GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
05.01.2014
EPIFANIA DO SENHOR JESUS — ANO A
( BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA SOLENIDADE )
__ "Viemos para adorar o Senhor" __
NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGELHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Cada vez mais, a humanidade se faz peregrina em busca daquela luz que ilumine a vida com raios de eternidade. Existe um desejo escondido no coração de todo homem e mulher: encontrar uma estrela (luz) que seja guia e meta para suas vidas, como aconteceu com os Magos e com tantas pessoas que vivem em busca do rosto do Deus. A solenidade da Epifania, palavra que quer dizer, “manifestação”, “revelação”, que hoje estamos celebrando, é uma grande profecia da espiritualidade da luz divina para resplandecer em todos os povos da terra, iluminando os corações com a esperança e conduzindo-os a Deus e a relacionamentos fraternos. Jesus é a manifestação visível da luz divina brilhando entre nós, para que nossas vidas sejam iluminadas com a sua glória.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A Igreja celebra hoje a manifestação de Jesus a todos os povos, simbolizados pelos magos provenientes de terras distantes, que seguiram a estrela que os guiou ao Presépio de Belém, onde adoraram o Menino Deus e ofereceram-lhe presentes. Os Padres da Igreja antiga consideram que o ouro simboliza a realeza de Jesus, o incenso, a divindade, e a mirra, sua morte redentora na cruz. Façamos também nosso gesto de oferenda ao Salvador, nascido em Belém, transformando nossa comunidade num Presépio vivo de adoração e de entrega de nossas vidas pela fé. Dessa forma contribuiremos para que a nossa cidade presenteie o Menino Deus, acolhendo com ternura os que buscam recuperar a dignidade e a vida.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Entre todas as orientações que o Concílio Vaticano II encaminhou ou pôs em relêvo, uma das mai simportantes e significativas é indubitavelmente o apelo à unidade fundamental da família humana. A humanidade tende a um universalismo até agora nunca atingido e que produzirá um novo tipo de homem, cuja cultura não será mais limitada à da sua civilização e cujos meios técnicos serão patrimonio de todos. Este dinamismo impressionante é tão característico da esperança contemporânea, que os que manifestam exclusivismo racial, nacional ou cultural são considerados ultrapassados. Visando ao universalismo os povos caminharão à tua luz e sempre haverá uma estrela no céu...
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!
(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
PRIMEIRA LEITURA (Is 60,1-6): - "Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor."
SALMO RESPONSORIAL 71(72): - "Eis que vem o Senhor Soberano, * tendo em suas mãos, poder e glória."
SEGUNDA LEITURA (Ef 3, 2-3a.5-6): - "Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora."
EVANGELHO (Mt 2,1-12): - "e tu, Belém, terra de Judá,..., de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel"
Homilia do Diácono José da Cruz – SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR – ANO A
UMA LUZ PARA TODOS
“Ao verem a estrela, os magos sentiram uma grande alegria!”
A visão que os astronautas tiveram do espaço sideral foi a mesma, mas cada um reagiu de maneira diferente, afirma uma revista científica, que um russo, ao chegar ao espaço e contemplar os planetas, entre eles a terra como uma bola azul, teria afirmado em seu retorno “estive tão alto e não vi deus algum”, ao contrário de um americano que ao contemplar a beleza da criação presente nas estrelas, planetas e na imensidão do universo, confessou emocionado que diante dessa beleza, é impossível não se perceber a presença de uma força Criadora, que só pode ser Divina.
O mesmo sinal alegrou a um, porque o convenceu da existência de Deus, enquanto que ao outro, Deus estava ausente de tudo isso.
Desde que o mundo é mundo, e o primeiro homem pisou nessa terra, Deus se revelou e continua a se revelar através de sinais, convidando cada ser humano a fazer a experiência da fé, porém, cada homem reage diferente. Nesse evangelho segundo São Mateus, na festa da epifania, podemos perceber nitidamente duas reações diferentes diante do Deus que se revela, o rei Herodes e sua corte, que tinham informações precisas sobre o acontecimento, longe de se alegrarem, ficaram perturbados diante do nascimento de um novo rei, já os Magos, ao verem a estrela, encheram-se de alegria e puseram-se a caminho, atraídos pela luz.
Assim, em nossa vida, podemos também nos deixar mover pela fé, fazendo de Jesus o sentido maior, único e verdadeiro da nossa existência, ou podemos então ignora-lo e ficarmos a vida inteira estacionados no limite da nossa lógica humana. A explicação dos sábios da corte, de que o grande rei teria nascido em Belém, deve ter provocado uma gargalhada em geral, pois Belém era apenas uma referência histórica por causa do Rei Davi, porque na realidade era um vilarejo de pastores, periferia da periferia.
A novidade na economia ou na política, só pode acontecer em Brasília ou nas grandes metrópoles brasileiras, onde está o poder político e econômico, uma viagem em busca de algo realmente importante, e que signifique mudanças na vida do povo, como o nascimento de um grande líder, só pode no sentido periferia – centro, e não o contrário. Em se tratando do messias, que era um tema religioso e político ao mesmo tempo, Jerusalém seria o palco das atenções, e não a pequenina e desprezível Belém.
As estruturas poderosas do mundo têm conhecimento e informações importantes sobre o nascimento do menino, porém, os poderosos não se movem pela fé, mas sim pelo poder e pelo interesse político e econômico. Quando os magos buscam informações no palácio de Herodes, só encontram mentira, hipocrisia e falsidade, dos que conheciam a verdade das profecias.
Quando retomam o caminho de Belém, a estrela reaparece no céu, sinalizando que estão na direção certa. Os interesses escusos dos poderosos, motivados pelo egoísmo, não deixam o homem enxergar o sinal de Deus onipresente. O palácio do grande rei Herodes multiplicou-se pelo mundo inteiro e para eles, Deus é um perigoso concorrente, porém, para pessoas como os Magos, que se movem pela fé, Deus é causa de sua alegria e a razão primeira de sua vida. A força e a salvação que vem de Deus, nos leva a dar a ele o melhor que temos por isso os magos abriram seus cofres, ensinando-nos assim que devemos abrir nossos corações.
A Igreja é o Sacramento da Salvação para toda a humanidade, sua missão ao evangelizar é conduzir todo homem para Deus, como a estrela guiou os magos do oriente. Perguntemo-nos então, se o nosso modo de viver como cristãos em comunidade têm ajudado as pessoas a buscarem a Jesus e a fazerem experiência dele em suas vidas. Será que algumas vezes a “côrte do rei Herodes” não nos atrai mais do que a manjedoura?
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR – ANO A
“Deus, homem e rei!”
Nalguns países, é costume que o presente de Natal se receba não no dia 25 de dezembro, mas no dia da Epifania. O presente, além do mais, é trazido não pelo Papai Noel, mas pelos Reis Magos, que também trouxeram presentes ao Menino Jesus. Na Espanha, por exemplo, é assim. É assaz famosa a chamada cavalgada dos reis. Refiro-me à que acontece em Madri, trata-se de uma montagem espetacular: ruas enfeitadas, carros decorados majestosamente para o evento e uma multidão composta de todas as idades, ainda que, sem dúvida, as que mais esperam os reis são as crianças. Na cavalgada, três homens se vestem de reis magos e vão distribuindo a todos os que estão nas ruas madrilenas doces e presentes. Tudo é muito bem preparado e as famílias que vão assistir a cavalgada se divertem à beça.
Vi pela televisão esse espetáculo maravilhoso, ainda que com a má sorte de que exatamente no dia em que eu assistia o evento, uma jornalista me deixou um pouco nervoso. A dita-cuja disse a bobagem de que era preciso acabar com as diferenças machistas distribuindo bonecas aos meninos e carrinhos às meninas. Mas não permiti que esse comentário de meio milímetro de inteligência roubasse o meu entusiasmo pela cavalgada. Ademais, outra jornalista teve o acerto de explicar com uma claridade meridiana o significado dos três presentes que os reis levaram ao Menino Jesus: ouro ao rei, incenso a Deus deitado no presépio, mirra ao homem que morreria.
