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Índice desta página:
Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Homilias e Comentário Exegético (ou Estudo Bíblico) extraído do site Presbíteros.com

. Evangelho de 08/03/2020 - 2º Domingo da Quaresma
. Evangelho de 01/03/2020 - 1º Domingo da Quaresma


Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados. Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página "A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos, colocando o cursor sobre os textos em azul. A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!

O PESO DE NOSSA CRUZ!
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08.03.2020
2 º DOMINGO DQUARESMA — ANO A
( ROXO, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – II SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "E da nuvem uma voz dizia: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!" __

EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE

APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT

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(antes de clicar - desligue o som desta página clicando no player acima do menu à direita)

Ambientação:

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Irmãos e irmãs, neste dia do Senhor e no tempo da Quaresma, a Liturgia transforma este lugar em que estamos no monte Tabor. Com os apóstolos, chegamos até aqui para experimentar a manifestação gloriosa do Senhor. Tendo vencido as tentações, o Senhor, transfigurado revela sua identidade de Filho de Deus. É essa também a nossa identidade concedida pela graça do Batismo. Rendamos graças ao Pai, por Jesus, na força do Espírito Santo.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste dia do Senhor e no tempo da Quaresma, a Liturgia transforma este lugar em que estamos no monte Tabor. Com os apóstolos, chegamos até aqui para experimentar a manifestação gloriosa do Senhor. Tendo vencido as tentações, o Senhor, transfigurado revela sua identidade de Filho de Deus. É essa também a nossa identidade concedida pela graça do Batismo. Rendamos graças ao Pai, por Jesus, na força do Espírito Santo.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Revelar-nos ao outro é um ato de confiança, porque lhe dá poder para intervir sobre nós, e partilhar a mesma vida como acontece na amizade e no matrimonio é deixar que seja envolvida toda nossa existência. Cada ano, o segundo domingo quaresmal nos traz o evangelho da Transfiguração, no início da subida de Jesus a Jerusalém, onde levará a termo a vontade do Pai. Acompanhamos Jesus no seu caminho. Para que não desfaleçamos em nossa fé, faz-se necessário que tenhamos diante dos olhos a glória daquele que será aniquilado, o Filho e Servo de Deus. Por isso, a Aliança com Deus nos compromete, levando-nos a denunciar todo e qualquer tipo de exploração contra a vida, como nos chama a atenção a Campanha da Fraternidade deste ano. Somos convidados a dar ouvidos ao Filho de Deus, e a receber de Cristo nossa vocação, para caminhar atrás dele até a glória, passando pela cruz.

Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, da Caridade, do Jejum e da Oração, preparemo-nos para a Páscoa do Senhor!


(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (Gn 12, 1-4a): - "Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te vou mostrar."

SALMO RESPONSORIAL (32/33): - "Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!"

SEGUNDA LEITURA (2Tm 1, 8b-10): - "Jesus Cristo não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho."

EVANGELHO (Mt 17,1-9): - "Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!"



Homilia do Diácono José da Cruz – 2º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

"O AMOR QUE TRANSFIGURA"

Para quem não conhece, o Monte Tabor onde teria ocorrido a transfiguração de Jesus, é uma alta colina localizada no Leste do Vale de Jizreel, 17 km a oeste do Mar da Galiléia e o seu topo está a 575 metros acima do nível do mar. Entretanto, não se pode afirmar com absoluta certeza, que essa referência geográfica no episódio da Transfiguração do Senhor, é verdadeira, principalmente quando se sabe, que o evangelista São Mateus escreveu para os Judeus e sempre há em seus relatos, uma forte relação entre Jesus Cristo e Moisés. De qualquer forma o texto nos revela que os discípulos Pedro, Tiago e João, fizeram essa profunda experiência, onde Jesus lhe revelou a sua Divindade. Não é por acaso que na narrativa de Mateus, aparecem ao lado de Jesus o Libertador Moisés e Elias, uma das maiores referências como profeta do Antigo Testamento, é uma catequese que tem como pano de fundo o Judaísmo, comprovando que Jesus é de fato io Messias, aquele que havia sido prometido na Escritura Antiga, e até prefigurado em alguns personagens da História de Israel. A partir de agora, a humanidade não irá mais precisar da Lei e dos Profetas, Jesus não trouxe uma nova Lei ou Aliança, Ele próprio é a Nova Aliança, aquele que de modo único e excelente nos revela o Pai.

Mas o que esse fato refletido no evangelho pelas comunidades de Mateus, tem a ver com a realidade das nossas comunidades cristãs? Sabemos que Jesus é Nosso Deus e Senhor, mas quais as consequências que esta Fé traz em nossa vida? A cada domingo, Dia do Senhor, Jesus convida todos os cristãos a “subirem a montanha”, isso é, a fazerem essa “ascese” nas nossas celebrações. Embora humana, com uma Liturgia que comporta elementos culturais, cada celebração é envolvida pelo Mistério de Deus, como a nuvem que desceu sobre a montanha.

No ambiente celebrativo de nossas igrejas cristãs, de muitos modos Jesus manifesta a glória da sua Divindade, mas de modo excelente na Eucaristia e na Palavra, onde mediante a Fé, podemos sim contemplar a sua glória, sentir a sua presença a conduzir, animar e alimentar os seus, em comunhão com Ele em torno de uma mesa que é a Mesa da Palavra ou da Eucaristia. Moisés e Elias são uma referência importante para todos nós, não como meros personagens históricos, mas como homens que fizeram a experiência de Deus, enquanto anunciadores de uma Libertação que em Jesus atinge a sua plenitude e transcende o meramente histórico, libertando-nos do mal do pecado. O profetismo de Elias anuncia a Palavra Libertadora, o homem nasceu para ser livre, mas a sua liberdade está em Deus, que não permanece impassível diante do sistema opressor que não considera o dom da Liberdade, por isso, a Palavra libertadora se faz ação em Moisés deus vê, ouve, desce e liberta o seu povo. Jesus eleva essa liberdade á sua plenitude, concretizando as promessas de Deus nesse sentido.

