a sua vida, porque ele havia afirmado em sua oração que somente a Graça Divina para ter piedade dele e quem sabe...mudá-lo.

Quanto a oração do Fariseu, o Email voltou... pois de oração pautada pela soberba e arrogância, a Caixa de Correspondência do Céu está abarrotada e volta tudo. Sair justificado do templo, significa que, o Publicano voltou para casa com a certeza de que Deus o ouviu. Já o Fariseu...

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Costa — 30º Domingo do Tempo Comum — ANO C

“Conhecimento próprio”

A falta de conhecimento próprio é causa de muitos erros na nossa vida. Pensamos que somos o que não somos e não consideramos o que realmente somos. Frequentemente sofremos à toa, simplesmente porque não nos conhecemos. O desconhecimento de quem somos pode levar-nos inclusive à depressão quando vemos a nossa imagem desfigurada por alguém. O que acontece é que essa imagem que formamos de nós mesmos não é a nossa verdadeira imagem, mas uma mera caricatura. Não serve para nada! Qual é a nossa verdadeira imagem, então?

A falta de conhecimento próprio pode levar-nos tanto à baixa estima quanto à vanglória. Alguns “se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros” (Lc 18,9). Vangloriamo-nos, isto é, temos uma glória vã, porque não nos conhecemos. Uma das consequências é a falta de critério em relação às nossas ações e às dos outros: excessivo rigor para com os outros, extrema misericórdia para conosco mesmos. São Josemaría Escrivá deixou escrito: “Nunca queres esgotar a verdade”. – Umas vezes, por correção. Outras – a maioria-, para não passares um mau bocado. Algumas, para evitá-lo aos outros. E, sempre, por covardia. Assim, com esse medo de aprofundar, jamais serás homem de critério” (Caminho 33).

Não adianta! Enganar-nos a nós mesmos não é o caminho. Conta-se que Dionísio I de Siracusa pensava de si mesmo que era um poeta excelente, tanto era assim que um belo dia se alegrou de ler os seus versos diante de Filoxeno, um autêntico poeta. Ao terminar, o poeta criticou os versos de Dionísio. Este, como um verdadeiro tirano e sem respeito à opinião dos outros, mandou prender a Filoxeno sem maiores explicações. Mas, depois de alguns dias, compôs outros versos e tanta foi a sua curiosidade em saber a opinião de Filoxeno que o mandou trazer da prisão e leu novamente as rimas que compusera. O poeta, depois de escutar, disse aos guardas que o tinha conduzido à presença do rei: “Devolvei-me à prisão”.

Como conhecer-nos a nós mesmos? Em primeiro lugar, dispondo-nos a obter esse conhecimento com humildade para aceitar-nos como somos. Deus nos ama não apesar de sermos dessa ou daquela maneira, mas com tudo o que somos e temos. É diante de Deus que alcançaremos o verdadeiro conhecimento sobre nós mesmos, pois nos conhece melhor que nós mesmos. Em segundo lugar é muito importante perder o medo de chamar as coisas pelo nome: soberba, preguiça, gula, luxúria, etc. Nada de eufemismos como: autoafirmação do eu, falta de disposição, apetite abundante para a mesa ou para a cama etc. Quando não tivermos medo de saber quem somos, isto é, sem assustar-nos e quando saibamos conviver pacificamente conosco mesmos, lutando por ser melhores, o nosso conhecimento próprio irá de progresso em progresso.

É interessante que às vezes não dizemos algumas verdades às pessoas porque sabemos que vão se ofender ou que ficarão brabas, ou ainda, que deixarão de falar conosco. Será que Deus não nos dá um maior conhecimento sobre nós mesmos porque sabe que ficaríamos irritados, não nos aceitaríamos ou, ainda, colocaríamos a culpa nele? Como é importante dizer ao Senhor: “Pode me mostrar, Senhor, quem sou eu. Por favor, me mostra pouco a pouco, à medida que me prepares, mas, não deixe de fazer com que eu progrida nesse conhecimento”. A sinceridade com Deus é muito importante, e o mesmo se diga da sinceridade para com os demais. Dessa maneira, seremos homens e mulheres de critério, de personalidade, firmes.