Jesus é Deus, Homem e Rei. E, nessa sociedade que, entre outras coisas, quer dar bonecas aos meninos e carrinhos às meninas, Jesus quer reinar, deseja a adoração das suas criaturas, quer que os homens e as mulheres valorizem mais o ser humano como tal, que a pessoa humana não pise a própria dignidade.
Como os reis magos, tampouco nós iremos de mãos vazias ao encontro do Senhor; ao contrário, levaremos presentes ao Menino Jesus: a nossa adoração já que ele é Deus; as nossas reparações, que desejamos que estejam simbolizadas na mirra, àquele que morrerá pelos nossos pecados; levaremos ainda os propósitos de viver melhor como homens e como mulheres, como filhos e filhas de Deus, reconhecendo a alta dignidade que recebemos e à qual somos chamados. Alegramo-nos com “profunda alegria” (Mt 2,10) ao ver a estrela de Belém, isto é, ao ver esse Menino que iluminou a nossa vida e nos deu a missão de iluminar a dos outros, não com outra luz, mas com a sua. Efetivamente, com a vinda do Filho de Deus, todos, sem distinção, podem caminhar segundo Deus. Todos somos filhos de Deus, todos somos irmãos.
Nós, os cristãos, temos que manifestar aos outros o sentido das suas próprias vidas a través da consciência e da vivência do autêntico sentido da existência. Todos precisam saber o porquê estão nesse mundo: para amar, adorar e glorificar a Deus, para receber os grandes presentes que o Senhor quis trazer-nos, para vivermos como irmãos. Nós fomos criados para a felicidade. Deus quer que sejamos felizes também aqui na terra e, depois, no céu… para sempre!
São Boaventura afirmava que a estrela que nos conduz a Jesus é triple: “a Sagrada Escritura, que temos que conhecê-la muito bem. A outra estrela é a aquela que sempre nos está facilitando andar pelas sendas de Deus fazendo-nos ver e acertar o caminho, esta estrela é a Mãe de Deus, Maria. A terceira estrela é interior, pessoal, e são as graças do Espírito Santo”. Maria é stella matutina, estrela da manhã, que sempre está apontando para Jesus, para o seu querido Filho.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
Comentário Exegético – SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR – ANO A
Nota: Em virtude da não publicação do Comentário Exegético desta data, estamos publicando aqui o Roteiro Homilético Simplificado - Ver Roteiro completo com mais sugestões na página ROTEIRO HOMILÉTICO.
Roteiro Homilético Simplificado – SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR – ANO A
RITOS INICIAIS
cf. Mal 3, 1; 1 Cron 19, 12
Antífona de entrada: Eis que vem o Senhor soberano. A realeza, o poder e o império estão nas suas mãos.
Diz-se o Glória.
Introdução ao espírito da Celebração
A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade – o Verbo – encarnou para salvar todas as pessoas, sem excepção de raça, nação, cor ou idade. Este chamamento universal à salvação, na à Igreja de Jesus Cristo, é manifestado – Epifania quer dizer manifestação – pela vinda destes homens famosos na ciência e nas virtudes humanas que visitaram Jesus recém-nascido em Belém. Acompanhemo-los em espírito, para adorarmos Jesus que Se fez Menino por nosso Amor.
Preparação penitencial
Aproveitemos esta nossa presença junto de Jesus que preside a esta Celebração para Lhe pedirmos perdão dos nossos pecados e faltas de generosidade, e prometamos emenda de vida.
Oração colecta: Senhor Deus omnipotente, que neste dia revelastes o vosso Filho Unigénito aos gentios guiados por uma estrela, a nós que já Vos conhecemos pela fé levai-nos a contemplar face a face a vossa glória. Por Nosso Senhor…
Liturgia da Palavra
Primeira Leitura
Monição: O profeta Isaías dirige-se à cidade de Jerusalém, destruída e humilhada pelos babilónios, para lhe anunciar a restauração que lhe trará o Messias. Ele ilumina a cidade, situada no alto de um monte e, por isso, iluminada pelos primeiros raios de sol, enquanto as multidões, ainda mergulhadas na escuridão da noite, caminham ao seu encontro.
Isaías 60, 1-6
1Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do Senhor. 2Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas sobre ti levanta-Se o Senhor e a sua glória te ilumina. 3As nações caminharão à tua luz e os reis ao esplendor da tua aurora. 4Olha ao redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços. 5Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as riquezas das nações. 6Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá. Virão todos os de Sabá; hão-de trazer ouro e incenso e proclamarão as glórias do Senhor.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
O texto canta a glória da Jerusalém renovada, figura da «Jerusalém nova descida do Céu» (cf. Apoc 21, 2.23-24). A visão universalista que o poema apresenta corresponde à realidade da Igreja, que é católica, universal.
3 «As nações caminharão à tua luz, e os reis ao esplendor da tua aurora». Não há dúvida de que se pode adaptar perfeitamente este texto isaiano ao mistério hoje celebrado: os «magos» – este texto terá contribuído para se lhes chamar «reis» –, que seguem a «luz» da estrela, são os pioneiros de entre os povos gentios a acorrer ao encontro do Messias.
6 A menção de povos do Oriente – «Madiã e Efá» –, dos ricos comerciantes de «Sabá», a sul da Arábia (Yémen) e, sobretudo, os produtos que trazem – «ouro e incenso» – fazem lembrar o que nos relata o Evangelho: a vinda dos Magos do Oriente que trazem «oiro, incenso e mirra».
Salmo Responsorial
Monição: Na sequência da profecia de Isaías, proclamada na primeira leitura, o salmo 71 descreve o Reino de Deus como um reino de justiça para os pobres e humildes. Este Reino foi inaugurado pelo nascimento do Salvador, mas há-de chegar à sua plenitude, acolhendo povos de todas as nações. Cantemos, pois, com esperança:
SALMO RESPONSORIAL – 71 (72)
Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra.
Ó Deus, concedei ao rei o poder de julgar e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça e os vossos pobres com equidade.
Florescerá a justiça nos seus dias e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra.
Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes, os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.
Prostrar-se-ão diante dele todos os reis, todos os povos o hão-de servir.
Socorrerá o pobre que pede auxílio e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres e defenderá a vida dos oprimidos.
Segunda Leitura
Monição: S. Paulo fala do plano de salvação que nos trouxe Jesus Cristo, estabelecido pelo Pai, desde toda a eternidade. Agora, este plano foi também revelado aos gentios, e também eles são herdeiros da promessa de Deus.
Efésios 3, 2-3a.5-6
Irmãos: 2Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor: 3apor uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas gerações passadas, 5ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: 6os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Nesta passagem de Efésios, S. Paulo define em que consiste o «mistério de Cristo» (v. 4). Os gentios, que vêm à Igreja, estão no mesmo pé de igualdade que os judeus procedentes do antigo povo de Deus: não há lugar para cristãos de primeira e de segunda! O texto original é muito expressivo: os gentios vêm a ser «co-herdeiros» («recebem a mesma herança que os judeus», traduz, parafraseando, o texto português oficial), «com-corpóreos» (isto é, «pertencem ao mesmo Corpo» Místico de Cristo, que é a Igreja una), e «com-participantes na Promessa» («beneficiam da mesma promessa» de salvação). E é este o mistério que também se celebra na Festa da Epifania: Cristo igualmente Salvador de gentios e judeus.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor. Mt 2, 2
Evangelho
Monição: Brilha diante de nós a estrela da Palavra de Deus, proclamada todas as vezes que participamos na celebração da Eucaristia. Também nós queremos acolhê-la com fé e procurar seguir esta estrela para caminharmos ao encontro do Salvador.