O entusiasmo de pertencer a uma comunidade cristã, o privilégio de poder fazer essa experiência com os irmãos e irmãs nas celebrações dominicais, pode nos levar a cometer o mesmo erro de Pedro: o de querermos permanecer apenas na dimensão celebrativa- contemplativa, acomodar-se na Mística e fazer da experiência com Cristo algo muito particular, é esse o significado de querer fazer tendas, e de fato muitos fazem, isolando-se na comunidade ou no seu grupo ou pastoral, achando que a vivência cristã se resume apenas nessa experiência religiosa.

Quando contemplamos a Divindade de Jesus e ficamos só nisso, sentimos medo, porque é impossível compreender um Deus revestido de glória, encarnado em nossa miséria humana. O Sagrado sempre e Sagrado sempre exerceu essa ambiguidade sobre o homem, o encanta, o atrai e fascina, mas também causa medo, quando se está diante do Mistério. Mas Jesus, que tocou nos discípulos, toca também em cada membro da comunidade: “Levantai-vos, não tenhais medo”. E ao descer da montanha, só vêem Jesus caminhando com eles pela encosta da montanha. Eis aqui o grande desafio, vermos Jesus no irmão ou irmã da comunidade, que caminha com a gente, perceber esse Deus extremamente humano, percorrendo nossos mesmos caminhos,, sem nunca deixar de ser o “Outro”, o Transcedente.

E assim, pela sua encarnação recebemos a Graça Divina, e podemos nos abrir para que o Espírito Santo nos renove, nos transforme e nos transfigure no dinâmico processo da conversão, e diferente dos apóstolos Pedro, Tiago e João, ao término da celebração, quando descemos da “montanha”, somos enviados para proclamar bem alto as maravilhas de Deus, a darmos testemunho do evangelho, mostrando que somente na Ressurreição do Senhor encontramos o sentido para a nossa vida terrena.

Derrubemos, portanto, as tendas do nosso comodismo, de uma Fé desvinculada da Vida, nesse segundo domingo da quaresma, e como o Patriarca Abraão, coloquemo-nos á caminho dessa Terra das Promessas, onde cada homem e cada mulher, vivendo em Deus, atingirá a felicidade em seu sentido mais pleno, irradiando em si, a mesma luz fulgurante do Cristo, Homem Deus e Deus Homem, o novo Moisés que nos conduz com segurança a esta terra, cuja estrada passa exatamente na experiência humana, estrada que nosso Deus feito homem também percorreu, e que nos conduz á glória de uma Vida em comunhão definitiva com Ele, que em Cristo nos aceitou também como “Filhos e Filhas, em quem Ele põe todo o seu agrado”. ( 2º Domingo da quaresma MT 17, 1-9)

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – 2º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

Entre os boatos da vida

“O Evangelho da Transfiguração do Senhor põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. A comunidade cristã toma consciência de ser conduzida, como os apóstolos Pedro, Tiago e João, «em particular, a um alto monte» (Mt 17, 1), para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça de Deus: «Este é o Meu Filho muito amado: n’Ele pus todo o Meu enlevo. Escutai-O» (v. 5). É o convite a distanciar-se dos boatos da vida quotidiana para se imergir na presença de Deus: Ele quer transmitir-nos, todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundezas do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal (cf. Hb 4, 12) e reforça a vontade de seguir o Senhor.” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2011).

O Papa nos propõe, para esse domingo, algo bem concreto: distanciar-nos dos boatos da vida quotidiana para imergir-nos na presença de Deus. Logicamente, não podemos pensar que Bento XVI utilize a palavra “boatos” como sinônimo de “fofoca”. É muito mais! Esses “boatos” não se referem necessariamente a pecados, ainda que poderiam sê-lo. E, no entanto, esses boatos tem que ver com as feridas do pecado das quais falávamos na semana passada. Depois do pecado original, ou seja, o pecado que os primeiros representantes do gênero humano cometeram, a natureza humana foi ferida. A ignorância, a malícia, a concupiscência e a debilidade do ânimo são as quatro feridas que nos fazem cair nos “boatos da vida”. Quais? Poderíamos fazer uma lista enorme de ocasiões de pecado, distrações do que realmente vale a pena, tentações, questões ambientais malsãs, vícios, pecados. Mas não é o caso. O importante é que tenhamos bem claro que devemos afastar-nos de tudo aquilo que nos aparta de Deus.

Cada pessoa precisa ir vendo quais são essas coisas que poderiam levá-la a afastar-se de Deus. O cristão foi curado pela graça; a sua inteligência e a sua vontade, também as suas paixões e tudo aquilo que tem que ver com o seu ânimo, foram lavados pela graça de Deus e elevados pelas virtudes da fé, da esperança e da caridade, virtudes estas que nos permitem alcançar a Deus. No entanto, levando esse tesouro da graça e das virtudes em nós, não podemos esquecer-nos de que somos “pessoas que caminham rumo a Deus” e enquanto estamos a caminho poderia acontecer que, por um ou outro motivo, nos afastássemos de Jesus: caminho, verdade e vida (cfr. Jo 14,6). E isso seria terrível! Sair do caminho de Deus é perder-se!

Mas também poderia acontecer algo mais sutil: estando no caminho de Deus, seguir nos “boatos” da vida, ou seja, buscar-nos a nós e viver uma vida cristã pela metade. O Evangelho da Transfiguração nos diz que temos que viver “totalmente no céu e totalmente na terra”. Isso significa que enquanto temos a cabeça e o coração totalmente em Deus, os nossos pés estão bem apoiados na terra e tendo os pés em terra firme, em meio das nossas ocupações, não nos esqueçamos do Senhor. “Corações ao alto”, diz o sacerdote em cada Santa Missa. Nós respondemos dizendo que “o nosso coração está em Deus”. Mas, o nosso coração está realmente em Deus? Não somente durante a Missa, mas também noutros momentos, nas vinte e quatro horas do dia.

Sabe-se que o rei visigodo Leovigildo, no século VI, ameaçou o bispo de Mérida, Marona, com o desterro. Caso o prelado permanecesse fiel à fé católica e não se fizesse ariano, iria ao exílio. O arianismo era uma heresia muito estendida nesse período e que consistia em não aceitar a divindade do Filho de Deus. O bispo, ao ser ameaçado, disse ao rei: “eu não temo as ameaças. O exílio não me intimida de maneira alguma. O sr. poderia me enviar para um lugar onde Deus não está?” O rei disse ao bispo: “imbecil! Em que lugar Deus não estará?” Então o bispo continuou o seu raciocínio: “como o sr. sabe que Deus está em todas as partes, por que ameaçar-me com o desterro? Para onde eu for desterrado não me faltará a ajuda de Deus. Isso é tão certo que quanto mais o sr. me aflija, tanto mais a misericórdia de Deus me auxiliará e a sua clemência me consolará”.

