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Ambientação: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste primeiro Domingo do Advento iniciamos novo ano litúrgico, no qual a Igreja é convidada a refletir o Evangelho de São Marcos. Advento é tempo de espera e preparação para o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a liturgia deste período nos apresenta a virtude da vigilância como postura fundamental do cristão. A Palavra nos aconselha a permanecermos atentos, pois não sabemos ao certo quando Cristo virá ao nosso encontro. Preparar-se para o natal é, portanto, celebrar a salvação alcançada com a encarnação, ao mesmo tempo que aguardamos, alegres, a manifestação plena do Senhor no final dos tempos. (Preparar as quatro velas do Advento e acender a primeira logo após a procissão de entrada.). INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, iniciando o tempo sagrado do Advento que marca o início de um novo Ano Litúrgico, seremos convidados pelo Senhor a entrar no mistério da promessa de sua segunda vinda. Ele que veio a primeira vez em Belém, virá uma segunda vez e espera nos encontrar vigilantes e atentos no cumprimento de sua vontade e dos seus mandamentos. Iniciemos esta Eucaristia enchendo nosso coração de santa esperança no Senhor. INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Com o primeiro Domingo do Advento, iniciamos um novo Ano litúrgico. Pela liturgia somos convocados a entrar em clima de vigília, a fim de que nossos corações se voltem mais profundamente para o Mistério da encarnação de Cristo; mistério que culminou com a santificação por meio dos sacramentos. Estamos também em campanha pela Evangelização, com o intuito de fortalecer a Igreja no Brasil e as nossas Dioceses. Façamos, pois, deste tempo sagrado um mergulho no mistério de Cristo e no mistério da Igreja. É um tempo também para fazermos memória da Virgem Maria, em cujo seio Deus se fez homem. Por isso, Maria é considerada Rainha do Advento e Estrela da Evangelização. Deus vem: na vida humana surge um acontecimento que transtorna tudo, lança por terra todas as nossas seguranças e nossos projetos. Repentinamente ele se aproxima de nós e faz parte de nossa história; reconhece-o presente aquele que tem os olhos abertos, que espera e prepara um mundo novo. O anúncio profético parte de uma realidade decepcionante: um pequeno povo, sem importância para ninguém, será o centro religioso e espiritual de todos os povos, finalmente em paz. Isso só pode ser obra de Deus, inspirador, norma e termo do caminho da humanidade. E só aos olhos da fé é possível discernir o desígnio que vai se formando através dos acontecimentos banais, obscuros, pouco significativos; um desígnio que Deus revela como proposta sua para o crescimento e o bem de seus filhos, uma realização cujo acabamento não nos é dado conhecer, mas que um dia certamente se completará. Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, cantemos cânticos jubilosos ao Senhor! (coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia) PRIMEIRA LEITURA (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7): - "Senhor, tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é o teu nome." SALMO RESPONSORIAL 79(80): - "Mostrai-nos, ó Senhor, a vossa face. E a vossa salvação nos concedei! " SEGUNDA LEITURA (1Cor 1,3-9): - "Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso." EVANGELHO (Mc 13,33-37): - "Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento." Homilia do Diácono José da Cruz – 1º DOMINGO DO ADVENTO – Ano B "VIGIAI!" Eu me lembro do “Vigilante Rodoviário”, seriado dos anos 60, estrelado por Carlos Miranda, que fez grande sucesso, principalmente entre o público juvenil, ele estava sempre a postos pelas estradas do Brasil com seu fiel cão, olhando a distância com aquele binóculo de longo alcance, e ao menor sinal de que havia alguém correndo perigo, entrava em ação. O evangelho desse primeiro domingo do tempo do advento traz essa palavra-chave, tão importante na vida do cristão: Vigiai! Não é para vigiar a vida do próximo, como muitos gostam de fazer, mas para estar sempre atento à presença de Deus em nossa vida, que se manifesta do modo mais inesperado e em horas que nem estamos esperando. A mística da nossa fé, muitas vezes quer situar Deus no ambiente religioso apenas. É claro que a comunidade é o lugar da