Os santos se consideravam tão pouca coisa e, ao mesmo tempo, era muito conscientes da sua dignidade de filhos de Deus, a tal ponto de ignorar as ofensas pessoais que os outros pudessem dirigir-lhes. Sabiam que qualquer coisa que os outros pudessem dizer deles ainda era pouco diante daquele conhecimento que Deus lhes ia concedendo. E, no entanto, esse conhecimento os mantinha em paz porque estava fundamentado no fato de sentirem-se filhos muito amados de Deus e na humildade cada vez maior que Deus lhes concedia.

Ao conhecermo-nos a nós mesmos, tampouco iremos por aí alardeado: pobre de mim! Eu sou tão pequeno, tão humilde, não sei fazer nada. Uma das frases mais bonitas daquele delicioso romance de Dickens, David Cooperfield, é a seguinte: “estou convencido que o homem que sabe o que vale não deixa de ser modesto”, com autêntica modéstia e com otimismo.

Para ajudar no nosso conhecimento próprio, um propósito que poderíamos fazer nesse domingo é o de realizar, diariamente, o nosso exame de consciência. Talvez sejam úteis essas três perguntinhas: no dia de hoje, o que eu fiz de bom? O que eu fiz de mal? O que eu posso fazer melhor? A cada uma dessas perguntas correspondem três atitudes, respectivamente: agradecer, pedir perdão, pedir ajuda.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético — 30º Domingo do Tempo Comum — ANO C
(Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios)

EPÍSTOLA (2Tim 4, 6-8. 16-18)

INTRODUÇÃO: Paulo está preso pela segunda vez em Roma e considera que sua primeira defesa foi suficiente para obter a libertação, mas confia em Deus que, sem dúvida, dele obterá o melhor resultado para a propagação do evangelho que foi o destino final de sua vida. Por isso ele oferece como ofereceu sua vida sabendo que o termo da mesma está próximo e que se realizará como um sacrifício, como derramamento de sangue, ou seja, uma libação sagrada.

LIBAÇÃO: Pois eu já me ofereço em libação e o tempo apropriado de minha desintegração está próximo(6). Ego enim iam delíbor et tempus resolutiónis meae instat.

LIBAÇÃO [spendomai<4689>=delibor] é o presente passivo do verbo spendö cujo significado é ser oferecido como uma libação [cerimônia religiosa em que vinho ou azeite eram derramados diante do altar]. Paulo sente que está para derramar seu sangue pelo testemunho que deu de Cristo como uma libação diante do altar.

TEMPO APROPRIADO [kairos<2540>=tempus] kairos é uma medida de tempo: daí, tempo definido, tempo de crise, tempo oportuno, que temos traduzido por tempo apropriado, para distingui-lo do chronos que é tempo em geral.

DESINTEGRAÇÃO [analysis <359> =resolutio] o grego tem o significado de desatar, dissolver, separar; e metaforicamente, de partir, como uma nave que levanta a âncora e parte para alto mar, que muitos traduzem por despedida ou partida; ou seja, morte. Paulo não tem esperanças e sabe que sua sina é o martírio.

O COMBATE: O bom combate combati, a carreira acabei, a fé guardei (7). Bonum certámen certávi, cursum consummávi, fidem servávi. BOM [kalos <2570>=bonus] originariamente kalos é belo, formoso, mas também excelente, precioso, daí, competente, e moralmente bom, nobre, honorável. Aqui o termo bom é o mais apropriado.

COMBATE [agön <73>=certamen] o significado de agön é assembleia, ou o lugar da mesma, especialmente a arena ou o estádio. Daí esforço, luta, batalha, e até ação judicial, julgamento. Escrevendo aos tessalonicenses, Paulo diz que lhes falou o evangelho de Deus com grande oposição [agön] (1Ts 2,2) e em 1Tm 6, 12, fala do bom combate da fé [kalön agöna] e realmente na vida de Paulo encontramos mais do que traços dessa luta, segundo o que ele mesmo narra: Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um, três vezes fui açoitado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez (2Cor 11,24-27).

CARREIRA [dromon<1408>=cursum]  o dromos é o curso ou percurso, especialmente usado como o percurso da vida, que é traduzido por carreira, ou melhor por curso da vida nos três versículos em que sai no NT (At 12, 35; At 20, 24 e esta de 2 Tm4, 27) este percurso está terminado. Paulo está no fim de sua vida, mas tem uma coisa a seu favor: manteve a fé.