O único desterro que seria realmente exilio para esse bom bispo era um lugar onde Deus não estivesse, mas como Deus está em todas as partes, é possível aproveitar sempre o auxilio e a clemência de Deus. Em meio dos boatos da vida, sejamos conscientes da presença de Deus. Ele está cuidando de nós continuamente, não abandonemos o Senhor porque ele não nos abandona nunca.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Doutrina e Apologética

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Transcrevo abaixo mais um texto de Doutrina da Santa Igreja, extraído do mesmo site, bastante interessante para Grupos de Estudo Bíblico.

Vejam também a página Roteiro Homilético para um maior entendimento da liturgia deste domingo. ATENÇÃO: a página Roteiro Homilético fica no site apenas durante esta semana; não guardamos arquivo dela, portanto, se desejarem guardá-la devem salvar a página ou imprimí-la.

Desejo a todos uma Santa e Feliz Semana, na Graça de Deus Pai.

Dermeval Neves
Webmaster - NPDBRASIL

É bom fazer promessas?

Em síntese:  O presente artigo analisa a prática das promessas feitas a Deus ou aos santos por pessoas desejosas de obter alguma graça. Tal prática tem fundamentado na própria Bíblia (cf. Gn 28,20-22; 1Sm 1,11). Todavia verifica-se que os autores bíblicos faziam advertências aos fiéis no sentido de não prometerem o que não pudessem cumprir (cf. Ecl 5,4). No Novo Testamento São Paulo quis submeter-se às obrigações do voto do nazireato (cf. At 18,18; 21,24). Estas ponderações mostram que a prática das promessas como tal não é má. É certo, porém, que as promessas não movem o Senhor Deus a nos dar o que Ele não quer dar, pois Deus já decretou desde toda a eternidade dar o que Ele nos dá no tempo, mas as promessas contribuem para afervorar o orante, excitando neste maior amor. Acontece, porém, que muitas vezes os cristãos não têm noção clara do porquê das promessas ou prometem práticas que eles não podem cumprir. Daí surgem duas obrigações para quem tem o encargo de orientar os irmãos: 1) mostre-lhes que as promessas nada têm de mágico ou de mecânico, nem se destinam a dobrar a vontade de Deus, como se o Senhor se pudesse deixar atrair por promessas, à semelhança de um homem; 2) procure incutir a noção de que o cristão é filho do Pai e, por isto, não precisa de prometer ao Pai; o amor filial com que o cristão reze a Deus, é mais eloqüente do que a linguagem das promessas, que podem ter um sabor “comercial” ou muito pouco filial.

Comentário: Entre os fiéis católicos não é raro fazerem-se promessas a Deus ou a algum santo,… promessas de algum ato heróico a ser cumprido caso a pessoa receba a graça que deseja. Em conseqüência, fala-se de “pagar promessas”. Não raro os fiéis que prometem, depois de atendidos, não têm condições físicas, psíquicas ou financeiras para pagar as suas promessas. Sentem-se então angustiados, pois receiam que algo de mau ou um castigo lhes sobrevenha da parte de Deus por não cumprirem as suas “obrigações”. O problema é tormentoso e merece ser analisado desde as suas raízes, ou seja, a partir do conceito mesmo de piedade que os fiéis cristãos devem alimentar. É o que vamos fazer nas páginas subseqüentes, examinando: 1) a fundamentação bíblica, 2) a justificativa teológica das promessas, 3) a casuística ocasionada, 4) uma conclusão final.

1. Fundamentação bíblica

O costume de fazer promessas ou, segundo linguagem mais bíblica, votos tem origem na piedade popular anterior a Cristo. É documentado pela própria Bíblia, que nos mostra como pessoas, em situações difíceis necessitando de um auxílio de Deus, prometeram fazer ou omitir algo, caso fossem ajudadas pelo Senhor. Foi, por exemplo, o que aconteceu com Jacó, que, ao fugir para a Mesopotâmia, exclamou: “Se Deus estiver comigo, se me proteger durante esta viagem, se me der pão para comer e roupa para vestir e se eu regressar em paz à casa de meu pai,… esta pedra… será para mim casa de Deus e pagarei o dízimo de tudo quanto me concederdes” (Gn 28, 20-22). Ana, estéril, mas futura mãe de Samuel, fez a seguinte promessa: “Senhor dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição da vossa serva e… lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida e a navalha não passará sobre a sua cabeça”  (1Sm 1,11). Alguns salmos exprimem os votos ou as promessas dos orantes de Israel; assim os de número 65. 66. 116; Jn 2,3-9.

A própria Escritura, porém, dá a entender que, entre os membros do povo de Deus, houve abusos no tocante às promessas: algumas terão sido proferidas impensadamente: “É melhor não fazer promessas do que fazê-las e não as cumprir” (Ecl 5,4). Havia também quem quisesse cumprir as suas promessas oferecendo o que tinha de menos digno ou valioso em vez de levar ao Templo as suas melhores posses; é o que observa o Senhor por meio do profeta Malaquias: “Trazeis o animal roubado, o coxo ou o doente e o ofereceis em sacrifício. Posso eu recebê-lo de vossas mãos com agrado?… Maldito o embusteiro, que tem em seu rebanho um animal macho, mas consagra e sacrifica ao Senhor um animal defeituoso” (Ml 1, 13s). Com o tempo os mestres de Israel procuravam restringir a prática das promessas, pois podiam tornar-se um entrave para a verdadeira piedade. No Evangelho Jesus supõe que certos filhos se subtraiam ao dever de assistir aos pais, alegando que tinham consagrado a Deus todo o dinheiro disponível:

“Vós por que violais o mandamento de Deus por causa da vossa tradição? Com efeito, Deus disse: “Honra teu pai e tua mãe” e “Aquele que maldisser pai ou mãe, certamente deve morrer”. Vós, porém, dizeis: “Aquele que disser ao pai ou à mãe: Aquilo que de mim poderias receber, foi consagrado a Deus, esse não está obrigado a honrar pai ou mãe”. Assim invalidastes a Palavra de Deus por causa da vossa tradição” (Mt 15, 3-6).