manifestação de Deus que faz isso na palavra e nos sacramentos, mas será que Deus não está também nas feiras livres, nas praças e esquinas, nos campos de futebol, nas empresas e escritórios, nos grandes magazines? É claro que sim, mas como nos relacionamos com Ele de maneira sempre tão cerimoniosa, não sabemos como tratá-lo no dia-a-dia, aliás, muitas vezes nem percebemos a Sua presença. Deus confiou-nos a responsabilidade desta grande casa que é o mundo, onde, como seus empregados, temos tarefas a serem cumpridas. Como Todo Poderoso Criador do céu e da terra, Deus é o dono dessa casa onde nada nos pertence, mas tudo está a nosso serviço para ser trabalhado para que possamos viver bem e ser felizes. Na empresa onde trabalhei havia um encarregado muito enérgico e rigoroso, quando por alguma razão ele ausentava-se do serviço, os trabalhadores ficavam mais à vontade e alguns até aproveitavam para dar uma paradinha, fumar um cigarro ou simplesmente ficar sentado sem fazer nada, e alguém ironizava a situação afirmando que “na ausência do gato, os ratos aproveitam”. Claro que empregado que só trabalha direto sob vigilância do chefe, não tem responsabilidade e nem é digno de confiança. Parece que o grande problema é esse: o homem quer levar a sua vida como se Deus não existisse. Cada um decide viver como quer, fazendo o que quiser, e a religião é só uma opção que alguns malucos fazem, estes não perceberam que a vida tem um sentido maior do que o simples existir, não se deram conta de que cada ser humano tem uma missão a cumprir nessa vida. Poderíamos compreender que “casa” pode também ser a comunidade a que pertencemos, é a Igreja de Cristo presente no mundo com a missão primária de evangelizar, os evangelhos afirmam que ele ensinava como quem tem autoridade, vivendo aquilo tudo que ensinava, levando esperança aos tristes, dando pão aos famintos, acolhendo e curando os enfermos, e resgatando a dignidade dos marginalizados e excluídos Se estivermos atentos e vigilantes, fazendo um pouco disso tudo em nosso dia-a-dia, o dono da casa não irá nos surpreender, ao contrário, nos alegraremos com a sua chegada. O que não podemos fazer é limitar a nossa religião ao culto prestado a Deus na liturgia eucarística ou na celebração da palavra, pois se no ambiente celebrativo ficamos tão abertos para fazer a experiência com Deus, em nosso viver, devemos estar permanentemente sempre atentos para servi-lo na pessoa do nosso próximo, pois é exatamente essa a vigilância ativa que o evangelho nos ensina, para que não sejamos surpreendidos pelo Senhor, pois quem não descobriu que a vocação cristã é o amor traduzido em serviço ao próximo, principalmente aos pequenos, é como se estivesse passando a vida inteira dormindo, vivendo apenas por viver. A vida sem um ideal não tem sentido, e a vida cristã, sem o ideal do evangelho, menos ainda. Que a qualquer hora da nossa vida, possamos ter esta alegria de acolher o Senhor, sempre vigilantes e servindo com humildade e alegria. José da Cruz é Diácono da Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – 1º DOMINGO DO ADVENTO – Ano B “O nobre domínio da temperança”Começou mais um ciclo litúrgico. Reviveremos os mistérios da vida de Jesus Cristo através das ações sagradas da Igreja realizadas no culto divino que é, ao mesmo tempo, glorificação de Deus e santificação dos homens e das mulheres. O Tempo do Advento é a preparação necessária para encontrar-nos novamente envolvidos por tão grandes ações salvadoras do nosso Deus. O texto que a Igreja oferece à nossa consideração contem um chamado de atenção muito forte: “Vigiai (…), para que vindo de repente, não vos encontre dormindo” (Mc 13,36). O Senhor Jesus virá pela segunda vez (Parusia). Nós não sabemos quando, ninguém neste mundo o sabe, a ninguém foi revelado. Mas é certo, ele disse que virá e… virá! A tensão alegre do Tempo do Advento nos convida a uma constante vigilância: não podemos dormir no ponto, não devemos ser pessoas transtornadas pelo torpor das coisas perecíveis. Devemos seguir aquele conselho tão sábio de um Padre dos inícios do cristianismo: “Sê sóbrio como um atleta de Deus: o prêmio que se oferece é a imortalidade e a vida eterna, na qual crês firmemente” (S. Inácio de Antioquia). Uma das chamadas “virtudes cardeais” mais importantes para manter-nos como atletas de Deus é a temperança. Esta virtude nos ajuda a