São Mateus 2, 1-12
1Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. 2«Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». 3Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. 4Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. 5Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: 6‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». 7Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. 8Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». 9Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. 10Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. 11Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, caindo de joelhos, prostraram-se diante d’Ele e adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. 12E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
O Evangelho da adoração dos Magos foi objecto das mais belas reflexões teológico-espirituais ao longo da história: já nos fins do séc. II, Tertuliano via nas ofertas dos Magos símbolos do reconhecimento de quem era Jesus: oferecem-lhe «ouro» como Rei, «incenso» como Deus, «mirra» (outra resina aromática, usada na sepultura) como Homem. Santo Ambrósio fixa-se em que os Magos vão por um caminho e voltam por outro, porque regressam melhores, depois do encontro com Cristo. Santo Agostinho vê nos Magos as primitiæ gentium, a par dos pastores que são as primícias dos judeus, etc. Mas ainda hoje os comentadores retomam e actualizam os temas do relato: Cristo como verdadeira luz, o caminho dos pagãos para Cristo, o simbolismo dos presentes, a fé e perseverança dos Magos, a busca do sentido da Escritura e o sentido de procura do caminho, etc..
O próprio relato encerra um grande alcance teológico: Jesus é o verdadeiro «rei» que merece ser procurado e adorado por todos; a Ele acorrem, vindas de longe, gentes guiadas por uma estrela e pela Escritura; ainda menino e sem falar, já divide os homens a favor e contra Ele; a homenagem que Lhe prestam os Magos é a resposta humana ao «Emanuel, Deus connosco»; n’Ele se cumprem as profecias que falavam da vinda de reis e de todos os povos a Jerusalém (Is 60 e Salm 72). Mais ainda, ao nível da própria redacção de Mateus, o relato ilustra a teologia específica do evangelista: sendo este Evangelho dirigido a judeo-cristãos, confrontados com a Sinagoga, que não aceita Jesus, o episódio dos Magos documenta bem a teologia do «messias rejeitado», pois Jesus, logo ao nascer, encontra a hostilidade do poder e a indiferença das autoridades religiosas; é também uma ilustração das palavras de Jesus, «virão muitos do Oriente…» (Mt 8, 11).
Em face de tudo isto, o estudioso não pode deixar de se interrogar se não estaremos perante um teologúmeno, uma criação de Mateus para dar corpo a uma ideia teológica. A verdade é que em toda a tradição cristã se deu grande valor à adoração dos Magos e à festa da Epifania. Se detrás disto não há realidade nenhuma, o significado de tudo fica privado da sua base mais sólida.
Nota sobre a questão da historicidade do relato: A crítica bíblica moderna tem proposto teorias bastante discordantes; por um lado, temos um grupo em que R. E. Brown reúne as objecções que se têm levantado contra a historicidade do relato, que denotam – diz – «uma inverosimilhança intrínseca»: o movimento da estrela de Norte para Sul (Jerusalém – Belém), a sua paragem sobre a casa, a consulta de Herodes aos escribas e sacerdotes, seus inimigos, a indicação de Belém como um dado desconhecido ao contrário de Jo 7, 42, a imperdoável ingenuidade de Herodes que não manda espiar os Magos, o facto de não se ter identificado o menino após a visita de homens de fora a uma pequena povoação, o silêncio de Lucas sobre a visita; estes autores concluem que se trata, então, de uma construção artificial feita com textos do Antigo Testamento. Por outro lado, temos autores mais recentes como R. T. France (The Gospel according to Mathew) que defendem a credibilidade histórica do relato, demonstrando que as dificuldades contra têm solução. Com efeito, embora estejam subjacentes no relato vários textos do A. T., apenas um é citado, podendo mesmo ser suprimido sem interromper o discurso (vv. 5b-6), o que é sinal de que a citação foi acrescentada a um relato preexistente, não sendo a citação a dar origem ao relato. Os pretensos traços duma lenda edificante, ou midraxe hagadá, nada têm de historicamente improvável, fora o caso da estrela que pára sobre a casa, mas já S. João Crisóstomo observava que a estrela não vinha de cima, mas de baixo, pois não era uma estrela natural e não é provável que a Igreja, que bem cedo entrou em conflito com a astrologia, tivesse inventado uma história a favorecê-la. O facto de Herodes não ter mandado espiar os Magos não revela ingenuidade, mas prudência para que os seus guardas não viessem a dificultar a descoberta do Menino, e também uma plena confiança em que os Magos voltassem; finge colaborar com eles, a fim de obter mais dados. Também René Laurentin sublinha a credibilidade histórica de certos pormenores, como a existência de astrólogos viajantes («magos») no Oriente, ou a astúcia e crueldade de Herodes (matou a maior parte das suas 10 mulheres, vários filhos e muitas pessoas influentes na política); e, sobretudo, Mateus revela «sensibilidade histórica», ao não fazer coincidir bem os factos que narra com as citações e alusões ao A. T.: se os factos fossem inventados, teriam sido forjados de molde a que se adaptassem bem às passagens bíblicas (a estrela da profecia de Balaão – Num 24, 17 – não é a estrela que indica o Messias, mas sim o próprio Messias, etc.). Também a propaganda religiosa judaica tinha despertado a expectativa do nascimento do Messias (ver, por ex., a IV écloga de Virgílio) e fervorosos aderentes entre os gentios, o que torna mais compreensível a visita destes estranhos. A. Díez Macho afirma que «a intenção de Mateus é narrar história confirmada com profecias ou paralelos vétero-testamentários», e descobre no episódio do Magos uma grande quantidade de «alusões» ao A. T. (o chamado rémez, figura retórica muito do gosto dos semitas e frequente na Bíblia). Este célebre biblista espanhol (assim também G. Segalla) diz que o fenómeno da estrela pode muito bem corresponder à conjunção de Júpiter e Saturno que se deu na constelação de Peixe, e que teve lugar três vezes no ano 7 a. C., data provável de nascimento de Cristo. Mas a verdade é que não se pode negar o carácter popular do relato, pouco preocupado com o rigor das coisas, pois até dá a entender que a estrela se deslocava de Norte para Sul até parar sobre a casa.
Sugestões para a homilia
1. A luz de Cristo brilha no rosto da Igreja
2. Jesus Cristo, alegria do mundo
3. Jesus Cristo, luz dos nossos olhos
4. Ajudemo-nos uns aos outros
5. A lição dos Magos
6. Um sentido para a vida
7. Generosidade e espírito de sacrifício
8. Humildade e perseverança
9. As nossas dádivas
10. Docilidade.
11. Entraram na casa
1. A luz de Cristo brilha no rosto da Igreja
Isaías dirige a sua profecia à Cidade Santa de Jerusalém, profundamente humilhada e destruída por Nabucodonosor, rei da Babilónia. Anuncia que novos tempos vão surgir para a nova Jerusalém, a Igreja e, por isso, deve abandonar o luto e a tristeza, para se revestir de festa. «Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti glória do Senhor.»
2. Jesus Cristo, alegria do mundo.
«Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do Senhor.» Ele veio trazer-nos a filiação divina que dá sentido a tudo quanto se passa na nossa vida. Em vez do medo, do pessimismo e da tristeza, podemos cantar com verdadeira alegria, como a criança que se abandona ao carinho dos pais.
Sabemos que quando pedimos ao Senhor que nos alivie de uma determinada preocupação, e Ele tarda – segundo nosso modo de ver – a atender-nos, ou procura ajudar-nos a crescer na fé e na intimidade com Ele, ao fazer-nos rezar mais tempo, ou tem outra coisa melhor para nos dar.
Deixemo-nos ganhar por esta alegria de caminhar ao encontro de Jesus Cristo, principalmente em cada Domingo, e agradeçamos ao Senhor o facto de o podermos fazer em inteira paz e liberdade e animados pelo calor de toda a comunidade cristã em que nos encontramos.
3. Jesus Cristo, luz dos nossos olhos.
«Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos.» A doutrina de Jesus Cristo é a chave para compreender a vida, para encontrar o verdadeiro significado das coisas e dos acontecimentos.
A vinda de Cristo é definitiva e os Seus ensinamentos são imutáveis. Não há os «tempos novos» de que nos falam alguns, como se a Lei de Deus ou algumas verdades da fé tivessem caído em desuso.
Deus convida-nos a caminhar ao encontro desta luz que é Ele mesmo, e isto é um mimo do Senhor e um privilégio para nós. Quantos vivem na escuridão da ignorância, do pecado, porque perderam a fé!
Esta verdade é ainda mais actual em nossos dias. O Senhor disse: «Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.» Sem o coração limpo, vivendo no meio da imundície, a luz da fé apaga-se. Começa-se por abandonar a oração, a participação na Missa Dominical, e lança-se mão da bruxaria e superstição para dar algum significado – falso! – à vida.