Todavia não consta que o Senhor Jesus tenha condenado o costume de fazer promessas como tal; ao contrário, os escritos do Novo Testamento atestam a prática de S. Paulo, que terá sido a dos cristãos da Igreja nascente e posterior:

“Paulo embarcou para a Síria… Ele havia rapado a cabeça em Cencréia por causa de um voto que tinha feito” (At 18,18).

“Disseram os judeus a Paulo: “Temos aqui quatro homens que fizeram um voto… Purificar-te com eles, e encarrega-te das despesas para que possam mandar rapar a cabeça. Assim todos saberão que são falsas as notícias a teu respeito, e que te comportas como observante da Lei” (At 21, 23s).

Em síntese, a praxe das promessas não é má, pois a S. Escritura não a rejeita, mas, ao contrário, torna-se objeto de determinações legais, como se depreende dos textos abaixo:

Lv 7,16: “Se alguém oferecer uma vítima em cumprimento de um voto ou como oferta voluntária, deverá ser consumida no dia em que for oferecida, e o resto poderá ser comido no dia imediato”.

Nm 15,3: “Se oferecerdes ao Senhor alguma oferenda de combustão, holocausto ou sacrifício, em cumprimento de um voto especial ou como oferta espontânea…”.

Nm 30,4-6: “Se uma mulher fizer um voto ao Senhor ou se impuser uma obrigação na casa de seu pai, durante a sua juventude, os seus votos serão válidos, sejam eles quais forem. Se o pai tiver conhecimento do voto ou da obrigação que se impôs a si mesma será válida. Mas, se o pai os desaprovar, no dia em que deles tiver conhecimento, todos os seus votos… ficarão sem valor algum. O Senhor perdoar-lhe-á, porque seu pai se opôs”.

Dt 12,5s: “Só invocareis o Senhor vosso Deus no lugar que Ele escolher entre todas as vossas tribos para aí firmar o seu nome e a sua morada. Apresentareis ali os vossos holocaustos,… os vossos holocaustos,… os vossos votos…”

Verifica-se, porém, que a prática dos votos nem sempre é salutar, merecendo por isto advertências da parte dos autores sagrados.

2. Qual a justificativa das promessas?

É certo que as promessas não são feitas para atrair Deus como se atrairia um homem poderoso, capaz de ser aliciado por dádivas e “pagamentos”; Deus não muda de desígnio; desde toda a eternidade Ele já determinou irreversivelmente dar-nos o que Ele nos concede dia por dia. Todavia, ao determinar que nos daria as graças necessárias, Deus quis incluir no seu desígnio a colaboração do homem que se faz mediante a oração; com outras palavras: Deus quer dar…, e dará…, levando em conta as orações que Lhe fazemos. Sobre este fundo de cena as promessas têm valor não tanto para Deus quanto para nós, orantes; sim, as promessas nos excitam a maior fervor; são o testemunho e o estímulo da nossa devoção; supõe-se que quem promete e cumpre a sua promessa, exercita em seu coração o amor a Deus; ora isto é valioso. Por conseguinte, quem vive a instituição das promessas em tal perspectiva, pode estar fazendo algo de bom, pois concebe mais amor e fervor. Diz o Senhor no Evangelho, referindo-se à pecadora que lhe lavou os pés pecados lhe estão perdoados” (Lc 7,47). Paralelamente diríamos, pode estar-se abrindo mais plenamente à misericórdia e à liberalidade do Senhor Deus.

3. E a casuística das promessas?

Há pessoas que, depois de receber o dom de Deus, se vêem embaraçadas para cumprir as suas promessas, porque não têm condições de saúde, de tempo ou de bens materiais para executar o que prometeram.

Que fazer?

- Antes do mais, afastem a hipótese, às vezes comunicada por religiões não cristãs, de que, se não “pagarem as suas obrigações”, estarão sujeitos a graves desgraças; na verdade, Deus não é vingativo nem é policial que pune contravenções, mas é Pai…, de tal modo que pensar em Deus deve despertar no cristão sentimentos de paz, confiança e alegria. Isto, porém, não quer dizer que o cristão despreocupadamente deixe de cumprir as suas promessas. Quem não as pode executar, procure um sacerdote e peça-lhe que troque a matéria da promessa. Esta solução condiz com os textos bíblicos que, de um lado, exortam a não deixar de cumprir o prometido (cf. Ecl 5,3), e, de outro lado, prevêem a insolvência dos fiéis e a possibilidade de comutação dos votos (ou promessas) por parte dos sacerdotes:

“Se aquele que fizer um voto não puder pagar a avaliação, apresentará a pessoa diante do sacerdote e este fixá-la-á; o valor será fixado pelo sacerdote de acordo com os meios de quem fizer voto” (Lv 27, 8; cf. Lv 27,13s.18.23).

Poderá acontecer que, em certos casos, o padre julgue oportuno dispensar, por completo, de certa promessa o fiel cristão.

A propósito convém incutir que, se alguém quer fazer uma promessa, evite propor certas práticas que são um tanto irracionais (como ocorre na peça “O pagador de promessas”); procure, ao contrário, prometer práticas não somente exeqüíveis e razoáveis, mas também úteis à santificação do próprio sujeito ou ao bem do próximo. Não tem sentido prometer algo que outra pessoa deverá cumprir, como é o caso de pais que prometem vestir o seu filho “de São Sebastião” no dia da festa do Santo; esta prática como tal não fomenta o amor a Deus e ao próximo. Quanto aos ex-voto (cabeças, braços, pernas… de cera), que se oferecem em determinados santuários, podem ter seu significado, pois contribuem para testemunhar a misericórdia de Deus derramada sobre as pessoas agraciadas; assim levarão o povo de Deus a glorificar o Senhor; mas é preciso que as pessoas agraciadas saibam por que oferecem tais objetos de cera, e não o façam por rotina ou de maneira inconsciente. Entre as práticas que mais se podem recomendar, apontam-se as três clássicas que o Evangelho mesmo propõe: a oração, a esmola e o jejum (cf. Mt 6,1-18). Com efeito, a S. Missa é o centro e o manancial, por excelência, da vida cristã, vida cristã que se nutre outrossim mediante a oração; a esmola e a colaboração com o próximo recobrem a multidão dos pecados (cf. 1Pd 4,8; Tg 5,20; Pr 10,12); o jejum e a mortificação purificam e libertam das paixões o ser humano, possibilitando-lhe mais frutuoso encontro com Deus através dos véus desta vida. Se a prática das promessas levar o cristão ao exercício destas boas obras, poderá ser salutar. Requer-se, porém, que os pastores de almas e os catequistas instruam devidamente os fiéis a fim de que compreendam que as promessas nada têm que ver com as “obrigações” dos cultos afro-brasileiros, mas hão de ser expressões do amor filial e devoto dos cristãos ao Senhor Deus.