GUARDEI [tetërëka<5083>=servavi] tetërëka é o perfeito do verbo tëreö, guardar ou tomar conta de uma coisa, conservar. Ele tem aqui o mesmo significado que encontramos em Mt 19, 17, :se queres entrar na vida eterna guarda os mandamentos. A fé se transforma num preceito, o primeiro, sem o qual, a entrada no reino está fechada. E essa fé tinha entre os judeus uma expressão única: Jesus Cristo, ou Jesus é o Messias. E como disse o Senhor a Pedro, é o meu Pai que to revelou (Mt 16, 17).

A VITÓRIA: Desde agora, a coroa da justiça está me guardada a qual me dará o Senhor naquele dia, o justo juiz, não só a mim, mas também a todos os que amarem a sua aparição (8). In réliquo repósita est mihi coróna iustítiae, quam reddet mihi Dóminus in illa die iustus iudex; non solum autem mihi, sed et iis qui díligunt advéntum eius.

COROA [stefanos< 4735>=corona] é diferente de diadema que era a coroa dos reis. O diadema era uma cinta branca que rodeava a cabeça, distintivo da autoridade real e logo geralmente adornada com adornos diversos. Os imperadores romanos  se apresentavam com a coroa triunfal ou radiante, inicialmente de folhas de lauro, mas depois de ouro no passeio triunfal até o capitólio.  Stefanos era a guirlanda de galhos de oliveira ou de folhas de hera, que recebiam os vencedores dos jogos olímpicos e rodeava sua cabeça. Esta é a coroa da vitória após a luta no agön [arena] que Paulo diz está reservada para ele. Paulo joga com a palavra agön que também pode designar um tribunal e diz que o justo juiz lhe dará essa coroa de vencedor.

NAQUELE DIA [en ekeinë të ëmera=in illa die] é uma frase usada pelo próprio Jesus em Mt 7, 22: Muitos me dirão naquele dia Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? Pois só aquele que faz a vontade de meu Pai entrará no reino dos céus (idem 21). Também Lucas em 17, 31  se refere à destruição do templo e ruína de Jerusalém. Em At 17, 31 lemos, no discurso de Paulo no Areópago que Deus tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo por meio do homem que destinou. E esta fé de Paulo aparece também e 2 Ts 1, 10,  em que nesse dia vier para ser glorificado em seus santos. Podemos falar de dois dias diferentes: 1º) o dia da destruição do templo. 2º) o dia do juízo final. Provavelmente Paulo fala do dia da destruição de Jerusalém, próximo, de forma tal que Jesus afirmou: Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam (Mt 24, 34).

OS QUE AMAM SEU ADVENTO [epifaneia<2015>=adventum] mais do que advento é a manifestação ou demonstração visível de sua presença. Como temos comentado, esta demonstração pode ser moral muito mais do que física; e deu-se evidentemente no ano 70 com a destruição do templo, assim como em outras circunstâncias posteriores. A última em 1989 com a queda do Muro de Berlim.

SOLIDÃO: Na minha primeira defesa ninguém me assistiu, mas todos me desampararam. Que não lhes seja imputado! (16). In prima mea defensióne nemo mihi ádfuit, sed omnes me dereliquérunt: non illis imputétur.

DEFESA [apologia <627>=defensio] apologia é a defesa verbal no tribunal ou também um argumento ou afirmação bem argumentada, própria para persuadir. Paulo quer dizer que não teve um advogado nessa sua primeira presença diante do tribunal em que foi julgado. Paulo muda de assunto e nestes versículos nos dá conta de sua situação no cárcere. Está só. Unicamente Lucas está com ele (ver 11). E nesta situação só se queixa de um tal Alexandro, de ofício ferreiro, a quem deixa o Senhor como vingador. Perdoa os outros que o abandonaram.  Mas teve a seu lado o Senhor como diz em versículos seguintes.

ASSISTÊNCIA DIVINA: Porém o Senhor assistiu-me e me fortaleceu, para que por meu meio o anúncio fosse cumprido e ouvissem todas as nações  e fosse livre da boca do leão (17). Dóminus autem mihi ádstitit et confortávit me, ut per me praedicátio impleátur, et áudiant omnes gentes; et liberátus sum de ore leónis.