4. Ajudemo-nos uns aos outros.
«Olha em redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro.» Contra esta corrente de egoísmo, as pessoa sentem necessidade de serem úteis aos mais carenciados, e assim se desenvolveu nestes dias o voluntariado.
«Os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas serão trazidas nos braços.» É uma profecia que nos anima a ajudar os outros a encontrar sentido no que andam a fazer neste mundo, na defesa da vida.
Há uma cena no Antigo Testamento que nos dá a chave do que está a acontecer hoje. Numerosos inimigos, numa grande superioridade, vêm combater o Povo de Deus, no tempo dos juízes.
Deus protege o Seu Povo. De repente, apodera-se o medo dos inimigos, e aquele exército numeroso começa a combater entre si e matam-se uns aos outros. Perante um exército em que não escapou ninguém, os Israelitas não têm necessidade de combater para se livrarem do inimigo.
Hoje assistimos no mundo a um gesto semelhante. Os que se deixaram dominar pelo demónio, matam-se uns aos outros, programando a morte a partir já do seio materno, afastam as pessoas de idade como incómodas. No final, uma grande solidão e tristeza cobre a terra. Acontece sempre isto, quando as pessoas vão contra a vontade de Deus. A Epifania é um hino à luz, à vida, à alegria de viver.
Defendamos a vida e as outras verdades elementares da nossa fé, e tornar-se-á realidade aquilo que cantamos no salmo de meditação: Virão adorar-vos, Senhor, todos os povos da terra!
5. A lição dos Magos
O Evangelho fala-nos de um grupo de homens valentes que empreenderam uma grande e difícil viagem para visitarem Jesus no presépio.
Não sabemos quantos eram. A tradição fixou-se em três, fundada nos três presentes que ofereceram ao Menino: ouro, incenso e mirra. Mas podiam ser muitos mais, de tal modo que alguns chegam a falar em onze e apontam até o nome de alguns deles.
Nesta deslocação que fazem dão-nos um testemunho de vida que nos anima no meio desta tentação de desleixo e preguiça.
6. Um sentido para a vida.
Não eram pessoas ignorantes, fáceis de iludir. Observavam os astros e o Senhor manifestou-Se-lhes por um sinal. O Evangelho fala de um astro especial, de uma estrela.
Atentos aos sinais, e talvez porque tinha chegado até eles a promessa da vinda de um Redentor, puseram-se corajosamente a caminho. Talvez tenham vindo de diversos lados e o encontro entre eles se tenha dado ali perto. A estrela junto estes homens. A fé – a estrela – reúne-nos a todos na procura do mesmo Senhor.
7. Generosidade e espírito de sacrifício.
Não estamos perante uma viagem turística, em que as recordações são preferentemente boas. Foi necessário abandonar a própria casa, empreender uma longa viagem cheia de incertezas e de insegurança – as quadrilhas de ladrões assaltam, de preferência, as pessoas ou grupos onde lhes parece que vão encontrar dinheiro e eles pertenciam a este número. Fazem despesas e submetem-se ao desconforto com que se viajava nessa época.
8. Humildade e perseverança.
Quis o Senhor experimentá-los com uma prova: a estrela deixou de ser vista. Em que direcção caminhar agora? Não será melhor abandonar este projecto e voltar para trás?
Decidem, então, recolher informações na cidade de Jerusalém. Com o andar das buscas, foram ter ao palácio real, mais em conformidade com a condição social deles.
Pode haver momentos na vida em que nos parece que a vida perdeu todo o sentido, que a oração não tem valor e o esforço para amar a Deus é uma miragem
Quer isto dizer que se ocultou a estrela do nosso ideal. Não nos resta outra solução que a de orar e pedir ajuda a alguém.
Encontramos essa ajuda num conselho de pessoa com boa formação e bom critério e, principalmente, na confissão sacramental. Aí poderá ajudar-nos o sacerdote, com a formação recebida, com a prática que lhe dá o contacto com várias pessoas e, sobretudo, com a graça de estado, recebida no Sacramento da Ordem.
Por fim, esta tenacidade alcançou-lhes a alegria de se encontrarem com Jesus e Nossa Senhora.
9. As nossas dádivas.
Depois de uma viagem tão longa, de tantos sacrifícios e dúvidas, poderiam estes homens pensar que já tinham feito por Deus – para se encontrarem com Ele – mais do que o necessário.
No entanto sentem ainda a exigência de serem generosos. Lembramo-nos de agradecer ao Senhor a possibilidade de participar neste encontro com Ele em cada Domingo na Santa Missa? Ou não acontecerá que estamos à espera que Deus no-lo agradeça, como se Lhe tivéssemos feito um grande favor, sempre com uma queixa?
Estes homens ofertam ouro – como Rei –, incenso – como Deus – e mirra – como Homem.
Nós podemos ofertar ao Senhor, na Missa de cada Domingo:
– O ouro do nosso trabalho, feito com esmero, de cara alegre, e na harmonia com todos os que estão ligados pelo mesmo empreendimento. O nosso trabalho deve ser obra de Deus.
O donativo que depositamos no cesto, quando se recolhem os dons, é um sinal de gratidão. Damos ao Senhor um pouco daquilo que recebemos pelo nosso trabalho, porque foi Ele quem nos deu as forças para trabalhar.
– O incenso da nossa oração. Acreditamos na sua eficácia e necessidade, para chegarmos à intimidade com o Senhor? E praticamo-la todos os dias, individualmente e em família?
– A mirra dos nossos sacrifícios e cruzes de cada dia. Desde o peso do trabalho, às limitações de saúde, ao feitio das pessoas com quem trabalhamos ou que fazem parte da nossa família, tudo pode ser aproveitado para o nosso grande ofertório do Domingo.
10. Docilidade.
Estes homens mudam os seus projectos de imagem de regresso. Herodes tinha-lhes pedido que se informassem bem do lugar onde estava Jesus, porque também queria ir adorá-l’O.
Como não o conheciam nem sabiam das suas intenções, um anjo veio avisá-los em sonho, para que saíssem em segredo e fossem por outro caminho que não passasse em Jerusalém.
E da estalagem onde, certamente, se hospedaram, depois da visita ao Menino, seguiram contentes para suas casas.
Devemos estar atentos ao que O Senhor nos pede, porque será necessário, muitas vezes, mudar os projectos. A doença de um filho ou de outro familiar comprometeu as férias, ou impossibilitou um passeio de Domingo, Por que havemos e encarar sempre com má cara aquilo que nos exige mudar de planos?
11. «Entraram na casa, viram o Menino com Sua Mãe e, caindo diante de joelhos, prostraram-se diante d’Ele e adoraram-n’O.»
Duas coisas chamam a nossa atenção:
– José não estava lá. Logicamente, estaria a trabalhar, ganhando o sustento para a Sagrada Família.
– Entraram na casa. Jesus e Maria já não estavam na gruta. José não era homem para esperar que Deus, com milagres, lhe resolvesse os problemas e, por isso, procurou melhorar a situação da família.
Ora e trabalha, deve ser o nosso lema, levando para a Celebração da Eucaristia de cada Domingo o nosso ofertório, como resposta ao Senhor que Se nos dá.
Fala o Santo Padre
«Na adoração dos Magos, se começou a realizar a adesão dos povos pagãos à fé em Cristo.»
Queridos irmãos e irmãs!
A hodierna solenidade da Epifania celebra a manifestação de Cristo aos Magos, acontecimento a que Mateus dá grande relevo (cf. Mt 2, 1-12). Narra no seu Evangelho que alguns «Magos» provavelmente chefes religiosos persas chegaram a Jerusalém guiados por uma «estrela», um fenómeno luminoso celeste por eles interpretado como sinal do nascimento de um novo rei dos Judeus. Na cidade ninguém estava ao corrente, aliás, o rei reinante, Herodes, permaneceu muito perturbado com a notícia e concebeu o trágico desígnio do «massacre dos inocentes», para eliminar o rival acabado de nascer. Os Magos, ao contrário, confiaram nas Sagradas Escrituras, sobretudo na Profecia de Miqueias segundo a qual o Messias teria nascido em Belém, a cidade de David, situada a cerca de dez quilómetros a sul de Jerusalém (cf. Mq 5, 1). Tendo partido naquela direcção, viram de novo a estrela e, cheios de alegria, seguiram-na até quando ela parou sobre uma cabana. Entraram e encontraram o Menino com Maria; prostraram-se diante d’Ele e, como homenagem à sua dignidade real, ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra.