4. Conclusão

Como se vê, a prática das promessas pode ser fundamentada na própria Bíblia. Verifica-se, porém, que já os autores sagrados lhe faziam certas restrições. Hoje em dia nota-se que freqüentemente alimenta uma mentalidade religiosa “comercial” ou amedrontada e doentia, gerando facilmente o escrúpulo mórbido. Muitas pessoas se sobrecarregam com promessas e mais promessas que elas não conseguem cumprir; em vez de fomentar a vida cristã, as promessas a prejudicam não raras vezes. Por  isto é de sugerir que os cristãos reconsiderem tal costume, que de resto parece mais fundado numa concepção antropomórfica de Deus (concebido como o Grande Banqueiro, cuja benevolência é preciso cativar) do que na autêntica visão que o Cristianismo tem de Deus. Este é Pai, Aquele que nos amou primeiro, antes mesmo que O pudéssemos amar (cf. 1Jo 4,19.9s; Rm 5,7s); por conseguinte, somos seus filhos, certos de que o amor do Pai é irreversível ou não volta atrás, cientes também de que, antes que Lhe peçamos alguma coisa, Ele já decretou dar-nos tudo o que seja condizente com o nosso verdadeiro bem; diz São Paulo: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não nos terá dado tudo com Ele?”  (Rm 8,32).

Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb.
Nº 262 – Ano 1982 – Pág. 202.


EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA

- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.

- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.

Interpretação errada do evangelho:

- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).

Consequências:

- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.


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1º DOMINGO DQUARESMA — ANO A
( ROXO, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – I SEMANA DO SALTÉRIO )
__ “Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto” Mt 4,10 __

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Ambientação:

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos neste domingo a vitória de Cristo sobre as tentações do deserto, onde Jesus mostra que o jejum, a oração e a caridade são meios eficazes para vencermos as ciladas do inimigo. Somente com o coração purificado, podemos restabelecer relações fraternas para com Deus e os irmãos. Crendo nas promessas do Senhor, coloquemo- nos diante de sua glória.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, bem vindos! Estamos num tempo de graça! Preparando-nos para a Páscoa, recordamos nosso caminho de fé batismal. Conduzidos pelo Espírito, vamos com Jesus ao deserto. Com Jesus, aprendemos a resistir às tentações do Maligno que deseja nos desviar de nossa consagração batismal e arrancar de nós o entusiasmo pelo Reino de Deus. Diante das tentações, renovemos nossa fidelidade ao Deus vivo e verdadeiro, sustentados por sua Palavra.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Neste primeiro domingo é proposta uma reflexão fundamental sobre o destino do homem. É uma meditação religiosa, uma vez que põe em causa o justo relacionamento com Deus, libertando-o de suas concepções errôneas. - O homem é escravo de forças naturais ou históricas; sua presença no mundo é o fruto de um acaso que lhe pregou uma peça breve e cruel, dando-lhe ilusão de felicidade e abandonando-o ao poder da morte. - O home é árbitro absoluto de seu destino, senhor do bem e do mal, dominador das forças cósmicas, único protagonista da história.

Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!


(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (Gn 2, 7-9 ; 3, 1-7): - "Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais."

SALMO RESPONSORIAL (50/51): - "Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós!"

SEGUNDA LEITURA (Rm 5, 12-19): - "Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos."

EVANGELHO (Mt 4, 1-11): - "Para trás, Satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás."



Homilia do Diácono José da Cruz – 1º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

"NO ACONCHEGO DO DESERTO"

Neste primeiro domingo da quaresma, Deus nos chama ao deserto com Jesus, para uma conversa de pé de ouvido, a liturgia se reveste de roxo, que é a cor da paixão, não é tristeza, luto e desconsolo, como muitos pensam, é como se Deus, o amado de nossa vida, quisesse que ao longo de quarenta dias, prestássemos mais atenção nele, no seu jeito diferente de nos amar, roxo seria isso: um olhar para dentro, enquanto se olha para o céu, podendo evocar o poeta “De tudo ao meu amor serei atento...”, quaresma é tempo de deixar-se remodelar, permitindo que Deus refaça a nossa vida.

Quando presido o Sacramento do matrimonio percebo que os casais têm dificuldade de se olhar nos olhos, na hora do consentimento, e não é só com quem está casando que isso acontece, um amigo confidenciou-me que sentiu um certo “desconforto” ao olhar nos olhos da esposa, na renovação do matrimonio, em uma missa de encontro de casais. Olhar nos olhos nos causa medo, porque é enigmático e misterioso, não se tem medo de olhar o corpo, que se torna fácilmente objeto de desejo, em uma sociedade tão erotizada, mas quando se olha nos olhos, estamos diante da alma do outro, há comunhão de corpo mas não há comunhão de alma. A relação entre namorados, noivos, e até entre marido e mulher, fica na maioria das vezes banalizada, alguns conseguem emigrar do erótico para o Eros, e há outros, que na graça de Deus, confiada pelo Sacramento do matrimonio, conseguem chegar no Ágape, que é o amor em toda sua plenitude, o Eros é o meio, e não o fim, é um caminho que tem de ser percorrido do começo ao fim da vida conjugal e que só será obstruído pela morte.