TODAS AS NAÇÕES [panta ta ethnë<1484>=omnes gentes] ethnos significa multidão, companhia, em especial se são gente de uma mesma raça ou gênero; por isso, se emprega para designar uma tribo ou nação. Neste caso traduz o ha goyim <1471>hebraico, como em Ez 23, 3º: Estas coisas se te farão, porque te prostituíste após os gentios [aharei goyim] e te contaminaste com os seus ídolos. Paulo emprega ta ethnë para os cristãos não judeus. Aqui, são as nações ou raças para distingui-las da nação judaica ou eretz  Israel.

BOCA DO LEÃO:  No AT encontramos a frase em Sl 22, 21: Salva-me da boca do leão, sim, ouviste-me, das pontas dos bois selvagens. E em Amós 3, 12: Assim diz o Senhor: como o pastor livra da boca do leão as duas pernas ou um pedaço da orelha, assim serão livrados os filhos de Israel que moram em Samaria. Com esta frase Paulo espera ser livre da morte, como foi o seu caso na primeira vez  que esteve preso em Roma, ou talvez, visto que na primeira audiência ele soube apresentar a sua apologia ou defesa (vers 16) de modo tal, que pareceu convincente e não foi condenado de imediato.

DESEJO FINAL: Livrar-me-á o Senhor de toda obra má e guardará para seu reino celestial. Ao qual a glória pelos séculos dos séculos. Amém. (18). Liberávit me Dóminus ab omni ópere malo et salvum fáciet in regnum suum caeléste, cui glória in saécula saeculórum. Amen. Cremos que Paulo insiste em que sua morte [obra má] por parte de seus inimigos não está próxima  e, portanto estará vivo para a vinda do Reino que ele acredita estar próxima, como parousia. Uma outra interpretação é que, tendo em vista a sua morte Paulo pensa que estará cedo com Cristo no céu. O final é uma doxologia frequente em Paulo  (Ef 3, 21; Fp 4, 20 e Tm 1, 17), que termina com o Amém em todas essas passagens como os judeus terminavam suas súplicas nas sinagogas. De donde podemos tirar como consequência lógica que Jesus é para os cristãos o que era jahveh para os judeus.

Evangelho (Lc 18, 9-14)
O FARISEU E O PUBLICANO

INTRODUÇÃO: Esta é uma parábola própria de Lucas. As circunstâncias, com o templo de fundo, e a oração como ambiente, são as mais sagradas que podemos encontrar dentro da religiosidade da época, para descrever os momentos mais sublimes das relações entre Deus e o homem. A parábola emite, pois, um juízo profundo de valor sobre a intimidade das pessoas e a ação divina, que exalta, ou rejeita, o conceito que de si mesmas abrigam. Mas também é uma parábola de contrastes entre dois homens, que significam o máximo e o mínimo em religiosidade. E finalmente, é uma lição suprema sobre o orgulho e seu oposto, a humildade. A parábola é dirigida aos que, seguindo a lei, desprezavam os outros homens que consideravam ladrões, perversos e adúlteros. Esses homens, honestos, erigidos em justos, auto-suficientes e seguros de si mesmos, eram os fariseus, embora Jesus não usasse este termo para descrevê-los no início da parábola, próprio do evangelista. A continuação, no exemplo que é sempre uma parábola, usa como modelo dos homens honestos um fariseu, e, como espelho dos outros homens, um publicano. São os extremos, vistos desde a perspectiva tradicional do momento. No juízo que o evangelista emite sobre os fariseus, o mais negativo não é que se gabassem por serem corretos e de conduta imaculada [dikaios], mas o desprezo com que olhavam os demais homens. Nisso podemos afirmar que sua conduta não era tão louvável como eles pensavam. A pobreza, ou melhor, a mendicância de quem pede perdão e nada exige de Deus é a que ganha o favor divino e obtém, além do pedido, a graça da amizade com Deus. As obras humanas, boas ou más, não são razão suficiente para obter por si mesmas a justificação [ dikaiöisis <1347>] que é um presente [ dörema<1434] ao qual o homem não tem direito algum, mas que não é negado a quem tem retas intenções [bemaventurados os puros de coração, porque verão a Deus, Mt 5,7].