»Vimos a sua estrela no oriente e viemos para adorar o Senhor» (Aclamação ao Evangelho, cf. Mt 2, 2). O que nos surpreende sempre, ao ouvir estas palavras dos Magos, é que eles se prostaram em adoração diante de um simples menino nos braços da sua mãe, não no quadro de um palácio real, mas na pobreza de uma cabana em Belém (cf. Mt 2, 11). Como foi possível? Que convenceu os Magos que aquele menino era «o rei dos Judeus» e o rei dos povos? Certamente persuadiu-os o sinal da estrela, que eles tinham visto «surgir» e que tinha parado precisamente ali onde se encontrava o Menino (cf. Mt 2, 9). Mas também a estrela não teria sido suficiente, se os Magos não fossem pessoas intimamente abertas à verdade. Ao contrário do rei Herodes, tomado pelos seus interesses de poder e de riquezas, os Magos propendiam para a meta da sua busca, e quando a encontraram, mesmo sendo homens cultos, comportaram-se como os pastores de Belém: reconheceram o sinal e adoraram o Menino, oferecendo-lhe os dons preciosos e simbólicos que tinham levado consigo.
Por que é tão importante este acontecimento? Porque nele se começou a realizar a adesão dos povos pagãos à fé em Cristo, segundo a promessa feita por Deus a Abraão, sobre a qual refere o Livro do Génesis: «Todas as famílias da Terra serão em ti abençoadas» (Gn 12, 3). Portanto, se Maria, José e os pastores de Belém representam o povo de Israel que acolheu o Senhor, os Magos são ao contrário as primícias das Nações, chamadas também elas a fazer parte da Igreja, novo povo de Deus, baseado não já na homogeneidade étnica, linguística ou cultural, mas unicamente na fé comum em Jesus, Filho de Deus. Portanto, a Epifania de Cristo é ao mesmo tempo epifania da Igreja, isto é, manifestação da sua vocação e missão universal. […]
Queridos irmãos e irmãs, detenhamo-nos também nós idealmente diante do ícone da adoração dos Magos. Ele contém uma mensagem exigente e sempre actual. Exigente e sempre actual antes de tudo para a Igreja que, espelhando-se em Maria, está chamada a mostrar Jesus aos homens, nada mais do que Jesus. De facto, Ele é o Tudo e a Igreja existe unicamente para permanecer unida a Ele e dá-Lo a conhecer ao mundo. […]
Bento XVI, Vaticano, 6 de Janeiro de 2007
Liturgia Eucarística
Oração sobre as oblatas: Olhai com bondade, Senhor, para os dons da vossa Igreja, que não Vos oferece ouro, incenso e mirra, mas Aquele que por estes dons é manifestado, imolado e oferecido em alimento, Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Epifania: p. 460 [592-704]
No Cânone Romano diz-se o Communicantes (Em comunhão com toda a Igreja) próprio. Nas Orações Eucarísticas II e III faz-se também a comemoração própria.
Santo: J. Santos, NRMS 6 (II)
Saudação da Paz
Jesus Cristo é anunciado, ao longo do Antigo testamento, como o Príncipe da Paz. A paz só se consegue pelo amor de Deus em todas as suas formas. Procuremos viver na unidade e reconciliação, caminhos da verdadeira paz. Saudai-vos na paz de Cristo!
Monição da Comunhão:
O Senhor, depois de nos ter iluminado com a Sua Palavra, convida-nos agora – se estamos devidamente preparados – a recebê-l’O, vivo e real, como estava no Presépio, na Sagrada Comunhão. Revistamo-nos da fé, amor e devoção de Maria Santíssima, para nos aproximarmos d’Ele com o Seu agrado.
Antífona da comunhão: Vimos a sua estrela no Oriente e viemos com presentes adorar o Senhor.
Cântico de acção de graças: A minha alma louva, M. Carneiro, NRMS 76
Oração depois da comunhão: Iluminai-nos, Senhor, sempre e em toda a parte com a vossa luz celeste, para que possamos contemplar com olhar puro e receber de coração sincero o mistério em que por vossa graça participámos. Por Nosso Senhor…
Ritos Finais
Monição final: À imitação dos Reis Magos que, no regresso, terão anunciado aos familiares, amigos e conhecidos, o grande tesouro que encontraram em Belém, levemos também às pessoas com quem partilharmos a vida durante a semana, a notícia de que Jesus Cristo já veio e a todos nos espera.
Homilias Feriais
SEMANA DEPOIS DA EPIFANIA
2ª feira, 7-I: A primeira mensagem de Cristo: A conversão.
1 Jo 3, 22- 4, 6 / Mt 4, 12-17. 23-25
A partir de então, Jesus começou a dizer: Arrependei-vos, pois o Reino de Deus está próximo.
É esta a primeira mensagem de Jesus Cristo, ao começar o seu ministério público. «A primeira obra da graça do Espírito Santo é a conversão, que opera a justificação, segundo a mensagem de Jesus no princípio do Evangelho. ‘Convertei-vos, que está perto o Reino dos Céus’ (Ev)» (CIC, 1989). A conversão exige uma renúncia ao pecado e ao que é incompatível com os ensinamentos de Cristo (é o Anticristo: cf. Leit); e pede um regresso sincero a Deus, com o auxílio da graça.
3ª feira, 8-I: O amor de Deus para connosco.
1 Jo 4, 7-10 / Mc 6, 34-44
Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho.
O Verbo fez-se carne para que assim pudéssemos conhecer o amor de Deus: «Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho unigénito, para que vivamos por Ele» (Leit). E esse amor manifesta-se na compaixão que Ele tem pelos nossos problemas, de ordem espiritual: «começou a instrui-los demoradamente»; e de ordem material: o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Este milagre prefigura já uma das maiores manifestações de amor: a Eucaristia.
4ª feira, 9-I: Um segredo íntimo de Deus.
1 Jo 4, 11-18 / Mc 4, 35-41
Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.
S. João afirma que «a própria essência de Deus é o Amor. Ao enviar, na plenitude dos tempos, o seu Filho único e o Espírito do Amor, Deus revela o seu segredo mais íntimo» (CIC, 221). Este amor será perfeito em nós se amamos o próximo; se tivermos muita confiança em Deus; se não nos deixarmos vencer pelo medo (cf. Leit). Medo tiveram os discípulos, quando apareceu a tempestade: Sou Eu, não temais (Ev). Esta é igualmente uma verdade essencial: Jesus é a nossa segurança.
5ª feira, 10-I: A causa do endurecimento do coração.
1 Jo 4, 19- 5, 4 / Lc 4, 14-22
É este o mandamento que recebemos dele: quem ama a Deus, ame igualmente o seu irmão.
«O amor, como o Corpo de Cristo, é indivisível: nós não podemos amar a Deus, a quem não vemos, se não amarmos o irmão ou a irmã, que vemos (cf. Leit). Recusando perdoar os nossos irmãos ou irmãs, o nosso coração fecha-se, a sua dureza torna-o impermeável ao amor misericordioso do Pai» (CIC, 2840. Aqui está uma explicação possível do endurecimento do nosso coração: a recusa de compreender, de desculpar os nossos irmãos e, como consequência, a ficar impenetrável às graças de Deus. Melhoremos o nosso relacionamento com aqueles com quem convivemos.
6ª feira, 11-I: O pecado e as doenças.
1 Jo 5, 5-6. 8-13 / Lc 5, 12-16
Jesus estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: Quero, fica curado.