ter um nobre domínio sobre nós mesmos e, em consequência, a sermos cada vez mais livres. Uma pessoa com nobreza de espírito é necessariamente temperada. A temperança é a virtude que reúne em torno a si a modéstia, a sobriedade, a castidade, a vergonha, a honestidade, a abstinência, a mansidão, a clemência, a estudiosidade, a eutrapelia. Cada uma dessas virtudes mereceria uma reflexão, mas vamos contemplá-las desde a perspectiva da virtude da temperança. A nossa inteligência e a nossa razão foram iluminadas pela fé e, desde então, há em nós uma facilidade para compreender melhor tanto as coisas humanas quanto as realidades divinas. Todo o nosso ser, no batismo, experimentou a vida nova de Cristo: nós somos novas criaturas! Daí o desejo de viveremos uma vida nova, de corresponder a tantas graças que o Senhor nos tem concedido. Nesse contexto de fé, a virtude moral da temperança é aquela disposição ou força interior que modera a nossa inclinação aos prazeres sensíveis, mantendo-os dentro dos justos limites de uma razão que foi iluminada pela fé. Ao ser uma virtude humana, ela deve ser praticada por todos os seres humanos, e não somente por aqueles que são cristãos. Naqueles que são batizados a temperança foi elevada pela graça e fortalecida pelas virtudes teologais. Quem quiser esperar o Senhor Jesus numa vigilante expectativa tem que viver a temperança, pois é através dessa virtude que nós nos preparamos para que o Senhor não nos encontre dormindo no mundo dos pecados e vícios. Dormindo? Sim, porque o pecado é o mundo da negação, da fantasia, da ilusão, do torpor, do não-ser. Uma pessoa que pensa que está sendo feliz enquanto come desmedidamente, pode até sê-lo, mas por pouco tempo. E depois, o que ficará? Dores de barriga, problemas estomacais, gordura, problemas de coração, ansiedades. O vicio nunca pode fazer o ser humano feliz. Uma pessoa que não consegue moderar o desejo sexual e se sente “livre” para fazer o que quiser, não durará muito para que experimente a escravidão da sua própria libido. Além disso, virão as DST e outros problemas funcionais. A temperança é a virtude dos senhores e das senhoras de si mesmos, dos atletas de Deus, daquelas pessoas que não querem ser escravas de si mesmas e das próprias inclinações. Custa? Claro que sim: é muito mais fácil pecar que não pecar, ser virtuoso que não sê-lo, ser infeliz que feliz. Mas nós fomos criados para a felicidade e para a autêntica liberdade. Olhando a cultura contemporânea, não é difícil descobrir que as coisas que mais prendem as pessoas são o sexo, o dinheiro e a comida. Das três, os prazeres sexuais e os deleites da gula são as inclinações mais fortes do ser humano. Efetivamente, Deus quis unir à alimentação e à reprodução prazeres que facilitassem a conservação da espécie humana. O problema não é o prazer em si mesmo considerado. O prazer em si é bom, mas é bom somente dentro dos limites da virtude da temperança. É sabido por qualquer cristão, por exemplo, que o prazer sexual que acompanham as relações íntimas entre marido e mulher unidos em santo matrimônio é santo e santificador. Ninguém em são juízo condena o sexo dentro do matrimônio e o prazer que ele produz. O problema é quando as coisas finalizadas por Deus na direção da verdade, do bem e da beleza começam a ser usadas com finalidades motivadas pelo egoísmo. “Vigiai (…), para que vindo de repente, não vos encontre dormindo” (Mc 13,36). Vamos preparar-nos para a Parusia do Senhor preparando o seu Natal. Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa Comentário Exegético – 1º Domingo do Advento – Ano B EPÍSTOLA (1Cor 1, 3-9) INTRODUÇÃO: Não é propriamente o início da carta em que Paulo se define como apóstolo de Jesus Cristo e escreve através de Sóstenes a quem chama de irmão como cristão. Pois faltam os dois primeiros versículos. Corinto era a principal cidade de Acaia, situada no istmo que une o Peloponeso ao resto da Grécia. Era uma cidade que tinha dois portos. Um deles, chamado Lechaeum, não longe da cidade, para o comércio com a Itália e o Oeste; e o outro, Cechrea, um pouco mais distante da cidade, para o comércio com Ásia. Não era, pois, de se estranhar que Corinto fosse uma cidade próspera e ao mesmo tempo famosa por seus vícios, especialmente a luxúria. De modo que Mulher de Corinto era sinônimo de prostituta. Porém, foi aqui onde Paulo fundou uma igreja