* por Tom Coelho
* Tom Coelho, com formação em Economia
pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização
em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP,
é empresário, consultor, professor universitário,
escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual
do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail
atendimento@tomcoelho.com.br.
Visite:
http://www.tomcoelho.com.br.
Há
profissionais de RH que não dão retorno a candidatos aspirantes
a vagas de emprego, jornalistas que não publicam entrevistas
realizadas, compradores que fazem cotações e não
se dignam a informar sua decisão final, ainda que para uma negativa.
Está faltando respeito nas relações pessoais e
de trabalho.
Por favor, e Obrigado!
“Prefiro os que dizem não resolutamente
aos que dizem sim vacilantemente.”
(Ralph Waldo Emerson)
Imagine-se apaixonado. Sua primeira missão é
buscar uma aproximação com a pessoa amada. Fazer-se notar.
Mostrar-se presente. Para tanto, você utiliza diversos expedientes.
Faz visitas eventuais. Telefona e encaminha e-mails – antigamente
eram cartas e telegramas. Envia um pequeno souvenir, um presente despretensioso.
De tanto perseverar, um dia você consegue agendar
um encontro pessoal. Um almoço ou jantar. O diálogo transcorre
agradável. O evento é bem sucedido e até inesquecível.
Porém, no dia seguinte, aquela que parecia ser a pessoa de sua
vida desaparece. Evita sua presença, não retorna seus
telefonemas, bloqueia seu e-mail.
Então, você começa a se perguntar
onde deve ter errado. Faz uma análise de cada um de seus passos
em busca de uma falha, um lapso qualquer que justifique aquele novo
comportamento de alguém que já lhe parecia tão
bem alinhado em termos de propósitos e interesses.
Pode parecer curioso, mas analogamente há clientes
que nos tratam desta maneira.
Em alguns casos você toma a iniciativa de conquistar
um novo cliente. Visita-o com regularidade, encaminha-lhe catálogos
e folders de seus produtos e serviços, apresenta-lhe as últimas
novidades do mercado. Convida-o para feiras e exposições
e o presenteia com brindes da companhia. Em outros casos, o primeiro
contato é reativo: o cliente vem até você.
Amistosamente, ele expõe suas necessidades e
expectativas. Solicita-lhe um orçamento. E depois outro. E mais
outro. Pede para fazer ajustes. Amplia e reduz o projeto. Negocia e
barganha. E quando você tinha por certa a efetivação
da venda, ele some...
Tal qual o exemplo do início do texto, inexplicavelmente
aquele cliente outrora gentil e amável torna-se áspero
e lacônico. Sua acessibilidade converte-se em horas intermináveis
numa sala de espera. Você começa a sentir desolação,
frustração e angústia. Como agir nestes momentos?
1. Mantenha a cabeça erguida.
Ainda que você possa ser o responsável por esta mudança
de tratamento por conta de uma ação impensada ou por palavras
inadequadas proferidas, é mais provável que o comportamento
em curso seja uma postura consciente de seu interlocutor.
2. Sustente seu posicionamento. Não
permita que as atitudes adversas do outro lado da mesa o contagiem.
Continue prestativo, atencioso, cordial. E seja paciente.
3. Apresente alternativas. Para justificar
sua insistência em um novo contato, apresente sugestões
à proposta original, oferecendo opções diferenciadas
de conteúdo. Mas não mexa no preço ou perderá
credibilidade. Este é o último fator a entrar na pauta
de negociações.
4. Mude o canal de comunicação.
Se o contato era pessoal, procure utilizar o telefone. Se era por telefone,
passe para o e-mail e vice-versa.
5. Delegue para um terceiro. Uma das
formas de romper o bloqueio de comunicação é colocar
um colega para fazer o follow-up. Se você tiver alguém
de cargo superior, o argumento utilizado poderá ser a avaliação
da qualidade de seu atendimento. Na verdade, um pretexto para se reativar
o contato.
6. Dê um xeque-mate. A pior
coisa que existe é você insistir em algo infrutífero.
Há muita gente para atender, diversas propostas para serem trabalhadas
num mesmo espaço limitado de tempo. Por isso, questione com firmeza
se o negócio tem alguma possibilidade de ser fechado.
7. Aceite as regras do jogo. Esteja
preparado para o pior, pois você pode apenas ter sido usado para
gerar mais uma proposta ou desenvolver tecnicamente o conteúdo
daquela demanda específica que será atendida por seu concorrente.
O jogo corporativo é, muitas vezes, ardiloso.
Esta situação atinge também profissionais
de RH que não dão retorno a candidatos aspirantes a vagas
de emprego; jornalistas, que para atenderem suas pautas e cumprirem
seus prazos de fechamento, buscam entrevistas que não serão
publicadas ou que serão editadas de modo a distorcer ou comprometer
o entrevistado; compradores em geral, que fazem cotações
e não se dignam a informar sua decisão final, ainda que
para uma negativa.
Está faltando respeito nas relações
pessoais e de trabalho. Respeito pelas hierarquias. Respeito pelos colegas.
Respeito pelos concorrentes. Respeito até por si mesmo.
Por favor, reflita sobre isso. E obrigado!
(Artigo publicado originalmente na Revista Venda Mais.
Visite www.vendamais.com.br.)