Jesus fica comovido com o sofrimento do leproso (cf. Ev), mas não cura todos os doentes. As curas eram apenas um sinal de uma cura mais radical: a vitória sobre o pecado e a morte: «Na cruz, Cristo tomou sobre si todo o peso do mal e tirou o pecado do mundo, do qual a doença não é mais do que uma consequência» (CIC, 1505). «E, pela sua paixão e morte na cruz, Cristo deu um novo sentido ao sofrimento: desde então este pode configurar-nos com Ele e unir-nos à sua paixão redentora» (CIC, 1505).
Sábado, 12-I: O pecado mortal e o pecado venial.
1 Jo 5, 14-21 / Jo 3, 22-30
Se alguém vir seu irmão cometer um pecado que não leva à morte… Há um pecado que leva à morte.
«Os pecados devem ser julgados segundo a sua gravidade. A distinção entre pecado mortal e venial já perceptível na Escritura (cf. Leit), impôs-se na Tradição da Igreja. A experiência dos homens corrobora-a» (CIC, 1854). Sabemos que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno (cf. Leit). Por isso, durante toda a nossa vida travaremos um grande combate: «Um duro combate contra os poderes das trevas atravessa toda a história dos homens… Empenhado nesta batalha, o homem vê-se na necessidade de lutar sem descanso para aderir ao bem» (GS, 37).
Celebração e Homilia: Fernando Silva
Nota Exegética: Geraldo Morujão
Homilias Feriais: Nuno Romão
Sugestão Musical: Duarte Nuno Rocha
Fonte: Celebração Litúrgica
EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA
- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.
- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.
Interpretação errada do evangelho:
- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).
Consequências:
- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.
29.12.2013
SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS — ANO A
( BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA FESTA )
__ "Sagrada Família, Jesus, José e Maria, abençoe nossas famílias" __
NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGELHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste último domingo do ano, liturgicamente dedicado à família, queremos celebrar em comunhão com todas as nossas famílias. Podemos definir a família numa frase: “família é relação”. Num sentido pedagógico, do ponto de vista relacional, podemos dizer que a família é a melhor escola de relacionamento humano. Quando as coisas não funcionam bem no berço do relacionamento, que é a família, então a previsão não é boa, com ameaças de relacionamentos tempestuosos para o futuro. Por isso, nesta celebração, nosso olhar se volta para a casa de Nazaré, onde vivia a Sagrada Família. Uma família pobre, gente simples e modesta que enfrentou problemas, assim como grande parte de nossas famílias. Queremos também, neste último domingo de 2013, agradecer a Deus tudo o que vivemos, principalmente as graças e bênçãos que do alto recebemos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Tendo celebrado o nascimento de Cristo, a Igreja comemora hoje a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Nessa família nasceu e cresceu o Verbo de Deus, para um dia assumir sua missão salvadora no mundo. Podemos dizer com segurança que o Amor, vínculo da perfeição, fez da Sagrada Família o modelo do lar cristão. Em Nazaré, a família vivia em torno de Jesus. Da mesma forma deve viver a família cristã. Somente assim poderá experimentar o dom da paz. Rezemos também para que todas as famílias obtenham dos órgãos públicos e dos poderes políticos apoio e incentivo para desempenhar seu papel insubstituível na sociedade.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: As características da família descritas nos trechos do Antigo Testamento, sobre as quais se modelavam as nossa famílias patriarcais, eram: a paz, a abundância de bens materiais, a concórdia e a descendência numerosa - sinais da benção do Senhor; a obediência e o amor eram a lei fundamental; essa obediência não era só sinal e garantia de benção e prosperidade para os filhos, mas também um modo de honar a Deus nos pais. A esse tipo de família o cristianismo trouxe um convite a uma contínua vitória sobre si em vista do Reino: São Paulo pede aos esposos e aos filhos cristãos que vivam a vida familiar como se já vivessem na família do Pai Celeste. Apresentando-nos a experiência de Cristo que entra no contexto de uma família humana concreta, o evangelho traça um quadro realista dos reveses e vicissitudes a que está sujeita a vida de uma família. Nem tudo é idílio, paz e serenidade na família: ela passa pelos sofrimentos e dificuldades do exílio e da perseguição; pelas crises do trabalho, da separação, da emigração, do afastamento dos pais, e outras dificuldades. Na Sagrada Família, como em todas as outras, há alegrias e sofrimentos, desde o nascimento até a infância e a idade adulta; ela amadurece através de acontecimentos alegres e tristes para cada um de seus membros.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!
(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
PRIMEIRA LEITURA (Eclo 3,3-7.14-17a): - "Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros."
SALMO RESPONSORIAL 127(128): - "Felizes os que temem o Senhor * e trilham seus caminhos!"
SEGUNDA LEITURA (Cl, 3,12-21): - "Irmãos, vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro."
EVANGELHO (Mt, 2,13-15.19-23): - "Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo"
Homilia do Diácono José da Cruz — Solenidade da Sagrada Família de Jesus
"SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS"
É necessário tomar muito cuidado ao refletirmos este evangelho na Festa da Sagrada Família formada pelos pais José e Maria, e o Menino Jesus. Se não compreendermos o contexto em que São Mateus escreve e reflete com suas comunidades, teremos uma conclusão errada, de que aquela Família era Sagrada e como tal gozava de todos os benefícios Divinos, pois a cada perigo eminente José é avisado em sonhos por um anjo do Senhor que lhe dá a orientação segura do que e como fazer para escapar desses perigos. E daí, o Cristão Pai de Família de hoje vai apenas pensar: que bom se isso acontecesse comigo e minha família. Mas não tenho a mesma Fé de José, Pai adotivo de Jesus, não fui escolhido para uma missão tão bonita como a dele. E a reflexão desse pai de família poderá terminar com uma invocação a São José e a Sagrada Família, pedindo proteção Divina para os terríveis perigos que rondam nossas famílias hoje.
Há na Bíblia um recurso literário chamado Midraxe, que não esvazia a reflexão, ao contrário a torna mais rica e profunda. Mateus é Judeu e escreve para Judeus, suas comunidades 50 anos após a Morte de Jesus, prevalece o Cristianismo Judaico onde a Tradição da História de Israel é sempre colocada em relevo. O Deserto fora uma experiência libertadora para o Povo de Deus da Antiga Aliança. José do Egito, das Doze Tribos de Israel, Filho de Jacó, tinha o carisma do sonho, onde Deus se revelava, e a ele pode ser atribuída a formação do Povo de Israel que é gestado no Egito e de lá é chamado para voltar a Israel. José, Pai adotivo do Menino Jesus, dá início a uma nova história, colaborando de maneira decisiva para a Encarnação Divina, não mais no meio de um Povo em especial, mas de toda a humanidade. Mateus coloca como base para a origem do Povo da Nova Aliança, a mesma História do Povo da Antiga Aliança. E assim, seus conterrâneos poderiam abrir o coração para acolher a Boa Nova.
Mas voltemos ao nosso tempo, que reflexão fica para nós, sobre a Sagrada Família? Pois somos da cultura ocidental, bem longe das relações familiares do Mundo Judaico, marcada pela obediência, Fidelidade e acolhimento do outro. A carta Paulina da segunda leitura tem seu foco na caridade em nossas relações, como vínculo da perfeição.
José, o esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus, é um Homem Justo que se move pela Fé no Deus Vivo, que norteia todas as suas decisões. Cada passo, decisão ou escolha que ele faz, enquanto Pai de Família, está sempre coerente com a sua Fé, por isso Deus o inspira, porque ele está sempre aberto á sua Palavra e Revelação que acontece no dia a dia. Nossas Famílias também são Sagradas, como a de Nazaré, O patrimônio que Deus nos confia é a Vida, da qual a Família deve ser a primeira guardiã.