formada principalmente de gentios, como ele escreve: Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados (12, 2). Havia também judeus como Crispo, o chefe da sinagoga, convertido junto com sua família (1, 14). Paulo permaneceu em Corinto aproximadamente dois anos, tendo grande sucesso, alentado por uma visão que lhe assegurava êxito (At 18, 8). Pouco depois de abandonar Corinto, teve que escrever esta carta por causa de graves desordens, em parte por falsos mestres, e em parte por costumes e tendências de seu antigo paganismo: riqueza, orgulho, avareza, e luxúria eram a causa da repreensão paulina. A cidade estava cheia de filósofos e sofistas, que naturalmente rejeitavam conceitos básicos do cristianismo, como a ressurreição dos corpos. A ambição de riquezas estava presente nos diversos pleitos e litígios, e na distinção, durante a cena do Senhor, entre ricos e pobres. A luxúria, num caso que até no meio dos pagãos, não era usual: um incesto com a mulher do pai (5, 2) e a fornicação entre as prostitutas sagradas (6, 9-20) foram também temas centrais da carta. Uma questão entre matrimônios misto e a virgindade, abusos na recepção da Eucaristia e no uso dos carismas, apontando à caridade como fundamental na vida cristã foram questões tratadas nela. Especialmente o capítulo 15 é de interesse, pois foi a primeira vez que a ressurreição de Cristo é claramente mencionada e provada com diversos testemunhos. A carta foi escrita no ano 57 de Éfeso, no tempo da Páscoa, quando pensava Paulo visitar Macedônia e logo passar a Corinto. No trecho de hoje, após a introdução da carta, temos uma série de louvores em nome do Senhor, a seus dirigidos, enriquecidos em sabedoria e carismas, fazendo uma oração para que a união com Cristo seja efetiva e constante. Vejamos os versículos correspondentes ao dia de hoje. SAUDAÇÃO: Graça a vós e paz da parte de Deus, vosso Pai, e de(o) Senhor Jesus Cristo (3). Gratia vobis et pax a Deo Patre nostro et Domino Iesu Christo. GRAÇA [charis<5485>=gratia] é palavra empregada por Paulo com referência a Deus, como fonte de dons comunicados de forma múltipla ao homem, especialmente o amor, benevolência, misericórdia e fidelidade, que são a base de uma vida nova no homem, como fonte de sua salvação. Especialmente, a força estaria na benevolência divina a eudokia griega de Lc 2, 14, do cântico angélico. Como saudação, está unida à PAZ [irënë<1515>=pax] o hebraico Shalom, que logicamente é a ausência de guerra e de toda violência, unida a uma vida tranquila, em que o descanso, a riqueza, o bem-estar, a justiça e a salvação estão sendo vistas como principais objetivos de uma feliz existência. É um dom precioso de Deus e de seu Messias que é chamado príncipe da paz (Is 9, 5). Em boca de Paulo é a reconciliação estabelecida pelo Filho com os filhos, que se entre eles buscassem a paz, o Deus do amor e da paz estaria com eles (2 Cor 13, 11 ). A paz com Deus é chamada de reconciliação por Paulo: Nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação (Rm 5, 11). E por isso, ele, Paulo, diz que recebeu o ministério da reconciliação (2 Cor 5, 18). A saudação graça e paz é própria de Paulo em suas cartas, no lugar do Chaire grego comum. Graça e paz que tem como fonte o Deus que é Pai, e o Senhor Jesus Cristo (ver Rm 1, 7). AÇÃO DE GRAÇAS: Dou graças a(o) meu Deus sempre, por vós sobre a caridade de(o) Deus, a dada a vós em Cristo Jesus (4). Gratias ago Deo meo semper pro vobis in gratia Dei quae data est vobis in Christo Iesu. Os parênteses são artigos determinados que estão no grego original mas que devemos retirar da tradução portuguesa. A carta em si, fora da saudação, começa com uma ação de graças: EUCHARISTÖ [<2168>= gratias ago] dou graças, que na linguagem semita paulina também pode significar louvar. CARIDADE [charis<5485>=gratia] Charis de Chairö tem o significado de favor, benefício, mercê, e até gratitude por um ato de bondade recebido. Especialmente é uma mercê, uma concessão livre e gratuita de Deus, sem outro motivo que a benevolência divina. É o oposto a erga<2041> obras, sendo ambas exclusivas entre si. Cristo é a graça de Deus por excelência: Quem não perdoou nem seu próprio Filho, senão o entregou por todos nós, como não nos dará gratuitamente com Ele todas as coisas? (Rm 8, 32). E em Jo 1, 14 encontramos: O Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Jesus