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PALESTRA DE BEN ZANDLER

Artigo extraído do site Intermanagers - veja link no final do texto

Ben Zander
“Não há problema que não possa ser resolvido se você puder mexer na estrutura. Diante das possibilidades, os seres humanos têm um olhar brilhante”.

Foto: Mário Lalau

A conclusão da Expo Management World São Paulo 2004 não poderia ter sido mais inspiradora. Ben Zander, regente mundialmente famoso da Orquestra Filarmônica de Boston e co-autor do best-seller internacional “A arte do possível: criando novas possibilidades para transformar sua vida” , foi o ilustríssimo convidado para encerrar o congresso com a palestra “A Arte da Possibilidade”, a qual mesclou com curtos recitais ao piano, para deleite dos executivos presentes. Interagindo com o público todo o tempo e entremeando sua apresentação com histórias repletas de metáforas e muito bom humor, Ben Zander provou por que é um dos mais brilhantes palestrantes do mundo empresarial da atualidade.

“É um privilégio encerrar esta conferência. Vamos falar de liderança, o que é muito perigoso em se tratando de um maestro. O maestro é o último bastião do autoritarismo que permanece no mundo civilizado”, apresentou-se, arrancando risos da platéia. “Este tipo de liderança já acabou no mundo moderno”, ressaltou.

Após homenagear um dos executivos presentes, Zander explicou: “Quando vocês entraram nesta sala, vocês achavam que havia apenas uma maneira de se cantar ‘Parabéns a Você’. Agora já sabem que há varias maneiras. Isso é possibilidade... Diante de uma situação, pode-se chegar a três respostas: resignação, a raiva e a possibilidade. Vim aqui para falar sobre possibilidade”, disse.

Em seguida, dissertou sobre o papel de um líder diante das possibilidades que se apresentam na vida das pessoas. “Toda organização tem que ter uma pessoa que perceba as suposições feitas e que tenha liberdade para falar sobre isso. Não há problema que não possa ser resolvido se você puder mexer na estrutura. Os seres humanos, diante das possibilidades, têm um olhar brilhante. O regente de uma orquestra não emite som, ele depende da habilidade de tornar os outros poderosos. Quando eu percebi isso, mudou tudo. Percebi que minha tarefa era despertar a possibilidade nos outros e, para fazer isso, é necessário olhar nos olhos de cada um”, contou.

Nos momentos mais tocantes, recorreu ao seu talento de músico e maestro e tocou Chopin e Beethoven para ilustrar melhor a mensagem que queria transmitir. Com sucesso, diga-se. “Você tem que pensar no que Beethoven quis transmitir com a música. Minha função é mostrar para as pessoas por que eles decidiram dedicar suas vidas à música. É lembrar os músicos a respeito do ritmo da transformação, que é muito mais brilhante, rápido, vibrante, do que o da conformidade”. Ao assumir a postura de se abrir às possibilidades, as pessoas têm de correr riscos e assim aprenderem com seus erros, e não levarem tudo tão a sério todo o tempo, argumenta. “Vocês só pode aprender se cometerem erros. Então, celebrem os seus erros. O segredo da vida é que tudo é inventado, tudo é invenção. Então, quando saírem daqui, pensem nas possibilidades e estejam sempre abertas a elas”, exigiu.

Concluiu destacando a importância de se ter visão para enxergar as possibilidades. “Os próximos 30 anos vão ser os mais empolgantes da humanidade. E será fundamental vocês terem a convicção que uma visão verdadeira é para todos. Como regente, a visão da orquestra de Boston é a de fazer música apaixonadamente sem fronteira. Em um jogo, você nunca separa o sucesso do fracasso, porque eles estão sempre juntos. Decidi jogar tudo para o alto e jogar o jogo da contribuição. Meu sonho é que vocês vivam o resto de suas vidas explorando as possibilidades”, finalizou. Antes de encerrar a sua apresentação, fez todo o público cantar a nona sinfonia de Beethoven, em um dos momentos mais empolgantes do dia – e do congresso.



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