CONTRA OS ENVAIDECIDOS: Disse, pois, também contra alguns dos que a si mesmos, persuadidos como sendo honestos, e que desprezam os demais esta parábola (9). Dixit autem et ad quosdam qui in se confidebant tamquam iusti et aspernabantur ceteros parabolam istam. Temos respeitado os tempos dos dois verbos – acreditar [pepoithotas] e ser [eisin]. A tradução literal de pepoithotas é persuadidos, como um particípio passado, e de eisin é são, em presente. Querendo conservar o grego original temos traduzido por: persuadidos como sendo [que são no original] honestos. A ideia é de que existiam sujeitos que acreditavam na sua honestidade [é a justiça grega] e desprezavam a moral dos outros como sendo condenável. A justiça é o que hoje chamamos de probidade [rightness em inglês]. Daí, o homem justo era aquele que cumpria exatamente a LEI, tanto a escrita [Torá] como a transmitida oralmente [Mishná], como é apelidado José, esposo de Nossa Senhora (Mt 1, 19). A ênfase está, não tanto em sua vanglória como homens íntegros, mas no desprezo com que consideravam os outros seres humanos. A lógica nos invita a descobrir a causa desse desprezo, que era a falta de cumprimento da lei, como vemos no versículo 11. Na realidade, desprezavam o ham haaretz, o povo simples, que não estudava nem entendia as leis. Como sempre, Jesus faz uso do exemplo, da parábola, para que aquele que quiser compreender, entenda.

O CONTRASTE: Dois homens subiram ao templo para orar, um deles fariseu e o outro publicano (10). Duo homines ascenderunt in templum ut orarent unus Pharisaeus et alter publicanus. O TEMPLO: Era o lugar do sacrifício, mas também da oração para todos os povos (Is 56, 7),  que Jesus cita ao expulsar os vendilhões do templo. Era a casa da comunicação com Deus, onde Ele morava com seu povo.  Como vemos na conduta de Moisés, a Tenda [chamada da Reunião] ou Tabernáculo, era o lugar em que Moisés entrava para se comunicar com Javé (Êx 33, 7-11). Lugar em que Ana orava (1 Sm 1, 10) e no qual Salomão, na frente do altar (1 Rs 8, 22), orou ao ser declarado rei. No NT, a hora nona era a hora da oração no templo. Era precisamente a hora do sacrifício vespertino, ou seja, três da tarde, como vemos em At 3,1. Paulo dirá de si mesmo, que entrou no templo para orar e caiu em êxtase (At 22, 17). Os rabinos declaravam que a oração da assembleia, embora existissem pecadores entre eles, nunca ficaria sem ser ouvida por Deus. De modo que, quem não reza com e em comunidade, é um mal vizinho. Por isso, a sinagoga era chamada casa de oração. Do mesmo modo dirão os sábios: quem reza na casa do Senhor  é como se oferecesse uma oferta pura. Pensavam, pois, que esse era o melhor lugar para que suas preces fossem ouvidas. De fato as orações das sinagogas sempre tinham o plural como agente das mesmas, exatamente como o Pai-Nosso, ensinado por Jesus. Segundo Jesus, fariseus e escribas hipócritas adoravam rezar de pé nas sinagogas. Parece que existiam espaços determinados nas sinagogas para rezar. Aliás, as sinagogas foram especialmente lugares de oração segundo Maimônides, e deviam ser construídas sempre que houvessem dez homens para se reunirem. O fato de ficar de pé era costume entre os judeus e por isso também o publicano reza do mesmo modo; costume que eles atribuíam a Abraão que se levantou de madrugada (Gn 19, 27) e a Davi (2 Sm 7, 18). Os fariseus acostumavam rezar nas esquinas das ruas porque assim eram mais visíveis suas orações. Também nas sinagogas os assistentes se levantavam para orar (Mt 6, 5). É lógico que essa ostentação, levava-os a ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e nos banquetes (Mt 23, 6). Por isso estava nosso protagonista na frente no templo, ao contrário do publicano, que ocupava um lugar distante (13). Não sabemos o lugar específico de oração dentro do templo. Provavelmente seria o átrio dos  israelitas, onde podiam entrar os homens adultos, na hora do sacrifício, tanto matutino como vespertino, uma vez ultrapassada a porta de Nicanor, separado do átrio dos sacerdotes por um muro de pouca altura que deixava ver os sacrifícios. A estes acompanhavam orações, como vemos por Atos 3,1.