mesmo se considerou um dom de Deus na sua conversa com a samaritana: Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva (Jo 4, 10). Esta ideia de Paulo de ver em Cristo a máxima benevolência divina e ser Cristo o dom por excelência, a podemos ver também em Rm 1, 8: Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé. RIQUEZA DOS CORINTIANOS: Porque em tudo fostes enriquecidos nEle em toda palavra e em todo conhecimento (5), conforme o testemunho de(o) Cristo foi consolidado entre vós (6). Quia in omnibus divites facti estis in illo in omni verbo et in omni scientia sicut testimonium Christi confirmatum est in vobis. ENRIQUECIDOS [eploutisthëte<4348>=divites facti] é o aoristo passivo do verbo ploutizö fazer rico. Já na Introdução consignamos como Corinto era uma cidade rica e como os cristãos se consideravam enriquecidos pelos dons de sabedoria e retórica por uma parte, e logo pelos dons carismáticos, entre os que preferiam o dom de línguas. Da abundância de riquezas espirituais entre eles, é testemunho este versículo paulino: assim como em tudo abundais em fé, e em palavra, e em ciência, e em toda a diligência, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nesta graça (2 Cor 8,7). E desses dons carismáticos e sua abundância fala Paulo na sua segunda carta: Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência (1 Cor 12, 8). Do ponto de vista cristão, os dois anos de estadia em Corinto deram a Paulo uma oportunidade única de pregar o evangelho e de demonstrar suas vivências nas conversas e reuniões fraternas, que sempre terminavam na cena do senhor, com abundância de dons carismáticos entre os assistentes. TESTEMUNHO [martyrion<3142>=testimonium] Desse testemunho fala Paulo em 2,1 nesta mesma carta: Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Pois Jesus enviou seus apóstolos para que este evangelho do reino seja pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim (Mt 24, 14). Por isso, temos nos Atos, como os apóstolos foram testemunhas: Os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça (At 4, 33). E no lugar de Judas escolheram Matias que se faça conosco testemunha da sua ressurreição (At 1, 22). De modo que os evangelhos são testemunhas da doutrina e vida do Senhor, como diz João, o escritor do Apocalipse: O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. REFORÇADO [ebebaiöthë <950>=confirmatum], aoristo passivo do verbo bebauioö, significando estabelecer, confirmar. Um lugar paralelo é Cl 2, 7: Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças; confirmação que Paulo atribui, como fonte, ao próprio Deus em 2 Cor 1, 21: Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus. Depois de dois anos era de esperar que a fé dos corintianos fosse firme com a graça de Deus. A ESPERA: De modo que vós não sintais falta de nenhum carisma, esperando a revelação do Senhor Jesus (7). Ita ut nihil vobis desit in ulla gratia expectantibus revelationem Domini nostri Iesu Christi. SENTIR FALTA [stereö<5302> =desit], faltar ou sentir falta como em Lc 22, 35, Jesus perguntando aos discípulos: “Quando vos mandei sem bolsa, nem saco, nem calçado, faltou-vos por acaso alguma coisa?” “Não!”, responderam eles. A nenhuma outra igreja fala Paulo tão claramente dos dons carismáticos que parece eram tão abundantes em Corinto, de modo que teve que corrigir seu abuso. ESPERANDO [apekdechomenous<553>=expectantibus] mais que esperando é estar expectantes, com desejo e até anseio. Assim o expressa Paulo em Fp 3,20: A nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ideia que de novo fomenta em Tt 2 13: Aguardando a bemaventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo. O Advento ou Parousia de Cristo era a segunda fonte de esperança à parte da visão celeste, porque também a encontramos em 2 Pd 3, 12: Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão. É o DIA DO SENHOR, sua parousia ou REVELAÇÃO [apocalipsis<602>=revelatio]. No AT O dia do Senhor tinha o significado de uma intervenção divina, de Jahveh, para castigar o pecado ou acabar com certos impérios que perseguiam o seu povo de Israel. Vejamos alguns exemplos: Is 2, 12-21: Porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido (12)…. E a arrogância do homem será humilhada, e a sua altivez se abaterá, e só o SENHOR será exaltado naquele dia (17). E todos os ídolos desaparecerão totalmente. Então