Nossa relação com Deus ás vezes também é assim, um tanto quanto banal, pois temos medo de contemplar o seu mistério. Na capela do Santíssimo, lugar sagrado em nossas comunidades, onde Aquele que é o Amor Absoluto se esconde em um pedaço de pão, sentimo-nos embaraçados e procuramos sempre dizer algo, fazer um pedido, recitar uma fórmula de louvor e adoração, daí somos capazes de ficar horas ali falando , porque este “Falar” nos dá a ilusão de que penetramos no mistério de Deus e podemos dominá-lo. Invertemos o jogo e queremos seduzir a Deus, diferente do profeta, relutamos em ser por ele seduzidos e dominados.

Deserto é lugar teológico do “namoro”, onde movidos pelo mesmo Espírito que conduziu Jesus, vamos ter nosso encontro pessoal com Deus, o esposo apaixonado que quer olhar nos nossos olhos, sussurrar em nossos ouvidos e nos envolver com a sua ternura, para sentirmos de novo o encanto do primeiro amor, como na visão do profeta Oséias “Eis que eu mesmo a seduzirei e a conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração”. Deserto é lugar de fazer a experiência da esposa jovem, que manifesta a sua alegria ao colocar toda sua confiança no amado, e descobrir, como no Cântico dos cânticos, que somente Deus é a sua Segurança – “Quem é esta que sobe do deserto apoiada em seu Amado?”
É o Povo da antiga aliança, é o povo da nova aliança, é a Santa Igreja, somos eu e você, a razão do amor divino, que nos trouxe, com a encarnação de Jesus, a possibilidade real de experimentarmos em nossa vida a salvação. Deserto é, portanto lugar do encontro onde o amor se revela, é a mesma experiência do povo do Êxodo, que se repete em Jesus Cristo, porém, ao contrário do povo da antiga aliança, não mais se deixará enganar pela tentação, propostas sedutoras dos amantes, para fazê-lo perder o paraíso de delícias, onde o homem convivia com os animais selvagens, servido pelos anjos de Deus, evocando a proteção Divina do Eterno Amado sob o objeto do seu amor.

Revistamo-nos do roxo da paixão e não da tristeza, quaresma é dar um tempo para aquelas coisas que em nossa vida são secundárias, para nos ocuparmos com um Deus apaixonado, que suspira quando vamos ao seu encontro enquanto Igreja, na dimensão celebrativa. Quaresma é quarenta dias de amor, como um casal que retoma a lua de mel, após longa caminhada na vida conjugal, foi no deserto que Deus celebrou a aliança com seu povo, estabelecendo com ele uma relação única, “Eu serei o seu Deus e vós sereis o meu povo”, evocando o cerne da união conjugal – e os dois serão uma só carne.

É esse amor que salvará o mundo, verdade ignorada pelos que prenderam João Batista tentando sufocar um Amor que não se deixa aprisionar, e em Jesus irrompe ainda mais forte, no meio da humanidade, para levar o homem de volta ao paraíso! Nada irá deter a força desse amor, nem a miséria dos homens ou os pecados da igreja, o AMOR triunfará definitivamente! Pois o tempo se completou, o Reino está próximo. Converter e crer no evangelho, é uma forma contínua de corresponder a esse amor misterioso de Deus que em Jesus busca a todos os homens, sem distinção ou acepção de qualquer pessoa. Converter-se é dar um solene “basta” aos falsos amores de “amantes” mentirosos, que nos enganam, oferecendo-nos um falso paraíso, arrastando-nos à tristeza da morte do pecado, deixando-nos longe...bem longe Daquele que é o nosso único e verdadeiro Amor...

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – 1º DOMINGO DA QUARESMA – ANO A

Somos pessoas normais!

Essa afirmação poderia chamar a nossa atenção se não conhecêssemos a natureza humana, não somente através da bondade que ela manifesta constantemente, mas também por causa das dificuldades que a velha natureza encontra desde que Adão e Eva aprontaram, ou seja, pecaram. Antes o homem e a mulher estavam cheios de graça, a sua inteligência conhecia com rapidez e a sua vontade não encontrava dificuldade para amar, a sua memória era ágil, as suas forças permaneciam firmes diante do trabalho cotidiano e se vivia em grande harmonia com toda a criação. Eram pessoas normais!

No entanto, na situação atual, podemos afirmar tranquilamente: também nós somos pessoas normais! Isso significa que em nós há coisas boas e coisas más. Não nos deveriam surpreender demasiado nem as coisas boas, porque são graças de Deus; nem as más, porque são consequentes como uma natureza que, a partir, do pecado, tem aquilo que a tradição chama de vulnera peccati, ou seja, as feridas do pecado. Em efeito, depois do pecado, o ser humano perdeu a maravilhosa harmonia que existia no seu próprio ser e, consequentemente, também perdeu a harmonia que experimentava junto à natureza biológica e animal. Também o mundo que antes lhe era favorável, depois do pecado se lhe manifestava como hostil.

Pobre de nós se não reconhecermos que somos pecadores! Mais pobres ainda se não reconhecermos que a graça de Deus nos atingiu, nos curou e nos santificou! “O primeiro domingo do itinerário quaresmal evidencia a nossa condição de homens nesta terra. O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Ordo Initiationis Christianae Adultorum, n. 25). É uma clara chamada a recordar como a fé cristã implica, a exemplo de Jesus e em união com Ele, uma luta «contra os dominadores deste mundo tenebroso» (Ef 6, 12), no qual o diabo é ativo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor: Cristo disso sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal.” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2011).

Consequência prática: é preciso lutar! É preciso fazer guerra! É preciso ser fortes na batalha! Sou um sacerdote de Jesus Cristo consciente da necessidade da graça de Deus como qualquer outro cristão; no entanto, não posso pregar uma santidade sem luta: utópica, fora da realidade. Em definitiva, santidade sem luta é um quimera! Não existe santo que não tenha lutado! Já o justo Jó era consciente de que “a vida do homem sobre a terra é uma luta” (Jó 7,1). A paz que se deseja não se consegue se não for através da guerra, através da derrota do inimigo. Qual o inimigo? Na verdade, são vários: há inimigos internos que causam desordem nos desejos e nos amores: soberba, avareza, luxúria e gula; há inimigos internos que causam desordem no nosso ânimo: inveja, ira, preguiça. Há ainda os inimigos externos: o demônio, pessoas que são tentadoras, algumas estruturas sociais injustas etc. Se o cristão não luta, é vencido.

