* por Tom Coelho
* Tom Coelho, com formação em Economia
pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização
em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP,
é empresário, consultor, professor universitário,
escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual
do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail
atendimento@tomcoelho.com.br.
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Acidentes
de trabalho são frutos de nossas escolhas e conseqüências
de nossas próprias atitudes. Por isso, a semente da prevenção
reside em três fatores: conhecimento, conscientização
e ação. Conhecer para prevenir, conscientizar-se dos riscos
e agir para evitar.
Anatomia de um acidente
“Todos os erros humanos são impaciência,
uma interrupção prematura de um trabalho metódico.”
(Franz Kafka)
Acidentes de trabalho são frutos de nossas escolhas
e conseqüências de nossas próprias atitudes. Qual
seria sua decisão, por exemplo, diante das seguintes situações:
- um papel jogado no chão;
- um piso molhado e escorregadio;
- uma cadeira com uma de suas pernas quebrada;
- uma escada ou extintor obstruído;
- um carona que não coloca o cinto de segurança ao entrar
no seu carro.
Certamente você pode ignorar qualquer uma destas
ocorrências, uma vez que não foi atingido por elas. Mas
o que poderá acontecer a um colega ou a você mesmo numa
próxima ocasião?
Por isso, a semente da prevenção reside
em três fatores: conhecimento, conscientização e
ação. Conhecer para prevenir, conscientizar-se dos riscos
e agir para evitar.
O filme “Anatomia de um Acidente”, distribuído
com exclusividade no Brasil pela Siamar, apresenta com muita propriedade
como acidentes ocorrem.
O primeiro fator é o estado de espírito
do trabalhador, ou seja, como ele chega ao seu local de trabalho. As
pessoas têm reações emocionais aos seus problemas
pessoais e familiares os quais são indissociáveis do ambiente
profissional. Dificuldades financeiras, crises conjugais, perda de entes
queridos, não podem ser trancafiados no armário do vestiário
ou esquecidos da porta da empresa para fora.
O segundo aspecto são as relações
interpessoais. Diante do estado de espírito descrito há
pouco, como os colegas reagem? Com aceitação ou com rejeição?
E os supervisores, com elogios ou críticas? Objetivam as metas
de produção ou a segurança em primeira instância?
A seguir, devemos considerar a influência do
meio e das circunstâncias. Assim, a limpeza e a organização
do ambiente de trabalho são imprescindíveis. Minha recomendação
é que se aplique a técnica dos “5S” ou housekeeping.
Quanto às circunstâncias, a pressão do tempo para
atingir objetivos e a cobrança por resultados devem ser policiados.
O quarto fator na anatomia de um acidente é
a atitude. Conforme relatado no início deste artigo, nossas escolhas
precedem nossas decisões. O maior causador de acidentes é
a ocorrência de práticas inseguras e a desatenção
a fatores de riscos porque acreditamos que nada de adverso nos acontecerá.
É comum o trabalhador proferir frases como as que seguem:
- “Sou um trabalhador seguro”.
- “Eu sei trabalhar com segurança”.
- “Nunca vou me machucar”.
- “Meu trabalho não é perigoso”.
- “Já fiz isso milhares de vezes”.
Finalmente, temos a ocorrência do acidente per
si, que pode ser produto de uma fatalidade, algo que simplesmente não
haveria como ser previsto ou evitado. Mas, na maioria das vezes, é
resultado de uma decisão consciente, de um processo que obedeceu
aos passos descritos anteriormente.
Acidentes reais acontecem com pessoas reais. Por isso,
fique alerta, fique seguro e fique vivo. Acidentes acontecem, mas não
os deixe acontecer com você!