os homens entrarão nas cavernas das rochas, e nas covas da terra, do terror do SENHOR, e da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra (19)…: E entrarão nas fendas das rochas, e nas cavernas das penhas, por causa do terror do SENHOR, e da glória da sua majestade, quando ele se levantar para abalar terrivelmente a terra (21). Sobre a destruição de Babilônia, que na realidade foi pacífica, lemos em Is 13, 6-9: Clamai, pois, o dia do SENHOR está perto; vem do Todo-Poderoso como assolação. Portanto, todas as mãos se debilitarão, e o coração de todos os homens se desanimará. E assombrar-se-ão, e apoderar-se-ão deles dores e ais, e se angustiarão, como a mulher com dores de parto; cada um se espantará do seu próximo; os seus rostos serão rostos flamejantes. Eis que vem o dia do SENHOR, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores. Sobre a destruição do reino de Edom, lemos em Obadias: Porventura não acontecerá naquele dia, diz o SENHOR, que farei perecer os sábios de Edom, e o entendimento do monte de Esaú? (1,8). Vemos como o Dia do Senhor tem mais de imaginação que de realidade pelo fato de ser uma linguagem profética que usa frequentemente símbolos, figuras e metáforas próprias para impressionar. No NT o dia do Senhor [ou dia do Senhor Jesus Cristo] está unido a uma segunda vinda de Cristo, que entre outras, pode ser a destruição do povo judeu no ano 70. É um dia de Grande tribulação (Lc 21, 22-27) para os inimigos, mas ao mesmo tempo de libertação para a Igreja, como vemos em Lc 21, 28: Quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima. Parece que esse dia que coincide com a destruição de Jerusalém (Lc 21, 24) estará dentro de um período de tempo que inclui a geração do tempo de Jesus: Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça (Lc 21, 32). E logicamente, também no fim dos tempos, haverá uma presença [Parousia ou Advento] que será contemporânea da ressurreição final. O CIC em seu número 998 diz que ressuscitarão todos os homens que tinham morrido, os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação (Jo 5, 29). O como, em 1000: Sobrepassa nossa imaginação e entendimento só acessível pela fé. E em 1001: O quando é sem dúvida o último dia, no fim do mundo, pois a ressurreição dos mortos está associada à Parousia de Cristo (1 Ts 4,16). Como vemos, o único texto sacro, citado em relação ao tempo, é o da carta de Paulo aos de Tessalônica, cuja data é indeterminada. Já a profecia sobre a destruição de Jerusalém está narrada nos três Sinópticos (Mt 24; Mc13 e Lc 21) em termos apocalípticos que unicamente Mateus liga (?) com o Juízo Universal. Uma amostra da linguagem apocalíptica no NT é At 2, 19-20: E farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor. E o tal dia era Pentecostes em que unicamente houve um som como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados e foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles (At 2, 2-3). Os evangelhos falam da cena de Jesus frente aos muros do templo. E nessa conversa só temos uma descrição da destruição de Jerusalém, com vinda dEle e toda a parafernália de elementos astronômicos próprios do estilo apocalíptico; mas tudo termina com a apódosis final: Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam (Mt 24, 34; Mc13,30 e Lc 21, 32). Unicamente Mateus traz a anotação do fim dos tempos e do juízo final isto no capítulo seguinte. Será que Paulo também pensou unicamente na primeira parte da destruição de Jerusalém e com ela uniu o fim dos tempos, não como fim absoluto, mas como um fim de uma era em que o judaísmo iria ser substituído pelo reino de Cristo e daí sua exortação à vigilância. Vejamos os textos paulinos sobre o Dia do Senhor. 