Diante dessa realidade dramática, poder-se-ia assumir posturas que não condizem com aquilo que nós somos, isto é, filhos de Deus. Uma delas é uma espécie de naturalismo, que tem duas versões. Na primeira versão, luta-se somente com as próprias forças, com a vazia confiança de que se poderá vencer dessa maneira. A outra versão implicaria uma ausência de luta contra as más inclinações, simplesmente porque essas inclinações seriam concebidas como naturais ao homem e, no fundo, ele nem tem culpa das coisas que faz. Outra postura, diferente do naturalismo, é o pessimismo: luta-se, confia-se na graça de Deus, mas no fundo como se sabe que se cairá se desiste e se conforma com uma vida triste e aburguesada. Outra ainda, o rigorismo: tudo parece pecado e, por tanto, quase seria preferível fugir desse mundo, pois este se torna totalmente hostil e tudo se transforma em pecado, dessa atitude podem vir angústias, depressões e ansiedades.

A maneira de combater de um filho de Deus é equilibrada: confia, em primeiro lugar, na graça de Deus e, depois, coloca todos os meios que está ao seu alcance para conseguir a vitória: oração, sacramentos, fuga das ocasiões de pecado, cultivo do espírito de penitência, uma dimensão de serviço que ajuda a descomplicar-se. Além do mais, o filho de Deus luta com serenidade: caso haja alguma caída, se levanta rapidamente a través da contrição e da confissão, e continua lutando. Jesus saiu vitorioso das tentações. Ele não tinha as feridas do pecado porque não tinha pecado, mas foi tentado para vencer por nós. Nele nós somos vencedores. Já! Agora!

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Doutrina e Apologética

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

O site Presbíteros não publicou nesta semana o Comentário Exegético, portanto, transcrevo abaixo mais um texto de Doutrina da Santa Igreja, extraído do mesmo site, bastante interessante para Grupos de Estudo Bíblico.

Vejam também a página Roteiro Homilético para um maior entendimento da liturgia deste domingo. ATENÇÃO: a página Roteiro Homilético fica no site apenas durante esta semana; não guardamos arquivo dela, portanto, se desejarem guardá-la devem salvar a página ou imprimí-la.

Desejo a todos uma Santa e Feliz Semana, na Graça de Deus Pai.

Dermeval Neves
Webmaster - NPDBRASIL

O mistério dos anjos: quem são eles?

Pe. Françoá Costa

Ao colocar a palavra “anjos” num buscador de internet, é incrível a quantidade de informação que aparece, muitas contaminadas por doutrinas esotéricas. No entanto, é ainda mais curioso quando se busca imagens de anjos: seres fofinhos, bebezinhos; por vezes, afeminados, com bochechinhas vermelhas, asinhas simpáticas etc. Muitos artigos sobre os anjos estão, sem dúvida, contaminadas por doutrinas esotéricas. Inclusive, é possível encontrar um anjo específico para cada dia da semana, entre outras coisas absurdas. No entanto, é preciso dizer que também se encontra muita coisa boa.

Os anjos não são reencarnações, não são homens ou mulheres com asas, não são lugares nos quais se sente a presença de Deus, não são gnomos nem duendes, não são uma espécie de energia, nem tampouco uma fumaça branca. Um dos artigos bons que encontrei em internet foi o de P. B. Celestino que, em relação a isso, dizia: “a humanidade no seu conjunto pa rece obedecer a uma espécie de “lei do bêbado”: depois de uma queda para a direita, procura compen sá-la inclinando-se para a esquerda, e acaba caindo nessa direção. Assim, às épocas de racionalismo exacerbado e míope, seguem-se outras em que proliferam as mais tresloucadas fantasias e crendices, e a doutrina sobre os anjos é das que mais facilmente se prestam a essas deformações. O nosso tempo inclui -se entre as segundas, a julgar pelo número de “caricaturas” deformadas desses seres não-humanos ― sob a forma de duendes, gnomos, espíritos “desen carnados”, deidades e extraterrestres ― que se mistu ram inextricavelmente nas estantes das livrarias e lo jas de bibelôs, bem como nas cabeças de alguns…”

O calendário litúrgico da Igreja Católica celebra duas festas angélicas, no dia 29 de setembro, a festa dos três arcanjos – S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael – e, no dia 2 de outubro, os anjos da guarda. Quem são eles?

Talvez o Concílio da Igreja que mais se dedicou a explicar a doutrina sobre os anjos foi o Concilio de Latrão IV, no ano 1215. Nele se afirmou, num contexto de profissão da fé, que os anjos foram criados por Deus desde o inicio do tempo, também os demônios. No caso dos demônios, o Concilio nos diz que foram anjos criados bons, mas que depois se fizeram maus. Logicamente, houve pronunciamentos magisteriais sobre os anjos antes dessa data, por exemplo, o Papa Zacarias, no ano 745, rejeitou os vários nomes dos anjos, ficando somente com os de Miguel, Gabriel e Rafael porque a Sagrada Escritura só fala desses três. O Concilio de Aix-la-Chapelle, no ano 789, fez a mesma coisa.

O que nos diz a Bíblia sobre os anjos? Bastante. Os dicionários bíblicos dedicam a esse tema varias páginas. Em resumo: anjo vem da palavra grega angelos, que serviu para traduzir a palavra hebraica mal’ak, que – de maneira geral – significa “mensageiro”. Eles são filhos de Deus (Jó 1,6; 2,1), são protetores dos homens (Sl 90,11), moram nos céus (Mt 28,2), são de natureza espiritual (1 Re 22,19-21; Dn 3,86; Hb 1,14). Há anjos bons e anjos maus (Zc 3,1). Existem serafins (Is 6), querubins (Gn 3,24; Ex 25,22; Ez 10,1-20), tronos, dominações, potestades e principados (Cl 1,16), virtudes (Ef 1,21), arcanjos (1 Ts 4,15-16; Judas 9), anjos que cuidam dos indivíduos (Tb 5; Sl 90,11; Dn 3,49s; Mt 18,10). Nos Evangelhos também se lê que eles contemplam o rosto de Deus (Mt 22,30; 18,10) e se alegram pela conversão daqueles que estavam afastados de Deus (Lc 15,10), dizem ainda que eles levaram o corpo de Lázaro ao seio de Abraão (Lc 16,22).