OS FARISEUS: A palavra original era parishim, que significa separados, no sentido de escolhidos, ou melhor, os que não querem se misturar com o povo [o hám-haaretz comum], para não se contaminarem com as impurezas destes últimos. No tempo de Jesus, seu número era de 20 mil, pequeno, ao que  parece, mas enormemente influentes por sua vida, aparentemente santa. Jesus denunciou a hipocrisia de muitos deles que, tinham como fim de seus jejuns e orações, serem vistos pelos homens, mas que no seu interior eram sepulcros de corrupção e perversidade que Jesus chamava com razão sepulcros caiados (Mt 32, 27) porque a tinta branca cobria a negrura interior dos mesmos. Sem dúvida, que eles estavam na mira no início da parábola: alguns que confiavam em si mesmos como corretos [cumpridores da Lei] e desprezavam o resto, ou os outros, como traduz a vulgata. Mas não eram só os fariseus os atingidos, de início, por esta parábola. Sem dúvida que aqui existe uma intencionalidade mais ampla do que a palavra fariseu determina. Porém um fariseu típico era o exemplo  mais apropriado daqueles que confiavam em suas obras; e o publicano, do pecador que tinha transgredido todas as principais leis mosaicas. Os fariseus eram uma das três categorias religiosas do judaísmo pós-exílio, formados em círculos não sacerdotais, de leigos dedicados à interpretação da Torah. Mas, como grupo organizado, surgiram no tempo dos Macabeus, pouco antes de João Hircano (134-104 aC). Sua moral estava baseada na estrita interpretação, tanto da lei escrita como da que provinha da tradição (Mc 7, 7-9). A meta de todo judeu era conservar uma nação santa, consagrada e dedicada ao Deus de Israel, cujos meios consistiam, segundo eles, na educação e conhecimento da Torah. Seu credo era formado pela observância estrita do sábado e dias festivos em honra do Senhor e o cumprimento exato das leis da pureza ritual, no pago dos dízimos e nas dietas alimentares, na crença da liberdade humana, sob o controle da providência divina, e sua fé na ressurreição, nos anjos e no Messias. Nisto se diferenciavam dos saduceus (At 23, 8), Os fariseus formavam um grupo religioso, que se distinguia particularmente por sua estrita observância das prescrições religiosas e por sua interpretação formalista da Lei, em boca de Flávio Josefo. Podemos dizer que os fatos de que se gabava o nosso fariseu eram reais.

O PUBLICANO: Publicanos eram, na antiga Roma, as pessoas encarregadas de cobrar os impostos, normalmente de origem equestre, pois os senadores não podiam participar. Nos tempos da república, as arrecadações eram realizadas por sociedades financeiras [societas publicanorum] que pagavam o total do importe do imposto ao Estado antes de proceder à arrecadação do mesmo. César modificou no ano 47 aC o sistema na Palestina, reduzindo os impostos e declarando os anos sabáticos isentos de tributação. Nos tempos de Jesus, havia dois tipos de taxas: impostos diretos sobre a renda e o patrimônio, e impostos sobre mercadorias e alfândegas, estes últimos, precisamente, eram os que eram leiloados para que fossem arrecadados pelos architelones [chefes de publicanos], cujos agentes recebiam o nome de telones, palavra que significa escritório ou banca de trabalho comercial. Estas bancas estavam distribuídas nas portas da cidade e nos acessos das mesmas como pontes e portões das muralhas das mesmas. Na Galileia dependiam de Herodes Antipas e, nos territórios do sul, do governador romano. Por terem de repor o dinheiro leiloado, tornava o sistema de arrecadação um dos mais abusivos e inescrupulosos de todos os conhecidos. O publicano tinha muito de que se arrepender pelos abusos e excessos cometidos no exercício de seu trabalho.