1 Cor 5,5: falando do incestuoso diz: Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. Logo espera um dia próximo, dentro desta geração que diria Jesus. Em 1 Ts 5, 2: Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Coincide com Jesus na necessidade de vigilância, e usa o exemplo do ladrão que vemos em Mt 24, 43. Mas por outra parte esse dia desconhecido não estará tão perto: Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, tidas como procedentes de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto (2 Ts 2, 2). Paulo, pois, admite um dia do Senhor como condena dos pecadores; mas não tem certeza de quando será e lhe parece que estará próximo. A carta primeira aos de Tessalônica foi escrita no ano 51 e a segunda no ano 55. A queda de Jerusalém aconteceu no ano 70, ou seja 15 anos mais tarde. Podemos pensar que Paulo fala unicamente do triunfo de Jesus, manifestado na ruína do Judaísmo. De modo diferente deve ser interpretada a 2ª carta de Pedro em 3,10 (cerca do ano 80?): O dia do Senhor virá como o ladrão, de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Pois na continuação fala: Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça (3, 13). Pode esta frase de novos céus e nova terra ser interpretada como circunstâncias em que o cristianismo seria triunfante sobre o paganismo da oikoumene? Creio que é possível. CONCLUSÃO: Não devemos atualmente inquietarmos com uma catástrofe universal como se o fim do mundo estivesse às portas. O que deve nos manter vigilantes é o fim de nossa vida individual. O que tenho escrito é em grande parte pessoal e não creio contrário à doutrina da Igreja que neste ponto não tem definido pormenores de tempo e circunstâncias. Tudo se resolveria, admitindo vários dias ou parousias do Senhor, como no AT no intervalo dos séculos. ASSEGURADOS: O qual também vos confirmará até o fim, sem culpa, no dia do nosso Senhor Jesus Cristo (8). Qui et confirmabit vos usque ad finem sine crimine in die adventus Domini nostri Iesu Christi. CONFIRMARÁ [bebaiösei<950>= confirmavit] é o futuro do verbo bebaioö, de significado confirmar, estabelecer, completar, garantir. Paulo afirma que será Deus, o Pai, quem conservará SEM CULPA [anegklëtous<410>=sine crimine] como ele diz também em 1 Ts 3, 13: Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus. Que em Cl 1, 22 também diz que esta santidade tem como causa a morte vicária de Jesus, pois o conseguiu no corpo da sua carne, pela morte; para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis. Coisa que também confirma em 1 Ts 5, 23: O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. É uma alusão ao juízo final como vitória dos bons, momento em que os corintianos devem esperar a fidelidade divina, que não permitirá outra vitória que não for a dos escolhidos e com tantos carismas adornados. FIDELIDADE DE DEUS: Fiel o Deus pelo qual fostes chamados para comunhão de seu Filho Jesus Cristo, o nosso Senhor (9). Fidelis Deus per quem vocati estis in societatem Filii eius Iesu Christi Domini nostri. FIEL [pistos<4103>=fidelis] Já desde Isaías é um atributo que Jahveh reclama para si: Assim diz o SENHOR, o Redentor de Israel, o seu Santo, à alma desprezada…fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. Por isso Paulo afirma que fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno. Pois Aquele que vos chamou é fiel e há de realizar aquilo que prometeu (2 Ts3,3). Assim lemos em Hb 10, 23: Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. Como conclusão: A nossa irrepreensível conduta é mais uma graça de Deus do que um produto do esforço individual. Por isso não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar (1 Cor 10, 13). CHAMADOS [eklëthëte<2564>=vocati]. O cristianismo é uma vocação, ou seja, uma eleição por parte de Deus e sua finalidade é a vida comum com o Filho como filhos; isso que Paulo chama de COMUNHÃO [koinönia<2842> =societas]. Koinonia é associação, íntima relação, confraternidade, comunidade de interesses, irmandade. Mas deixemos explicar a João no seu evangelho esta relação íntima entre ele e seus discípulos: Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim (Jo 15,4). Coisa que ele confirma e explica em 17, 21: Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E na sua primeira epístola explica isso com mais claridade: O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo (1 Jo 1,3). A razão é que os fiéis recebem o Espírito Santo, o enviado por Jesus, que não é um Mestre externo, mas habita dentro dos que o recebem como espírito de Jesus e Espírito de nosso espírito: Nisto conhecemos que estamos nEle, e Ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito (4, 13). EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova. - Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana. Interpretação errada do evangelho: - Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus. Consequências: - O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
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