* por Gilberto Landim
* Gilberto Landim. Analista de sistemas. Formação:
FGV, PUC, UNESA, Xerox, Microsoft, Oracle entre outras. Autor de vários
trabalhos e do Projeto Venda$ Plu$, programa de treinamento apresentado
nas versões: Palestra, Seminário e Curso. Especialista
em vendas técnicas e varejo, ocupou posição de
gerência em vendas, marketing e informática. Atualmente
é Consultor de Treinamento da VENDA$ PLU$. Contatos através
do e-mail
vendasplus@gmail.com
ou pelo site
http://gilbertolandim.blogspot.com.br/.
Não torneis a ninguém mal por mal;
esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens.(Romanos
12:17)
Os habitantes do Camboja, são por natureza,
cheios de boa vontade. Gente solidária, altamente inclinada a
ajudar ao próximo. Quando alguém precisa de alguma coisa,
é uma correria coletiva para cooperar. É comovente a bondade
desse povo, que depois de ter passado por um sofrimento, capaz de tornar
água com açúcar, uma tragédia grega, consiga
espelhar em seus lindos rostos, um sorriso sincero, 24 horas por dia.
Haja coração, para amar pessoas que já
nos conhecem oferecendo toda a sorte de coisas, para arranjar um jeito
de nos proporcionar a felicidade. Ficamos desarmados, sentindo-nos pequeninos,
envergonhados com gente tão fantástica.
As guerras e invasões foram consideradas simples
ensaios, comparando com a desgraça que o ‘Khmer Vermelho’
fez ao país em apenas quatro anos de poder.
De 1975 a 1979, foram exterminados por esse governo:
os escritores, as pessoas que sabiam ler e toda a classe média.
Cerca de 20% da população foi assassinada.
O cambojano é tão esforçado, que
anda quilômetros com um turista, só para aprender a falar
inglês.
“So”, um homem inteligente, conseguira
sobreviver às guerras. Como aprouve ao novo governo, determinar
a todos os cidadãos cambojanos, o cultivo do arroz, coube-lhe
uma região horrível para trabalhar. Sem as condições
de alagamento, exigidas para o plantio, sua produção era
muito precária. Começou a faltar alimento na mesa. Sua
mulher e seus quatro filhos encontravam-se enfraquecidos, por conta
dessa escassez.
Alguns dos seus familiares moravam em Hong Kong, mas
ninguém tinha permissão para deixar o Camboja. Aliás,
não existia vôo internacional. Estavam todos em cadeia
(prisão) nacional. Envolvido em grande tristeza, ouviu sua filha
“Mu” gritar:
-- Papai a aranha quer me pegar. Porque você
não “frita ela” pra a gente comer?
É muita sabedoria, pensou. Se já estamos
morrendo por falta de alimento, porque não falecer com a barriga
cheia, nem que seja de aranha frita. Inda mais aqui. Parece que todas
as aranhas da terra, se mudaram para cá. Sei não, acho
que esse bicho contém mais que o necessário para termos
um corpo forte e saudável, concluiu.
-- “Mu” chama tua mãe e teus irmãos.
Vamos todos catar aranha para fritar.
Revigorados com tão gostoso alimento, sentindo
pela primeira vez nestes últimos dois anos, a fome saciada, “So”
decidira: a partir deste momento estarei vendendo o gostoso aracnídeo
“fritinho”. Vou vender para todo o mundo.
Na ocasião, “So” criara uma nova
alimentação para o cambojano. Hoje é um dos principais
pratos do país.
O Camboja está sendo reconstruído. O
analfabetismo abrange 60% da população, ficando a escola
para alguns privilegiados.
“So” mora em uma residência funcional
de dois andares, tem todos os filhos e netos estudando no colégio.
Seus negócios estão indo bem.
Perguntado se gostaria de morar no Brasil, sem parar
de sorrir, respondeu:
-- Com prazer. Estou pensando em montar uma franquia.
O que você acha de hambúrguer de Aranha?