ORAÇÃO DO FARISEU: O fariseu, posto de pé, orava para si: (o) Deus, te agradeço porque não sou como o resto dos homens, ladrões, malvados, adúlteros, nem tampouco como este, o publicano (11).Jejuo duas vezes na semana, pago o dízimo de tudo quanto possuo (12). Pharisaeus stans haec apud se orabat Deus gratias ago tibi quia non sum sicut ceteri hominum raptores iniusti adulteri vel ut etiam hic publicanus ieiuno bis in sabbato decimas do omnium quae possideo. Posto de pé, orava para si [de si para si], que outros traduzem como olhando a sua conduta. Ele dá graças [eucharisto]. A razão é que não sou como os demais homens(11). Aparentemente é uma oração que qualquer um de nós poderia subscrever como sua. Dar graças a Deus é uma das melhores formas de orar. Agradecemos sempre as coisas boas. (Por que também não o fazemos com os infortúnios e os pecados?) A única dificuldade da oração do fariseu era a sua comparação com o pecador que é realmente desprezado, [como este publicano] e também com o resto dos homens. A parte negativa dos mesmos homens da qual o fariseu não comparte, é de serem ladrões, injustos [pecadores], adúlteros. Realmente, o juízo dos homens, formado pelo fariseu, em geral, não é tão incorreto. A maioria entraria numa dessas três categorias certamente. A parte positiva da qual ele realmente se gloria como atuação livre e meritória é que jejua duas vezes na semana [Sábado segundo o grego e a Vulgata latina] e paga dízimo de tudo quanto possui. Pelo que respeita ao sábado ou Shabat, ele tinha dois sentidos: o dia do sábado e a semana. Sem dúvida que aqui este último sentido é o que prevalece.

O JEJUM: Os taaniyot [dias de jejum] eram sinais de arrependimento, luto ou petição de uma assistência divina especial [caso da rainha Ester em 4, 15]. Como os árabes durante o Ramadão, o jejum hebraico supunha total abstenção de comida e bebida. Os jejuns dos dias da Expiação [Yom Kippur] (Lv 23, 27-32) e do dia 9 do mês de Av, dia da destruição do primeiro e segundo templo de Jerusalém, eram totais, de ocaso a ocaso [o dia se contava assim no tempo], mas os jejuns, em geral, duravam apenas de sol a sol. Os que jejuavam costumavam sentar-se no chão, se vestir de aniagem [o famoso saco] e cobrir a cabeça com cinzas (ver Mt 6, 16). Os dias de jejum entre os fariseus eram segunda e quinta; quinta, por afirmar a tradição, embora um tanto tardia, que foi o dia da semana em que Moisés desceu do monte após os quarenta dias, e segunda por ser o dia de sua ascensão. Mas parece mais provável que a escolha dos dias era pela sua separação apropriada com respeito ao sábado e entre os dias da semana.

O DÍZIMO: Era o Maasser, o imposto de dez por cento de produtos agrícolas, destinado ao sustento dos levitas (Dt 14, 22-23), de famílias necessitadas, etc. Era uma oferenda anual que se pagava no dia das cabanas ou tabernáculos, uma vez terminada a colheita. A entrega era em espécie, mas como era difícil levar ovelhas, grãos, etc, vendiam-se estes no lugar de origem e logo eram comprados em Jerusalém para entregarem o produto da compra no templo (Dt 14, 25-26). Como estrito observante da Lei, o fariseu pagava o dízimo até das coisas mínimas como a hortelã [menta], a erva-doce [anis] e o cominho, que Jesus declarava em Mt 23, 23. Como vemos, são ervas próprias de condimentos, usadas minimamente como alimento. A estas minúcias chegava à meticulosidade com que os fariseus observavam a Lei. Vejamos uma oração de R. Judá que afirmava que devia dar graças por três razões principais: Bendito sejas Senhor, porque não me fizeste um gentio. Bendito sejas Senhor, porque não me fizeste um ignorante e inculto. Bendito sejas Senhor, porque não me fizeste uma mulher. Por sua parte a mulher repetirá as duas primeiras e subsistirá a última por: bendito sejas Senhor porque me fizeste como desejaste. Tudo isso prova que a oração do fariseu não era uma invenção de Jesus.