Em José, o Agir de Deus numa ação conjunta, é tão forte que ele próprio, percebeu que o tirano Arquelau, Filho de Herodes, representava um perigo para a Vida de Jesus e por isso vai morarem Nazaré, lugar de gente simples, de onde Jesus sairá anunciando um Reino que se estendeu ao mundo inteiro.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Homilia do Padre Françoá Costa — Solenidade da Sagrada Família de Jesus
“A superação das dificuldades familiares”
A Sagrada Família – Jesus, Maria e José – é o modelo da família cristã. Esta afirmação é mais que conhecida. A Igreja, nos últimos anos, tem tocado nessa tecla com muita insistência, ao mesmo tempo tem defendido a família enquanto realidade constituída por um homem e uma mulher com os seus filhos. Sinceramente, eu não gosto de chamar a essa realidade de “família tradicional”, pois poderia dar a entender que existe outro tipo de família. A família constituída como Deus quis e como a natureza das coisas pede é, simplesmente, a família.
A família cristã tem o seu modelo na família de Nazaré e, como acabamos de escutar na Missa de hoje, se trata de viver perto de Deus, ao lado de Deus e ao lado dos demais, com muitas alegrias e… com algumas dificuldades! Imagino uma coisa que talvez pareça um absurdo: se S. José não fosse um homem de fé e de fortaleza humana, teria entrado numa grande depressão.
José, jovem e bem vistoso, estaria verdadeiramente enamorado pela jovem Maria, que seria também muito bonita. Desposado com Maria, mas ainda não vivendo juntos, José estaria animado e alegre na preparação do grande dia em que receberia a sua esposa em sua casa. Estando nessas coisas do coração, de repente fica sabendo que Maria estava grávida. Mas, como? Um anjo lhe aparece e lhe explica o mistério: “o que nela foi concebido vem do Espírito Santo” (Mt 1,20), logicamente sem nenhuma cópula carnal. José se submete aos planos de Deus, está contente, mas… pouco tempo depois… uma nova contrariedade! Terá que descer com sua esposa do norte ao sul, de Nazaré a Belém para alistar-se, porque assim tinha determinado César Augusto. Maria estava grávida e a viagem era larga. Muito mais agradável teria sido ficar lá, em Nazaré, e preparar o nascimento do menino por lá mesmo. Nascido Jesus nas condições de pobreza em que se encontravam, as quais devem ter sido uma nova contrariedade para o coração sensível de José, agora… deve fugir. Fugir? Sim, e além do mais para o estrangeiro, para o Egito, o pais da escravidão do povo de Israel. E lá vai José! Ele não fala nada, não protesta e obedece sempre ao querer de Deus.
Nós poderíamos seguir meditando nas contrariedades padecidas por aquele santo guardião de Jesus e de Maria, no entanto já é suficiente para que aumente a nossa consciência de que as contrariedades são uma benção de Deus: nos ajudam a amadurecer, nos fazem mais disponíveis, matam o nosso egoísmo e orgulho e faz crescer a caridade em nós. Tudo isso pode ser real se deixarmos que Deus trabalhe conosco e em nós.
Como é importante que paremos de lamentar: uma vez por que a comida está sem sal; outra, por que a camisa ficou mal passada; naquela outra ocasião, por que riram de mim; noutra ainda, por que não escutaram os meus argumentos. Enfim, o que está claro é que nessas ocasiões fazemos de nós mesmos o centro das atenções, e por isso sofremos. Talvez um dos segredos da felicidade de S. José seja o fato de que ele não ficava pensando nas próprias contrariedades enquanto tais, o que queria aquele homem santo era fazer felizes a Maria e a Jesus, o que o fazia sofrer era ver que os outros poderiam ter um desgosto. Era um homem esquecido de si mesmo. Em toda a Sagrada Escritura não lemos uma só palavra de protestação do justo José. E tinha motivos para lamentar-se, para protestar, para estar estressado. Mas não! Era um homem que amava a vontade de Deus e que estava totalmente ao serviço dos demais. Eis aqui o segredo da felicidade, também da felicidade na família.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
Comentário Exegético — Solenidade da Sagrada Família de Jesus
(Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios)
INTRODUÇÃO: Parece que além de dar provas da verdadeira natureza humana de Jesus, o Espírito Santo quis deixar um exemplo para todos os adolescentes de como deveria ser seu comportamento com os pais terrenos e com o Pai dos céus. Este é o ensinamento que deriva de seu exemplo, quando perdido e achado no templo e quando voltando a Nazaré crescia em todas as ordens.
AS FESTAS: E seus pais iam todos os anos a Jerusalém na festa da Páscoa (41). Et ibant parentes eius per omnes annos in Hierusalem in die sollemni paschae. A lei de Moisés obrigava a peregrinação a Jerusalém de todos os maiores de treze anos nas três festas principais: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (Dt 16, 16). Não parece que tiveram obrigação os galileus e muito menos as mulheres.
DOZE ANOS: Quando, pois, chegou aos doze anos, subindo eles a Jerusalém, segundo o costume da festa (42), e acabados os dias da volta deles, permaneceu Jesus, o menino, em Jerusalém e não souberam seus pais (43). Et cum factus esset annorum duodecim ascendentibus illis in Hierosolymam secundum consuetudinem diei festi consummatisque diebus cum redirent remansit puer Iesus in Hierusalem et non cognoverunt parentes eius. Embora a idade era dos 13 anos após o BAR MITZWA, em que o menino era considerado maior de idade e, portanto, filho do mandato, que é a tradução direta do bar mitzwa. Desde o aniversário dos 13 anos, o menino estava sujeito aos 613 mandatos da lei e, por outra parte, adquiria o privilégio de ser contado entre os Minyan (literalmente número), que era o número mínimo para formar o culto na sinagoga. Muitas vezes eram pagos porque deviam deixar o trabalho para resolver os assuntos comuns e religiosos que exigiam sua presença. É bem verdade que a festa, tal e qual a conhecemos, tem uma data inicial tardia, século XV. O primeiro Sábado que segue seu 13o aniversário é o dia de seu Bar Mitzwa. Mas antes disso, o adolescente preparava-se aprendendo as noções fundamentais da história e tradições judaicas, as orações e costumes do povo, estudando os princípios que regem a fé judaica. Nesse sábado da comemoração, o jovem recitava um capítulo da Torah e um capítulo dos profetas (Haftará) com a melodia tradicional para estes capítulos, baseada numa escala de notas musicais, padronizadas para a leitura em público dos dois capítulos. A cerimônia religiosa era depois acompanhada com uma reunião festiva e familiar. Podemos dizer que era como a primeira comunhão. Escrito o original em aramaico, talvez possamos compreender que 12 e 13 se confundem e que Jesus teria os treze anos. Mas como temos visto aos 12 anos já entrava dentro dos exercícios de preparação e isso talvez seja o que Jesus disse a Maria: Devo ocupar-me das coisas de meu pai (2, 49).
A CARAVANA: Pensando, portanto, que ele estivesse na comitiva, percorreram um caminho de um dia e o buscavam entre os parentes e os conhecidos (44). Existimantes autem illum esse in comitatu venerunt iter diei et requirebant eum inter cognatos et notos. COMITIVA: O Sinedion grego indica um caminhar juntos, uma caravana (comitatus). Caminhavam dispostos em três seções: Na vanguarda estavam os mais jovens dispostos a repelir os bandidos com bastões e até espadas. No centro mulheres e crianças menores de doze anos e na cauda, com os mais velhos, os meninos maiores de doze anos. Os menores de doze anos podiam, pois, estar com as mulheres ou com os anciãos. Somente à noite é que os membros de uma mesma família se encontravam. Geralmente acostumavam percorrer 32 km por dia. Mas isso dependia das fontes de água. A primeira jornada era até Beerot a 16 km de Jerusalém, talvez pela dificuldade de encontrar água numa outra parada. No total eram três dias até a Galileia. Foi assim que a ausência de Jesus, só foi notada ao fim da primeira jornada.