Como se pode ver, as afirmações do Magistério da Igreja estão solidamente apoiadas pela Tradição Escriturística. Com relação aos três arcanjos, acontece a mesma coisa. Gabriel que significa “Deus é força” aparece em Dn 8,16; 9,21; Lc 1,19.26; Miguel que significa “Quem como Deus?” aparece em Dn 10,13.22; 12,1; Jud 9; Ap 12,7; São Miguel é o padroeiro de toda a Igreja; Rafael – “Deus cura” – aparece em Tb 3,25. A distinção mais divulgada de uma hierarquia entre os anjos aparece no livro De coelesti hierarquia – Sobre a hierarquia celeste – atribuído a Dionísio, o Areopagita, entre os séculos IV e V. Nessa obra, os anjos são distribuídos em três ordens, cada ordem formado por três coros, num total de nove coros angélicos: serafins, querubins e tronos fazem parte da primeira hierarquia; dominações, virtudes e potestades, formam a segunda hierarquia dos anjos; os principados, os arcanjos e os anjos estariam na terceira. Todos esses anjos têm – como resume o teólogo francês J. Daniélou – duas funções: louvar a Trindade Santíssima e guardar e defender tudo o que é de Deus.

O Catecismo da Igreja Católica diz que os anjos são criaturas pessoais, ou seja, dotadas de inteligência e vontade; são, ademais, imortais por serem puramente espirituais e superam em perfeição as criaturas visíveis (Cat. 330).

A perfeição dos anjos não permite, no entanto, que eles penetrem nas nossas consciências; temos que manifestar-lhes as nossas necessidades, mas basta falar com eles mentalmente e eles nos entenderão. O fato dos anjos serem pessoas (angélicas) nos faz ver que são capazes de relações de amizade e de fraternidade com as pessoas humanas. Os santos anjos são nossos amigos. Como seria bom se cultivássemos essa amizade frequentemente, conversando com eles, pedindo a sua proteção e agradecendo os seus favores. Nessas angélicas relações amistosas, o nosso anjo da guarda ocupa o primeiro posto, é o anjo que mais deveria ser tratado por nós.

A devoção aos anjos não contradiz a centralidade de Cristo, único Senhor.

Todos os anjos estão ao serviço de Jesus Cristo e é uma honra para eles servir a Cristo e a todos os seres humanos por amor ao Deus Uno e Trino. O Catecismo da Igreja destaca esse serviço humilde e eficaz a Cristo e a toda a Igreja (Cat. 333-335). Os santos foram muito devotos dos anjos. São Josemaría Escrivá, por exemplo, deixava que o seu anjo da guarda contasse o número de orações e mortificações que ele ia fazendo, tinha-o presente nos trabalhos apostólicos que realizava, chamava-o “Relojoeirinho” (porque era muito pontual em despertar-lhe e até consertou-lhe um relógio numa ocasião), dedicava as terças-feiras a tratá-lo mais intensamente, rezava ao anjo da guarda de alguém com quem tinha que conversar ou escrever-lhe uma carta; viu o Opus Dei no dia 2 de outubro de 1928, festa dos anjos da guarda; confiou os diversos trabalhos dessa nova fundação a cada um dos arcanjos. “Caminho”, esse clássico-moderno de espiritualidade, dedica nove pontos seguidos à devoção aos anjos. Como São Josemaría, poderíamos elencar vários outros santos cuja devoção aos anjos nos anima a ser mais amigos desses celestes espíritos.

Os anjos estão presentes na liturgia da Igreja, máxime quando a Santa Missa é celebrada. Os textos litúrgicos fazem referências a esses celestes adoradores de Deus. O “Glória a Deus nas alturas” foi uma oração entoada por eles (cfr Lc 2,13-14). As orações eucarísticas, na sua primeira parte, os prefácios, terminam “com os anjos e os arcanjos e com todos os coros celestiais” cantando o hino da glória de Deus que é o “Santo, Santo, Santo”, hino dos serafins (cfr. Is 6). Na oração eucarística I ou Cânon Romano, a oferenda é levada ao Deus todo-poderoso “per manus sancti angeli”, ou seja, pelas mãos do santo anjo. São Beda dizia que “da mesma maneira que vemos como os anjos rodeavam o corpo do Senhor no sepulcro, devemos crer que estão fazendo a corte a Jesus na consagração”.

Enfim, toda a vida do novo Povo de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, recebe a proteção dos anjos. São Miguel Arcanjo é padroeiro de toda a Igreja. Nós, membros da Igreja, podemos intensificar nos próximos dias a nossa devoção a esses celestiais guardiões da nossa fé, esperança e caridade, do nosso trabalho pela causa de Deus e do nosso caminho rumo ao céu. Sejamos gratos aos nossos anjos da guarda e, sobretudo, agradeçamos ao Senhor por esses angélicos companheiros.
_____________________________________________________________

Referência bibligráfica: A. VACANT, “Ange”, in F. VIGOUROUX (ed.), Dictionaire biblique, I,1 A, Paris : Letouzei et Ané, 1895, 576-590. A. V. de PRADA, O Fundador do Opus Dei (3 volumes), São Paulo: Quadrante, 2004. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 325-336. F. F. CARVAJAL, Antología de textos para hacer oración y para la predicación, Madrid: Palabra, 1983, 85-95. J. DANIÉLOU, O mistério do Advento, RJ: Agir, 1958. P. B. CELESTINO, Os anjos, São Paulo: Quadrante. O artigo de P. B. CELESTINO, “Os anjos e o nosso anjo” se encontra em http://www.quadrante.com.br/ sessão “artigos >> doutrina e teologia” (visitada no dia 26/09/2010). P.-M. GALOPIN, “Ángel”, in P.-M. BOGAGERT e outros (responsáveis), Diccionario Enciclopédico de la Biblica, BARCELONA: HERDER, 1993, 73-76.


EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA

- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.

- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.

Interpretação errada do evangelho:

- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).

Consequências:

- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.


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QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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