ORAÇÃO DO PUBLICANO: Também o publicano, de longe, de pé, não queria nem os olhos levantar ao céu, mas golpeava no seu  peito, dizendo: Tem misericórdia de mim, o pecador (13). Et publicanus a longe stans nolebat nec oculos ad caelum levare sed percutiebat pectus suum dicens Deus propitius esto mihi peccatori. De longe, como correspondia a quem se sente o mais humilde de todos os homens, como desprezado por Deus, como quem tem cometido um grande crime e, portanto, nem olhar podia para o seu antagonista, batia no peito. Este gesto, não se encontra no AT, mas Flávio Josefo fala dele como sendo sinal de arrependimento. Talvez porque se considerava que o coração era a fonte de maldade como declarará Jesus em Mt 15, 19. A Igreja usou este gesto no confiteor antes da Missa como sinal do pecado cometido e arrependimento: mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa.  A oração do publicano é uma simples petição de perdão, indicando que o necessita porque se confessa pecador, portanto afastado de quem agora está se aproximando. O grego com o artigo [o pecador] indica que ele, por seu ofício, se incluía entre os afastados de Deus, como um gentio e idólatra.

O JUÍZO DE JESUS: Digo-vos: Desceu este justificado para a sua casa, porque todo (aquele) que se exalta a si mesmo será humilhado, mas o que se humilha a si mesmo será exaltado(14). Dico vobis descendit hic iustificatus in domum suam ab illo quia omnis qui se exaltat humiliabitur et qui se humiliat exaltabitur. A tradução corrente é que este voltou para casa justificado e o outro não. Porém, não parece ser esta a melhor tradução do grego, que reflete em sua estrutura um comparativo hebraico. Vejamos essa tradução: Digo-vos que este [o publicano] voltou para sua casa justificado em comparação com o outro [fariseu]. A vulgata traduz fielmente: descendit hic justificatus in domum suam ab illo (14 a). Geralmente nós temos pensado que o fariseu foi reprovado não tanto por uma oração em que reconhecia a bondade de Deus em sua vida, mas pela falta de humildade com respeito ao próximo; e que o publicano era absolvido de seus pecados por reconhecer os mesmos e tentar o perdão do único que podia apagar sua dívida, num ato de profunda humildade. A justificação aqui vista sob o aspecto de um particípio perfeito, dedikaiómenos, é uma passiva teológica em que a ação de Deus é definitiva: Deus o perdoou, o admitiu como amigo em comparação [não oposição] com o outro, que não fez a oração do agrado divino.

MORAL DA HISTÓRIA: O que se exalta será humilhado, mas o que se humilha será exaltado. Parece um tanto fora de lugar esta frase como moral da história. O mais lógico seria: a melhor oração, a que traz o favor divino, seria aquela em que o orante se apresenta como indigente diante de Deus. Mas Lucas gosta de exaltar a pobreza e, com ela, a humildade. Por isso, aqui repete o provérbio que tinha sido citado por Jesus, ao ver a luta entre os convidados, pelos primeiros lugares na mesa do jantar (14, 11). Já Ezequiel tinha escrito: saberão todas as árvores do campo que eu, Javé, é que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa (7, 24). Assim passamos de um segmento particular, como é a oração, a uma norma geral, como é a escolha e o proceder divinos na sua total amplitude.

PISTAS:

1) Na anterior dominica vimos a constância na oração; hoje contemplamos como a sinceridade e humildade conquistam o favor divino. Não basta qualquer oração; é necessário que saia do fundo da indigência humana para provocar a ação divina. O fariseu busca um Deus que aprove sua vida e nada pede. Nada necessita: é a oração do auto-suficiente. Deus nada tem a fazer diante de semelhante atitude.

2) Devemos modificar nossa maneira de julgar nossos semelhantes. Geralmente fixamos nossa atenção nos seus defeitos, nos seus pecados, nos seus vícios. Por que não olhar neles as coisas boas, as excelências, as virtudes? Sem dúvida que seremos mais justos e teremos uma visão mais otimista do mundo.

3) No mal, no pecado, achamos a miséria humana, a derrota, a impotência, quando não a ignorância, nunca a grandeza. É a mesma miséria que encontramos na doença, no sofrimento, na morte. Se esta última nos oferece uma palavra de compaixão e de desculpa, por que não desculpamos e perdoamos a pessoa que comete esse mal, que, por outra parte, tão absolutamente reprovamos?

4) O perdão é o maior dom que podemos receber de Deus. A humildade, o reconhecimento de nossa insignificância, é a mais excelente disposição para recebê-lo. E todos necessitamos desse perdão.


EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA

- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.

- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.

Interpretação errada do evangelho:

- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).

Consequências:

- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.


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Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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