* por Gilberto Landim
* Gilberto Landim. Analista de sistemas. Formação:
FGV, PUC, UNESA, Xerox, Microsoft, Oracle entre outras. Autor de vários
trabalhos e do Projeto Venda$ Plu$, programa de treinamento apresentado
nas versões: Palestra, Seminário e Curso. Especialista
em vendas técnicas e varejo, ocupou posição de
gerência em vendas, marketing e informática. Atualmente
é Consultor de Treinamento da VENDA$ PLU$. Contatos através
do e-mail
vendasplus@gmail.com
ou pelo site
http://gilbertolandim.blogspot.com.br/.
Abrirei Rios nos altos desnudos e fontes no meio dos
vales;
tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca,
em mananciais. (Isaías 41:18)
A cerca de 300 metros do golfo pérsico, em pleno
deserto, encontra-se um lago inteiramente artificial. Nele estão
contidos edifícios de arquitetura pós-moderna de tamanho
arrojo, a ponto de superar lindas construções de Toronto
e Chicago.
Dois destaques incríveis são notórios
nesta cidade:
- Hotel Burj al Arab
Com a semelhança de um veleiro, o empreendimento não
é o mais barato do mundo, tendo custado a bagatela módica
de 4,6 bilhões de euros.
Com 300 metros de altura, torna a torre Eiffel menor que ele, sendo
quase do tamanho do Pão de Açúcar.
- Parque Aquático Wild Wadi.
Maior parque aquático do mundo.
Está cheio de surfistas.
O tempo passou e eu nem vi. De repente, eis que defronto
exatamente com um ex-vendedor que compunha minha equipe, quando trabalhava
em uma importante empresa de equipamentos eletrônicos.
-- Landim! O que você tem feito rapaz? Olha.
Eu mudei completamente de ramo. Vamos lá na minha loja para você
conhecer – convidou Apollo.
Andamos dois quarteirões até chegar a
uma importante galeria na zona sul do Rio de Janeiro, onde duas grandes
lojas interligadas serviam de “show-room” para os produtos
de meu amigo Apollo Alce.
-- Pessoal esse é meu amigo Gilberto Landim.
Nós trabalhamos juntos há um tempo atrás. Entra
aqui Landim. Hoje eu tenho duas metalúrgicas, com 90 empregados,
estou com essas lojas, tenho filial em Belo Horizonte. Estou abrindo
outras duas em Copacabana e Barra – disse Apollo.
-- Meus muitos parabéns! Você sempre teve
visão. Quantos arquitetos trabalham na loja – perguntei.
-- Nessa loja 11 arquitetas. Estou contratando outras
para as filiais. Meu negócio é “closet”.
-- Entendi. Como você chegou a esse ramo?
-- Trabalhava com um árabe chamado Omar. Eu
era seu vendedor. Ele me aconselhava: você precisa se preparar
para os próximos 25 anos. Deve trabalhar muito no presente, em
algo bem definido, que possa lhe trazer uma ditosa velhice, uma vida
regalada. Tem que plantar hoje, senão amanhã, estará
olhando outros colherem. Ficará babando, sem ter nada para ceifar,
acabando por se tornar, uma insuportável pessoa invejosa.
-- Adquiri um enorme conhecimento em termos de “closet”
com ele e montei a “Alce Closet Brasil”, uma empresa para
vender seus produtos. Cinco anos depois, consegui juntar dinheiro para
comprar um apartamento que era o meu sonho. Surgiu uma oportunidade
e fiz uma loucura, usando a importância separada para compra do
imóvel, para adquirir duas metalúrgicas. O Investimento
retornou tão rápido, que hoje, não somente moro
onde desejava, como disponho de outras propriedades. Tenho um barquinho
também para relaxar, pois apesar de trabalhar com ferro, não
sou constituído dele (risos).
-- Dr. Apollo, o senhor atende seu Omar? Ele está
na recepção – indagou a funcionária.
-- Landim, é meu ex-patrão. Tem alguns
produtos que eu fabrico para ele.
-- Este é o sábio Omar. Seu Omar, lembra
daquele camarada que eu lhe falei que era meu supervisor de vendas?
É o Landim – falou Apollo.
-- Seu Omar. Sinto-me honrado em conhecê-lo.
Poderia me dizer onde adquiriu a experiência e a sabedoria que
passou para o Apollo?
-- Bem, na verdade, eu apliquei a sabedoria em meus
negócios e o Alce, por tabela, observou minha forma de vida,
assimilando-a. Como árabe, sempre fui muito simpatizante de um
sultão que disse:
-- Em nossa terra só existe petróleo
e é algo que vai acabar dentro dos próximos 25 anos. Antes
que isso aconteça, pretendo transformar esta cidade em um grande
centro mundial de eventos, esporte, turismo e lazer e com “auto-sustentabilidade”,
extrapetróleo.
-- Minha alma não se alegrará em saber,
que as próximas gerações de meu país, possam
ser formadas de miseráveis. Pretendo e vou fazer no deserto,
um lugar de excepcional conforto. Muito antes de esgotar a extração
do nosso óleo, desejo que os recursos advindos desse empreendimento,
possam mais do que ultrapassar o lucro conseguido anteriormente. O ouro
negro será substituído pelo amarelo e para não
deixá-lo sozinho, ajoujaremos a ele, muitíssimas pedras
preciosas.
-- Aquilo que vaticinara o xeque, confirmou-se. A referida
cidade é bonita, suntuosa, hodierna, agradável. Sua qualidade
de vida é estudada por muitos países, servindo de modelo
inclusive para o Brasil. Para não cometer injustiça e
evitar usar palavras nem sempre adequadas, para descrever essa colossal
obra, que tal pronunciar seu próprio nome?
Depois destas informações passadas pelo
sr. Omar, um silêncio envolveu o escritório. Seu Omar chorava,
provavelmente lembrando da pátria como era, e dos prodígios
alcançados pelo visionário príncipe. Eu e Apollo
estávamos respeitando o silêncio, quando tive a idéia
de quebrá-lo, deixando cair no chão minha caneta.
Enquanto me inclinava para pegar a lapiseira, arrisquei
a pergunta: -- Qual é o nome da cidade?
Recuperado de tão reconfortantes emoções,
fortalecido e como quem canta uma música muito alegre, o sr.
Osmar respondeu:
-- Dubai.