A PERDA: E não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, buscando-o (45). Sucedeu, pois, depois de três dias o encontraram no templo, estando sentado no meio dos doutores, tanto ouvindo-os como perguntando-os (46). Admiravam-se pois, todos os que o ouviam sobre a sua inteligência e as suas respostas (47). Et non invenientes regressi sunt in Hierusalem requirentes eum Et factum est post triduum invenerunt illum in templo sedentem in medio doctorum audientem illos et interrogantem. Stupebant autem omnes qui eum audiebant super prudentia et responsis eius. Durante o descanso noturno, as famílias se reuniram. Jesus não estava em parte nenhuma. Assim os pais, José e Maria, decidiram voltar a Jerusalém. Mais um dia de volta e mais um dia até encontrá-lo no templo. No total os três dias de que fala o evangelista, a não ser que o numeral seja tomado no lugar do indefinido, no lugar de adjetivos que as línguas semitas carecem, como alguns, poucos, vários, etc. de modo que o número três deixa de ser um cardinal para se transformar em plural mais ou menos definido. ENTRE OS MESTRES: A palavra usada por Lucas não é a usual para designar os escribas, (Nomikoi ou Grammateis) mas Didáskaloi com a qual Lucas designa o próprio Jesus (15 vezes) e que as línguas modernas traduzem por doutores. Há quem considere que no templo existia uma sinagoga e que nesta se ensinava a lei aos pequenos como em todas as demais da Palestina. Pode ser. Mas também era costume ensinar aos discípulos entre as colunas do pórtico de Salomão, como Jesus tinha costume de fazer, no templo: “estava sentado ensinando”(Mt 26, 55). Que os discípulos perguntassem era comum. Assim foram as perguntas dos fariseus (Mt 22, 15+), dos saduceus (Mt 22, 23 +) e do doutor da lei(Mt 22, 41+). A Rabi Hanina se atribui este ditado: “Tenho aprendido muito dos meus mestres e mais dos meus condiscípulos…Porém de meus discípulos mais do que todos”.
POR QUE: E vendo-o, se admiraram; e dirigindo-se a ele sua mãe disse: Filho, Por que nos fizeste assim? Olha, teu pai e eu angustiados te procuramos (48). Et videntes admirati sunt et dixit mater eius ad illum fili quid fecisti nobis sic ecce pater tuus et ego dolentes quaerebamus te. Logicamente, assistimos a uma situação completamente nova na relação filho-pais. Como dirá depois o evangelista, a obediência e submissão de Jesus, era o dia a dia de sua relação com seus pais. Como um filho semelhante, sem pedir licença, podia ser causa de tamanha angústia de seus pais?
A RESPOSTA: E lhes disse: que (é) isso, por que me buscáveis? Não sabíeis que nas coisas de meu Pai devia estar? (49). Et ait ad illos quid est quod me quaerebatis nesciebatis quia in his quae Patris mei sunt oportet me esse.Na resposta de Jesus, parece que tanto Maria como José deviam estar cientes de que Jesus não lhes pertencia totalmente. Por isso, a frase que temos traduzido como nas coisas de meu Pai tem estas interpretações: a) Na casa do meu Pai. Foi a preferida pelos padres da Igreja contra os gnósticos que rejeitavam o AT e o Deus dos hebreus. Com estas palavras, Jesus declara ser seu Pai o mesmo que habitava o templo de Jerusalém, ou seja, Jahveh (Sl 23,6).- b) Nos assuntos do meu Pai: como a Vulgata traduz o texto grego. -c) Entre os amigos do meu Pai, pois os pais, Maria e José o buscaram inutilmente entre os consanguíneos e conhecidos. A resposta é que não era entre estes últimos, mas entre os que eram amigos e conhecidos do Pai que deveriam ter buscado. O verdadeiramente importante era que Jesus devia amoldar sua vida às exigências de seu Pai, exatamente como o diria com toda claridade em Mt 12, 48 quando o buscam os parentes: quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Aos 12 anos, vésperas de sua independência, como filho da lei, Jesus mostra qual é seu caminho e qual a verdadeira vontade que deve dirigir sua vida em obediência.
A PROFECIA: E eles não entenderam a palavra que lhes falou (50). Et ipsi non intellexerunt verbum quod locutus est ad illos.Infelizmente tanto o latim como as línguas vernáculas não tem essa distinção entre logos e rema.Logos é termo geral e rema é o pronunciamento, a sentença e no caso de um homem de Deus a profecia, como aqui. Esse estar sempre atento às coisas do Pai para lhe obedecer era a vida de Jesus que na sua primeira decisão independente, segundo a lei, tomava como atitude total de sua vida; como diz Paulo se fez obediente até a morte e morte de cruz (Fp 2, 8).
FILHO TAMBÉM DOS HOMENS: E desceu com eles e veio a Nazaré. E era submisso a eles. E a mãe dele guardava todas estas palavras em seu coração (51). Et descendit cum eis et venit Nazareth et erat subditus illis et mater eius conservabat omnia verba haec in corde suo. Com estas palavras, Lucas quer deixar claro que Jesus não foi um rebelde, mas um menino obediente e exemplar para com seus pais. Também parece que indiretamente indica qual foi a fonte destas atuações surpreendentes em Jesus, para logo tê-las como verídicas: a memória exata de Maria que nestas angustiosas circunstâncias gravava tudo como se fosse um disco de memória.
O CRESCIMENTO: E Jesus crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e dos homens (52). Et Iesus proficiebat sapientia aetate et gratia apud Deum et homines. É notável ver como Lucas repete em 2,52 o que tinha dito em 2,40: ”O menino crescia e se fortalecia, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava nele”. Tomando como modelo 1 Samuel 2:26: “Mas o jovem Samuel crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens”. O único novo no Jesus de Lucas é o crescimento em sabedoria, sem dúvida, uma clara conclusão de seu contato com os mestres de Israel. Porque a graça de Deus pode ser traduzida pelo “O senhor estava com ele”. Graça aqui significa agrado, pois vemos como Lucas acomoda o dito de Samuel a Jesus. A medida que Jesus crescia ia mostrando com fatos a sua sabedoria e cada vez mais Deus estava com ele e os homens admiravam sua bondade, de modo que mais e mais cada dia era digno da admiração e beneplácito de Deus e dos homens.
UM CONVITE: Levantar ou arrumar uma árvore de Natal é colocar um objeto de adorno dentro de uma residência. Arrumar um presépio é introduzir uma família a mais dentro da nossa. É uma família que pede hospedagem, não material, porque geralmente é colocada no lugar mais importante da casa, mas de tipo espiritual, de sentimento, de fé e de amor. Embora um presépio não fale, devemos prestar atenção às palavras do poeta: “Há palavras que são ditas em silêncio. Há silêncios que valem por muitas palavras. Há fatos que valem por palavras nunca antes pronunciadas. São fatos que convidam ou reprovam, que aplaudem ou recriminam”. Dos tais, é o fato do Natal do menino que Deus assumiu em pessoa como elemento humano do Verbo. Seu nascimento é um convite ao amor e à reflexão. Amor principalmente de como Deus quer ser humano e habitar entre os humanos. Reflexão de como nós humanos queremos viver nossa humanidade já assumida por Deus totalmente num homem chamado Jesus.
Deus teve escolha para nascer do jeito que Ele queria. Podia ser rico e nasceu pobre para que todos pudessem ver nele o modelo de homem novo do seu evangelho. Escolheu uma virgem como mãe, não unicamente para indicar a paternidade verdadeira, mas para demonstrar que o prazer não é a fonte total da vida. Pastores, para demonstrar que sua vida era mais de pastor que cuida do rebanho que do rei que o governa. Uma família para significar que o amor nasce com a vida e esta vincula os homens com laços que devem ser eternos.
Mas seu Natal é também para nós um convite: O amor de Deus exige uma resposta. Queremos aproveitar a lição ou tentaremos buscar nossa felicidade dentro de nosso egoísmo, que será quem finalmente dite nossas respostas? Já sabemos o resultado das mesmas porque o álcool, a droga e o sexo-livre escravizam, dominam e matam. Se queremos viver a vida legítima e verdadeira, Jesus nos mostra o caminho, sua família o ambiente, seu Natal a verdade. O Natal é um convite para que creiamos no Amor, adoremos o Amor e vivamos imitando o Amor.
EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA
- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.
- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.
Interpretação errada do evangelho:
- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).
Consequências:
- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.
CAMPANHA DA VELA VIRTUAL DO SANTUÁRIO DE APARECIDA
CLIQUE AQUI, acenda uma vela virtual, faça seu pedido e agradecimento a Nossa Senhora Aparecida pela sagrada intercessão em nossas vidas!
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus! Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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